BACK TO WORK
Depois de aceitar, minha mente veio a tona. Como eu conseguiria ficar perto dele o tempo todo sem agarrar, sem beijar. Eu não iria conseguir. Também pensei o que as pessoas iriam pensar. Nós dormíamos na mesma cama, o que os pais dele iriam achar. Decidi deixar o tempo resolver tudo isso.
Neste dia nós dois não fizemos nada. Apenas assistimos a filmes, jogamos videogame comemos pipoca e nada mais. Na hora do jantar eu resolvi cozinhar. Minha mãe já tinha me ensinado vários pratos e eu me considero um bom chefe de cozinha (sqn). Eu preparei filé de frango a parmegiana, Arroz de forno e espaguete à carbonara, e para sobremesa eu fiz mosaico de gelatina com leite de coco e uma torta de brigadeiro. E bebemos vinho. Ele ficou tão deslumbrado com tudo aquilo que me deu um de seus abraços que me partem ao meio.
-Nossa Wesley, ninguém além da minha mãe nunca cozinhou pra mim. – Ele disse me soltando de seus braços. – Muito obrigado.
-De nada Lucas. – Eu disse e comecei a colocar a mesa.
Naquele dia eu lembro que eu comi bastante, mas o Lucas se superou. Ele comeu tanto que até ficou com azia.
- Nossa hoje eu comi demais.
-Ainda tem o prato se você quiser RSRSRSRS – Ele riu e se levantou para levar o prato na pia. Foi quando meu celular tocou. Era minha irmã ligando, eu pensei em recusar, mas fiquei curioso com o que ela queria. Resolvi atender.
Eu achei que ela iria pedir pra eu voltar pra casa, mas ela disse que meu pai não queria ver a minha cara. Mas também disse que não tinha nenhum problema de eu ser gay e que continuaria sendo o irmão mais novo dela. Nós marcamos de nos encontrar na terça pra ela me trazer o resto das minhas coisas.
Depois eu lavei a louça e o Lucas se ofereceu pra guardar. Eu estava um pouco mais contente por ter o apoio da minha irmã. Mas o Lucas continuou perguntando o que tinha acontecido e eu sempre me esquivando de suas perguntas. Eu não queria que ele soubesse, e se ele não aceitasse e fizesse o mesmo que meu pai e não quisesse mais olhar na minha cara. Mesmo sofrendo eu preferia ficar perto do que longe dele. A cada gesto carinhoso que ele fazia, eu ficava mais apaixonado, eu não me via mais longe dele, a cada abraço que ele me dava era mais uma corda que me amarrava a ele. Quando ele sorria meu coração vinha á garganta e saltitava como um peixe fora d’água. Agora eu precisava dele pra viver.
Depois de lavar a louça eu fui tomar banho. Eu continuei pensando no Lucas – mas quando é que eu não pensava no Lucas – Eu tomei banho escovei os dentes e fui me deitar. No dia seguinte teria que acordar cedo para trabalhar. Naquele dia eu dormi rápido, mas acordei quando o Lucas saiu do banheiro enrolado na toalha e veio se deitar do meu lado só de cueca, eu virei pro outro lado pra não ficar olhando pra ele. Novamente eu dormi. Acordei de novo quando Lucas estava se mexendo na cama. Ele veio pra mais perto e colocou os braços na minha cintura e enrolou as pernas nas minhas, ele estava bem quente e de novo eu dormi.
Na madrugada eu acordei com vontade de ir ao banheiro, com muito esforço eu consegui me desvencilhar de seus braços e quando eu me levantei ele se virou pro outro lado. Fiz minha necessidade e fui beber água e voltei pra cama, eu deitei e dormi rápido de novo.
Acordei ouvindo o bip do despertador do meu celular, eu me assustei. Desta vez era eu quem estava agarrado nas costas dele. Aquilo estava muito bom, eu coloquei meu celular na soneca e me agarrei nele de novo.
Parecíamos um casal.
Acordei horas depois com o Lucas me chamando. Ahh eu não acredito que ele me viu agarrado nele. Minha cara ardeu de vergonha.
Perdi a hora de ir pra academia. Eu me levantei e fui tomar banho, pois já estava atrasado pra ir trabalhar também. Tomei um banho rápido, me vesti e fui preparar o café da manhã enquanto o Lucas tomava banho. Ele terminou e nós tomamos café e fomos voando para o trabalho.
No caminho foi puro silêncio, não falamos nada até chegar. Quando chegamos ao escritório o pai dele o Paulo já estava furioso atrás de nós. Ele perguntou por que do atraso e o Lucas disse que tinha muito transito na avenida, o Paulo fez uma cara de desconfiado porque ele fazia quase o mesmo trajeto que a gente, mas aceitou a desculpa. Esse dia foi muito estressante, havia muitos processos para averiguar. Eu quase não consegui terminar a tempo de ir pra faculdade. Eu tenho enxaqueca e naquele dia eu estava tendo uma crise horrível, mas teria que ir a faculdade porque entraríamos de férias no próximo mês e em novembro tem muitas provas.
Nós estávamos morrendo de fome, por que ficamos trabalhando direto sem parar pra comer, então decidimos parar em um restaurante para comer antes de irmos pra faculdade. Comemos rápido e saímos correndo para não perdermos nenhuma prova. No caminho fomos escutando musica e conversando sobre os processos do escritório. Quando chegamos, todos já estavam nas salas, mas por sorte o sinal da entrada dos professores ainda não tinha tocado. Despedimo-nos com um meio abraço e fomos para as nossas salas.
Naquele instante eu senti um aperto tão grande no peito que parecia que uma parte de mim tinha sido levada e agora eu estava ali sozinho e deixado sem ninguém. Eu não conseguia admitir que precisasse tanto assim dele. Aquilo não podia estar acontecendo comigo. Ele estava sendo tão carinhoso comigo que eu me esquecia de que ele era hétero e quando eu me lembrava, me sentia numa ressaca tremenda, num arrependimento absurdo de ter aceitado aquela proposta.
Na aula tudo ocorreu normalmente, as provas estavam de certa forma fácil e eu achei que por estar morrendo de dor de cabeça, erraria tudo, mas não.
Depois a Márcia veio me fazer um monte de perguntas de como eu estava, eu respondi que estava tudo bem e que e tinha ido em casa, contei da minha irmã e que agora eu estava morando com o Lucas. Ela ficou super feliz e disse que agora nós poderíamos fazer umas orgias lá. Eu e ela sempre tivemos essas brincadeiras safadas KKKKK. Eu não disse a ela que estava gostando do Lucas, não por não confiar nela, mas eu queria ter isso só pra mim, e ela ia me dar conselhos que eu não queria ouvir.
Continua...
Bom galera, minhas sinceras desculpas por ficar um mês sem postar, é que eu tive uma série de problemas. Na faculdade estávamos em semana de provas e eu não estava muito por dentro da matéria então tive que estudar. No escritório meu trabalho está dobrado, porque na próxima semana entramos de férias. E o Pior de tudo é que um grande amigo de infância meu morreu, ele mora em Curitiba e os pais são mortos. Eu tive que viajar até lá para ajudar a mulher dele com o enterro porque ela é meio leiga e a única ajuda que ela poderia ter seria a minha. Eu fique tristes oito dias lá para confortar ela e também para doar uns bens que ele tinha e isso demorou um pouco. Agora que minha vida esta “estabilizada” eu vou continuar com as postagens.
Beijo
Até o Próximo