*CONTINUAÇÃO
Fiquei com aquelas palavras ditas por ele a noite toda, se eu já estava confuso com a minha vida agora tinha fudido tudo vez, resolvi não pensar nele, nem no que havia acontecido mais seria impossível. Resolvi continuar o trabalho sozinho mesmo e acabei fazendo uma merda atrás da outra porque a quem trabalha com perfeição era a Clarisse. Desisto. Tomo um banho e me masturbo pensando nele, naquele corpo lindo apertado pela regata, na forma como ele falava, no sorriso perfeito.
Saio do banheiro e deito na cama, pego meu notebook e entro no face, havia uma solicitação de amizade, fiquei super animado pensando que poderia ser ele e quando abro definitivamente, não era ele. Droga, mais espera ai, o que está acontecendo comigo? Será que eu estaria apaixonado por ele? NÃO, NUNCA JAMAIS.
Só que sim, tenho que admitir estava apaixonado, não parava de pensar nele.
- FELIPEE.
Essa é minha mãe me chamando pro jantar, desço as escadas (penando nele), sento na mesa, ela coloca meu prato. Não consigo nem beliscar a comida de quanto eu pensava nele.
- Você esta bem Felipe?
- to sim mãe, só estou sem fome, com licença.
Levanto da mesa e vou direto para o meu quarto, precisava esquecer que tudo aquilo havia acontecido, me perco em meio aos meus pensamentos até que adormeço.
Acordo e olho para o celular, 11:30, como assim? Porque a Vera não me acordou (vera empregada), lembrei que era sexta feira e a Vera folgava todas as sextas, levanto super correndo e vou para o banheiro me vestir para o colégio, alguns minutos depois já estava pronto, pego minha mochila e como de costume olho a rua pela janela antes de sair, havia uma sombra no portão, provavelmente era os mendigos que a vera dava de comer as vezes, saio de casa, abro o portão e já vou falando.
- Desculpa mais a vera não veio trabalhar hoje ent..
Paro, fico branco, verde, azul, rosa, lilás, acho que o arco Iris se encontrava em mim nesse momento, o Bruno estava encostado ao muro e quando me vê esboça um sorriso de canto de boca deixando a mostra seus dentes brancos alinhados por um aparelho com borrachas verdes que até eu não havia percebido que estava ali.
- Bru.. Bruno? O que você está fazendo aqui?
- Seu só queria te pedir desculpas por ontem, não queria ser inconveniente.
- Tá tudo bem, mais você poderia me falar isso na escola.
- É que como eu sou novo por aqui a única pessoa que conheço é você então passei por aqui pra irmos juntos.
- Você saiu do outro quarteirão só pra me acompanhar?
- É, porque? Não pode?
- É meio estranho mais tudo bem.
- Vamos logo então, já estamos mio que atrasados.
Tranco o portão e seguimos.
No caminho descubro um pouco mais da vida dele, havia mudado pra cá porque o pai havia conseguido emprego numa empresa por aqui, ele tinha uma vó que morava em um sitio há algumas horas dali porém ele nunca havia ido lá.
Mostro para ele os locais onde eu costumava ir (poucos, padaria, sorveteria e shopping), nos aproximamos do colégio e as pessoas que ali estavam já nos olhavam e cochichavam, eu daria tudo pra saber o que eles tanto falavam da gente, de mim melhor dizendo.
- Porque eles estão comentando e olhando pra gente?
- Nem eu sei, todo dia que eu chego no colégio é assim, ainda mais que você é aluno novo, deve ser algo sobre você.
Seguimos para a nossa sala, foi impossível evitar os olhares dos curiosos, sento e alguém no fundo grita.
- Aee Felipe, nem deixou o cara chegar direito na cidade e já ta pegando, você é rápido né! Ele diz isso e todos riem.
Levanto com um misto de raiva e uma vontade de ir socar a cara daquele idiota, corro para o banheiro, quando estou abrindo uma das cabines uma mão segura o meu ombro fazendo com que eu pare. Era o Bruno, seu rosto estava muito vermelho e sua testa suando.
- Porque você saiu daquele jeito?
- Você ouviu o que eles falaram? Eu dizia em meio a soluços, lagrimas nervosas percorriam minha face.
- Deixa eles falarem Fe, isso não vai mudar em nada a sua vida, você vai deixar de ser quem você é por causa de comentários idiotas?Hãn? Responde, é por isso que eles fazem isso Fe, eles falam e você simplesmente sai da sala e deixa eles rindo da sua cara.
- se você veio aqui pra me diminuir mais ainda pode voltar ta bom.
- Você não ta entendendo nada.
- o que você quer que eu entenda Bruno, você quer eu fique discutindo com eles toda vez que zoarem da minha cara?
- Não Fe, eu quero que você saiba que eu estou aqui pra te ajudar. Ele dizia enxugando minhas lagrimas. – eu vou sempre estar com você.
- E você não vai ligar se eles fiarem falando por ai que a gente está namorando?
- e qual o problema?
- deles falarem?
- Não, da gente namorar.
...
*CONTINUA