Cumprimentei a moça e depois disso só consegui ficar de cara amarrada. Nem bebi nada alcoolico pra eu não falar merda depois de bêbado (tenho esse hábito rsrs) e depois de um tempo avisei a todos que iria embora. Não tava conseguindo esconder meu desapontamento, nem tentava.
- Você já vai Lucas?
- Vou Leonardo. Tenho coisas pra fazer em casa.
- Tá de carro?
- Não, vou de busão mesmo.
- Que nada, pode deixar que eu te levo.
- Precisa não. Fica curtindo com a sua gata aê, não quero atrapalhar.
Essa frase saiu bem cheia de raiva e ele percebeu, pelo sorriso que deu. Veio se aproximando e já me empurrando pro carro.
- Não aceito não.
Ele me fez entrar no carro e eu cedi. Fui explicando pra ele onde era minha casa e como ele conhecia meu bairro ficou fácil. Não conversamos mais nada até que ele parou na minha porta e eu agradeci, quando ia descer ele me segurou:
- Até quando esse joguinho?
- Que joguinho Leonardo?
- Eu sei que você é bi. Aquela sua amiga me contou.
- E daí? Num tenho vergonha disso não. Se você não quiser andar comigo eu te respeito.
- Eu sou gay Lucas. Eu tô afim de você.
Devo ter ficado roxo de vergonha e ao mesmo tempo sem entender.
- Mas e sua gata que você acabou de me apresentar?
- Essa era a deixa pra eu saber que você também tava afim. E eu já descobri.
Fiquei mais sem graça ainda. Ele tinha me testado e vagabundo me pegou! Caí como um patinho. Fiquei olhando pro nada sem saber o que dizer. Não costumo ser tímido, mas naquele momento eu perdi a fala. Tava com medo de falar alguma coisa e cortar o "clima".
- Quer ficar comigo?
Ele me surpreendeu e quando eu pensei em responder ele me beijou.
E que beijo! O cara beija bem demais. Num vou falar que foi o melhor beijo da minha vida porque os que se seguiram foram ainda melhores, mas eu tava em êxtase.
Tão em êxtase que fiquei de pau duro rapidão e ele percebeu, me olhou com uma cara de safado e eu fiquei me sentindo o adolescente punheteiro. Por mais que já tivesse ficado com alguns caras, com certeza Leonardo era o melhorzinho da lista (vcs entenderam neh?!). Ficamos mais um tempão, até que ele parou de me beijar.
- Apesar de nervosinho, você é uma delícia.
- Curti ficar com você também.
Ele abriu um sorrisão e eu também.
- Topa sair mais tarde?
- Sem sua gata?
Ele riu demais:
- Só nós dois.
- Você tá ligado que eu tenho 17 anos né?
- Isso deixa a coisa ainda melhor. Bebêzinho.
Ele ria, mas eu não. Minha mãe me chama de bebê (até hoje).
- Me pega aqui umas oito horas. Fui.
Desci do carro e entrei em casa. Liguei pra minha amiga e contei pra ela o que rolou. Ela se disse decepcionada (tava afim dele), mas feliz por mim.
Chegou a hora dele me pegar (no bom sentido) e eu fiquei no portão esperando. Com uns quinze minutos de atraso ele chegou. Entrei no carro e ele deu partida depois de me dar um selinho.
- Pra onde a gente vai?
- Pra minha casa!
Porra! Pra casa dele? Fudeu!