Eu- Não, ele não me ama, só gosta de mim, eu não quero alguém assim, alguém que tem vergonha de ser o que é.
Rafa- Sexta agora é a festa de aniversário da Daiane, vem comigo.
Eu- Claro que eu vou, fui convidado por ela.
Rafa- Tomara que dê tudo certo, geralmente acontece algo ruim em nossos eventos familiares, principalmente com o Will, Gustavo e meu tio, eles sempre acabam discutindo ou brigando.
Eu- Eu já imagino o porquê disso.
Desliguei e voltei falar com a Mellysa.
Eu- Amanhã você não vai trabalhar, se quiser pode ir pra escola, mas trabalhar não é uma boa ideia, é melhor você descansar desse susto. Eu sinto muito, seu padrasto está morto.
Mellysa- Então agora eu estou sozinha?
Eu- Não, você nunca vai estar sozinha, tem seus amigos, logo vai encontrar um bom companheiro e nós estaremos te ajudando até você ficar bem. Agora eu vou ir pra casa, já está tarde.
Chamei um dos Jhones, ele deveria ter uns 22 anos, bonito, olhos castanhos, moreno, um pouco sarado.
Eu- Johny Devon, fica aqui com ela, os outros podem ir pra casa!!
Eu estava indo pra casa, passei perto da casa da Mellysa, fui lá ver como estava a casa, se eles realmente haviam limpado. Estava tudo revirado, quebrado, más nem se quer uma gota de sangue. Escutei um barulho de carros. Quando voltei pra cozinha havia 2 policiais ali.
Policia- Parado. Quem é você?
Eu- Eu sou um amigo da Mellysa, a garota que mora aqui, eu vim falar com ela sobre um trabalho da escola e quando cheguei já estava tudo assim.
Policial- Tem certeza? É bom que não esteja mentindo.
Eu saí pela porta da frente como se eu não tivesse nada haver com aquilo tudo, eu passei pelo portão, assim que passei um senhor, parecia ter uns 40 anos, pra mim era um senhor, tinha cabelos grisalhos, era alemão, um olhar amedrontador, me segurou pela camisa.
Ele- Volta aqui, você não vai pra lugar nem um.
Eu olhei nos olhos dele, estava me tocando, odeio que me toquem quando eu não quero, quando olhei em seus olhos senti que não nos daríamos muito bem. Ele me parecia ser familiar.
Eu- Qual é tio? Me deixa ir, eu tenho que trabalhar amanhã, eu não fiz nada.
Ele- Tio é o irmão da sua mãe ou do seu pai. Me chame de " Coronel"
Eu- Me solte tio.
Coronel- É Coronel.
Eu- Tio.
Coronel- Coronel. Se disser tio mais uma vez será preso por desacato a autoridade.
Eu- Quero ver você me prender, eu sou de menor, se fizer isso eu farei da sua vida um inferno.
Will- Rodrigo? Douglas? O que vocês estão fazendo aqui.
Coronel- É Pai ou Coronel. O que você está fazendo aqui?
Will- Essa é casa da Mellysa, minha namorada, eu vim aqui pegar meu casado que eu esqueci.
Coronel- Se metendo em confusão de novo?
Will olhou pra casa dela e viu os policiais lá dentro, ele saiu correndo pra ver o que havia acontecido.
Will- Mellysa!! Mellysa!! Aonde está ela?
Coronel- Não sabemos, cheguei aqui agora pouco, um senhor bateu o carro em Blumenau, o carro acabou pegando fogo e queimo todo seu corpo, encontramos a carteira dele que pode ter voado pela janela do carro.
Will- O que você venho fazer aqui Douglas?
Eu- Só dar uma voltinha. Tio pode me soltar? Você está me apertando.
Coronel- Não, você vem comigo, vai me explicar o que estava fazendo aqui.
Eu- Eu já falei. Eu vim falar com a Mellysa sobre um trabalho de escola, eu cheguei agora e encontrei tudo assim. Acho que esse cara ele é o pai dela, e batina nela.
Coronel- Até essa garota aparecer eu vou ficar de olho em vocês dois. Entrem no carro.
Já haviam me alertado pra nunca voltar ao local, poderia ser perigoso, eu teimoso como sempre, tive que ir lá pra ver. Eu fiquei no banco de trás do carro com o Will. Eu sabia que aquele tio era familiar, é a cara do Will, os dois são muito parecidos. Se era o pai dele, então provavelmente eu veria ele novamente na festa da Daiane. Um dos policias fez um sinal pra mim, é um tipo de código, não vou dizer qual é, significava que ele era um Jhone também. Fiquei muito mais tranquilo depois daquilo.
Will- Fala a verdade pra mim. O que venho fazer aqui?
Eu- Eu já falei.
Will- Mentira! Toda vez que você mente pra nós, ou esconde algo você fica todo bobo fazendo gracinhas. Chamar um coronel de tio? Francamente Douglas, ou você está bêbado ou está escondendo algo.
Eu- Me conhece tão bem assim?
Will- Eu já falei que gosto de você e que você é especial pra mim.
Eu- Então diga que me ama, aí sim eu acredito em você.
Will- Não posso dizer isso, não ainda.
Ficamos em silêncio por um certo tempo, eu olhando pra um lado e ele olhando para o outro.
Will- Vai me dizer o que venho fazer aqui?
Virei pra ele e contei.
Eu- Sarah me disse que viu alguns machucados nos braços da Mellysa, eu fiquei intrigado com aquilo, fui ver o braços dela e realmente estava machucados, Sarah me disse que a Mellysa contou pra ela que o padrasto batia nela, aquilo foi a gota d'água pra mim, eu tinha que fazer algo, não só por ela mas também pelo seu filho, na hora me venho na cabeça que o padrasto abusava dela e que esse filho poderia ser dele.
Will- Realmente eu estava com dúvidas quanto a isso. A única vez que acontecido com ela em uma cama foi depois de uma festa, eu estava bêbado, eu briguei com um cara.
Eu- Brigou? Com quem?
Will- Você!! Se lembra do banheiro?
Eu- Me lembro sim, seu pedaço de bosta.
Will- Não começa.
Eu- Mas essa festa não tem muito tempo, faz o que? Duas semana no máximo? Como pode ter achado que ela descobriu que ficou grávida em tão pouco tempo, isso leva uns 40 dias, além disso bêbado não tem como... você sabe.
Will- Eu estava nervoso. Se o filho não é meu então podemos ficar juntos de novo.
Eu- Não, não podemos não.
Will- Nossa quanto não nessa frase.
Eu- Estou aprendendo com o Jeff.
Will- Eu queria saber o que aconteceu com a Mellysa? Será que ela está bem, e a criança?
Eu- Tenho certeza que ela está? Deve ter fugindo do padrasto.
Will- Eu deveria ter ficado aqui com ela.
Eu- Foi melhor assim, ela não vai mais ter que se incomodar com ele. Já tentou ligar pra ela?
Will- Já, está desligado. Você parece estar tão tranquilo. Está me escondendo mais alguma coisa. Me diz o que é.
Eu- Eu? Claro que não, eu já te contei tudo. Ela está nas mãos de Deus, então não preciso me preocupar tanto.
Will- Fala sério Douglas, você é ateu.
Ficamos quietos por mais um tempo.
Will- Você e o Rafinha estão juntos mesmo ou está tentando me fazer ciúme?
Eu- Estamos mesmo, eu gosto dele. Por que é tão difícil pra vocês acreditarem em mim?
Will- Por quê? Por quê? Você estava comigo em um dia e no outro já estava com ele, não é uma coisa que aconteça da noite pro dia.
Eu- Realmente não, eu já tinha beijado ele na viagem, eu senti que algo estava rolando entre nós. Você tem muito que aprender ainda. Um dia vai entender.
Will- Se você realmente gosta dele então diga que ama ele.
Eu- Eu gosto dele, não amo ainda.
Will- Engraçado, eu gosto de você e não quero dizer que te amo, não ainda, mas você pode fazer isso com o Rafinha. Quanta hipocrisia.
Ficamos mais um pouco quietos.
Will- Por favor Douglas, volta pra mim. Ir no Morro Azul sem você não é mais a mesma coisa, eu vou lá só pra ficar deprimido.
Eu- O Morro Azul? Não acredito que ainda vai lá. Só tem mato, bichos que ficam picando, é muito chato.
Will- Eu não acredito que pode estar dizendo isso. Eu só queria saber aonde foi parar aquele Douglas que eu conheci. Você não é o Douglas que eu conheço. Está vazio por dentro.
O coronel entro no carro.
Coronel- Sem conversa aí atrás!!
Eu- Pra onde estamos indo?
Fiquei preocupado, o pai do Will é homem do mau, imaginei que ele pudesse nos levar para um lugar bem longe e fazer algo como já fez com o Will, se isso acontecesse eu estaria pronto.
Coronel- Eu falei pra ficarem quietos. Vocês tem o direito de ficar calado, sabem o que é isso?
Eu- Óbvio!
Coronel- Foi uma pergunta retórica.
Eu- Bicho do mato o que...
Coronel- O quê?
Eu- Bem isso.
Nós dois demos risada da cara do pai dele, pra quem não entendeu, eu não perguntei, apenas disse que bicho do mato diz " O que" e foi bem isso que o pai dele disse. Will chorou de dar risada, o pai dele não entendeu o que eu fiz.
Will- É melhor você parar, já está abusando.
Eu- Eu não tenho medo desse tio. Sou muito pior que ele.
Coronel- Está dizendo que aprontou alguma, isso é uma confissão?
Eu- Entenda como quiser, se for ou não eu não vou preso.
Coronel- Está mexendo com fogo criança.
Eu- E você com trovão, vamos ver o que é pior.
Coronel- Se uma pessoa pegar fogo ela vai morrer lentamente, sentindo muita dor. O trovão ele mata no mesmo instante.
Eu- Fogo eu apago com água, trovão se jogar água ele fica pior ainda.
Coronel- Chega de fica me desafiando. Quando fizer 18 anos nós vamos acertar isso, até lá eu vou ficar de olho em você.
Eu- Humm!! Isso é uma ameaça ou está dando em cima de mim?
Will- É melhor você parar Douglas, você não conhece meu pai.
Coronel- Vocês se conhecem da escola?
Will- Sim, somo colegas de sala.
Coronel- Logo serão colegas de sela.
Eu- Eu tenho 17 anos tio, esqueceu disso? Quando o cara fica velho não adianta, a memória fica fraca.
Will me cutucou. Eu fiquei quieto, quando chegamos na delegacia a Mellysa estava lá.
O que será que a Mellysa vai dizer? Será que ela vai entregar o Doug? Que jeito mais horrível pra conhecer o pai do Will, não acham? Afinal o Doug é uma boa ou má pessoas? O que vocês acham.
Capítulo novo só de noite, talvez.