Minha ida foi calma e tranquila, mas quando volto escuto um bom dia que faz tremer a espinha.
Aquele sorriso que me fez pensar em fugir de tudo e todos. Ao tentar andar rápido ele segura meu braço e diz:
- Ta fugindo de mim é? Vamos ali você não vai se arrepender. – Disse ele me encarando.
Nessa hora num sei o que me ocorreu, mas tinha que dar um basta nessa história. Soltei-me dele e disparei:
- É. Vou me arrepender sim. E outra se você não se ligou eu sou de menor e alem do mais que eu lembre pedofilia é crime. Agora se realmente você quer ser preso eu vou fazer questão de te procurar não importa onde até você ser preso. – Digo.
- Calma, eu não pensei que você fosse menor de idade. – Diz ele com uma cara meio de espanto.
- Agora que você veio se ligar. Tanto faz. Siga-me mais uma vez e vou te denunciar por abuso de incapaz. Deve pegar uma pena de 1 a 3 anos sei lá, mas acho que você não quer ficar preso. Então some. – Digo em um tom sério.
- Tá foi mal. Já vou. – Ele sai e vira numa esquina.
Me surpreendo comigo mesmo. Nunca tinha falado assim, mas ou eu fazia isso ou estava sendo violentado por alguém que nem sei o nome.
Chego em casa. E me sentir mais aliviado. Não sei se aquele homem iria voltar a me persegui ou outra coisa mais pelo menos tinha botado ele pra correr. Acesso um pouquinho e Henrique me chama pra conversar, aliás, me chamar pra tentar ajudá-lo com o currículo e realmente tava uma tragédia.
Consegui consertar e mando via MSN para ele. E ele me diz que iria me dar um abraço de urso no dia seguinte, pois haveria curso. Eu rir. Ele jurou que iria me dar um abraço e eu fingir que acreditava. Depois disso fui tomar café e depois cama. Estava exaustoNo dia seguinte fui para o curso tudo muito bom. Na hora de entregar o currículo foi normal, quando deu a hora do intervalo uma grande surpresa estava na sala sozinho terminando de ajeita a mochila para sai da sala e quando me viro recebo um abraço de urso. Nossa a sensação foi maravilhosa, me sentia protegido. Sentia que realmente estava num paraíso. No começo estava sem reação, mas depois retribuir o abraço. Mais alguns segundos e nos afastamos. E quando estava começando a pintar um clima ele se afastou. (Num gosti).
- Iai, eu não falei que iria te dar um abraço de urso. – Diz ele com aquele sorriso.
- Eu pensei que era brincadeira. – Digo me recompondo.
- Quando eu falo eu cumpro. – Diz ele se afastando. – Vamos para lá fora. – Diz chegando a porta.
- Já vou. Só estava pegando o fone. E guardando o caderno. – Digo se aproximando.
Depois daquele abraço o dia simplesmente ficou mais bonito do que o normal. No final do curso Henrique, Tiago e eu estávamos indo em direção ao ponto. Tiago iria de carro, Henrique morava quase na frente do ponto e eu iria pé, pois havia esquecido o dinheiro da passagem.
Me despedir de ambos e fui andando. Seria uma subida depois uma decida para chega na ladeira onde ficava a rua onde moro. Já estava começando a descer quando paro em frente ao semáforo para atravessar. Atravessei e quando ando mais ou menos 50 metros olho para o lado e me deparo com Henrique de moto dando carona a Tiago. Peraê foi isso mesmo que eu vi. A criatura do Tiago pegou carona sendo que tinha dinheiro da passagem. (Sacanagem). Olhe de novo para a moto descendo e os dois sorriem. Se olhar matasse pode ter certeza que eu não estava enxergando duas pessoas e sim dois caixões marrons com uma cruz dourada em cada um. (Raiva). Segui para minha casa e me deparo logo com que o homem. E logo ele abre aquele sorriso medonho. E diz:
- Meu lindo. Bom dia. Como está? – Diz ele.
Para tudo “Meu lindo?” como assim? Eu uma criatura que só pela misericórdia. Apenas disse:
- Bom dia. E não tou bem hoje. – Digo.
- Por que o que foi? – Diz ele. Com aquela cara de preocupado. (Ata, eu finjo que acredito).
- Nada não esquece. – Digo. E ando mais rápido.
- Brigou com o namorado? – Diz ele.
- Que namorado o que?- Digo
- Nossa uma gracinha dessas sem namorado. - Diz ele me alcançando.
- Ninguém me quer. E eu não tou com cabeça pra isso agora. – Digo.
- Você ta com tempo? – Diz ele.
Já estava começando a subir a primeira parte da ladeira para minha casa. E como eu não tinha, pois o colégio esta em greve e reforma. Tinha tempo de sobra mas não iria a nenhum lugar com ele.
- Não, tenho que sair de tarde. – Digo mentindo.
- Que pena se não levaria você para casa. Para nós fazemos amor. – Diz ele me olhando por traz.
- Opa eu nem te conheço mal sei seu nome e não venha com essa de amor. – Disse e sair andando mais rápido que eu podia. Já estava no final da ladeira e não seria agora que eu iria cair na conversa desse homem.
Cheguei à segunda parte da ladeira onde dava pra minha casa. Andei rápido cumprimentei alguns conhecidos e outros que já gostam de olhar pra quem passa nem dei bola. Cheguei em casa mais rápido do que o habitual. Fiz tudo o que tinha pra fazer, almocei e fui dormir. Precisava descansar depois de tudo o que tinha acontecido só naquela manhã. 1° O abraço de Henrique. 2° A carona que ele deu a Tiago. 3° Aquele velho tentando algo comigo.
Dormir a tarde toda só vim acorda por volta das 4 da tarde. NO outro dia haveria curso então tive que ajeitar a casa, pois no outro dia iria receber visita da minha tia.
No dia seguinte não sentei perto de Henrique e nem de Tiago. Não queria saber o que ambos tinham pra falar. A professora passou um trabalho em grupos à sala foi dividida em 06 no total. Teríamos que apresentar um produto. Eu olhei até para Henrique e Tiago me chamando para fazer grupo com eles, mas como os dois são tão populares o grupo se formou rapidinho.
Eu fiquei sobrando e acabei formando grupo com Alan, Ana, Antônio e Débora. Eu conhecia quase todos menos Alan, pois tinha chegado há uma semana. Henrique não foi muito com a cara de Alan, mas tanto faz eu não tava bem por causa dele também. As apresentações seriam na semana seguinte. Meu grupo decidiu o produto e ele seria feito com material reciclável. Na semana seguinte ocorreram às apresentações meu grupo foi bem mais o de Henrique nem tanto, pois o professor queria um nome que não fosse registrado e o grupo de Henrique fez um produto com o nome já existente. E como a professora falou ele ficou com retado com todo mundo. Até mesmo comigo (Olhe que eu nem no grupo estava).
Depois disso Henrique começou a se afastar e minha amizade com ele enfraqueceu. Outros trabalhos apareceram e meu grupo era sempre aplaudido e o de Henrique nem tanto assim. O São João se aproximava e a sala foi escalada para se dividirem em grupo e montarem barracas infantis para a festa que ocorreria na associação. Eu e Henrique mais uma vez caímos em grupos separados, mas não fazia diferença ele já não falava comigo pessoalmente nem através das redes sociais. Muito menos sentávamos perto.
Chegou o evento junino e acordei cedo para poder montar a barraca junto com meu grupo. Indo para o ponto. O micro ônibus apareceu e como tinha poucas pessoas foi um alivio poder sentar. Na radio do carro estava passando Vida de Empreguete. Parei e olhei para os lados e o motorista cantava baixinho olho para o cobrador e nem se fala. Fiquei rindo vendo um velho se balançando na frente do carro junto com um gay que esta a duas cadeiras a minha frente cantando e imitando. Eu cair no riso.
Pela manha ajeito a barraca, volto para casa e me preparo para a festa que começaria às 16 horas. Chegando lá estava com uma calça pois os mosquitos adoram uma perna. Ao me vira para entrar na ala das barracas me deparo com Henrique. E ele diz:
- E ai garoto?- Diz segurando duas cadeiras para levar ao salão principal.
- Oi – Disse mais sai o mais seco possível.
Ele vai em direção ao salão onde ocorreria a festa e eu fui para a barraca onde já tinha umas 10 crianças perguntando que horas iria começar a funcionar a barraca. Quando a responsável disse que poderia começar queria dizer SSSOCORRO. Apareceram mais umas 30 crianças e começou com pescaria passou para vivo morto e tanta criança gritando me chamando de tio (Pirei). Uma brincadeira atrás da outra e não tinha tempo para descanso pois aparecia outras meia dúzia de crianças. Depois de 2 horas de relógio a barraca fechou por só ter o meu grupo. Os outros não fizeram nada. Fui para a festa, mas já estava cansado tirei algumas fotos e depois de um tempo fui embora. Fiquei no ponto esperando o carro chegar e ele chegou até rápido. Mas como um trajeto em que o carro percorria estava em obras tive que enfrentar um engarrafamento longo. Depois de 1 hora e meia cheguei em casa. (Ufa Descanso
Na semana seguinte não houve curso por causa do recesso junino (Eba!). Pude retomar as minhas forças, pois as crianças sequestraram tudo.
O curso estava chegando ao fim. Henrique sumiria. Um lado meu comemorava e outro chorava como eu viveria sem Henrique e se eu me declarasse para ele. E eu acho que vai ser isso que eu vou fazerContinua?