Na segunda-feira a noite na faculdade estava na terceira aula, já tínhamos voltado do intervalo, um cara entra com um ramalhete de rosas e uma caixa de bombons perguntando quem era Dhione, eu me identifiquei ele me disse que era pra mim, eu fiquei com aquela cara de interrogação e com o rosto magenta de tanta vergonha, me sentei no meu lugar, o pessoal começou com aquela gozação clichê que sempre ocorrem nesses momentos, quando eu abri o cartão minha decepção ficou estampada na minha cara quem tinha me mandado o cartão era o Lucas, aquele filho da puta, nunca quis ir comigo em uma sorveteria em dias de calor, e agora ficava me mandando rosas? Tudo bem eu adoro flores frescas para decorar minha casa, mais mesmo assim não curti a iniciativa dele.
No cartão ele me dizia que nunca iria me perder para o tropeço (Sim ele começou a chamar o Agnaldo de tropeço) me disse que tinha parado pra pensar e que funcionamos muito bem como casal e tinha decidido voltar comigo, se no cartão não estivesse escrito nada disso, se ao contrario tivesse escrito apenas um estou com saudades. Talvez eu repensasse mais ele tomou a decisão de voltar comigo de forma unilateral, é como se eu estivesse sempre disposto a te-lo comigo novamente, e realmente se fosse um tempo atrás eu provavelmente estaria, mais o cenário do jogo mudou e muito.
Quando ia para o estacionamento pegar meu carro para ir embora o Lucas entrou no banco do passageiro, eu quase que desmaio de susto, nunca fui assaltado na minha vida mais tenho um medo louco de ser, ele já entrou me dizendo que queria ouvir um sim e me beijou dentro do carro, o beijo dele é o melhor do mundo até hoje eu penso assim é gostoso, quente, molhado na medida certa, é uma coisa de outro mundo, trocamos um beijo deliciosos dentro do carro, então quando me enjoei da boca dele eu decidi falar...
– Lucas por mais que eu ame ganhar rosas, e adore chocolates nós dois não iremos mesmo voltar, estamos em momentos diferentes de nossas vidas, se voltássemos os nossos amigos saberiam que somos namorados, ou continuaríamos como melhores amigos nerds que jogam videogame e leem poesia?
– Ainda não porque é difícil pra mim essas coisas, mais eu quero mesmo você de volta, eu senti muito ciúmes de te ver com aquele cara, eu nem sei te explicar, eu fiquei com ódio queria partir pra cima dele, mais ele provavelmente me esmagaria...
– Você não me quer, o que quer é que eu fique sozinho, ate você decidir que pode sair comigo sem ser apedrejado na rua, eu nunca faria nada que te prejudicasse socialmente, eu só queria sair contigo a sós as vezes, mais sempre que saímos no mínimo duas garotas amigas suas iam junto, eu detesto isso.
Decidi terminar a conversa, agradeci os bombons e o beijo e fui embora pra minha casa, no caminho eu fiquei pensando na vida como ela estava, ele tinha sido alguém de muito peso na minha vida, éramos compatíveis mais não era perfeito, enfim... Eu não tinha certeza se não o queria mais, como tinha sido o primeiro homem que de fato fez parte da minha vida eu ainda tinha aquele frio na barriga sempre que o via, mais o mesmo eu tinha pelo Agnaldo, tudo estava ficando muito confuso na minha cabeça, cheguei em casa e fui direto pra minha cama dormir um pouco, nem tirei a roupa acordei apenas no outro dia com o despertador ecoando pela casa toda, tirei a roupa tomei banho e fui caminhar...
É engraçado quando estamos com medo de algo né eu caminhava na calçada do condomínio e de longe quando olhei pra trás eu vi que o amigo do Agnaldo tinha virado na mesma rua que eu estava, eu sai correndo em uma pressa nem um queniano me alcançaria, disparei na frente dele, antes que ele conseguisse me reconhecer e me atropelasse novamente, quando peguei uma distancia considerável dele continuei o meu trajeto como de costume, fui para minha casa tomei mais um banho vesti meu lindo e branco uniforme e fui para meu trabalho, quando saia com meu carro da garagem vi ele chegando na casa dele, com aquela cara amarrada de sempre, o pior é que o danado é bonito... Ruivo, alto, magro, tem menos corpo que o Agnaldo e sempre com cara de mau, no trabalho tudo foi normal a não ser pela maravilhosa surpresa do meu prato que faria parte do cardápio de sobremesas do restaurante a partir daquele dia, e eu deixaria de ser estagiário pra ser assistente de chef, ou seja, eu não ia mais lavar pratos, talheres, limpar o chão e atender mesas, eu ficaria quietinho na cozinha cozinhando para as pessoas, primeira pessoa que eu liguei Agnaldo...
Ele ficou mais feliz que eu pela noticia, o que me surpreendeu de fato me deu os parabéns e disse que tomaríamos um whisky pra comemorar eu concordei, já que eu queria mesmo era ele do meu lado, quando nos apaixonamos ficamos meio bobos eu sei, mais é tão bom, sai do restaurante fui para minha casa, preparei um sanduiche pra eu comer me arrumei e fui para faculdade, por sorte aquele era o ultimo ano que teríamos aulas integrais, depois seria apenas noturno, eu poderia finalmente dormir bem, eu ia saindo quando o amigo do Agnaldo me chamou pra conversar... fiquei tremulo quase entrei no carro e travei as portas, mais decidi conversar com ele de preferencia ali na rua, que teria mais chances de correr, ou de gritar e alguém ouvir e me socorrer, caso ele me desse uma facada...
– Me desculpe ter te derrubado aquele dia, você se machucou?
– Imagina não precisa se desculpar não. Eu estou bem, obrigado por perguntar.
– Eu conversei com Agnaldo e eu tenho sido meio idiota mesmo, mais foi mal qualquer coisa que eu tenha feito que te magoou, e desculpar te chamar de viado também.
– Que me chamava de viado eu não sabia, mais tudo bem esta perdoado.
–Podemos sair pra comer qualquer dia desses se você quiser eu gostaria de te pagar um almoço pra me redimir, e não aceito um não como resposta...
– Combina com o Agnaldo que a gente vai.
– Na verdade eu queria que não falasse com ele que eu tenho conversado contigo, queria fossemos apenas nós dois, e eu não sei como é a relação de vocês mais o Agnaldo tem um rolo ai com uma garota, você é muito inocente e não percebe as coisas, eu sou diferente...
Eu já estava ficando tonto com aquilo a voz dele é rouca do jeito que eu gosto, e tem uma boca grande e fina com dentes branquinhos eu já estava me embriagando com toda a testosterona que vinha dele, os belos do braço ruivos, ele também alto assim como o Agnaldo, por fim para não prolongar o assunto eu falei que poderíamos sim almoçar juntos, ele pegou meu numero e eu fui pra faculdade, no caminho eu fui pensando no que ele tinha me falado a respeito do Agnaldo ter um rolo com uma garota, isso não era improvável porque o Agnaldo em termos sexuais comia tudo que se mexia, e não mudaria rápido assim por minha causa, e esse amigo dele me querendo gente? Tudo estava estranho demais pro meu gosto.
Tenho que admitir que a arte da conquista do amigo dele é muito melhor, me empurrar no chão pra mostrar virilidade e depois vir todo manso, eu tinha gostado da abordagem, como sempre o destino age misteriosamente, quando passei enfrente ao campos de psicologia, eu vi a caminhonete do Agnaldo antes que eu parasse minha amiga saiu de dentro da caminhonete dele, toda sorridente e altiva, queria quebrar cada dente da boca daquela carroceira mais me segurei e não falei nada, ao contrario passei com meu carro bem próximo a caminhonete dele, pra ele ver que era eu que tinha passado por ali.
Assim que eu estacionei na frente do meu campus ele passou por mim e buzinou me gritando de dentro do carro dele como se nada tivesse acontecido, minha teoria de que ele me amava caia por terra então e o amigo dele tinha realmente razão em abrir meus olhos... respondi de forma seca apenas com meio sorriso e fui estudar, então decidi que conversaria com ele a noite sobre o que tinha acontecido, e conforme o que ele me falasse eu tomaria minha atitude em cima, era esperar pra ver...
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