Entre Homens
Capítulo I - Um sonho inesquecível...
Será que o amor entre homens existe? Será que é apenas algo que acontece entre heteros? Será que dois homens podem descobrir o paraíso ainda aqui sobre a terra? Que o amor entre os mesmos possa ser vivenciado com ares de novela? Aqui você é convidado para se aventurar na história de um amor possível entre machos de verdade...
‘O seu mais leve olhar vai me fazer, facilmente desabrochar apesar de ter fechado como um punho cerrado. Você me abre sempre pétala por pétala como a primavera abre (tocando de leve misteriosamente) sua primeira rosa.’
Estava numa mansão que bem não tenho nenhuma recordação de ser familiar nesse momento. Todos estavam usando máscaras. Homens e mulheres dançando valsa no meio da sala de estar da mansão. Estava como que sendo um mero observador... Não estava entendo o que acontecendo ao meu redor. Não encontrava uma saída daquele local. Parecia que no meu íntimo alguma coisa me dizia para não abandonar o espaço. Comecei a dar passos. De repente eis que surge um belo rapaz mascarado; olhava-me com um sorriso exposto no seu rosto que me encantava e me hipnotizava. Ei-lo se aproximando cada vez mais de mim. E eu inerte diante de tal rapagão que me encantava e me deixava como que magnetizado por aquele olhar escondido por trás da máscara.
Olhando-me fixamente, sorriu e me disse:
“Concede-me uma dança?!”
“Como?!” Perguntei sem entender nada, afinal tinham muitas pessoas em volta da gente. Que vergonha!
“Não se preocupe... Hoje sou o seu príncipe encantado meu anjo”, disse o rapagão em meio ao seu sorriso.
Encantado pelo seu gesto não lhe resisti ao convite. E começamos a dançar pelo salão. Aos poucos todas as outras pessoas iam uma por uma sumindo do salão. Quando dei por mim, estávamos apenas eu e ele no salão dançando sozinhos. Ele olhou-me e disse: “Você é o meu anjo e meu príncipe.” Fiquei lisonjeado com tais adjetivos. Quis nesse momento tirar-lhe a máscara para saber de quem se tratava tal rapagão. O mesmo conteve minha mão. Disse-me se voltando pra mim com um ar de sedução: “Vem comigo.”
“Para onde?” Indaguei-lhe com certo receio.
“Não se preocupe meu anjo.” Respondeu-me conduzindo por uma escada e segurando minha mão.
Chegamos a um aposento muito lindo onde as paredes eram singelas com uma grande cama de casal ao centro. Aos poucos fiquei nervoso. O que aconteceria ali e além do mais não conhecia tal rapaz mascarado. Ele me conduziu até a cama. Sussurrando em meu ouvido coisas indizíveis mais que somente os amantes mais vívidos de experiência amorosa são capazes de entender. Meu coração então consentiu em tudo que o mascarado desejava. Aos poucos se aproximou do meu rosto. Sua respiração queria falar algo a mim. Suas mãos entrelaçadas as minhas. Seu sorriso cada vez mais encantador. Quem poderia ser esse homem?
Aos poucos ele foi me tomando em seus braços fortes. Por sinal fui percebendo que se tratava de um rapagão bem forte, robusto, másculo até a sua alma. Beijo-me e fui correspondendo aos seus apelos labiais. Era um misto de ternura, dominação, empolgação, medo, afinal quem era aquele homem que ia aos poucos me tomando para si; como se toma algo para aplacar sua fome voraz? Instintivamente me deixei levar pela situação. Meus lábios tinham sede de tal homem. Tal desejo de súbito foi sendo uma resposta inconsciente aos meus desejos carnais. Ele foi abrindo botão por botão da minha camisa. E o mesmo fazia com ele.
Entrei em êxtase afinal quando fui descobrindo o corpo de tal mascarado fui percebendo o quão era maravilhoso. Homem realmente talhado pela natureza. Peitoral enorme com poucos pelos mais que faziam uma bela paisagem de se ver. Sua barriga era um tanquinho cheio de gomos, que me convidaram para apalpar cada um sem pressa, sem medo, mais com muito desejo. Ele continuava a me beijar deixando-me sem fôlego. Atraquei-me aos seus mamilos lambendo vagarosamente. Nossa!!! Como ficaram rígidos com os meus lábios desbravando seu belíssimo peitoral. Não me fiz de arrogado e cada vez mais ia me entregando aquele rapagão mascarado. De sorte que mesmo portando a força de homem musculoso, ele era de uma ternura fenomenal.
Pensava comigo mesmo será que isso não é um sonho do qual vou acordar a qualquer momento? Será que tudo aqui que está acontecendo é real?
Olhava-o com desejo profundo que não tinha fim. Pois o fim era ele mesmo me consumindo por ele. Sem perceber estava abrindo o zíper de sua calça. E fui percebendo que se formava um volume enorme sob sua cueca. Ajoelhei-me diante dele. Comecei acariciar com a boca sobre a cueca. Olhei para o alto e via seus lábios se deliciando com tudo aquilo. O seu mastro ficava cada vez mais duro. Fiquei atônito com tudo aquilo que não cabia mais em sua cueca. Era um absurdo de grande acho que uns 21 cm bem grosso podia ser até maior. Quando descia sua cueca com a boca seu mastro saltou de sua cueca como algo imenso e incrivelmente duro. Não me fiz de arrogado comecei a brincar com tudo aquilo. Primeiro passando meus lábios sobre a cabeça grande e avermelhada. Deslizava minha língua centímetro por centímetro sem me preocupar com o tempo. Do alto apenas gemido oriundo dos lábios do rapagão.
Fui tomado repentinamente pelos seus braços fortes que me sufocavam com seu ar de sedução. Beije-lhe sem contar os minutos parecia uma eternidade. Subitamente ele me joga sobre a cama. Vagarosamente foi tirando a minha roupa, passando seus lábios sobre meu peitoral, umbigo, meu pau que àquela altura estava uma pedra por causa do desejo por tal homem desconhecido. Linguava a minha virilha recostando seu rosto sobre os bagos de meus testículos. Nossa que delicia era aquilo tudo. Que homem escultural era aquele que conhecera em meio a uma multidão de desconhecidos. Inerte apenas deixava ele me possuir de todas as formas possíveis. Com seu agir apenas respondia com sussurros e gemidos. Diante de mim aos poucos fui vendo um belíssimo homem, verdadeira obra da natureza. Totalmente despido de suas vestes e de pudor. Um homenzarrão de 1,90 de altura, 100 quilos, com um corpo todo musculoso e sarado. E de ganho um mastro que correspondia ao tamanho de seu dono. Aos poucos foi tirando sua máscara. E que visão. Já havia percebido que seu rosto havia uma belíssima barba que contornava seu lindo sorriso, agora via um olhar encantador, que me dizia coisas que não conseguia entender racionalmente, somente o meu coração.
Dizem que os olhos são a alma da pessoa. E realmente sentia que estava encontrando alguém que poderia me fazer ser feliz por toda a vida. O olhar é algo fascinante no rosto de uma pessoa e também a entrada da interioridade da mesma.
Ele me fez sentar de um lado da cama enquanto ficava de pé. Diante de mim sentia um cheiro único de macho, um macho dominador. Diante do meu rosto estava o seu mastro gigante que me incubia de fazê-lo ser acarinhado pelos meus lábios ávidos por sua forma cheia de veias. De fato não era possível abocanhar. Ele tomou meu rosto e fez-me tomá-lo pra mim. Meus lábios estavam num vai e vem. Começava a salivar, pois a minha boca estava totalmente tomada pelo seu pau gigante e mesmo assim não totalmente, quase nem conseguia chegar à metade daquela rola grande e grossa sem exagero nenhum.
Olhando para mim, dizia-me com a sua voz grossa: “Você está gostando meu anjo?”
Sem titubear respondia com aceno do meu rosto que sim, já que o seu pau estava pela metade atolada na minha boca surda e que buscava satisfazer tal prazer. De repente ele me vira de bruços. E exclama maravilhado: “Meu anjo, você tem a melhor bunda de macho que alguém possa vislumbrar!” Apenas respondia com gemidos a surpresa do meu macho ao descobrir o que lhe alegrava e animava mais ainda o seu tesão. Ele começou a morde de leve minha bunda branca e enorme. Talvez a minha bunda correspondesse em grandeza ao mastro daquele macho. Sua língua começou a invadir o meu cuzinho rosado. Sentia que nada neste mundo poderia se comparar a tal prazer. Que língua! Roçava o meu ânus com uma língua afiada e também roçava com a sua barba. Comecei a ver estrelas. Realmente estava no céu. Que céu era aquele onde o amor não tinha medo de ser e de ser vivido com toda força por ambos machos.
Ele subia minhas costas passando sua língua até chegar a minha nuca, minha orelha. E em meio ao tesão que já estava explodindo entre nós. Disse-me ao pé do meu ouvido se estava disposto a ser invadido pelo seu sexo. Respondia-lhe safadamente que sim. Mesmo assim disse-lhe para ter cuidado, pois o seu pau era descomunal. Ele sorriu e disse que seria o cara mais paciente do mundo. Desceu até meu cuzinho desejoso e começou a lubrificar com muita saliva que aos poucos o deixava todo lisinho, pouco a pouco foi abrindo terreno com um dedo. Nossa como foi incrível ser possuído por ele. Dizia-lhe que poderia continuar alargando meu cu para que eu pudesse ser totalmente comido pelo seu mastro. Aos poucos retirou o seu dedo, e foi brincando na entrada do meu cuzinho com o seu mastro. Nossa realmente ele foi paciente. A cabeça do seu pau era enorme. Quando passou a cabeça na entrada do meu cu, não resisti e gritei. Ele olhou para mim e disse que se eu o quisesse poderia parar ali mesmo para não me machucar. Eu disse para continuar, pois sentia nele total confiança. Talvez porque me sentia amado por tal desconhecido. Aos poucos cada centímetro dos seus 21 eu acho foi me invadindo. Nossa quanta dor. Chorava silenciosamente. Mais meus gemidos não tinha limites de volume. Quando finalmente todo o seu pau estava dentro de mim, relaxei. Ele começou um vai e vem que fazia a dor e o medo perderem terreno para uma alegria única e ímpar.
Nossa estava realmente sendo amado por aquele homem maravilhoso. Contorcia-me todo, pois de fato o seu pau era grande e grosso fora do normal. Ele retribuía com muito carinho e quando meus lábios se encontravam com os dele, ele os beijava com uma gana anormal. Afinal tudo era incrível.
Sem muita demora senti sua porra se derramando dentro do meu cu, jatos e jatos de porra inundavam-me por trás. Seu pau quando foi retirado do meu ânus. Estava melecado com a sua porra. Nossa o sorriso no seu rosto não tinha nada comparável. Era a felicidade em pessoa. Ele se voltou pra mim e começou a me beijar. Entre um beijo e outro, dizia-me que nós seríamos felizes pra sempreNeste momento me levantei da cama e passei a mão na minha cabeça. Nossa infelizmente não passava de um sonho. Droga! Meu despertador já indicava que precisava acordar afinal teria meus compromissos no seminário. Você eleitor pode agora ficar pensando que absurdo é esse que acabara de sonhar?
Agora peço licença pra lhe falar quem sou. Meu nome é Taumaturgo, ou melhor, Frei Taumaturgo, sou frade franciscano. Tenho 25 anos, 180 m, 90 quilos bem distribuídos. Nunca fiz academia para ter tal corpo, talvez herança genética. Já sou frade há pelo menos sete anos, entrei no convento quando ainda tinha 18 anos. Para quem não sabe a diferença entre seminarista e religioso é muito simples. No tocante ao seminarista, é aquele jovem que estuda filosofia e teologia se preparando pra ser padre em uma região denominada diocese; enquanto que o religioso faz o mesmo processo de formação mais dentro de uma ordem religiosa ou instituto de vida consagrada. Além de que esse jovem ou moça fazem votos de pobreza, obediência e castidade seguindo os conselhos evangélicos de Jesus Cristo. Estou próximo de ser ordenado padre.
Sou filho de um fazendeiro muito importante da região de Barretos. Antes que me pergunte alguma coisa sobre a minha vocação. Não tem nada haver com promessas ou coisas desse tipo e sim por livre desejo meu de servir a Deus como frade e sacerdote. Afinal minha região existe uma grande atuação dos franciscanos e sempre fui inclinado pra viver a vida deles. Sou um rapaz simples, tranqüilo e muito amigo de todos. Um anjo. Anjo! Nem posso pensar nisso que logo vem o sonho em minha mente. Este é o meu segredo que revelo somente a você meu leitor. Sou homossexual, mais tenho que manter isso na clandestinidade devido meu pai não entender nada sobre isso e também por causa da minha opção vocacional. Por favor, não espalhe o meu segredo. Isso lhe digo sobre sigilo de confissão. Risos...!
Sou um cara muito simples, amante da natureza, minha vocação está voltada para ajudar os pobres. Sempre vi em São Francisco de Assis o modelo mais próximo do seguimento de Cristo. Por isso, procuro respeitar, amar e cuidar de todas as criaturas que Deus colocou nesse mundo. Sou meio nostálgico, procuro cultivar os valores humanos e cristãos mesmo sendo um pecador. E além do mais procuro cuidar da minha intimidade. Sou muito reservado quanto a isso. Tenho meus medos e receios de partilhar sobre essas questões aos outros. Somente Deus e minha Nossa Senhora que conto tudo, tudo mesmo. Faço do meu coração um espaço de contemplação do amor divino. Sei que não sou santo, e nem quero ser. Quero ser apenas um bom homem. Ultimamente tenho sentido muito na pele os desejos por sexo. Sinceramente onde se tem muitos homens no mesmo lugar não favorece em nada se esquecer disso. Lembro-me de um professor e psicólogo que dizia o seguinte: “A vida religiosa ou do seminário é um prato cheio pra quem é gay.”
Talvez ele tenha razão porque de vez em quando tenho me deixado levar pela luxúria. Sempre me pego me masturbando pensando em alguém do mesmo sexo. No passado tive uma paixãozinha por um primo meu. Nada de sério, apenas uns “pegas” mesmo. Éramos jovens demais e talvez nem soubéssemos o que estávamos fazendo naquele momento. Porém, tudo aquilo aos poucos foi se consolidando dentro de mim. E hoje me vejo atraído por homens. Realmente sou gay. Mais nunca fiz escolha por ser gay. Ninguém faz escolha pra sofrer preconceito. Sofrer descriminação de seus pais, irmãos, amigos e demais conhecidos. Fiz uma opção pra ser feliz como qualquer pessoa.
Agora tento conviver com esse dilema de amar a Deus e sua Igreja ou abandonar tudo pra tentar viver minha vida particular ao lado de outro homem. Sempre tenho sonhos noturnos. Ultimamente os sonhos estão cada vez mais clarosEstou agora na capela do convento para a missa matinal. No decorrer da missa sempre vinha a tona os meus desejos carnais. Sempre tive isso como prova de amor a Deus. Mas era muito crucial quando eu ficava diante da Eucaristia. Nossa era confrontado por Deus nesse momento. Será que eu era digno de celebrar a eucaristia, mesmo desejando outro homem? Podia está fazendo a vontade de Deus me escondendo no convento? Será que ali estava sendo mesmo feliz. O tempo foi passando. Faltava apenas um ano para ser ordenado sacerdote. O que fazer? Na verdade não sabia o que fazer diante de tantas dúvidas. O sonho que eu tive era apenas a minha consciência me lembrando o que eu sou, o que eu curto. Meu Deus me ensina a fazer a tua vontade! Dizia-me interiormente.
A vida nunca é fácil, e se tratando de vocação também não é diferente. Precisava fazer alguma coisa. Sem muito pensar resolvi falar com o meu diretor espiritual e também o diretor da nossa casa, o Frei João.
Entrando em sua sala de trabalho, falei com Frei João. “Frei João posso ter uma conversa com o senhor?” O mesmo respondeu prontamente: “diga meu filho, o que lhe traz aqui?”
“Frei preciso muito conversar com alguém, pensei no senhor por ser um homem sábio, sereno e discreto.” Falei-lhe com certo receio.
“Pode abrir o seu coração meu irmão, Frei Taumaturgo,” disse-me.
“Estou sentindo que tenha muitas dúvidas sobre tudo que diz respeito a minha vocação. Está se aproximando a minha ordenação e tenho medo de ainda não está preparado pra isso.”
“Meu irmão, Frei Taumaturgo, nunca se está pronto para servir a Deus. Lembre-se que vocação é dar um salto no escuro e cair nos braços de Deus.” Falou-me com seu jeito simples de ser. Continuou falando andando pela sua sala: “caro frei, percebi que ultimamente você está um pouco desligado dos seus deveres religiosos. Com a mente muito longe daqui, isso nesse momento pode ser um risco pra você mesmo, se você me entende?”
“Sim Frei João.” Continuei falando: “o que o senhor sugere?”
“Sugiro que você passe um tempo em sua casa, com a sua família. Talvez seja o momento propício para Deus lhe falar ao seu coração.” Disse-me com uma sabedoria que somente um homem de Deus tem. Continuou falando: “Vamos fazer o seguinte como está chegando mesmo o período que geralmente cada um dos frades estudantes vão de férias para os seus lares. Eu digo que você fique em sua casa, reflita bastante. Pense nessas perguntas com muito carinho: Se realmente esta é a sua vocação? Se realmente este é o espaço pra você viver sua vocação? E qual o sacrifício pra você viver tal vocação?No momento que realmente sentir que aqui você será feliz, nunca se esqueça que sempre estaremos pra te receber de braços abertos... Pode-ser?”
“Mas Frei João aqui é minha casa, minha vida!” Disse-lhe com certa tristeza no rosto.
“Calma meu irmão, não estou dizendo que você não tem vocação apenas quero que você faça um discernimento maior, distante daqui, em meio a sua família. Se for vontade de Deus que você continue sua vida entre agente. Como lhe disse sempre estaremos aqui de braços abertos pra você, meu irmão Frei Taumaturgo.”
“Entendo Frei João, se isso se faz necessário então se fará conforme o seu conselho. Vou enviar uma carta ao meu pai para que ele fique ciente de tudo. Afinal pode ser um momento para rever meus valores humanos e cristãos.”
Deixei a sala e fui para a capela do convento orar um pouco. Pedir discernimento de Deus, nesse percurso fiquei pensando em toda a minha vida e também no meu pai. Adentrando na capela, parei diante do sacrário e me prostei por um bom tempo em silêncio. Fiquei de joelhos erguei os olhos para o céu e implorei as bênçãos divinas.
“Sei que tudo podes meu Deus, nada é impossível para Ti... Ferido está meu coração, buscando direção. Confiante, ele espera ser curado para amar... Me sinto cansado Pai, me sinto pequeno diante de tudo o que me acontece. Parece que a dor do meu coração não tem fim.”
Nesse momento vinha como numa espécie de retrospectiva toda a minha vida, as pessoas que passaram em minha vida: a minha mãe que já tinha falecido, meus amigos, meu pai, os frades que conviveram comigo. Os momentos de solidão. A minha vida sexual permeada de desejos homossexuais. Nossa como era a grande o tesão dentro de mim. Quantas vezes sozinho me peguei masturbando pensando em outros caras, sejam algum frade, seminarista ou até mesmo as pessoas foram do convento.
“Ouve, ó Deus, o meu clamor, a minha oração...”
Nesse momento meus olhos já estavam vermelhos. Parecia que a minha interioridade estava sagrando por dentro. E as lágrimas eram como meu sangue transparente escorrendo. Quanta dor não na minha vida. Quantos encontros e desencontros na vida. Soluçava...
“Confiante, meu coração espera ser curado para amar, Senhor.”
Passei um bom tempo em prantos, pedindo iluminação divina para a minha vida. Nesse momento comecei a usar o mantra franciscano:
“Senhor, o que queres que eu faça. Senhor, o que queres de mim. Mostra-me os teus caminhos. Senhor o que queres de mim.”
Como dói Senhor... O amor é algo inaudito, indizível e transcendente. Ele nos joga para fora de nós mesmos. Impele-nos para vencer a si mesmo e nosso egoísmo. É o absurdo de tudo que pode tocar e dizer a respeito da vida humana. Mais o mesmo amor me empurra pra amar alguém do mesmo sexo. Isso é certo? Quantas vezes me fiz essa pergunta. Quantas vezes isso fez o meu coração ficar pesado. Mais se eu acredito que Deus é amor, como nos diz São João, tenho que acreditar que ele é todo Misericórdia. Deus não seria capaz de me criar para a queda. Deus ama a todos. Quem faz discriminação é o ser humano. O preconceito é a maior porcaria que o homem inventou para separar os seus semelhantes. Ele cria o racismo, o homofobismo, o machismo, o neonazismo, ele nos torna desumanos quando não amamos o outro na sua diferença.
Pensei no meu pai. Talvez ele pule de alegria, pois como sou filho único. Ele nunca entendeu o porquê da minha decisão de ser frade. Ele sempre quis que eu fosse o continuador de sua vida de fazendeiro. Bom seja o que Deus quiser!!!
CONTINUA....