Foi difícil para conseguir dormir naquela noite, chorei bastante, quando acordei a minha cabeça doía, como se tivesse levado uma pancada com uma marreta. Depois de me higienizar e trocar de roupa, decidi descer e enfrentar a realidade, eu precisava ir falar com Isaac, e dizer tudo, mas no fundo eu sentia medo.
Desci para comer alguma coisa, antes de ir até à casa de Isaac, mas o destino foi mais rápido, Isaac estava me esperando na sala de visitas.
- Isaac? - perguntei surpreso
- Tom, a gente precisa conversar
- tudo bem, vamos subir para o meu quarto.
Então subimos, Isaac trancou a porta e me abraçou, era um abraço forte, eu fiquei sem entender, derrepente ele começou a chorar.
- Isaac, o que houve?
Ele não respondeu, creio que a minha pergunta só o fez chorar ainda mais
- me diz o que houve cara! - eu insisti
- me perdoa meu amor?
- perdoar o que Isaac?
- eu... eu fiquei com a Laila ontem - disse ele entre soluços e lágrimas
- hãm? mas como você teve coragem de ficar com ela cara? - eu disse irritado, quase gritando
- não sei, não sei... ontem fiquei chateado com você, acabei bebendo, encontrei a Laila e ela me convenceu a ir na casa de uma amiga dela e lá a gente ficou
- Mas como você teve coragem cara?
- Me perdoa Tom
- Não tenho nada que perdoar, porque eu também errei, eu sei o que você está sentindo
- que história é essa Tom?
- ontem eu fiquei com o Arthur, foi sem pensar, eu sei como você está se sentindo, essa culpa é terrível - eu disse quase chorando
- Não acredito que você ficou com o Arthur
- me perdoa Isaac
- Eu te perdoou meu amor
- obrigado, eu também te perdoou, vamos esquecer tudo isso, fico feliz pela sinceridade que há entre a gente
- isso mesmo, quero que sempre haja sinceridade em nosso namoro!
- namoro?
- Isso mesmo! Tom você quer namorar comigo? - disse ele olhando em meus olhos
- Claro que sim, eu te amo Isaac
- Eu também te amo, de agora em diante seremos muito feliz!
- até que enfim o destino foi bom comigo, até que enfim serei feliz
- claro que seremos meu amor.
Então nos beijamos, senti aquele beijo maravilhoso, aquela sensação de satisfação, segurança e alegria, coisas que eu só sentia ao lado de Isaac. Ficamos trocando beijos e caricias por um bom tempo, logo ele foi embora, não queria, mas ele precisava ir e era melhor que ninguém desconfiasse de nós trancados em no meu quarto por um longo tempo.
E eu tinha que encarar um daqueles típicos almoços familiares, a minha mãe veio me chamar para o almoço. Quando desci estavam todos sentados à mesa.
- achei que você não fosse vir Tom - disse meu pai em tom irônico
- pois se enganou, porque eu estou aqui, por que não viria?
- porque você deveria ter consciência do que faz, você quer mesmo ser um vagabundo? - disse minha mãe
- como vocês conseguem ser tão chatos?
- olha o respeito garoto
- realmente não da nem para almoçar em paz nessa casa, realmente não da para fazer nada nessa casa - disse me levantando da mesa
- sente-se - meu pai ordenou
- eu não to com vontade, vocês não sabem ser gente
- olha que eu meto a mão na tua cara muleque, me respeite
- respeite o baldi*(*papai) - disse a minha irmã
- cala a boca metida!
- chega, chega, deixem o Tom em paz - disse a minha vó interrompendo a discussão
- obrigado vovó, mas eles não sabem o que é paz
- vamos comer - disse minha mãe.
Então começamos a comer, mas no meio da refeição a minha mãe volta a puxar assunto.
- Tom o seu pai lhe contou que seu primo vai chegar do Brasil para fazer um estágio aqui na Índia?
- não, não to sabendo de nada, afinal não me contam mais nada nessa casa
- eu não achei necessário contar nada ao Tom, ele não quer saber sobre um primo viado
- olha meu bem eu te peço, por mais que o que o Hugo faça seja errado, respeite ele, ele é a única forma de me reaproximar do meu irmão - disse a minha mãe em resposta ao meu pai
- não é viado, é homossexual - disse a vovó
- tanto faz - disse o meu pai
- tanto faz nada, olha o que adianta você ser tão religioso se não sabe nem respeitar às pessoas, se é um dos principais mandamentos de cada religião - eu disse irritado
- e se você tivesse um filho veado? - perguntou meu pai
- eu o amaria e respeitaria dele
- você é do contra não é disse meu pai irritado
- e quando ele chega? - perguntei
- daqui a um mês - respondeu minha mãe
- infelizmente - disse meu pai
- olha cansei, não quero mais ficar nessa mesa cheia de cobras, venha comigo vovó - disse me levantando e minha vó veio logo em seguida.
Nos sentamos no jardim, a vovó me disse palavras muito bonitas e me contou histórias de sua juventude, ela era a minha inspiração, o meu exemplo, ela lutou pelo seu amor até o fim, a família dela e do vovô eram inimigas, era um romance como Romeu e Julieta, só que com um final feliz. Depois de passar a tarde ouvindo estórias da minha avó, fui até à casa de Isaac, ficamos em seu quarto namorando, estava tudo tão perfeito, me parecia que finalmente eu tinha encontrado a felicidade, a vida tinha decidido sorrir para mim, mas a vida tem mania de nos surpreender, não é?
CONTINUA (...)
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