Galera obrigado pelos comentários e pela força. Eu achei a terceira parte do conto no meu PC e resolvi termina-la e dividir com vocês. Antes que perguntam sim eu pretendo continuar escrevendo esse conto, mas agora pretendo continuar os dois (Piercing e Succubus) espero que vocês gostem dessa parte.
Beijos a todos.
OBS1: Essa é a terceira parte do conto! Essa é uma historia fictícia, qualquer semelhança com a vida real é uma mera coincidência!
OBS2: Pra falar comigo, conversar, dar sugestões ou só por add meu MSN: brunow_inccubus@hotmail.com e meu SKYPE: brunow.inccubus
“People ask if I'm in love with you
Because I'm sitting here with your picture
And smiling to myself I'm kinda lost in my own thoughts of you
My heart speaks before my mind thinks through
And I blush as I say yes”
Love Me 4 Me – Christina Aguilera
Gabriel: Eu achei que uma simples DESCULPA não seria o suficiente desta vez!
Gabriel estava nu na minha frente e devo admitir eu já havia fantasiado com algo parecido. Nunca achei que um homem completamente nu poderia ser tão bonito aos meus olhos.
Sua pele era mais branca do que eu me lembrava. Seu cabelo brilhava e ao refletir a pouca luz que o tocava. Suas tatuagens, aos poucos, sumiam e apareciam a medida que ele movia seus braços.
Gabriel: Então você vem?
Não tinha como responder. Eu não sabia o que fazer, o que pensar. Como ele chegou ali? Como ele entrou no meu quarto? Não é todo dia que você chega em casa e tem um homem nu te esperando em um quarto que mais parece um cenário de filme.
Gabriel deu um passo para trás então a luz conseguiu atingir pela primeira vez a região da sua cintura. Sua linha da virilha era extremamente marcada fazendo um V em direção ao seu pênis. Quase chegando a sua cintura ele tinha mais duas tatuagens. Era como se a logo do tattoo studio estivesse desfragmentada e se posicionasse nas duas linhas da sua virilha; as rosas, duas de cada lado, eram envoltas em uma era com espinhos. O sombreamento era incrível, parecia sair da pele, parecia ser real.
Seu pênis estava pesadamente pendendo e devo confessar que era impressionante, tanto em tamanho quanto em beleza.
Ele pegou a minha mão e começou a andar para trás me guiando ate a cama. Chegando ao pé da cama ele parou e continuou me puxando ate que os nossos corpos estivessem colados. Ele mais uma vez invadindo o meu espaço pessoal começou a me beijar e ao mesmo tempo desabotoar a minha calça.
Bruno: Espera! Eu não sei se eu quero...
Gabriel: Eu SEI que você quer (beijando meu pescoço enquanto falava)
Bruno: Como você pode ter certeza?
Gabriel: Eu só sei... Confia em mim?
O tempo todo nós havíamos sussurrado. Sua ultima frase tinha um ar de pergunta mas preferir não responder. Nós sabíamos que não precisávamos falar mais alto que aquilo, mas acima de tudo nós sabíamos que falar não era necessário. Gabriel me envolveu em mais um beijo. Um beijo forte, passional, excitante.
Eu senti a minha calça e minha cueca deslizando pelas minhas pernas ate atingir os meus pés. Enquanto eu tirava os meus tênis, ele continuou me beijando e levantando aos poucos a minha camisa. Gabriel parou de me beijar, foi me olhando e tirando a minha camisa lentamente. Ele tinha um olhar diferente, profundo, cheio de desejo.
Pronto estávamos os dois nus, de frente um para o outro, e eu já estava completamente entregue. Meu pau já começava a dar sinal de vida e ao desfiar o olhar pra baixo vi que o dele também não demorou a responder os estímulos da cena.
Quando voltei a olhar pra Gabriel, ele simplesmente me puxou para a cama. Caímos, eu em cima dele, corpos grudados, olhando um nos olhos do outro. Ele me segurou pela nuca e então me beijou com um ar misto de vontade com desespero. Parecia que seria o nosso ultimo beijo e eu retribuía com tanta volúpia quanto ele.
Gabriel me virou, ficando por cima de mim e então foi descendo pelo meu corpo beijando cada parte que podia. Ao chegar na altura dos meus mamilos ele olhou para cima e com a cara mais gostosa e sorrindo ele colocou a língua para fora e começou a circula-los. Eu nunca tinha sentido nada igual, tudo o que ele fazia ele colocava esforço, cuidado e muita vontade.
Continuando descendo beijando meu corpo e eu já gemia baixo devido ao tesão que não conseguia controlar mais. Ele chegou na altura do meu pau...
Gabriel: Oohh...
Bruno: O que?
Gabriel: Nada! Só a parte que eu estava esperando...
Falando isso ele lambeu da base do meu pau ate a cabeça. Chegando no topo ele demorou na fenda da cabeça dando lambidas rápidas. Ele não chupou o meu pau hora nenhuma mas ficou um bom tempo
”brincando” com ele.
Ele foi virando o seu corpo de modo que nós ficássemos em um meia-nove. Quando eu vi o seu pau na minha frente eu sabia o que eu devia fazer, o que eu queria fazer. Eu peguei seu pau bela base e fui lambendo a sua cabeça ate que não aguentei mais e o “engoli” por inteiro.
Gabriel soltou um longo gemido enquanto jogava sua cabeça para trás. Ele agarrava os lençóis e contorcia todo a medida que eu ia chupando o seu pau.
Ficamos nesse jogo de provocar gemidos um no outro por um bom tempo. Nós riamos, gemíamos, suspirávamos, eu sabia que estávamos tento mais do que uma transa, estávamos nos conectando de um jeito que parecia não ter mais volta.
Quando eu percebi já estava de bruços com ele deitado nas minhas costas beijando e mordendo o meu pescoço. Ele segurava as minhas mão para cima enquanto ia lambendo, mordendo e beijando das minhas orelhas ate o inicio das minhas costas.
Novamente ele deitou em cima de mim e chegou perto do meu ouvido. Colando o seu rosto no meu e com seus lábios encostando na minha orelha ele sussurrou:
Gabriel: Então você quer agora?
Ele tinha um ar bem humorado quando sussurrou. O toque do ar com a minha orelha me fez arrepiar todo, sentia todos os pelos do meu corpo se levantarem e um frio percorrer a minha espinha. Enquanto ele esperava pela minha resposta ele se “esfregava” a sua cabeça na minha como um gato. Eu sentia o seu membro rígido, descansando em meio a minha bunda. Eu tinha certeza que não tinha volta, eu gostava dele, e se desapontasse ele agora eu poderia nunca mais sentir o que ele tinha pra oferecer, ao mesmo tempo eu tinha uma vontade louca dentro de mim de me entregar de corpo e alma para ele.
Consenti com a cabeça e então ele sorriu, um dos sorrisos que se da quando você não acredita que consegui o que queria, que crianças dão quando abrem o seus presentes de natal.
Ele colocou a camisinha e eu senti algo gelado enquanto ele passava a mão entre a minha bunda. Ele se posicionou, e forçou por um estante. Ao parar acho que ele viu a minha cara de dor então ele deslizou a sua mão pelo meu braço ate chegar a minha mão e entrelaçou os nossos dedos. Fazendo um “shhh” muito baixinho ele começou a tentar novamente a me penetrar.
Não vou mentir, não foi fácil, mas Gabriel sabia como envolver alguém. Ele me acalmava, excitava e ainda por cima me dava prazer. Nós gemíamos baixo no principio, estocadas leves nos moviam para frente e para trás.
Em momento nenhum eu perdi o tesão. Meu pau era a prova viva disso, continuava rígido do início ao fim. Nós mudamos de posição umas duas vezes ate que paramos na mesma posição por um longo tempo. Ele deitado na cama e eu sentado em cima dele, “cavalgando”. Nossos gemidos deixaram de ser tímidos para então tomarem conta do quarto, nossa respiração entrava em um ritmo só e nossos corpos estalavam ao se encontrar.
Molhados de suor, nos continuamos, sempre olhando um para o outro, sempre de mão dadas. Gabriel aumentou o ritmo das estocadas, acho que ele não podia mais segurar. A medida que seu pau entrava em mim eu ia gemendo mais alto; comecei a pender pra trás e com a minha mão livre eu me apoiava e segurava firme os lençóis tentando controlar o quanto o meu corpo se contorcia.
Abri os olhos e lá estava Gabriel, de olhos fechados, apertados, boca semiaberta e ficando vermelho. Ele prendeu a respiração por um minuto e então eu senti seu pau inchando e logo em seguidas as esguichadas de porra. Gozei logo em seguida e “desfaleci” em cima dele.
Bruno: Wow!
Gabriel: Espero que tenho gostado...
Bruno: Ta brincando? Foi ótimo...
Gabriel: Foi a sua primeira vez não foi?
Bruno: Em termos...
Gabriel: Em termos? (rindo baixo)
Bruno: Eu já tinha tentando antes mas não deu certo como agora...
Gabriel: Que bom... assim eu fui o primeiro...
Bruno: E como isso é bom?
Gabriel: Ahh... querendo ou não nós sempre nos lembramos da nossa primeira vez...
Bruno: Ahh
Respondi baixo, fui me ajeitando de forma que fiquei deitado no seu peito enquanto ele brincava com o meu cabelo em volta do seus dedos. Eu ainda me perguntava como ele tinha entrado na minha casa, mas o medo de quebrar aquele clima era maior então achei melhor perguntar mais tarde.
Não falamos mais nada, ficamos na mesma posição ate que o cansaço tomou conta dos nossos corpos e caímos em um sono pesado. Dormimos por umas duas horas ou mais. Quando acordei Gabriel não estava mais na cama. Me levantando eu fui procurar por ele, comecei a andar pela casa e cheguei na cozinha.
Haviam sacolas do supermercado próximo a minha casa em cima do balcão. Comecei a entrar lentamente, tentando não fazer barulho, e quando eu já estava dentro da cozinha eu pude ver Gabriel, de costas, ajeitando algumas frutas e outros coisas de comer em uma bandeja.
Bruno: Ownnn... Gostei do café-pós-sexo.. (rindo)
Gabriel: Eu ainda não comi nada, achei que você também não teria comido, então fui ate o supermercado comprar algumas coisas para gente...
Bruno: Então... eu estava me perguntando como foi que você entrou aqui?
Gabriel: Paulo me deixou entrar...
Paulo era o faz tudo da minha mãe, ele cuidava das plantas, da piscina, descarregava as comprar, enfim ele fazia de tudo na minha casa. Geralmente quando meus pais não estão em casa ele só passa de manha pra colocar o lixo pra fora e ver se esta tudo em ordem.
Bruno: Como assim ele deixou você entrar?
Gabriel: Eu cheguei, ele estava saindo, eu falei com ele que nós eramos parceiros no projeto da escola e que você tinha me ligado pedindo pra te esperar aqui... eu perguntei de seu não podia esperar na escada da garagem e ele disse que estava tudo bem. Então da garagem pro seu quarto é um pulo...
Ele me respondeu com um tom de espertalhão na voz e rindo. Ao mesmo tempo ele suspendeu a bandeja e contornou o balcão indo em direção a escada. Chegando lá ele me olhou e ainda com o seu meio sorriso perguntou:
Gabriel: Então você vem ou não?
Subimos e voltamos para o meu quarto. Deitamos na minha cama e começamos a comer, conversando sobre nós, sobre o que já tínhamos feitos. Gabriel era muito reservado quando se tratava da sua historia, principalmente quando eu perguntava algo sobre a sua família. Preferi então deixar esse assunto de lado.
Bruno: Então, eu tava pensando... já que amanhã não tem aula tu quer dormir aqui?
Gabriel: Não sei se eu posso... sabe o lance com o meu pai? Poise ele ainda está furioso... e talvez ele queira abri a loja amanha cedo... e talvez eu vá com ele...
Bruno: Ahhh vai... amanha de manha a gente acorda cedo e você vai pra loja...
Gabriel: Vou fazer o seguinte, eu vou pra casa, dou uma olhada com o meu pai, pego roupas de verdade porque (olhando para o uniforme ainda jogado em cima do sofá) e ai eu te ligo ok?
Bruno: Ok... mas tipo não demora... depois do que aconteceu com você vai saber se esses caras tão por perto certo?
Conversamos mais um pouco, contamos casos e tentamos nos conhecer melhor. Ele rindo era a coisa mais linda que eu já havia visto, ele tinha aquele riso engraçado de criança e quando gargalhava ele era a coisa mais engraçada.
Já estávamos de pé, nos vestindo, quando ele parou e ficou olhando para mim por alguns minutos. Eu fiquei sem graça, olhei pra baixo e depois me virei de costas pra ele.
Meu quarto já tinha sido imergido nas sombras, a pouca luz produzida pelas velas era mais fraca, algumas delas já haviam apagado. Não sei bem como mas eu senti quando me virei e o clima mudava. Mas eu aprendi que com o Gabriel tudo é assim, uma hora o clima é de amores mil e no segundo que vem voltamos a ser amigos distantes.
Ele se foi, subindo a rua e sumindo ao longe. Eu continuei sentado na varanda olhando. Puxei a minha mochila e comecei a olhar dentro dela, procurando por uma bala, ou algo do tipo. Quando eu abri o bolso lateral me deparei com um maço de 20 cigarros mentolados. Eu fiquei surpreso, eu já havia fumado algumas vezes, mas eu sabia que eu não tinha comprado aqueles cigarros.
Me inclinei de volta na poltrona, lentamente abri o maço, tirei o primeiro cigarro e o acendi. Quando olhei para o lado vi a porta do meu quarto aberto e minha imagem refletida no espelho. Eu demorei um bom tempo olhando. Me levantei e continuei olhando, eu não me reconhecia mas, eu não sabia o que estava acontecendo mas algo tinha me mudado, me tocado profundamente e eu sabia que não tinha mas volta. Não era só minha aparência que havia mudado, algo nos meus olhos estava diferentes, eu só não parecia mais o mesmo menino CDF que eu costumava ser.
Durante toda a minha vida eu já passei por muitas crises de identidade, mas me lembro que essa foi a maior dela. Depois de me fitar no espelho eu fui tomado por uma força maior, eu queria cortar meus cabelos, que ate então eram um traço forte em quem eu era. Eu queria comprar roupas, eu queria mudar muitas coisas, mas sabia que deveria fazer isso um passo de cada vez.
Coloquei uma calça jeans e meus tênis e sai de casa. Fui ao supermercado, comprar o que a casa precisava e ver se achava algo para nutri a minha necessidade de mudar. Minha visita ao supermercado foi rápida, e ao voltar além dos itens que minha mãe pedira pra comprar eu estava voltando com um kit para descolorir o cabelo e duas tintas.
Ao atravessar a rua eu escutei meu nome ser chamado duas vezes. Quando eu olhei vi um carro saindo do estacionamento do supermercado e ao se aproximas vi que o carro pertencia ao supermercado. No banco do carona estava Leo acenando pra mim com o largo sorriso no rosto.
Leo: E ai? Ta indo pra casa?
Bruno: To... mas o que você...
Leo: Eu trabalho aqui depois das aulas...
Bruno: Ahhh (estranhando) parece que todo mundo que eu conheço trabalha agora... (falando comigo mesmo)
Leo: Sabe como é neah... a gente tem que fazer o que pode... mas me diz ai eu to indo fazer umas entregas você quer uma carona ate sua casa?
Bruno: Não precisa... (olhei para o motorista que tinha cara de poucos amigos)
Leo: Que isso... a gente te leva lá soh... e aqui o Seu Carlos não morde não viu... ele só tem essa cara de bravo...
Acabei por aceitar o convite, entrei dentro do carro e assim seguimos ate a minha casa. Me surpreendi ao ver que Leo sabia onde eu morava; quando desci do carro eu me virei pra ele com a aquela cara de intrigado e perguntei:
Bruno: Aqui... valeu por ter me dado a carona mas como você sabia? Que... que essa é a minha casa?
Leo: Eu lembrei hoje na hora que cheguei no supermercado... eu sempre entrego as coisas pra sua mãe... agora eu tenho que correr... a gente se esbarra por ai...
Bruno: Ok...
E eles partiram. Eu entrei correndo deixei as compras no chão da cozinha e corri para o banheiro do meu quarto. Verifiquei se Gabriel tinha me ligado. Havia uma mensagem dele...
“Bruno, vou voltar pra sua casa mas devo demorar... por volta das 22hs eu apareço ai... t +”
Meio impessoal para um mensagem que você manda para alguém que você acabou de transar mas OK... Troquei a camisa que estava por uma velha e fiquei só de cueca. Me pus em frente ao espelho e comecei a minha ”transformação”. Eu sempre fui muito habilidoso para cortar e pintar cabelo, e minha mãe havia me ensinado a cortar o meu próprio cabelo, um ritual entre os homens da família dela. Depois de tingir, o que levou mais tempo do que eu esperava, eu lavei o cabelo e me coloquei novamente em pé de frente para o espelho. Estava na hora de cortar o cabelo.
Eu fui experimentando, não sabia ao certo o que eu queria mas no fim, eu estava com um franja nova, coisa que nunca tinha usado na minha vida e com o cabelo mais curto que já havia usado em toda a minha vida. Comecei a secar o cabelo e quando acabei eu realmente tinha gostado do resultado, e eu sabia que o meu pai iria adorar; ele nunca aprovou meu cabelo “comprido” como eu costumava a usar.
Sai do banheiro me vesti com a minhas roupas de ficar em casa e esperei dar 22hs. A espera parecia uma eternidade, eu já tinha feito de tudo, terminado de ler o livro que eu estava lendo para aula de inglês, arrumado as compras, assistido tv, tudo o que foi possível.
Quando finalmente deu 22hs em ponto eu escutei o interfone da casa, corri para a varanda e olhei para ver quem era. Gabriel estava parado com os braços no portão. Ele estava simplesmente lindo, com uma jaqueta social branca e seu cabelo molhado penteado de lado. Ele olhou pra mim e sorriu.
Eu abri o portão da garagem com o controle, e desci para recebe-lo. Ao me ver ele fez uma cara de surpresa e falou:
Gabriel: Ow... como você fez isso tudo em tão pouco tempo?
Bruno: O que... eu só cortei um pouco aqui e ali e mudei a cor... (rindo)
Gabriel: Eu to vendo... E ficou bom hein... todas essas cores...
Bruno: Não enche... você ta com fome?
Gabriel: Sempre... (rindo)
No fomos para cozinha e de lá nós subimos mais uma vez para o meu quarto. Era estranho pra mim, todas as vezes que eu havia mudado o visual eu me sentia como se as pessoas não parassem de olhar pra mim. Mas com o Gabriel, para variar era diferente, ele agiu de forma indiferente ao fato de que agora eu tinha uns 3 tons de cabelo a mais do que quando ele saiu da minha casa.
Gabriel: Tá lindo! Não grila menino! (comendo o ultimo pedaço do seu sanduiche)
Bruno: O que? Pera... o que? (não compreendendo o que ele queria dizer)
Gabriel: O cabelo! Ficou ótimo! E eu também gostei do lance das “mechas” mais loiras. Fica bom pra você... sem falar que o corte te deixa mais...
Bruno: Mais o que? Eu sabia... (ficando neurado) to parecendo um retardado neah? Ou pior uma lésbica...
Gabriel: (rindo como uma criança de novo) Já falei pra você não neurar... Ok o cabelo é meio de lésbica mas não neura menino...
Ele havia voltado diferente também. Eu sabia que isso não iria durar mas ele estava bem humorado. Gabriel estava deitado no pé da minha cama, apoiado em um cotovelo e comendo com o braço e mão livre. Eu estava sentado na cabeceira da cama, com as pernas cruzadas e abraçando o meu travesseiro. Na maior parte do tempo nós não conversamos, no sentindo de engajar longas conversas. Acho que nós conversamos mais olhando um para o outro do que falando. Nós riamos bastante, o que era um bom sinal; sinal de que Gabriel estava se soltando, se deixando ser aproximado, deixando que sua barreira invisível cedesse aos poucos.
Gabriel: (já deitado no chão) E ai? O que vamos fazer agora?
Bruno: (olhando para o relógio e vendo marcar quase 00hs) Eu não sei!?! A gente pode ver algo? Tipo um filme...
Eu sempre fui louco por filmes e sua capacidade de me transportar a um novo mundo, mas eu sabia que não eram todas as pessoas que curtiam assistir filme; Pela primeira vez eu temi ter feito um movimento errado, e se ele tivesse pensado que eu chamei ele pra ficar só porque eu queria transar com ele de novo? E se ele não fosse do tipo que transa e fica depois? Será que eu interpretei errado todos os sinais que eu achei que eu havia recebido?
Gabriel: Você não vai me responder não garoto? (fui abruptamente retirado dos meus pensamentos)
Bruno: Desculpa! Eu não ouvi... o que você disse? (tentando me focar nele)
Gabriel: Garoto!! (alongando a palavra ele apoiou um dos braços na soleira da porta e o outro na cintura) O senhor tem a habilidade magica de se desligar desse mundo certo?
A cara dele era de piada o que me dava um alivio. Mas ele falava a verdade, todos ao meu redor já me falavam que eu tenho uma habilidade imensa de me perder em meus pensamentos e me desligar do que estava acontecendo ao meu redor.
Bruno: Um dos meus muitos superpoderes!
Gabriel: E acho que a língua é outro dos seus superpoderes? (fazendo uma careta tentando ser sarcástico)
Bruno: (passando por ele) Achei que você já tivesse percebido isso essa tarde...
Ao falar eu sai andando, mais pelo efeito da cena e pela vergonha, pensar rápido e ter pensamentos ácidos eram de fato uma das minhas qualidades mas dai a falar com alguém era um nível novo.
Gabriel: Que isso hein... (vindo atrás) Eu não sabia que você era assim...
Bruno: A gente se conhece a muito pouco tempo... (sorrindo) Mas fato eu tava brincando... agora o que você me perguntou?
Gabriel: Que tipo de filme você quer ver...
Ele havia aceito o convite para assistir um filme. Algo estava errado com aquele garoto, em um determinado momento ele mandava mensagens como “Ok te vejo mais tarde t+” e agora ele tava dentro pra um lance mais romântico. O que eu não sabia era que eu estava muito errado, Gabriel me pediu para fazer pipoca e pegar refrigerante, coisas típicas de uma noite de filmes, ele também disse que ia escolher o filme que se dependesse de mim eu iria escolher um filme cult que ele não entenderia nada.
Depois de tudo pronto e fui em direção a sala que ficava no mesmo andar da cozinha. É uma sala que meu pai havia projetado para ele e os amigos assistirem jogos de futebol e eventos esportivos em geral.
Ao chegar a sala já se encontrava apagada. A única fonte de luz era a tv, luz essa que banhava de leve o contorno de Gabriel, deitado no sofá cama, coberto com a colcha da minha cama.
Bruno: Devo admitir... estou surpreso!! Minha coberta favorita, meu travesseiro me esperando!! Como você faz isso?
Gabriel: Eu percebi que você não soltava esse travesseiro quando a gente estava no seu quarto, e a colcha, bem ela não estava na sua cama, estava dobrada cuidadosamente na sua poltrona o que só pode dizer que você se preocupa demais com ela pra estender na cama.
Bruno: Ok... agora quem é o CSI? (rindo)
Gabriel: Anda (batendo no sofá do lado dele) vem logo...
Eu me surpreendi com a habilidade que Gabriel tinha em ser “romântico”. E as surpresas não haviam acabado, quando eu sentei a tela da TV ainda estava na tela inicial do DVD com a mensagem “insira o disco”.
Bruno: Então? Provavelmente iremos assistir algum dos filmes do meu irmão? Algo com muita ação e explosões e mulheres fatais? (fazendo caso da possível escolha dele eu tentava em vão imitar a voz dele)
Gabriel: Ce ta louco garoto? Nós iremos assistir algo como (apertando o controle remoto, o DVD sendo introduzido e o menu do filme aparecendo) O SOM...
Bruno: ...DO CORAÇÃO... (completando o que ele estava falando) eu amo esse filme...
Minha voz saiu baixa, talvez mais baixa e fraca do que eu pretendia. Ele passou o braço pelos meus ombros e pousou a sua mão no meu braço.
Gabriel: Tem (falando pausadamente) algo errado com o filme?
Bruno: Não... não... é perfeito eu não me canso de assistir esse filme... ele é um dos meus preferidos... eu só...
Gabriel: Esperava que eu escolhesse algo como um filme romântico?
Bruno: É... tipo isso... desculpa...
Gabriel: Tudo bem ... “a gente se conhece a muito pouco tempo...” não tem como você saber... (sorrindo)
Ele tinha a habilidade de me imitar como ninguém. Nós começamos a assistir o filme e entre risos, comentários e beijos nós dormimos ali mesmo, abraçados, dividindo uma única coberta.
Eu acordei acho que muito tarde no outro dia. Eu já escutava Paulo lavando a área dos cachorros. Eu me levantei e olhei para os lados procurando por Gabriel mas nem sinal dele. Quando eu sai da sala eu ainda estava sonolento, eu percebi que alguém estava parado, de costas pra mim, em frente a mesa da sala. Achando que era Gabriel eu fui em sua direção eu já sorria e falava alegremente:
Bruno: Bom dia!!!
Lucas: Dia! Muito talentoso o seu namoradinho!!!
Bruno: (Assustado) O que você esta fazendo aqui? Como você entrou? E do que você ta falando?
Lucas: (virando com um envelope nas mãos) O Paulo me deixou entrar... mas o que me intriga é o que ele (estendendo o envelope) estava fazendo aqui?
Bruno: (pegando o envelope e vendo que tinha um desenho e uma carta) Você mexeu nas minhas coisas? E quem é você pra querer saber quem esta ou não na minha casa? (começando a me alterar)
Lucas: Ooooras Bruno... eu SOU O SEU AMIGO...
O modo como ele falava não soava mais com o antigo Lucas. Ele parecia cheio de veneno e sarcasmo.
Bruno: FORA! (apontando pro portão) PRA ... FORA ... DA ... MINHA ... CASA!!!
Lucas: Que isso Bruninho? Você fala que eu mudei mas olha pra você... quem VOCÊ acha que esta enganando? Você mudou também que o seu namoradinho apareceu...
Bruno: Lucas sai da minha casa... eu não quero falar com você... agora ou nunca mais!!!
Lucas: Isso mesmo... você não vai querer falar comigo e nem com ninguém da escola quando eles descobrirem o que você anda fazendo!!! (balançando o telefone)
Bruno: O QUE? CE TA LOUCO? VAI ME AMEAÇAR AGORA?
Lucas: Vamos ver Bruninho...
Ele saiu andando pela garagem e entrou no seu carro. Eu estava em choque, ódio corria rápido pelas minhas veias talhando o meu sangue. Eu não queria brigar com Lucas mas parece que essa seria a única saída.
Eu tirei o conteúdo do envelope e olhando eu fiquei surpreso, dessa vez não era um esboço mas sim um desenho terminado. Era lindo e tão realista. Em baixo do desenho uma frase do filme que assistimos
“Well, it's a marvelous night for a Moondance With the stars up above in your eyes A fantabulous night to make romance 'Neath the cover of October skies”
“Bem, é uma noite maravilhosa para um dança ao luar // Com as estrelas sobre seus olhos // Uma noite fabulosa para fazer um romance // Abaixo da coberta dos céus de Outubro”
Eu ria e chorava ao mesmo tempo. Lendo a curta carta que ele me deixou eu não sabia o que fazer. Desta vez ele não foi distante... talvez eu realmente tinha o julgado rápido demais, ou talvez eu só não conhecia ninguém como ele e isso me era novo e muito incerto.
A letra dele era desenhada, quase como a letra de um convite de festa. Ele era direto mas sem perder a emoção.
“Nuno,
Desculpa ter saído tão cedo e não ter te chamado; você estava dormindo tão profundamente que eu não quis de chamar.
Obrigado pela noite de ontem, a muito tempo não me sentia perto de alguém com me senti com você.
Estou deixando um desenho que eu pra você substituir aquele esboço ridículo que você provavelmente guarda no seu diário.
Espero te ver hoje a noite.
Beijos
Gabriel”
Eu não sabia o que pensar depois de ler a carta, a poucos dias ele tinha me contado sobre o tal amigo que ele contou sobre ser gay e o garoto espalhou para os quatro cantos e agora Lucas esta preste a fazer o mesmo. Eu precisava para-lo, tinha que ter um jeito...
Continua...