A chuva não mais cessava assim como os meus soluços, é engraçado que quando alguém se vai todo o seu ódio, todo seu rancor vai embora, você perdoa, mesmo não querendo e eu sempre duvidei disso, mas pude sentir em mim que tudo tinha mudado. Eu não via mais a Carol com maus olhos e já estava me conformando que toda a culpa dela ter morrido naquele dia era minha, eu não deveria ter falado aquelas coisas, ela não suportou é claro, eu só tinha uma opção a fazer, morrer.
Eu tinha que ser breve e rápido para que Jefferson não notasse, eu tinha que fazer algo que não poderia me arrepender, uma coisa sem pensar, mas o quê? Eu não tinha facas e nenhum material cortante, eu tinha que pensar em algo rápido, há quanto tempo eu estava ajoelhado? Uma hora talvez? A chuva não parava, o riacho estava com a correnteza muito forte, qualquer descuido seria fatal para uma pessoa, não seria má ideia morrer afogado, seria até um pouco doloroso e morrer de arma de fogo seria muito nobre de minha parte. Mas como eu faria para morrer em paz sem ser atrapalhado por ele? Eu teria que bolar um plano, ali, agora, há qualquer momento ele ia perceber que meus soluços começavam a amenizar e me levaria de volta, eu não podia permitir isso, não depois do que ele me mostrou e de eu saber que sou um monstro, um assassino, eu precisava sair, ter minha escapatória. Então, uma ideia veio em minha cabeça. Cutuquei-o e pedi para ele me levar, quando ele me segurou, o empurrei, vi quando ele caiu na lama e com dificuldade tentava se levantar, eu aproveitei e sair correndo, eu sabia o caminho muito bem, sabia que ali seria meu fim, sabia que era a saída mais fácil para essa culpa, que nunca mais veria meus pais, que nunca mais alisaria Mel, que não olharia mais para aqueles olhos verdes- esmeraldas, nem para aqueles cachos pretos que eu sempre amei, talvez ele não tivesse culpa de nada e quem sabe? Eu só tinha uma certeza e ela seria que eu não mais viveria aquele dia. Cheguei à beira do riacho, vi o fluxo da correnteza e me lembrei dos momentos bons que passei com os meus dois amores, quantas vezes eu fiz piquenique e ouvi a Carol falar de seus amores? Quantas vezes eu quis me declarar para Jefferson e tive medo? Quantas vezes nós não nos banhamos e saímos correndo para casa nos limpar? Eu iria acabar ali, com sorte, alguém encontraria meu corpo e enterraria ao lado do de Carol, com alguma sorte meus pais me perdoariam e eu poderia sofrer só, aonde quer que eu parasse.
- Por quê?- olho para trás e vejo que Jefferson está a três metros de mim.
-O quê?- foi tudo que conseguir gritar.
- Por que você quer morrer?- ele realmente me conhecia depois de tantos anos.
- Faz diferença?- pergunto levantando uma sobrancelha.
- Eu acho que mereço saber, vamos fazer o seguinte? Você entra e me conta o que aconteceu. Se realmente for grave, eu mesmo mato você, Ok?- quanta petulância! Eu olhei para o riacho novamente e pensei por breves cincos segundos, mas foi o tempo necessário para ele me agarrar por trás.
- Me SOLTA!- eu tentava a todo custo bater nele, mas nada funcionava ele era muito forte, mas não forte de muitos músculos, mas sim de pela vida, por trabalhar com serviços pesados. Eu tentei até bater as minhas pernas nele, mas ele me derrubou e caiu por cima de mim, nossos corpos se encontrando e pude perceber o quão perto nossos rostos estavam apesar da lama e da água. Minha respiração começou a ficar mais forte, meus músculos se contraíram, eu tinha que fazer algo, antes que fosse tarde demais.
- Eu, eu... - e o inevitável aconteceu, ele olhou nos meus olhos com cara de desejo e me beijou e meu mundo caiu. Não sabia o que estava acontecendo naquela hora, toda a minha vida passou por aquele beijo, era como se eu tivesse contado a ele tudo que se passou nos últimos sete anos, todo o meu desejo apreendido, toda a minha solidão, todo meu amor, ele não sabia que era demais para o meu coração beijá-lo ali, aonde nossa história foi construída e tudo que pude fazer foi abrir a boca e retribuir o beijo, ele enfiou a língua na minha bica e pude sentir de novo a sua textura, pude sentir tudo que tinha perdido. Não sei quanto duro, mas de repente ele não estava mais comigo, eu não podia mais sentir o calor que saia do seu corpo. Ele só me levantou e me levou de volta para casa, eu apenas obedeci, eu não tinha mais forças para reagir àquilo e ele sabia muito bem disso. A chuva tinha dado uma amenizada, não estava tão forte como antes, a gente passou pela lápide de Carol e paramos de frente a porta da casa. Ele pegou a chave que estava no seu bolso e abriu a porta.
Tudo ali estava do jeito que eu lembrava, a não ser um toque mais infantil em alguns cômodos da casa, ele me levou para o quarto e nada me fazia melhorar, entregou uma toalha para mim e me guiou até o banheiro, tirou sua camisa e suas calças, ficou só cueca e me mandou tirar a roupa, eu já não sentia nada, eu só queria poder partir. Então, reparando que eu não mexia, ele tira minha camisa e minhas calças com cuidado, nós dois ficamos de cueca. E ele me leva ao banheiro o qual tinha mudado muito desde o dia que sai de lá. Ele me banhou com muito cuidado, eu não via maldade em seus olhos, só expectativa, ele estava com medo do que eu poderia fazer e ele estava certo, eu queria lutar contra aquilo, estava tudo errado, como ele pode ser tão calmo assim, eu estava em chamas, seu toque em minha pele queimava mais do que brasa, eu podia sentir cada suave contato que a gente fazia, era mágico. O banho terminou e ele me enxugou e se enxugou também, ele me levou para o quarto aonde me entregou uma cueca e uma muda de roupas que estavam no guarda roupas, enquanto eu ia me trocando muitas coisas passaram pela minha cabeça. O que estava acontecendo comigo? O menino forte que eu tinha me tornado se foi em apenas dois segundos, tudo que eu tinha sentido, tudo que eu tinha aprendido todo o meu autocontrole não serviam de nada perto desse anjo de cachos pretos e o que tinha acontecido com Carol? Ela tinha morrido, mas botando a minha cabeça no lugar eu não fui o único responsável por a sua morte, se eu me lembro bem ela queria me contar algo.
Um ano atrás
Mais um dia de trabalho ia começar e eu já estava saturado de tanta correria, esse ano não ia ter férias como o meu chefe tinha avisado, mas pelo menos ia ser remunerado. Seis da manhã era um horário muito bom para acordar comparado ao pessoal que acorda bem mais cedo e trabalha lá na empresa, eu morava a dois quarteirões do meu emprego, então podia fazer muita coisa até as oito horas. Eu levanto para escovar os dentes e tomar banho, sete da manhã, minha campainha toca, quem poderia ser já que o porteiro do meu prédio não me avisou. Vou ainda sonolento até a porta e abro, uma mulher loira linda, com olhos azuis da cor do céu estava lá na minha frente, ela parecia um anjo se eu não soubesse que ela era o pior demônio, depois de seis anos ela aparece na minha vida para trazer de volta todo o inferno que eu teimava todo dia em esquecer, o que ela queria aqui? Disfarcei ao máximo minha cara de surpreso e perguntei:
- Pois não? O que a senhora deseja?- fiz-me de desconhecido.
- Lula, sou eu a Carol!- ela falou meio receosa.
- Primeiro não dei cabimento para você chamar pelo meu nome assim, segundo eu não conheço você então se me der licença. - peguei o meu material para o trabalho que estava em uma mesa perto da porta, passei por ela e fui ao elevador, ela me seguiu e ficou em silêncio ao meu lado, chorando, eu olhei para ela sem acreditar, como ela podia fazer isso comigo? Como ela podia vir aqui depois de seis anos e querer conversar? O elevador desceu até o térreo e eu fui embora sem ao menos falar nada com ela.
O dia no trabalho foi uma merda, produzi nada, eu não tirava da cabeça o rosto de Carol, porque ela chorava? Que merda! Essa menina dos infernos teve seis anos para se explicar, para aparecer, e nada, eu me lembro muito bem quando a notícia da sua gravidez correu por toda cidade e eu fui atrás dela, nem da porta eu pude passar. E ela quer que eu ouça o quê? Que ela está arrependida? Que cansou de dar a buceta pra o Jefferson e agora quer nossa amizade de novo? Poupe-me de tanta falsidade. O tempo passou de vagar, mas passou. E quando chego à porta do meu apartamento eu a vejo, sentada no chão me esperando.
- Você ainda está aqui?- pergunto pegando as chaves do meu bolso.
- Eu fiz isso para você, espero que você me perdoe um dia, por favor, fique. - ela me entregou uma carta, eu não sei o porquê, mas a peguei.
- Eu preferiria que você tivesse morrido há muito tempo. - com essas palavras fechei a porta na sua cara.
Hoje
Eu nunca li essa carta, ela estava guardada em meu apartamento, há mais de um ano. E agora eu estava a sós com o Jefferson, a chuva tinha parado. Eu tinha que sair de lá pelo menos, não sei se suportaria passar uma noite com ele.
- Jefferson, eu acho que é melhor irmos. - ele entrou no quarto só de shorts, sem camisa, seu peitoral estava todo úmido, eu podia ver o bico do seu peito arrepiado, ele me olhava de uma maneira que nunca tinha visto antes, não era doce, era selvagem, desesperadora.
- Você sabe muito bem que quando chove assim, nem trator passa por essa estrada, temos que esperar até amanhã de manhã. - ele sorriu maliciosamente para mim. Então ele pula em cima da cama e me prende entre suas pernas. Não tive tempo para reagir, ele parecia um gato em cima de mim. Pegou minha duas mãos com uma só dele e botou para cima da minha cabeça
- Me solta, seu nojento. - falei e cuspi na cara dele, ele só fez lamber aonde eu cuspi e me beijou. Eu tentei resistir ao máximo, mas ele forçava muito, às vezes me machucava, eu tentei gritar, tudo em vão, ele foi até o meu pescoço e me mordeu levemente e me fez gemer, ele apenas sorriu.
- Você vai ser meu hoje e de agora em diante, todo dia. Você vai ser meu Lula. - e voltou a me beijar, toda a sua boca me explorava e eu estava entregue, como um menino que se liberta da dor, com todo o cuidado ele retira a mão que me prendia e passa pelo meu rosto, e eu com as duas mãos ainda unidas passo pelo pescoço dele, ele sorri e passa a outra mão por debaixo dos meus shorts apalpando a minha bunda, eu gemo baixinho e jogo minha cabeça para trás, dando o sinal para ele arrancar meus shorts e minha cueca com as duas mãos, eu já estava estourando de tanto tesão acumulado. Ele tira os seus shorts e deita de barriga para cima, eu me viro e tiro minha camisa.
- Chupa. - ele nem precisou falar, descendo até o seu membro grosso abocanhei de uma vez, eu babava muito e ele só gemia baixinho, ele agarrou nos meus cabelos e ficou ritmando o vai e vem da minha boca, eu estava em êxtase, nunca nenhum homem antes teve esse efeito sobre mim. Depois de cinco minutos chupando, ele me manda ficar de barriga para cima também, monta em cima de mim em formato de meia nove e começa a chupar minhas bolas, eu vou à loucura, com uma das mãos ele endireita o pau para eu poder abocanhar e com a outra ele tenta abrir mais minhas pernas, eu começo a levantar as minhas pernas quando ele tenta lamber a entrada do meu cú, a sensação é tão boa, eu só fazia gemer com o pau dele na minha boca, ele consegue lamber o meu cú e eu dou um gemido baixinho de aprovação, ele lambe mais até ficar bem molhado, eu já estava ficando com a boca doendo de tanto chupar quando ele tira a rola da minha boca, sai de cima de mim e me endireita na posição frango assado, ele coloca a cabeça do seu pau na entrada e começa a forçar devagar, eu só fazia gemer e gemer, tantos anos de espera, tantos anos de angustias, tantas lembranças, tudo se concretizaria ali, naquela cama, naquela casa de sapê.
A cabeça começou a entrar então ele para, se inclina até chegar ao meu ouvido e diz:
- Você sabe quanto tempo eu esperei por isso?- e coloca até a metade de sua rola dentro de mim.
- Você sabe que eu não vou ter pena de você né?- ele coloca a outra metade e eu apenas gemia.
Logo começamos um vai e vem bem frenético, sem parar, como se um transe nos guiasse ao clímax, como se tudo ao redor tivesse apagado, entrado em borrão, eu não aguentei muito tempo, comecei a gemer alto demais.
- Você... É... MEU!- não aguentei e gozei, ele ainda estocou mais três vezes em mim e começou a gemer e gozar todo meu ânus. Ele deitou ao meu lado, super cansado, eu também estava cansado, tinha acontecido muito coisa em um dia só, de reencontrar o grande amor da minha vida com um ódio mortal a perder uma grande amiga e transar com o marido dela. Ficamos abraçados de conchinha por mais dez minutos. Eu já estava quase dormindo quando ele fala:
- Luis, eu te... - não consegui escutar o resto, o sono foi maior e apaguei.
Bom pessoal esse foi um pouco maior do que o habitual, se vocês acharem melhor eu deixo os próximos mais longos! Ai vai de vocês, então obrigado pelos comentários e por tudo, fico muito feliz e até breve.