Sabe quando tudo está indo tão bem com a sua vida que você acha que nada pode dar errado? Sempre tive medo disso. Medo der ser tão feliz e de repente toda a felicidade que eu sentia fosse arrancada de mim. Aconteceu. E pela pessoa por quem eu decidi, com todas as minhas forças, entregar meu coração.
Sempre preferi agir com a razão do que com o coração, sempre achei mais fácil. Então, quando eu resolvi agir com ele pra ajudar a pessoa que tinha se tornado o único na minha vida, ele foi quebrado. Estava doendo tanto, mais tanto, que eu estava anestesiado. Era como se eu estivesse sentindo todas as dores possíveis de um ser humano sentir e, ao mesmo tempo não sentir absolutamente nada. Tudo que eu queria era arrancar fora o meu coração e guardá-lo em uma caixa, como no conto “O coração peludo do mago”, onde um bruxo arrancou fora seu coração com o intuito de nunca se apaixonar, para nunca parecer um bobo por causa de outra pessoa. Ele tinha razão, o amor era uma droga, não só te fazia de bobo como também te destruía.
Dentro daquele carro, no meio do trânsito da cidade de São Paulo, eu estava sendo transportado para aqueles que seriam os quatro piores dias da minha vida, pelo menos assim era como eu enxergava tudo o que estava acontecendo comigo.
Acordei de meu devaneio quando o silêncio do carro foi quebrado com a voz de Beto que começou a cantarolar. Assim que entrei naquele carro a última coisa que vi foi o Jonathan, até Cigano entrar e me jogar para o meio, entre ele e Beto. Olhei ao meu redor e vi dois dos homens que haviam chegado com Cigano, um dirigindo e o outro no banco do carona. Era um carro grande, com vidros escuros, que estavam fechados por causa do ar condicionado, havia uma musica desconhecida aos meus ouvidos tocando baixinho, era ela que Beto cantarolava. Não conseguia olhar para nada alem de minhas mãos cruzadas sobre minhas coxas, tentava inutilmente fazer com que as lágrimas parassem de cair, mas desisti quando percebi que deixá-las rolarem era tranquilizador, já dizia a cantora Pitty “Toda mágoa velada é água parada e uma hora transborda”.
A cantoria de Beto logo cessou para dar lugar a sua voz:
-Pai, posso estrear meu brinquedo novo? – disse alto, mas com a boca próxima ao meu ouvido.
Olhei assustado para Cigano, eu não era idiota, sabia para que eles haviam me levado, só não esperava que fosse acontecer ali, no carro, na frente de outras pessoas. Cigano dirigiu seu olhar a mim e depois ao filho e de novo a mim. Havia pena em seus olhos? Ele estava com pena de mim? É óbvio que eu duvidei, e minha duvida virou certeza quando ele deu de ombros.
Beto encostou sua boca em meus ouvidos e subiu para o meu cabelo, começou a cheirá-los, sua mão então deslizou por minha coxa direita e ao se aproximar de minha virilha ele levantou minha perna fazendo com que eu apoiasse meu pé no banco do carro, com a outra mão ele começou a acariciar a minha bunda, fazendo questão de esfregá-la bem no meio. Sua boca desceu para o meu pescoço e começou a dar cupões, o que vim a descobrir depois era que ele gostava de fazer, dizia que era para marcar seus pertences que nem um dono de fazendo quando marca o gado. Me soltou e tirou minha blusa, instintivamente me cobri e tentei me afastar dele me encostando em seu pai, escondi meu rosto eu seu braço, mas senti uma dor enorme em minha cabeça quando meu cabelo foi puxado com força. Beto nada dizia, apenas me devorava, Cigano se tornou uma estatua, nada dizia, nada fazia. Beto desceu com sua língua para meu peito e minha barriga e subiu de volta para o meu pescoço, sua mão ainda estava no meu cabelo, sentia seus dedos na raiz puxando com força, minha cabeça começa a latejar. Quando sua boca subiu para beijar meus lábios, virei meu rosto de novo, me encolhi no banco do carro, mas meu cabelo foi puxado de novo, só que ao virar meu rosto vi Beto com cara de fúria, o que vi a seguir foi todo o interior do carro passar com um borrão por meus olhos, logo depois a queimação, e de novo, dessa vez o tapa virou meu rosto pra frente, o homem que estava sentado no banco do carona estava virado para trás e o motorista via cena pelo retrovisor, os dois sorriam. Pelo retrovisor vi Cigano, que olhava para fora, fingia, pois seus olhos estavam fixos no retrovisor também. Recebi um novo puxão no cabelo que fez minha cabeça ir para trás.
-Escuta aqui, seu viadinho de merda, você está aqui pra me servir, pra ser o meu escravo. Quando eu chamar você tem que latir. Quando eu mandar você tem que obedecer. Me entendeu? – eu não conseguia responder, minha voz não saia – Eu perguntei se você me entendeu – disse Beto pegando agora em meu pescoço e o apertando.
-En-Entendi... – disse sufocando.
Senti então a língua de Beto entrando em minha boca. Seu beijo era horrível, sua boca fedia e tinha gosto ruim, acho que ele não escovava os dentes à um bom tempo. Sua língua esfregava a minha, mas também lambia meus dentes e o seu da minha boca, ele derramava muita saliva dentro da minha boca, sentia-a escorrendo por meu queixo, era como se ele nunca tivesse beijado na vida, ou como se eu estivesse beijando uma lhama. Somado a tudo isso estava o gosto salgado de minhas lágrimas, que em nada ajudava. Era tanta água que eu estava vendo à hora em que ia morrer afogado.
-Sempre quis um garotinho que nem você – disse soltando sua boca da minha e lambendo os lábios – cabelos e olhinhos claros, pele lisinha e branquinha – disse passando a mão em meu rosto e meus cabelos – Não vou negar, uma bucetinha é sempre bom, mas uma delicinha que nem você é indispensável pro ser humano ser feliz – disse me dando outro beijo – Você não é daqui, é?
-Sou do Rio – achei melhor responder pra não apanhar de novo.
-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH! – exclamou ele exageradamente – Sério, você é o presente que há anos eu peço pro Papai Noel de natal e ele nunca trás – disse me puxando para si – Chegou com muito atraso, mas eu vou me esbaldar e vai ser é agora.
Beto então abriu o zíper o puxou aquela piroca preta pela parte de baixo esquerda da cueca boxer branca que usava. Não era um pau tão grande assim, com certeza era menor que o do Jonathan pelo menos uns quatro dedos, mas era muito mais grosso. Estava completamente duro, ele o levantou e puxou o prepúcio, a cabeça era vermelha, mas aqui e ali havia um sinal negro. O cheiro de pênis sujo, fedendo a urina, logo preencheu o carro, aquele cara era um porco de primeira. Meu cabelo foi puxado de novo, dessa vez na pela parte frente, e foi de encontro aquele pau que só me dava nojo. Ele bateu com o pênis na minha cara inteira, fazendo algumas gotas de pré-gozo se espalharem por toda a minha cara, permaneci o tempo todo de boca fechada, ele até poderia me obrigar a chupá-lo, mas engolir seu esperma jamais.
-Abre a boca – abri e meu cabelo foi puxado de novo, Beto olhava nos meus olhos com fúria e no mais completo tesão – Se você morder, eu juro que pego um dos meus cachorros e faço você de cadela pra ele.
Abaixou minha cabeça de uma vez só em seu pênis. Como disse, não era grande, mas era bem grosso, minha boca não é grande, então tive que forçar-la a se abrir um pouco mais para que pudesse passar, e mesmo assim foi doloroso.
Assim que minha boca foi preenchida meu cérebro começou uma votação, para saber o que era pior sua boca ou seu pênis. Assim que ele entrou, eu não me mexi, não faria movimento algum, seria humilhação de mais. Fiquei parado até sentir a pressão de sua mão sobre minha cabeça em forçando a me movimentar, ele parecia estar irritado com aquilo, então começou a foder minha boca com força, me fazendo quase engolir sua piroca por inteiro e quase o tirando para repetir todo o processo. Meu plano de ser completamente frio e sem ação falhou, eu estava ficando sufocado, ele começou a tentar enfiar o pau por inteiro fazendo com que eu engasgasse, percebi então que seria melhor cooperar. Coloquei minhas mãos sobre sua coxa e comecei eu mesmo e fazer os movimentos, subindo e descendo, tentei pelo menos impedir que minha língua arrastasse sobre aquela droga, só que foi em vão.
-Viram? – disse Beto, para quem quisesse ouvir – É assim que se adestra um animal. Forçando-o a fazer da maneira difícil, até ele por conta própria começar a fazer.
Todos riram, com exceção de mim e de Cigano, que consegui ver pelo retrovisor que o motorista abaixou para olhar a minha desgraça. Ele permanecia virado para fora, mas seus olhos continuavam fixos em mim. O homem que estava sentado no banco do carona começou a apertar o pau por cima da calça, tentou então passar a mão em minha bunda, mas ao aproximá-la de mim Beto a segurou. Os dois se olharam por um breve momento, até Beto abrir um sorriso sacana e ele mesmo pousar a mão do cara sobre minha bunda.
-Só por que hoje eu estou bonzinho – disse rindo.
Abriu então a minha bermuda e a abaixou, deixando minha bunda exposta. Todos a olharam, o motorista, o Beto, o carona e até Cigano se virou para olhá-la, todas de boca aberta, quase salivando de desejo. Na hora parei de chupar Beto, pois fiquei com medo daqueles olhares. O carona foi o primeiro a apalpar, o motorista até tentou, mas só o que conseguiu foi deslizar a mão, Beto foi o mais ousado, se curvou por cima de mim, abriu as bandas de minha bunda e ficou olhando, deu uma cuspida e começou a esfregar o dedo. Ele empurrou minha cabeça para baixo de novo, para continuar os movimentos, e voltou a atenção para meu anus, depois de esfregar o dedo o enfiou de uma vez, a muito tempo eu não transava, desde aquela vez que nada havia passado perto do meu buraquinho, que já havia se fechado bastante, sentir aquele dedo foi horrível, a dor foi instantânea, tanto que com a pau de Beto ainda na boca eu gritei, mas meu grito foi abafado pela pica dele, e puxei meu corpo pra baixo de encontro ao banco do carro, ao fazer isso ouvi novo coro de risadas. Seu dedo escapuliu, mas logo voltou a me penetrar, cada vez com mais força e mais rapidez, sentia a entrada de cu ardendo conforme ele aumentava a velocidade. O carona continuava a me apalpar, mas parou assim que seu celular tocou, Beto também deixou meu cu de lado e voltou sua atenção para o outro serviço que eu lhe prestava.
Cigano, então, pegou um casaco que havia na parte de trás do carro e o jogou sobre minha bunda, Beto olhou de cara feia para o pai, mas nada disse, voltou sua atenção para mim e começou a gemer e respirar pesado. Senti, então, um carinho em minhas costas, próximo a minha bunda. Com certeza não era o Beto, pois suas mãos estavam sobre minha cabeça e a sua estava jogada para trás e seus olhos estavam fechados, o carona estava ao celular, e o motorista virado pra frente. Aquela mão era pesada, grossa, calejada, mas não me tocava com segundas intenções, eu sentia isso, era como se quisesse me acalmar, querendo dizer que estava tudo bem. Eu via pelo retrovisor que Cigano ainda olhava para fora, mas sua atenção continuava em mim.
Beto começou a gemer mais forte e mais alto, seu gemido ficou mais grosso, e senti seu pau fazendo o mesmo, suas mãos empurrarão com toda a força minha cabeça para baixo, eu estava sufocando. Comecei a me debater, mas foi em vão, sua mão fazia pressão e eu não conseguia me soltar, tentei me levantar, mas não consegui. O grito final de Beto foi alto, acho que ouviram até do lado de fora do carro, eu havia parado de chorar, mas as lágrimas voltaram a cair com forme aquele liquido asqueroso e repulsivo inundava minha boca me provocando ânsia. Quando ele me soltou, eu levantei a cabeça de uma vez só procurando ar para respirar. Olhei em volta e todos estão olhando para mim e sorrindo, com exceção de um. Assim que levantei Cigano soltou sua mão de mim e fingiu que nada tinha acontecido, comecei a achar que por algum motivo ele tinha medo do filho, engano meu...
Quando me acalmei senti o liquido em minha boca, era muito, grosso e salgado, deslizava por toda minha língua ameaçando descer por minha garganta. Inclinei-me pra frente para cuspir no chão, quando fui enforcado de novo.
-Não ouse cuspir – disse Beto – Engole. Agora.
Sua mão apertava forte meu pescoço, tentei me livrar dela, mas não consegui, ele era muito mais forte do que eu. Sua outra mão começou a apertar minha boca com força em forçando a engolir. Toda aquela tensão estava me enlouquecendo e num ato impensado eu cuspi todo o esperma na cara de Beto, ele me soltou e eu me joguei contra o corpo de Cigano. Os dois homens da frente caíram na gargalhada e isso fez a raiva de Beto aumentar, ele se virou pra mim e eu vi fogo em seus olhos. O primeiro soco foi direto no meu estomago, senti minha barriga encolher e a dor foi imensa. Apertei-a com uma mão e com a outra cobri meu rosto caso ele quisesse socar a minha cara, como era de se esperar foi exatamente isso que ele fez. Fechei meus olhos com força esperando a dor que não veio, só ouvi o ruído do punho de Beto cortando o ar, mas sendo contido pela mão de seu pai.
-Chega. Você já se divertiu – disse Cigano entre dentes.
-OLHA O QUE ESSE VIADO FEZ COMIGO – disse Beto aos gritos de revolta.
-QUE PORRA É ESSA? VOCÊ ESTÁ GRITANDO COMIGO? – nessa hora aquele carro ficou pequeno de mais. Cigano se ajeitou no banco e se fez maior. Todos se encolheram, todos. Beto murchou na hora, até seu pau que permanecia pra fora ainda duro, murcho a toda altivez de Cigano – EU TE FIZ UMA PERGUNTA SEU MOLEQUE – Beto permaneceu calado – QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA GRITAR COMIGO, EM? VOCÊ QUER QUE EU VOLTE E O DEVOLVA PRA AQUELE OUTRO VIADO? QUER QUE EU ACABE COM A TUA FARRA DESSA SEMANA? – senti a mão de Cigano discretamente pousando na minha cintura – SE ELE CUSPIU NA TUA CARA FOI POR QUE TU MERECEU, PRA DEIXAR DE SER TÃO ESCROTO.
O silêncio no carro permaneceu. Cigano tirou um pacote de lenço de papel do bolso abriu e entregou metade a Beto e a outra metade a mim. Ele limpava o rosto enquanto eu limpava a língua. Vi a raiva daquele desgraçado em seus olhos, se antes eu via fogo agora eu via um vulcão em plena atividade, eu iria sofrer.
O silêncio no carro continuou, me ajeitei, vesti minha bermuda e me endireitei, a mão de Cigano continuava em minha cintura. Eu só esperava que ele também não abusasse de mim, por que se o pau do filho já tinha sido ruim, imagina o do pai, com dois metros de altura, gordo e negão, nem adianta me chamar de racista, todo mundo sabe da fama que eles tem, o daquele outro que me traiu foi o potro, o Cigano, com certeza é um cavalo.
Depois de tudo isso, não demorou muito e chegamos a um prédio que ficava num condomínio fechado. Era super luxuoso, descemos do carro na garagem, e seguimos direto para o elevador. Como eu esperava subimos direto para a cobertura. Saímos em um corredor amplo e bem iluminado onde havia apenas uma única porta de ferro grande, um dos empregados de Cigano já nos esperava à porta. Cigano entrou na frente, passando direto por mim, Beto entrou depois fazendo questão de me dar um esbarrão, fui então empurrado porta adentro por um dos “funcionários” de Cigano, o motorista do carro que nos trouxe.
Quando entrei o que vi me deixou de boca aberta. Não sou muito fã de paisagens urbanas, mas aquela me impressionou.
-Filho – disse uma mulher que acabara de entrar na sala.
Era óbvio que era a mãe de Beto, não só pelo jeito como ela o chamou, mas também porque os dois eram parecidíssimos. Não posso negar que, apesar de escroto, Beto era bonito, era uma porco bonito, sua mãe não era diferente, era com certeza, uma das mulheres mais bonitas que já vi na vida, alta, negra, cabelos cacheados meio louros, usava uma roupa jovial, devia ter no máximo uns 40 anos.
Assim que os olhos de Beto e da mãe se cruzaram ela correu pra ele, que abriu imediatamente os braços.
-Como está o meu filhinho? – disse beijando sua testa – Você se cansou de trabalhar com seu pai? – Cigano revirou imediatamente os olhos, estava na cara que ele não aceitava nem um pouco esse tratamento que a mãe dava ao filho – E quem é esse aí? – perguntou ao me ver.
-Esse é o presente de aniversário que o pai me deu – disse soltando-se de seu abraço e vindo em minha direção. Me puxou pelo braço e me levou em direção a ela – Que a senhora acha?
-Ele é muito magrinho pra você meu filho – não estava acreditando nisso. Ela estava concordando com ele? Isso era sinal de que não era a primeira vez que isso acontecia – Ele não vai aguentar você com esse teu fogo todo meu filho. Na primeira noite você vai deixar ele tão arrombado que vamos só cimento vai fechar esse buraco – os dois começaram a rir da minha cara e eu abaixei a cabeça, nunca fui tão humilhado nessa minha curta vida – E olha como ele é branquelo. Você merecia coisa muito melhor que isso aí.
-Mas eu sempre quis um desses, mamãe. Pequenininho, magrinho, olhinhos claros. Imagina só o quanto ele deve ser apertadinho, e, além disso, eu não vai ser a primeira pica que ele vai levar, precisa ver de quem eu tirei essa putinha aqui. O cara era um monstro, aposto que já abriu passagem pra mim - e tornou a rir.
A mãe de Beto me pegou pelo braço, senti suas unhas grandes apertarem minha carne, ela olhou em meus olhos e perguntou:
-Isso é verdade? – balancei a cabeça afirmativamente – então você andava dando esse cu por aí já? – balancei a cabeça negativamente – É sim ou não? Responde...
-Eu e o Jonathan só ficamos uma vez e tem muito tempo – disse num sussurro.
Na hora a coisa mudou de figura, Cigano levantou os olhos e os dois homens que nos trouxeram arregalaram os olhos pra mim e apertaram seus paus e ficaram me olhando com desejo. Beto logo se animou, o volume em sua calça era completamente visível, marcando na perna esquerda de sua calça. A mãe de Beto também pareceu mais animada, acho que vendo que o filho havia ficado mais feliz com essa noticia ela se animou.
-Cristina! – gritou e uma empregada baixinha chegou por um corredor do lado esquerdo da porta.
-Sim senhora.
-Leve esse... Isso para o meu quarto.
-Para o seu quarto? O que você vai fazer com ele Rosângela? – disse Cigano falando pela primeira vez desde que chegamos.
-Isso não é da sua conta, mas eu vou dizer. Eu não vou entregar isso para o meu filho brincar sem antes desinfetá-lo – disse levantando a voz pra ele.
O clima ali ficou pesado. Cigano e Rosângela até poderiam estar morando na mesma casa, mas o casamento deles já devia ter ido pras cucuias há muito tempo.
-O que você vai fazer com ele mãe? – perguntou Beto com curiosidade.
-Prepará-lo pra você meu amor – disse com a voz mais doce do mundo ao falar com o filho – Vou lavá-lo, limpá-lo e passar um creme nele. Eu prometo que quando ele estiver em suas mãos você vai ficar maluquinho com o que mamãe vai fazer – e passou a mão acariciando seu rosto – você o quer você vai ter, mas do jeito certo. Leve-o Cristina. Prepare a banheira e separe meus cremes, só os melhores que você já sabe quais são, coloque seu avental e venha me ajudar, porque isso vai dar trabalho – e saiu em direção a um outro cômodo, mas voltou e disse – dê alguma coisa para ele comer, um pão com manteiga e água, não quero que meu filhinho se suje com isso aí.
Beto estava radiante, a empregada me pegou pela mão e me arrastou até o corredor do lado direito onde havia uma escada, olhei uma ultima vez pra trás e vi Cigano me encarando, eu tenho certeza de que ele queria dizer alguma coisa. Eu não entendia como um homem como aquele poderia se render aos caprichos do filho e da ex-mulher daquela forma.
Chegamos a uma porta que foi aberta pela empregada, eu adentrei e vi que era um quarto, com certeza de Rosângela porque havia um porta-retrato do filho sobre a criado mudo ao lado da cama. Só percebi que a empregada havia me deixado quando me virei e vi a patroa no quarto. A porta havia sido fechada e ela estava lá, de braços cruzados me encarando. A empregada já havia colocado a banheira pra encher e estava de volta, com um pão e um copo d’água. Ela me entregou, mas eu recusei.
-Melhor assim – disse, devolvendo-o a empregada – umas coisinhas que vou te falar. Trate de deixar meu bebe feliz. Ele estará fazendo dezoito anos nesse sábado e você é o presente dele, então, eu espero que você seja o mais agradável possível, porque se eu ouvir um pio seu eu mesma cuidarei pra que você seja castigado. Ele me contou o que você fez no carro. Dá próxima vez você irá engolir o que quer que ele queira que você engula não me interessa o que é, engula. Você deveria se sentir honrado por ter o privilégio de ser possuído por ele e ter a oportunidade que ele está lhe dando de o satisfazê-lo – se aproximou de mim e me fez dar uma volta – Tire a roupa – eu nada fiz – além de viado e surdo? Eu mandei você tirar a roupa.
Com muita vergonha eu comecei a me despir, ficando de cueca, que logo fui obrigado a retirar também. Fui levado até o banheiro onde entrei na banheira e tive meu corpo lavado por Rosângela, que lavava meus cabelos e meu rosto e pela empregada que lavava meu corpo. Rosângela era completamente bruta pra uma mulher tão fina, já a empregada era delicada e a todo o momento me lançava um olhar de conforto, de segurança. Quando percebi que não tinha mais volta, que aquilo realmente ia acontecer que eu seria violentado e não poderia fazer nada, as lágrimas voltaram a rolar. Assim que o banho acabou, Rosângela me fez ficar em pé, e enfiou uma mangueirinha em mim, senti a água me preencher logo depois sair limpa, eu havia passado o dia inteiro sem comer nada, e com tudo isso que aconteceu a fome que eu senti mais cedo já havia ido embora. Fui levado até a cama onde passaram cremes por todo o meu corpo. As duas deixaram-me no quarto para secar e saíram. Eu fiquei o tempo inteiro olhando para o teto, esperando à hora de tudo começar para acabar logo. A porta se abriu e Rosângela entrou.
-Vista isso – disse me entregando uma sacola.
Tirei o conteúdo da sacola. Dentro dela havia uma camisa simples de manga branca, um short azul claro curto um pouco acima do joelho, um par de meias branca com duas listras vermelhas, um all star preto, uma cueca dessas fechadas na frente a abertas atrás, um suspensório e um boné colorido. E embaixo de tudo isso havia um pirulito, grande, desses do seriado Chaves. Me vesti e peguei o pirulito.
-Beto está esperando no quarto dele – disse me guiando até a porta de seu quarto – siga até o fim desse corredor e bata na porta antes de entrar. Não se esqueça de tudo que te falei, me entendeu? E por favor, faço o possível pra não se esgoelar quando ele estiver acabando com você. Meu dia foi um horror hoje e minha cabeça está estourando – disse massageando a testa – me empurrou pra fora e bateu a porta atrás de mim.
Tremendo um pouco segui em direção ao quarto de Beto. Ao chegar lá ainda fiquei um pouco do lado de fora tomando coragem. Bati na porta e ouvi.
-Quem é?
-Sou eu – respondi.
-Eu quem? – Beto falou soltando uma risadinha logo depois. Eu nada respondi aquilo já era de mais pra mim – Entra.
Entrei no quarto e Beto estava sentado no computador. Usava uma calça de moletom cinza, estava sem cueca, dava pra ver perfeitamente aquela tora marcando ali.
-Vem cá – disse batendo em sua perna direita fazendo sinal para que eu me sentasse – não precisa ter medo. Eu prometo não te machucar... Tanto assim – fui em sua direção e me sentei em seu colo. Ele envolveu minha cintura com seu braço e começou a me acariciar e voltou a falar, pelo menos agora sua boca não fedia – O que você precisa saber é que você me deixou louquinho de tesão, e eu disse que não vou te machucar muito por que você tem que entender. Eu não gostei de levar aquela cuspida na cara – dizia com a voz mais calma possível – e menos ainda de ser repreendido por meu pai. Você foi um menino mal, e meninos maus têm que pagar pelos seus atos, e essa noite você vai pagar – me lançou um sorriso e voltou sua atenção para o computador.
Eu estava ferrado. Como eu me arrependi por ter cuspido na cara dele. Ele ia acabar comigo...