-Gosto muito de você, Adelaide. Foi a única coisa que me manteve naquela casa, aguentando tudo. Mas eu não irei voltar, nunca mais.
Adelaide balançou a cabeça. Parecia meio desolada.
-Eu imaginei que o senhor ia dizer isso. Mas por favor, senhor, tenha um pouco de bom senso. Eu sei que o que o patrão fez foi imperdoável, eu compreendo tudo o que a senhor deve estar sentindo agora, mas se não voltar, vai para onde? Agora sua casa é a Mansão Uckermann!
-Eu arranjarei outro lugar para ficar. Qualquer lugar, menos ao lado daquele homem!- Rafael respondeu.
-Mas senhor...
-E seu pai, Rafa?- Maite perguntou, interrompendo.
O ruivo de um leve sorriso irônico.
-Ele nunca vai me aceitar de volta agora que casei. Creio que meu pai nem me ouviria, e já me colocaria para fora. Ou me mandaria de volta para Uckermann.
-Eu entendo.-Maite deu um sorriso meio triste, como se lembrasse de algo.- Bem, mas eu não deixarei Rafael voltar, tampouco!- A morena informou à Adelaide.- Se for preciso eu o ajudo a fugir!
-Não!-Adelaide pareceu horrorizada.
-Sim, e acabei de decidir que é isso que irei fazer.- Rafa disse abruptamente, como se uma luz o tivesse iluminado.- Adelaide, sinto muito, mas seu senhor não me verá mais. Vou sair daqui agora mesmo.
-Fará mesmo, Rafa?- Maite sorriu, animada.
-Senhor, não faça uma besteira!-Adelaide pediu, desesperada. -O patrão irá...
-Quando ele souber, eu estarei muito longe daqui, Adelaide.- Rafa interrompeu, e depois olhou para Maite.-Você me ajuda a escapar, Mai?
-Pode contar comigo!- A outra respondeu sorrindo, já começando a fazer uma pequena mala improvisada para o amigo.
-Senhor, eu imploro, não faça isso!- Adelaide segurou Rafael.- O senhor ficará furioso...
O ruivo sorriu.
-Não me importa. A fúria dele vai estar bem longe de mim. E eu ficarei muito grato se você puder enrolar Uckermann um pouco enquanto eu parto!
-O quê? Mas...
-Por favor, Adelaide!- Rafael a olhou com súplica.
A mulher suspirou, travando uma batalha por dentro.
-Oh! Está bem!
Rafa pulou e a abraçou abruptamente. Adelaide arregalou os olhos.
-Obrigado!- E o ruivo foi ajudar Maite a fazer a maleta.
-Vai precisar de dinheiro.- Maite lembrou, correndo até uma gaveta escondida do quarto, abrindo-a com uma chave e tirando algumas notas. -Tome.
Rafael hesitou.
-Mas, Mai...
-Tome! Quer se ver livre de Uckermann ou não?
O ruivo pegou o dinheiro.
-Maite, você é um anjo.
A morena sorriu, convencida.
-Ok, mas agora não é hora para elogios...Você tem que ir! Eu o acompanharei até o porto.
-Eu ainda acho uma loucura. -Adelaide comentou.
-Loucura seria o Rafa voltar para o marido!-Maite disse.
-Estou pronto! - O ruivo disse, pegando a maleta, apressado. -Vamos, Mai .Adelaide, não se esqueça de atrasar a notícia de minha fuga para Uckermann .Conto com você.
Sem que a mulher pudesse responder, Rafa e Maite já tinham saído do quarto.
-O que é isto? -Alan perguntou, assim que viu Maite e Rafa descendo as escadas.
-Ah, só vamos dar uma volta. -Maite respondeu, passando rápido pelo marido. -Logo eu estarei de volta, sim?
-Mas, aonde está levando o Rafael, Maite? Uckermann está procurando-o!
-Então deixe ele continuar procurando.-Maite respondeu baixinho, abrindo a porta para o ruivo e saindo logo atrás.
Mal acreditando no alívio, Rafael adentrou no avião. Logo encontrou sua poltrona que estava reservado no bilhete da passagem. Olhou pela pequena janela do avião, e seu nervosismo por ir sozinho para outro país começou a aparecer. Nunca tinha saído do Brasil, e agora estava abandonando tudo até os pais numa fuga impulsiva para a Espanha.
Só esperava que desse tudo certo ao chegar lá
Quando Rafael finalmente desembarcou na Espanha, apertou sua pequena mala na mão e olhou ao redor.
Ali era tão diferente do Brasil...
Cansado, com o pescoço doendo por ter dormido de mau jeito no avião, Rafa começou a andar.
Logo um táxi passou por ele, e o ruivo ergueu a mão. O táxi parou e ele subiu.
Agora tinha que procurar algum tipo de Hotel para ficar; pelo menos por enquanto.
Dizendo ser sua primeira visita ali, e precisando de um lugar para ficar, Rafa pediu ajuda ao motorista. Ele disse que conhecia um ótimo lugar para hospedar turistas, e a viagem até lá foi meio demorada.
Quando desceu do táxi, Rafa tirou uma mexa ruiva do rosto e olhou pra frente. Viu uma Mansão enorme, com uma placa que dizia “Hotel Fix”.
Gostando do que via, o ruivo sorriu de leve e foi na direção do portão do lugar.
Bateu em um tipo de sino que tinha lá para indicar sua presença, e alguns minutos depois uma senhora veio abrir o portão.
-Boa tarde, senhor- Ela cumprimentou com um sorriso.
-Boa tarde. -Sorriu docemente, entrando.
-Eu o acompanho até a recepção.- A velha ofereceu, e Rafa assentiu, seguindo-a.
Na recepção, Rafa pediu um quarto não muito grande. Após acertar tudo, foi levado até a porta de seu dormitório, agradeceu à mulher que a levara ali e entrou no quarto.
Colocou a mala em um canto, acendeu uma luz e se jogou na cama. Era bem mais confortável do que a poltrona do avião.
Cansado pela viagem de muitas horas, e com a cabeça doendo por tanta coisa que lhe passara naqueles últimos dias, Rafa pôs uma mão no rosto, ajeitou-se na cama e no segundo seguinte estava dormindo profundamente.
Acordou horas depois, totalmente sem noção de tempo e de espaço.
Apertando os olhos na escuridão, por um segundo ele não soube onde estava.
Mas então se lembrou que estava num quarto de Hotel, na Espanha. Olhou no relógio, na parede à sua frente, e viu que já passava da meia noite.
Tinha dormindo muito tempo!
O ruivo ia sentar-se na cama, quando sentiu uma presença no quarto e viu uma sombra se movendo.
Com o coração descompassado, Rafa ia gritar, quando a sombra veio para frente. A luz da lua, que iluminava parte do quarto através da janela, mostrou aos poucos os traços da figura forte e alta.
O grito de Rafa morreu na garganta. Pálido, sem voz, ele observou a luz cinza da lua iluminando parte de um rosto másculo e feroz. A outra parte do rosto estava obscura, quando Christopher moveu de leve a cabeça, olhando para Rafa com um leve sorriso perverso.
-Surpresa.- Ele murmurou, com a voz rouca, eriçando cada pelo do ruivo
-Christ... Christopher?- Rafa praticamente gaguejou.
Não podia ser estava tendo um pesadelo! Só podia ser isso. Aquele homem não podia estar ali!
-Em carne e osso.- Ele respondeu, a voz arrepiante.
O ruivo gritou. Christopher foi mais veloz e logo estava apertando Rafa contra ele, tampando-lhe a boca.
-Achou que poderia fugir de mim, docinho?
Rafa fechou os olhos, contorcendo-se nos braços dele, apavorado.
-Me solte!-Ele conseguiu tirar a mão dele da boca e em seguida lhe mordeu os dedos.
Christopher fez uma leve careta, tirando a mão de perto do ruivo.
-Seu tigre selvagem! Agora até morde?
-Não se aproxime!-Ele gritou, quando ele voltou a segurá-lo.- Como entrou aqui? Como me achou?
-Achou mesmo que poderia fugir de mim?-Ele pareceu incrédulo.- Rafael, eu já falei e vou repetir: você é meu. Nunca vou deixá-lo ir!
-Mas foi você mesmo que me pôs para fora e mandou-me embora!-Ele gritou, confuso.
-Fiz isso no fogo do momento, porque estava muito nervoso.- Chris disse com impaciência, apertando-a mais forte quando o ruivo tentou se desvencilhar. -Mas depois mandei Adelaide para ir te buscar!
-Sim, eu sei!- Rafa o olhou com raiva. -Mas as coisas não serão sempre como você quer Uckermann! Você mandou-me embora! Fez sua escolha! Eu não quero voltar para você, irei começar uma vida nova bem longe de ti!
-Só por cima do meu cadáver. -Christopher endureceu a expressão.- Já disse que te coloquei para fora por impulso. Mas jamais pensei que deixá-lo ir de verdade, no fundo só quis lhe dar um susto.
-Pois foi uma idéia muito cruel! Se não fosse por Maite eu teria dormido na rua e sabe-se lá o que poderia ter acontecido!
Christopher soltou a respiração.
-Sim, eu pensei nisso logo depois que você saiu. Mas isto foi para você aprender a não me desobedecer. Agora acho que pensará duas vezes antes de me desafiar, não?
-Como chegou até aqui tão rápido?-Rafa perguntou desesperado. Não queria ir com aquele homem! Não de novo!
-Assim que descobri que tinha fugido, peguei o primeiro avião para cá que encontrei. Para ser sincero, cheguei no areporto exatamente na hora em que seu avião saía.- Ele respondeu com desgosto, parecendo ter ficado muito irritado com aquilo.- Muito azar meu e sorte sua. Mas saí em um avião logo depois.
Rafa gemeu.
-Quem lhe contou?
-O quê?
-Para onde eu vinha!
-Isso não importa.- Christopher deu de ombros. -O que importa é que eu descobri, pena que não rápido o suficiente para evitar esta sua viagem maluca. Mas mesmo se eu levasse dias, anos para saber, eu viria atrás de você, Rafael. Te encontraria de qualquer maneira, fosse no céu ou fosse no inferno.
O ruivo se estremeceu todo.
-Então quer dizer que nunca vou conseguir escapar de você, não é? Você nunca me deixará ir.
-Nunca.- O brilho perverso e possessivo nos olhos dele aumentou quando ele deu um leve sorriso.
-Iremos pra casa agora por isso levante-se e arrume-se. -Christopher ordenou, levantando da cama quando achou seguro se afastar de Rafa sem que ele lhe golpeasse ou fugisse.
-Agora?-O ruivo balbuciou. -Mas é de madrugada! Não haverá avião nenhum...
-Oh sim, haverá. -Ele o olhou, indicando para que se levantasse logo da cama.- Eu já paguei uma quantia considerável ao dono da companhia em que eu vim para que me esperasse para nos levar de volta.
-Está me dizendo que pagou para que o avião volte, à essa hora, para o Brasil somente com nós dois de passageiros?- Ele indagou incrédulo.
-Exatamente.- Chris deu de ombros como se não fosse nada.
Minutos depois, o casal deixava o Hotel e ia em direção ao aeroporto. Assim como Christopher dissera, o avião os esperava para levá-los de volta.
Rafael estava perdido com aquele homem, que além de cruel, era muito poderoso, jamais poderia escapar dele,
Quando Rafa entrou de volta na Mansão Uckermann, sentiu um calafrio. Estava de volta à prisão, de volta à vida ao lado do diabólico Christopher.
Olhou ao redor, frágil e pálido, enquanto o marido o seguia logo atrás.
-Ah, senhor. -Adelaide apareceu, dando um abraço repentino em Rafael.
Quando Christopher foi deixar a mala de Rafa em um canto, para que algum criado levasse de volta ao quarto, o ruivo perguntou baixinho:
-Foi você, Adelaide? Você contou onde eu estava..?
-Não, senhor. -Ela suspirou, e o ruivo franziu o cenho. -Não sei como... Mas, bem...
-Vamos subir, Rafael. -Chris se aproximou novamente, colocando a mão na cintura delicada do esposo possessivamente.
-Que bom que está bem, senhor. -Adelaide murmurou com um leve sorriso.
Christopher empurrou o ruivo em direção às escadas, segurando-o firmemente, e ambos subiram.
“Será que foi Maite que contou? Não acredito...ela não faria isso. Deve ter sido de outra forma que este homem descobriu onde eu estava.”, o ruivo pensava.
-Entre. -Christopher ordenou, quando chegaram na porta do quarto.
Christopher ficou em silêncio.
-Está desse jeito porque eu o trouxe de volta, não é? -Ele perguntou baixo logo depois.
Rafa o sentia observando-o.
-Tem que aceitar que sua vida agora me pertence. -Ele disse. -Você me pertence, e eu não o deixarei ir.
O corpo pequeno de Rafael começou a tremer, enquanto ele tentava prender o choro.
-Já vi isso, Christopher, agora me deixe em paz.
-Você está tremendo.
-N... Não estou. -Ele foi até a porta e a abriu, como se mandasse o marido sair. Os olhos do ruivo estavam esgotados e cheios de água, mas ele não olhava para Chris e mantinha o rosto erguido.
Chris foi até a porta, parecendo não saber se devia ir ou ficar, e olhou para Rafa. Ele se abraçou com os próprios braços, como se tivesse frio, e olhou para outro lado esperando que Christopher saísse. Mas ele não foi, se aproximou dele e o beijou.
Os olhos do ruivo explodiram de lágrimas e ele começou a chorar e soluçar.
-Pare com isso, Rafael.- Ele mandou, olhando-o com dureza.
-Saia daqui... -Ele murmurou, quase imperceptivelmente por causa dos soluços, encostando as costas na parede e escondendo o rosto com as mãos pequenas.
-Não vou sair. Vamos, Rafael, pare de chorar.
-N... Não posso.
-Tente!- Ele disse nervoso.- Engula os soluços, e seque essas lágrimas.
Rafa puxou ar, secando o rosto com as mãos rapidamente. Mas logo novas lágrimas molharam-lhe o rosto novamente.
Christopher a olhou e o ruivo deu um passo para trás.
-Não consigo! N... Não posso controlar o choro, Uckermann. Me deixe! -Ele gemeu, se afastando mais.
-Droga. Vamos ver se com isso você se controla. -Ele se aproximou, agarrou-o pela cintura com força e o beijou esmagadoramente, prensando o corpo de Rafa na parede.
Os soluços dificultaram um pouco a situação, mas Christopher continuou. Rafa gemeu, tentando afastá-lo, mas o marido o segurava com firmeza. O ruivo sentiu a língua de Christopher entrar eroticamente em sua boca, massageando sua língua e fazendo movimentos circulares.
Colou-se mais à ele, por impulso, e Chris começou a passar as mãos pelas curvas do corpo dele. Em poucos segundos, ele apertava-lhe seu bumbum e Rafa arfou com a surpresa.
Christopher não o largou quando ele quis se afastar, e apertava o ruivo como se quisesse ter certeza de que ele estava mesmo ali.
Quando o ruivo gemeu em protesto, por ele estar apertando-o demais, Chris o soltou.
-Pelo visto funcionou. -Ele disse, olhando-o bem de perto. -Você parou de chorar . Mas ainda há uma lágrima aqui. -Ele olhou para a bochecha dele . Em seguida, aproximou-se e lambeu lentamente a lágrima.
Ao sentir a língua quente dele em seu rosto, Rafael ficou vermelho e confuso. Antes que pudesse se afastar, ou pensar, Christopher já tinha se afastado, dado um sorriso malicioso e saído do quarto.
O ruivo encostou-se na parede novamente, arfante por causa do beijoContinua
Gossip Boy- Então, tipo assim eu nunca vi RBD kkkk os nomes foram de cabeça mesmo....
coelinho33- Fiquei muito feliz com o seu comentário, serio tu não tem nem noção. Obrigada mesmo! *o*
Theusrecifense- Obriiiiiiigada, lindo s2
Gente mais um conto para vocês *o* amanha talvez eu só poste a noite, mais prometo que recompenso vocês...
Boa noite bjs....