De repente uma dor que eu nunca imaginei sentir na vida, logo depois a escuridão...
A claridade cegou meus olhos que começaram a lacrimejar e tudo o que eu queria era não sentir nada da cintura pra baixo, mas eu sentia e como sentia.
-GRITA SUA PUTA, GRITA! – essas palavras eram seguidas por sua risada – EU DISSE QUE VOCÊ IA SER CASTIGADO – e minha face estalou com a tapa que eu levei.
Mais alto que seus gritos só os meus para pedir que ele parasse. Meu rosto estalou de novo dessa vez na outra face.
Ele estava sobre mim, fez questão de me possuir face à face para ver minhas expressões, ele sabia que seriam de dor e era isso que ele queria. Não me deixou tirar a roupa, fez um buraco na parte do short que eu usava e começou a forçar sem nenhum tipo de lubrificação, eu implorei para que ele passasse qualquer coisa, mas ele foi insistente, iria ser no seco pra eu “deixar de ser otário”. Acho que até ele estava sentindo dor, a principio, pois logo depois o contado do seu pré-gozo com a minha lubrificação anal fez ele se animar a me torturar, e estava dando certo.
Depois de tanto gritar e chorar implorando que parasse, senti-o tirar seu pau todo de dentro de mim e tornou a enfiar todo de uma só vez. O silêncio tomou conta de mim, eu só consegui jogar minha cabeça para trás. Logo depois ele tornou a retirar o pênis por completo e cravá-lo de novo com uma força sobre humana. Não sei por quanto tempo ele continuou dentro de mim, pois comecei a sentir uma dor muito forte no abdômen, a impressão que tinha era que a sua intenção era enfiar seu pau em mim e percorrer todo o meu estomago e fazê-lo sair por minha boca, depois disso a escuridão voltou a me segar...
Ouvia um som alto de carros, ao longe, mas ao mesmo tempo bem perto. Forcei meus olhos a se abrirem, foi em vão, tentei de novo e dessa vez consegui, tudo estava embaçado, mas aos poucos tudo foi ficando mais claro até ficar claro de mais. Fechei meus olhos de novo e esperei. Tornei a abri-los e percebi que não estava onde deveria estar.
Me encontrava em um quarto grande, branco, com móveis brancos e uma cama extremamente grande com colchas branca e eu estava deitado sobre ela. Percebi estava usando outra roupa, era uma calça de pijama azul clara e meu peito estava nu. Puxei o edredom e vi meu corpo, havia hematomas roxos espalhados por todo o meu peito e barriga, fora as marcas de mordida aqui e ali, virei minha cabeça para o lado e senti-a latejar, mas ao virá-la completamente vi meu reflexo na grande janela de vidro que dava para, estranhamente, um céu muito azul da cidade de São Paulo. Meu rosto estava machucado, minha boca possuía uma cicatriz no canto esquerdo, aquela casquinha de machucado estava começando a aparecer, e meu olho direito estava roxo. Ao olhar meu cabelo, percebi que ele foi cuidadosamente penteado e amarrado para trás, percebi que era por isso que minha cabeça estava latejando, tirei a liga que o prendia e o alivio foi quase que instantâneo, a dor ainda estava lá, mas era bem menor.
Ouvi então um barulho na porta que se abria, revelando por detrás dela Cristina, a empregada. Entrou sorrindo e carregando uma bandeja.
-Com licença, vim trazer seu café. Espero que goste do que preparei – havia pão, suco, café, uma variedade de frios e algumas frutas – Que bom que você acordou meu pequeno – disse acariciando meu rosto – O patrão vai ficar muito feliz de vê-lo acordado.
Eu estava mudo, não conseguia e não sabia o que falar.
-Coma, você precisa comer uma coisa sólida, tem se alimentado de sopa desde quinta-feira.
-Desde quinta-feira? Que dia é hoje? – perguntei assustado.
-Hoje é sábado.
-Sábado? Como assim? – eu estava entrando em pânico.
-Coma, por favor. Eu prometo que conto tudo, mas comece a comer enquanto tudo ainda está quente - comecei a comer e Cristina começou a me contar.
Ela me contou tudo, desde a parte em que eu conseguia me lembrar e aquilo que aconteceu depois. Assim que entrei no quarto de Beto todos se reuniram na sala, com exceção de Rosângela que permaneceu em seu quarto. As horas foram passando e o silencio reinava na sala até o meu primeiro grito. Ela disse que depois disso foi para a cozinha e todos os empregados da casa estavam parados, todos apreensivos, alguns estavam até de ouvidos tapados, uma das empregadas começou a chorar em silêncio. Ela então retornou a sala com um copo de água para Cigano que parecia muito nervoso, mas ao chegar lá os gritos cessaram, Rosângela saiu do quarto sorridente e arrumada, saiu porta a fora, e meus gritos recomeçaram. Os capangas de Cigano continuaram na sala, se dispuseram a ir ao quarto pararem Beto, mas foram impedidos pelo patrão. Cristina disse que ele não se movia, estava de olhos vidrados na TV que estava desligada. O silêncio parou, mas logo retornou, dessa vez pelos gritos de Beto. Ele havia terminado. Na mesma hora o próprio Cigano se levantou e sem cerimônias arrombou a porta do quarto do filho, foi seguido pelos capangas, um deles era irmão de Cristina, que lhe contou depois que o quarto estava uma bagunça, as colchas estavam no chão e Beto estava deitado sobre meu corpo inconsciente. Cigano o tirou de cima de mim e pediu para o trancarem no banheiro, tentou me acordar, mas não conseguiu, pediu então que o irmão de Cristina me levasse dali. Ele me levou até ela e disse que o chefe havia pedido para ela me dar um banho e chamar o médico da família, ordenou que eu fosse posto em seu quarto, em sua cama.
Ela me contou que o irmão retornou ao quarto e ao chegar lá viu Beto levando a maior bronca do pai. Ele dizia que eu era dele, que o pai havia me dado de presente de aniversário por quatro dias, mas Cigano respondeu dizendo que havia me pego sim por quatro dias, que eu seria de Beto, mas não disse que seria pelos quatro dias. Ele havia deixado o filho abusar de mim, mas por que havia feito um acordo, a diversão aconteceu e acabou. Depois disso saiu do quarto com a promessa de que as coisas iriam mudar naquela casa. E mudaram...
Na mesma noite, antes de ver como eu estava Cigano ligou para seu advogado, mandou que entrasse com o pedido de divorcio e pediu que também procurasse um apartamento para Rosângela morar, não a queria nem por mais um segundo viver debaixo do mesmo teto que ela. Ela ficou furiosa, eles brigaram feio e ela resolveu ir embora para a casa da mãe, chamou o filho, mas recebeu um não, disse que não sairia dali, que ficaria com o pai, ela se descontrolou e partiu pra cima do filho, só que foi impedida por Cigano. Ela então partiu, com uma mão na frente e outra atrás. Cigano foi para o escritório, onde teve uma longa conversa com Beto, ninguém sabe o que eles conversaram, a única coisa que sabiam era que ele estava proibido de se aproximar de mim.
Tentei ao máximo digerir todas aquelas informações. Passei muito tempo raciocinando e comendo, com Cristina me fazendo companhia. Assim que terminei, ela deixou o quarto e eu voltei a me deitar, passei muito tempo olhando para o teto e tentando esquecer de tudo o que me havia acontecido. Pensei tanto que nem vi o dia passar, quando terminei de pensar já era noite. Pensei em mim, na minha família, no Diego, nos meus amigos, na minha escola, na minha vida e, principalmente, o que eu faria com relação ao Jonathan.
Eu o amava, e sei que ele me amava, mas se ele me amava por que não havia lutado por mim? Por que me entregou como se eu fosse um tipo de mercadoria de troca? Eu não conhecia muito sobre namoros, mas eu tinha certeza que isso não fazia parte do acordo que é um relacionamento. Namorar é estar junto, é amar, cuidar, proteger e eu não tive nada disso, não pelos últimos quatro dias. Pensei então no Beto. Eu me sentia sujo, eu tinha nojo do meu corpo, e pensar que ele havia me tocado me deixava arrasado. Eu nunca tinha reparado em caras me olhando, não tinha idéias de que era observado com outros olhos, acho que fui ingênuo, mas eu provei, eu gostei, e agora estava arrependido.
Pela primeira vez em meses eu senti falta da Morgana, de abraçar a minha pequena, de estar juntos, de conversar e fazê-la rir com todas as minhas asneiras, que por falar nisso não eram poucas (heheh’). Eu tive alguns relacionamentos, bem poucos, antes do Jonathan e da Mor, ficadas, e quando ela apareceu, eu me senti completo, ela me fazia feliz. Foi bem engraçado como nos conhecemos. Estudava-mos na mesma escola há anos, mas nunca nos enxergamos. Um dia marquei de ir à praia com uns amigos, e quem estava lá?! Conversamos muito sobre diversos assuntos. Eu sou o tipo de cara com quem você pode falar qualquer coisa, mesmo que eu não saiba sobre o que é eu procurarei dar a minha opinião. Se você chegar pra mim querendo conversar sobre a sua ideia de que “Marte é habitada por macacos azuis com bolinhas roxas e listras creme na testa e que o idioma oficial deles é o tupi-guarani” eu vou saber conversar com você. Te acharia um doido, mas não te descriminaria por sua maneira de pensar. E não foi sobre isso que nós acabamos conversando, ela tinha sonhado uma vez que visitava o planeta vermelho, e que lá era assim. Conversamos até irmos embora, levei-a até em casa e demos o nosso primeiro beijo, o primeiro de muitos, e também o mais normal. Costumávamos nos beijar em lugares um tanto estranho. Um dia ela chegou à escola e me disse que estava doida pra beijar a batata da minha perna, eu ri e levantei a calça, foi muito engraçado, então eu pedi para beijar a ponta do seu dedo anelar, rimos dessa nossa palhaçada e resolvemos não ir a aula aquele dia. Éramos duas crianças descobrindo um ao outro. A nossa primeira vez foi incrível. Aconteceu na casa de um amigo, depois de uma festa. Fomos ao quarto dele e eu havia bebido pela primeira vez na vida e acabei passando um pouco da dose e ela também. Não combinamos nada, ela chegou me deu um beijo e disse na frente de todos os nossos amigos que queria transar naquela hora. Eu fiquei com muita vergonha, e o Lucas, meu amigo dono da casa e da festa, disse que poderíamos usar o quarto dele. Subimos e nem conseguimos chegar a cama, aconteceu ali, no tapete. Foi incrível! Demoramos quase quinze minutos para por a camisinha, eu já havia desistido e dizia para fazermos sem mesmo, ela se negou e continuou tentando, meu pau murchou e eu dormi, ela me acordou e disse que tinha posto com ele mole, que agora era só eu “colocá-lo pra cima de novo”, pedi então para ela tirar a calcinha enquanto eu tentava tirar seu sutiã. Quando eu a vi nua não precisou de mais nada, eu senti dentro de mim que seria especial, porque ela não era uma estranha, era uma pessoa que estava comigo e eu estava com ela.
Assim que tudo acabou ela foi embora e eu fiquei deitado no chão, ainda nu. Me esforcei para por minha roupa, ainda estava um pouco sonso. Lucas junto com outros três amigos nossos, íamos dormir os cinco ali, chegaram dizendo que a Mor desceu toda sorridente, e começaram e me sacanear porque eu também estava todo sorridente. Acabei dormindo sozinho na cama aquela noite, nenhum deles queria dormir em cima da minha porra, eu comecei a zualos jogando-os em cima da cama e foi isso até a hora de dormir.
E agora eu estava deitado na cama de um desconhecido desejando que tudo não passasse de um sonho, desejando nunca ter conhecido o Jonathan e desejando que ele estivesse ali comigo.
A porta do quarto então se abriu e Cigano entrou, fechou a porta e encostou-se a ela. Foi a primeira vez que o reparei de fato. Ele era realmente forte, mas com uma barriga saliente, era bem negro e careca, com a cabeça completamente lisa, seus lábios eram grossos e vermelhos e seus olhos eram extremamente escuros. Usava uma calça jeans e camisa branca. Aproximou-se da cômoda e tirou uma arma da cintura e a pôs em cima, eu estremeci na hora e soltei um gemido, ele então a colocou na gaveta. Aproximou-se da cama e eu me encolhi, cobrindo meu corpo com a colcha. Se sentou na ponta e perguntou com sua voz grossa:
-Você está melhor? – eu só balancei a cabeça – Me desculpa pelo idiota do meu filho. Ele te machucou muito, não foi? – eu balancei a cabeça novamente – Me desculpe, mas procure me entender. Eu sou homem, e um homem deve cumprir com suas promessas e promessas são dividas eternas.
Ele chegou mais perto de mim e pôs a mão sobre minha perna.
-Ele nunca mais vai encostar em você. Eu prometo.
Eu continuei em silêncio por um tempo e tudo o que eu havia acabado de pensar me veio à tona de novo. Comecei a chorar e disse.
-Porque ele fez isso comigo? – disse olhando para minhas próprias lágrimas caindo sobre minhas mãos.
-O Beto sempre teve tudo o que queria. A Rosângela sempre fez as vontades dele e eu nunca me impus. Sempre trabalhando eu não tive tempo de ser um pai presente e quando via que com todos esses mimos ele estava feliz resolvi não me intrometer. O que me arrependo amargamente – eu fiquei balançando a cabeça em negativo todo o tempo.
-Ele não – Cigano me olhou com a cara de interrogação. Me aproximei dele e olhei no fundo dos seus olhos – Porque o Jonathan fez isso comigo? Porque aceitou me entregar pra você?
-Eu realmente não sei.
Aí não teve jeito. As lágrimas fluíram de mim naturalmente. Cobri meu rosto com as mãos e ele as tirou me pegou no colo e me abraçou. Apertei meus braços em volta de seu pescoço e apertei o mais forte que consegui, acho que até o sufoquei um pouco.
-Acho que ele não teve escolha – disse-me – Eu disse as opções e acho que ele preferiu te entregar para que ninguém se machucasse – colocou suas mãos em meu rosto e o ergueu para olhá-lo – Eu já fiz coisas realmente terríveis, e eu não agiria diferente daquela vez. Sinceramente, entregar você foi a melhor decisão.
-Pra eles, não pra mim. Eu nem os conhecia, só o Jonathan.
-O cara que estava tentando te proteger?
-É – contei toda a nossa história pra ele e fui ouvido sem interrupções – Ele poderia ter lutado por mim. Poderia ter tentado outra opção, e eu tinha essa outra opção. Teria conseguido o dinheiro com meus pais. Meu pai tinha muitas dividas antes de eu nascer e também passou por uma situação igual a do pai de Jonathan, não tenho duvidas de que ele o ajudaria e a sua família. Eu conseguiria o dinheiro e...
-Você não entendeu não, é?
-Como assim?
-Quando fomos lá ontem a ideia era conseguir o dinheiro, lógico, mas quando eu te vi e eu desisti dele por você. Meu filho teve a brilhante ideia de te trazer em troca e eu só aceitei porque eu também te queria. Não da mesma forma que ele te teve, mas eu o queria.
Saí imediatamente de seu colo quando ele disse isso e me levantei. Minhas pernas fraquejaram e eu me apoiei no criado mudo. Eu queria sair dali o quanto antes. Fui para a porta e ouvi-o dizer.
- Não sinta raiva de mim. Eu estou completamente arrependido de minhas ações com relação a você. Não era para ter sido assim – se levantou e me pegou pelos braços analisando o meu corpo. Eu estava assustado, suas mãos me apertavam - Porque você tinha que estar lá? Porque?
-Pelo Jonathan. Pelo homem que eu amava.
-Amava?
-Eu agora o odeio.
-Não odeia não.
-ODEIO SIM – disse alterando minha voz – ODEIO SIM. ODEIO COM TODAS AS MINHAS FORÇAS. ODEIO TODAS AS MENTIRAS QUE ELE ME DISSE. ODEIO A SUA FAMÍLIA ESTUPIDA E PRINCIPALMENTE SEU ESTUPIDO PAI.
-ODEIA? – disse ele também gritando.
-ODEIO.
-E O QUE MAIS VOCÊ ODEIA NELE? – disse me sacudindo.
-ODEIO O JEITO COMO ELE ME OLHA. ODEIO O JEITO COMO ELE ME TOCA. ODEIO O CHEIRO DELE. ODEIO OS ABRAÇOS DELE. ODEIO OS GOSTOS DELE. EU O ODEIO – disse histérico e aos prantos.
-Você odeia mesmo? – disse Cigano completamente calmo.
-NÃO – disse dando meu ultimo grito e me jogando em cima dele.
Quando comecei a me acalmar ele me levou de volta para cama e me colocou deitado, virado para a grande janela e se deitou atrás de mim me abraçando.
-Ele não me ama.
-Ama sim – disse ao pé do meu ouvido – Deixa de ser bobo. Isso tudo vai passar, você vão conversar e tudo vai estar bem, mesmo que não fiquem mais juntos.
Só de pensar em não tê-lo mais doeu, mas minha dor se transformou em raiva.
-E não ficaremos, e não conversaremos. Eu não vou perdoá-lo. Nunca!
-Shiiiiiiu! Tudo bem então, vamos ficar parados, quietos.
E lá ficamos. Ele não dormiu muito menos eu. Depois de um tempo Cristina veio avisar que o jantar estava na mesa e se retirou. Cigano se levantou e foi jantar, eu preferi ficar no quarto e ele também preferiu, eu não queria encontrar Beto e ele pensava da mesma forma que eu. Pouco depois ele retorna com uma bandeja, havia um copo de suco de laranja, um copo com água, e um prato com arroz, feijão, salada e carne assada. Fiquei com receio de comer não sei o porquê, mas a fome falou mais alto.
Cigano se dirigiu ao banheiro e foi tomar banho enquanto eu jantava. Terminei e fui a porta levar a bandeja para a cozinha, na hora em que abri a porta vi o motorista do carro, ele sorriu pra mim, um sorriso sincero, de pena, pegou-a de minhas mãos e saiu. Retornei ao quarto e fui em direção a janela e fiquei olhando as luzes de São Paulo. Como era barulhenta aquela cidade, fiquei realmente triste ao olhar pra cima e não conseguir ver as estrelas, não que desse para ver muita coisa aqui no Rio, mas pelo menos se via alguma coisa ou outra. Fazia frio e eu me encolhi e fui indo para trás, até sentir meu corpo batendo em alguma coisa dura, olhei para trás e vi Cigano. Ele estava em pé atrás de mim, só de toalha, estava sério e suas mãos subiram até minha cintura.
-Você é lindo – disse-me.
Engoli a saliva e fiquei-o encarando. Ele levantou uma de suas mãos e passou em meu rosto. Pela primeira vez vi que ele era um homem bonito. Senti seus dedos percorrem todas as curvas de minha face.
-Por favor, não.
-Não se preocupe, eu não vou tocar em você. Só se você quiser. E se você não quiser, eu não me importarei, só a visão desse rosto, desse corpo – disse descendo sua mão por meu peito – Você não precisa ver nada – pegou em minha mão e se virou olhando para cama – Você se deita ali, se você puder e quiser você tira a sua roupa, pode ficar só de cueca, eu então espero você dormir e me sento ali – e apontou para uma poltrona que havia próximo a porta e que eu não havia reparado – e olhando você dormir eu consumo meu ato, só eu e minha visão do ser humano mais lindo que eu já vi na vida. Não deveria, mas fiquei vermelho com esse elogio e sorri. Ele viu meu sorrir e sorriu também.
Não sei o que aconteceu comigo nessa hora, só sei que minha mão, como num ato costumeiro e perfeitamente normal, subiu para o nó da toalha que se enrolava cobrindo a genitália daquele estranho e o soltou. A toalha foi ao chão, junto com a minha boca. Era o maior cacete que eu já tinha visto na minha vida, e ainda nem estava completamente duro. Levantei minha cabeça com a boca completamente aberta e olhei para Cigano, que estava com o rosto travado, com olhos sedentos de desejo. Sem abaixar meu rosto subi minha mão para tocar aquele monstro que ele carregava entre as pernas. Ao tocar ali, Cigano levantou sua cabeça imediatamente para cima e seu cacete subiu na mesma rapidez ao meu simples toque.
-Não faça isso comigo, pequeno – disse-me e percebeu que meu rosto murchou – O que foi?
-Era assim que ele me chamava – dessa vez eu não chorei.
-Podemos parar agora com eu falei, e eu não farei nada que você não queira.
-Não. Eu quero – seu rosto se iluminou na hora em que eu disse isso.
Segurei sua tora de novo. Ela apontava para cima, era grossa e veiúda, se é que era possível, conseguia ser mais negra do que o resto de seu corpo, a cabeça era de um vermelho arroxeado e ela fazia levemente uma curva para cima. Babava muito e eu passei meu dedo na boca do canal e ele suspirou. Olhei de volta para ele e na ponta dos pés dei um beijo em seus lábios. Ele então me ergueu e nos beijamos com vigor, com sede. Eu não pensei em nada, nem em ninguém, principalmente naquele que havia partido meu coração, eu estava livre, não queria vê-lo mais e não o veria, meu coração doeu por pensar daquela forma, mas eu tinha que pensar em mim antes de pensar nos outros.
Seguimos em direção a cama, onde ele me pôs em pé e começou a me despir, não me fiz objeção, era consentido e eu estava fazendo aquilo puramente pelo prazer. Assim que a calça que eu usava foi tirada de mim com a maior delicadeza, uma coisa que eu não esperava de um homem como ele, fui colocado sobre a cama ainda de cueca.
-Você confia em mim? – disse-me.
-Não – respondi.
-Isso é bom – ele estava sério – Mas agora você vai ter que abrir uma exceção.
-Me deixe olhar só por um instante seu rosto – ele não entendeu, mas aceitou.
Fiquei o observando por um tempo e colei meus lábios aos seus, fiz isso para ter certeza de que não sentia nada por ele, aquilo seria puramente físico e eu queria assim, pele com pele e só. Suas mãos começaram a percorrer todo o meu corpo, chegaram ao elástico da minha cueca e ao invés de puxá-la sua mão desceu para minhas costas e entraram por dentro dela. Ele apertava minha bunda com força, deslizando de vez enquanto seus dedos pelo meio dela. Tudo isso sem pararmos de nos beijar. Lembro-me perfeitamente de suas ultimas palavras antes dele me despir de minha cueca e consumarmos o ato.
-Sabia que branco é minha cor favorita.
_______________________________________________________________________________________________________
Desculpem-me por ter demorado a postar, mas eu tenho um vida longe do computador kkkkkkkkkkkk'
Fiquei muito triste com os últimos comentários que recebi, mas foi a opinião de você e você foram sinceros. Resolvi mudar um pouco a história por causa disso, infelizmente. Vou deixar então que você decidam o final. Deixem seus comentários, suas opiniões e o que vocês querem/esperam que aconteça.
Abraços!