*CONTINUAÇÃO
Meu coração acelera meu olho esquerdo pisca (sinal de que eu estava nervoso), me sentia envergonhado pela situação em que me encontrava e ver ele com o rosto vermelho, com aquele sorriso lindo olhando pra mim me deixava mais nervoso ainda.
- Você não vai falar nada?
- Bruno... Eu... É... Eu...
- É acho que não, mais não precisa falar mesmo, é melhor agir.
Encosta-me na portinha da cabine e me beija meu primeiro beijo em um garoto, uma sensação incrivelmente nova sentir os lábios de outro homem tocando o meu, ele percorria cada centímetro da minha boca com seus lábios famintos, uma das suas mãos repousava no meu pescoço enquanto a outra percorria toda a extensão do meu corpo, me deixei levar pelo momento e me cedi totalmente a ele. Junto com os beijos recebia caricias, um leve cafuné nos cabelos, nosso corpos colados, eu sentia o calor que ele emanava, o perfume grudado na sua roupa, nossa como ele era cheiroso, está ficando louco com tudo aquilo, cada vez mais ele me pressionava contra a porta e seu corpo pressionado ao meu fazia com que eu sentisse seu pênis duro encostando-se à minha cintura (ele é um pouco mais alto que eu).
Paramos o beijo aos selinhos, sua mão percorre a minha face, abro o olho devagar e vejo o seu sorriso, só que agora maior fazendo um contraste com seus olhos que brilhavam.
- Então, você aceita namorar comigo?
- Sim, eu aceito.
Ele sorri e me dá um selinho.
- Vamos devem estar procurando pela gente.
Lavo o rosto mais uma vez e saímos do banheiro, uma aglomeração já se formava em frente a diretoria por pessoas da minha sala e alguns curiosos que queriam saber o que havia acontecido, um segurança da escola vem em nossa direção, segura no braço do Bruno e pede que ele vá para a direção.
Clarisse vem em minha direção. A cara que ela estava fazendo não era das melhores, alguma coisa séria havia acontecido.
- Onde vocês estavam Felipe?
- No banheiro, o que aconteceu?
- Quando você saiu da sala, aquele idiota ficou falando coisas lá, o Bruno levantou e começou a esmurrar a cara dele, ele não te falou?
- Não, eu até vi o rosto dele um pouco vermelho mais não perguntei.
- Você precisava ver Felipe o jeito que ele estava batendo, ele é muito forte, mais o menino disse que isso não ia ficar assim, estou com medo agora.
-Eu também. Vamos esperar pra ver o que vai acontecer.
Sentamos num banco, eu já estava impaciente queria que ele saísse daquela sala o mais rápido possível, só de pensar que isso tudo foi culpa minha. Droga, eu não queria que nada daquilo tivesse acontecido, e pelo visto não iria acabar por ali.
Bruno sai da sala e caminha na nossa direção, o menino sai em seguida, nossa ele estava com um olho inchado, a coisa foi feia mesmo.
- Você ta bem? O que aconteceu lá dentro?
- Fica calmo Fe, ela apenas perguntou o motivo da briga e depois que eu expliquei tudo pra ela ele recebeu uma advertência e vai ser preciso chamar a mãe dele, quanto a mim, recebi apenas uma advertência.
- Fiquei preocupado com você, porque não me falou que tinha brigado?
-Não queria te deixar mais preocupado.
O menino passar pela gente nos encarando. Pela primeira vez na minha vida eu teria um inimigo, resolvemos voltar pra sala, quando entramos algumas meninas veio em nossa direção perguntar se estava tudo bem. Fora isso a aula correu normal.
Bruno decide me acompanhar até em casa, eu disse que não seria necessário mais a insistência dele foi tanta que acabei por ceder. Quando estamos nos aproximando da minha casa mais uma vez o meu pai esta chegando do trabalho (todo dia era assim, a menos que ele se atrasasse ou eu saísse mais cedo do colégio) enquanto o portão da garagem está abrindo ele fica me encarando, fiquei constrangido, e com medo afinal não sabia o que ele estava pensando, quer dizer eu nunca soube anda do que ele pensava.
Despeço-me do Bruno, fiquei triste porque não pude nem dar um beijo nele. Entro em casa e quando estou subindo para o meu ouço alguém me chamar.
- FELIPE. Meu pai diz num tom amedrontador, já havia esquecido o tom da voz dele.
- Pois não.
- Venha aqui, preciso conversar com você.
Quase me cago de medo nessa hora, nunca nesses meus 17 anos meu pai havia me chamado para uma conversa, eu não sabia o que esperar, a cada passo que eu dava meu medo só aumentava, sentia como se meu coração estivesse subindo o meu esôfago e fosse sair pela boca.
Entro na sala dele e fico parado na porta.
- Diga pai.
- Quem é aquele rapaz?
...
*CONTINUA