Como Chamas 1x16: JOGUE DIREITO E CONTINUARA VIVO!
- Se não me deixar ir agora eu vou...
- Vai fazer o que? Calma, eu não vou machucar você.
Tentei me livrar dele, mas Gregori foi mais rápido e segurou meus braços.
- O que diabos você esta fazendo? Perguntei a Gregori.
- Eu sabia que você era mais do que apenas um burguêsinho metido a besta.
Eu o empurrei para longe, mas não corri desta vez.
As coisas haviam ficado loucas ao meu redor e eu precisava de respostas.
- O que está acontecendo? Quem são aqueles garotos que invadiram minha casa com você e porque estão atras de mim?
- Não estou atras de você. Estão atras do seu namorado.
- Eu não tenho namorado. Falei rapidamente.
- Bem, os caras acham que você namora o Mike e eles estão dispostos a fazer de tudo para ter a cabeça dela em uma bandeja.
- Acorda! Ele sumiu e não sei onde esta.
Gregori suspirou, como se estivesse me explicando algo pela milésima vez.
- Digo, eles estão dispostos a machucar você para poder trazê-lo ate aqui.
Meu coração parou naquele momento. A verdade era pior do que eu pensava. Ninguém estava tentando me assustar, estavam tentando me ferir. Fiquei enjoado de pensar no que poderia ter acontecido no estacionamento do baile se eu não tivesse conseguido fugir.
- Porque está me contando tudo isso?
Gregori deu de ombros.
- Bem, acho você maneiro, e também é amigo da minha gata. Não quero que se machuque.
As palavras de Gregori me pegaram de surpresa. Tudo bem que uma parte de mim não acreditava que ele fosse tão mau elemento assim, mas a ponto de gostar de mim era demais.
- Como se meteu nisso? Perguntei.
- Isto é historia para outro dia. Agora você tem que me ouvir. Tenho uma idéia que pode te ajudar.
- Tudo bem, o que é?
- Os caras estão atras de Mike e querem pega-lo de qualquer maneira, então se me dizer onde ele esta...
- Eu não sei. Felipe me disse que ele foi para casa de uma tia, mais tenho certeza de que ele mentiu.
Gregori ficou pensativo por alguns minutos. Eu admirava o fato dele gostar de mim, mas algo estava me escapando.
- Não sou o único em perigo aqui, sou?
- Bem, estão tentando te ferir e você tem conseguido escapar de todas as tentativas. Acredite em mim, isso não acontece com freqüência, na verdade, ninguém nunca escapou. Não que eu me lembre.
Uma pontada de orgulho e satisfação surgiu em minha mente, mas logo afastei o pensamento.
- Tenho medo de que se cansem de você e partam para cima de Marcie. Eu pude ouvi algumas conversas sobre um novo alvo.
- Meu Deus, preciso avisa-lá... Falei pegando meu celular do bolso, mas Gregori o tomou de mim.
- Nem pensar. Vai assusta-lá, só precisamos de um plano para tirar você da jogada.
- Como?
- Vocês namoram, certo? Ouvi dizer que o chefe te acha to tipo fiel. Talvez se você...
Ele me olhou esperando a idéia se formar em minha cabeça. Quando aconteceu, quase cai para trás.
- Ta dizendo que vou ter namorar alguém?
- Não sei se vai funcionar, mais não custa tentar.
Fechei os olhos, refletindo sobre o que havia acontecido. Normalmente eu diria que não e deixaria Gregori ali no beco, mas agora era diferente. Minha melhor amiga estava em perigo.
- Tudo bem, eu arranjo um namoro falso.
- Mas ninguém além de nos dois pode saber disso, ok? É perigoso.
- Tá, eu entendi. Minha vida esta em perigo.
Nos despedimos e eu fui para casa. Tinha que pensar em alguém que aceitaria ter relacionamento falso comigo.
* * *
Na noite seguinte, eu estava sentado na biblioteca olhando o anuário dos alunos da minha classe.
Havia tantos garotos bonitos e também muito esquisitos. Eu considerei pedir a Marcie, mas ele saberiam que eu estava mentindo, teria que ser um garoto.
Eu folheava a pagina dos garotos do time de futebol quando uma voz disse:
- Querendo se tornar um atleta?
Me virei para encarar Jonh.
Esta noite ele usava calças jeans escuras, a blusa de uniforma da escola e seu cabelo estava despenteado, mas bonito.
- De jeito nenhum. Eu estou de olho em outra coisa.
Mordi a língua e corei. Toda vez que falo com esse garoto, alguma bobagem de duplo sentido sai da minha boca.
Ele puxou uma cadeira e se sentou ao meu lado.
- Você não parece do tipo que precisa de favores de atletas fortões.
Hà! Eu preciso sim, pensei sem olhar para ele. Não era como de repente eu fosse dividir meus problemas com um calouro gatinho.
- Vamos, me conte o que é. Alguém esta incomodando você, é isso? Se quiser eu posso...
- Garoto, você se mete tanto na vida dos outros assim?
Jonh balançou a cabeça e riu.
- Somente as que me interesso.
Revirei os olhos e depois dei uma boa olhada nele.
Ok, ele era muito bonito e divertido, mas e daí? Eu não estava interessado nele... Mas os garotos malvados não sabiam disso.
- Ei, já que tomei tanto sua atenção, se importa de tomar um cappuccino comigo amanha antes da aula?
Por um segundo, ele pareceu extremamente surpreso, depois, simplesmente sorriu.
- Claro. Me da o seu número.
Dei meu telefone e sai da biblioteca. Era errado sair com um garoto para usa-lo em um plano que eu nem sabia se iria dar certo. Mas eu estava desesperado para sair daquela confusão.
