Já fazia algumas horas que Rafa estava na rua, ele decidiu levantar e caminhar um pouco pela praça quando um carro para ao seu lado e baixa o vidro.
-Rafael, que faz aqui esta hora? Sozinho no meio da rua?- Maite uma prima de Rafael o reconheceu e perguntou cheia de preocupação, se aproximando.
-Maite! Que bom te ver!-Rafa estava à beira das lágrimas.
-O que aconteceu?- Maite acenou para o carro, esperasse, e olhou para o ruivo, tocando-o no braço. - Nossa, você está gelado! Deve estar morrendo de frio sozinho nessas ruas, querido! O que aconteceu?
-É que...- Rafa começou a chorar, soluçando.- Eu e Uckermann discutimos... Ele ficou fora de si, me pôs para fora e...
-O quê?- Maite arregalou os olhos.
-S...Sim, e agora eu não tenho para onde ir...
-Como? Você vai comigo para minha casa!
Rafa a olhou, confuso.
-Como? Mas, seu marido...
-Não me importa! Vamos, você está tremendo pobrezinho!- Maite conduziu Rafael até o interior do carro colocando um pesado casaco nas costas do ruivo.
-Obrigado.
-Imagine! Acha que eu poderia deixar você, tão frágil, sozinho naquela rua gelada?
Rafael fungou, aconchegando-se mais ao casaco.
-Que marca é essa no seu rosto?-Maite perguntou de repente.
O ruivo suspirou.
-Uckermann ficou descontrolado. Parecia um diabo atiçado. Acabou me batendo.
-O quê? -Maite abriu a boca, indignada. –Mas, que absurdo! Ele não tem o direito! Nenhum homem tem! Eu irei até a Mansão Uckermann! Vou acertar umas contas...
Rafa acabou sorrindo.
-Não é necessário, Maite. Já conhece Uckermann, ele acabaria com você. Você nasceu na época errada, não?-Brincou.
De cara fechada, Maite disse:
-Não suporto esse homem.
-Muito menos eu.- Rafa suspirou.- Mas agora que estou casado com aquele demônio, minha vida está insuportável.
-Uckermann não tem piedade.- Maite murmurou com um rápido suspiro.- Eu o avisei. Mas por que afinal foi à discussão de vocês? Deve ter sido muito sério para deixá-lo tão nervoso...
Rafa hesitou. Confiava muito em Maite, mesmo só tendo a visto uma vez em seu aniversario, mas sua mente lhe disse que seria melhor não contar nada do quadro. Poderia piorar a situação.
-Sim, eu fiz algo que Uckermann tinha proibido terminantemente. Eu não deveria ter feito, conhecendo-o tão bem.
-Mas o que você fez de tão grave?-A morena o olhou, curiosa.
-Desculpe, Maite. Confio em você, mas isso não poderei contar.
-Bem...tudo bem. Mas como Uckermann teve coragem de fazer isto com você? Você é tão inofensivo! Nada justifica o ato dele!
-Ele é um monstro.- Rafa sussurrou, lembrando-se de toda a briga.
-Nunca mais quero vê-lo! Pelo menos agora estou livre...
Maite o olhou com preocupação.
-Eu não queria assustá-lo, Rafael, mas não creio que Uckermann te deixará livre. A raiva dele vai passar, e quando passar ele vai querer, você de volta.
-NÃO!- O ruivo tremeu.- Não vou suportar mais isto!
Maite suspirou. O carro parou. A morena ajudou Rafa a descer, e ambos entraram na Mansão.
-Meu marido está em casa?-Ela perguntou a uma criada, assim que entraram.
-Não, senhora.
-Melhor assim. Maite disse para Rafa, girando os olhos. -Este é um amigo que irá passar a noite aqui. Arrume um quarto para ele, sim?-Pediu à criada, que assentiu e saiu.
-Maite, nem tenho como agradecer tudo isto. Não vou dar trabalho?-Rafa perguntou.
-Claro que não! E se por acaso Alan voltar hoje, eu explicarei tudo a ele. Não se preocupe. Agora creio que você irá querer um banho, para depois dormir, não?- Perguntou, gentil.
-Definitivamente.
-Ah sim, e pode me chamar de Mai .-A morena sorriu.
-Ok, Mai.
-Você não tem um apelido? Vou te chamar de Rafa!
O ruivo ruiva sorriu de volta.
-Está bem.
-O quarto está pronto, senhora.- A criada voltou.
-Obrigada. -Maite sorriu para a velha.- Eu o levo, Rafa, venha.
Quando chegaram ao quarto, Rafa vislumbrou a cama e só teve vontade de se jogar ali e adormecer sem pensar em nada.
-Pronto, descanse. Amanhã decidimos o que faremos. -Maite disse.
-Obrigada de novo, Mai.- O ruivo, abraçou Maite num impulso.
A morena sorriu.
-Pare de me agradecer. Durma bem!
Maite se afastou.
Rafael entrou no quarto, e foi direto tomar um banho. Sentia o corpo pesado como chumbo pelo cansaço. Quando se deitou, adormeceu imediatamenteRafael acordou no dia seguinte sentindo-se desnorteado. Lembrou-se de todos os fatos do dia anterior e suspirou, voltando a fechar os olhos.
-Mas você não tinha o direito! Eu o estou protegendo!
Abriu os olhos quando ouviu a voz de Maite. Parecia uma discussão no andar de baixo.
-Você não pode protegê-lo do próprio marido, Maite, não seja estúpida!
Rafa ouviu a voz de Alan, marido de Maite replicando.
-Alan, quem está fazendo uma estupidez é você...
-Não levante a voz comigo!
O ruivo sentou-se, confuso. Será que estavam brigando por causa dele?
Rafa ouviu mais alguns resmungos no andar de baixo, e alguns minutos depois sua porta foi aberta abruptamente por Maite, que parecia furiosa.
-O que aconteceu?-Rafa perguntou.
-Alan disse à Uckermann que você está aqui.- A morena respondeu de mal grado.
-O quê? Mas...
-Eu nem tive tempo de impedir! O maldito o fez pelas minhas costas. -Maite disse baixinho, rogando uma praga em seguida.
-Mas não creio que Uckermann virá aqui atrás de mim.-Rafa murmurou, incerto.- Ele mandou-me embora como se fosse um nada! Acho que não vai me querer mais depois do que eu fiz...
-Acho que está bem enganado. -Maite disse sombriamente.
-Senhora !-Uma criada chamou Maite, na porta.
-Sim?
-Há uma senhora lá embaixo que deseja ver seu amigo- A criada apontou para Rafa gentilmente.
Maite e se Rafa entreolharam.
-Disse a alguém que estava aqui?
-Não.- Rafa franziu o cenho.
-Posso mandá-la subir?-A empregada perguntou.
Maite deu de ombros.
-Mande. Dormiu bem, Rafa-Perguntou quando a criada saiu.
-Como uma pedra. Só espero não ter que voltar para aquela casa.
Maite apertou-lhe os ombros.
-Não se preocupe. Estou aqui. Qualquer coisa, eu ajudarei você a fugir.
-Faria isso por mim?-Os olhos do ruivo brilharam.
-Claro!- A morena sorriu, e Rafa soube que pela primeira vez fizera uma amizade verdadeira.
A porta se abriu novamente, e Adelaide entrou, surpreendendo Rafa.
-Ah, senhor! Como está?- A mulher se aproximou, parecendo aliviada e ao mesmo tempo terna.
-Adelaide!- Rafael sorriu.- O que faz aqui?
-Senhor Uckermann mandou-me.- Adelaide disse timidamente.- Mas mesmo se não tivesse mandado, eu viria! Estive muito preocupada, senhor! O patrão estava nervoso quando fez o que fez!
-Se não fosse por Maite eu teria dormido na rua.- Rafa respondeu, olhando para a amiga.
-Coitadinho.- Adelaide balançou a cabeça.- Eu achei uma barbaridade, tentei procurá-lo mas o patrão não permitiu que eu fizesse nada. Tive medo que algo acontecesse com você naquelas ruas.
-Graças que não houve nada, mas obrigado por se preocupar comigo.- Rafa sorriu.- Para quê ele lhe mandou?-Perguntou temeroso.
-Para levá-lo de volta.
Rafa se ergueuContinua....
Amorees, estou amando os comentários kkk vou postar o próximo depois do jogo do Brasil...