Fui entrando desliguei o som, a porta do quarto dele estava entreaberta entrei ele esta dormindo largado na cama com a calça de uniforme camiseta e meia, o coitado estava ate roncando, deveria estar muito cansado, eu liguei o ar-condicionado do quarto dele pra ele não suar muito, tirei a meia deixei o presente ao lado dele na cama, e fui pra minha casa, confesso que um monte de coisas passaram na minha cabeça, eu pensei que ele estava fazendo merda, mais não coitado ele só estava dormindo, tinha um marmitex aberto na cozinha ele provavelmente comeu e sentiu sono, voltei pra minha casa e me arrumei pra faculdade, fui tranquilo ouvindo musica, quando cheguei na universidade ele me mandou uma mensagem me agradecendo o presente, dei aquela risada boba, e do nada meu telefone é arrancado da minha mãe ainda bem que foi pelo Lucas não foi um assalto...
– Esta rindo demais e só pode ser por causa da mensagem que eu te mandei... Estou certo?
Ele começou a ler a mensagem e ficou descontrolado, começou a gritar no corredor comigo eu só fechei meus olhos pensando que uma porcaria daquelas não poderia estar acontecendo comigo, só podia ser brincadeira, começou a falar que eu agora estava sustentando o Edgar que ele no mínimo deveria ser michê que eu pagava pra me comer, e falando mais uma infinidade de desaforos, falou ainda que tinha vontade de arrebentar minha cara, pra me ensinar a ser gente, eu pedi pra ele devolver meu telefone ele disse que iria jogar no chão, ele foi alterando e estava no corredor administrativo próxima a sala de professores, teve uma hora que ele veio pra cima de mim, eu pensei comigo... É agora, quer ver ele me bater, é só o que me faltava pra completar o meu histórico de relacionamentos ruins, quando eu pensei que levaria um soco, uma facada e um tiro alguém interrompe e toma meu telefone da mão dele.
Quando eu olho, e não é que é o mesmo homem da Delicatessen, quando eu vi, ele também deu um sorriso e espantou o Lucas de lá, me devolveu meu telefone e veio conversar comigo...
– Me parece que seu namoro não terminou muito bem...
– O que te faz pensar que era meu namorado?
– Briga por causa de telefone, seguidos da palavra Michê, e quase uma agressão física? Só pode ser namorado não tenho outra explicação.
– Agressões físicas fazem parte do meu histórico, mais só quero deixar claro, que a pessoa mencionada como michê não merecia mesmo esse adjetivo, ao contrario, eu apenas retribui um presente, o que é que você faz aqui nessa universidade?
– Sou professor universitário aqui, leciono a mais de quatro anos nessa faculdade e nunca tinha te visto pelos corredores, o destino é engraçado né.
– O pessoal de Agronomia não anda muito por aqui, eles chamam esse pavilhão de o pavilhão gay, só porque os cursos de gastronomia, arquitetura e urbanismo e design’s gráficos e de moda ficam aqui, bobeira isso né... Mais me desculpe te perguntar qual o seu nome mesmo?
– Ferdinand muito prazer, o seu é Edgar ao contrario de você eu não me esqueci do seu nome.
– Não se sinta mal, eu me esqueço até do meu aniversário, mais pode ter certeza que não tinha me esquecido de você impossível não se lembrar de um homem desse tamanho.
Ele deu uma risada e me chamou pra ir com ele a cantina, fomos caminhando e conversando, ele me disse que era solteiro assumidamente gay, todos na faculdade sabiam e que se fosse um problema pra mim ele entenderia se eu não quisesse ser visto ao lado dele, eu falei pra ele se preocupar que minha sexualidade não era segredo, e depois do escândalo no corredor quem não sabia ou tinha duvidas agora teria certeza, ficamos conversando não foi muito tempo ele me intimou, me chamou pra sair com ele, Oh vontade de dizer SIM... Mais fui racional e disse...
– Olha Ferdinand, adoraria na verdade eu procurei por um homem como você a minha vida inteira, mais você apareceu com algumas semanas de atraso, eu acho que comecei um relacionamento serio, e não posso trair, provavelmente se eu saísse contigo terminaríamos em um sexo casual, porque eu me conheço e tenho certeza que não iria conseguir dizer não a isso tudo...
Começamos a rir e ele dizendo que eu era muito figura, e ficamos conversando eu comi um espetinho e tomei uma coca-cola ele pagou mesmo eu insistindo pra não fazer, ele disse que parte do cavalheirismo é sempre pagar a conta, eu brinquei falando pra ele que adoraria que ele tivesse aparecido antes, e ele disse que o futuro é incerto, e quem sabe ele não fosse o cara certo, mudei de assunto porque já estava ficando sem graça com a abordagem dele, essa é a vantagem dos homens mais velhos eles são muito diretos com o que querem e ele logico queria me comer, apenas isso tenho certeza, eu preferi não ceder e fui pra minha sala, ele pegou meu numero e disse que poderíamos então ser amigos já que eu estava dispensando ele na cara dura, fui pra minha sala...
Se eu soubesse como fazer eu daria uma voadora na cara do Lucas, ou mandaria cinco testemunhas de Jeová na casa dele todo dia de manha, mais não tenho esse poder, então apenas ignorei a presença dele o Gustavo já estava sabendo do ocorrido e já sabia também que eu estava na cantina com o professor de Agronomia, ele foi me contar que o professor é tipo objeto de desejo de homens e mulheres, um mito entre os alunos, ele nunca fica com ninguém e nem dá corda pra ninguém mais estava lá sentado comigo pra todo mundo ver, brinquei com o Gustavo dizendo que eu tinha o dom da conquista, e ficamos fazendo graça com a situação...
Só vi o Edgar na saída, ele tinha me dito por mensagem anteriormente que estava tendo revisão ele tinha ido mal nas primeiras provas então ficou pra estudar, fomos embora cada um no seu carro eu na frente e ele atrás, quando chegamos na minha casa eu contei pra ele o que tinha acontecido ele ficou puto de raiva, queria ir na casa do Lucas pra conversar com ele, e mostrar pra ele como é que se faz...
– Eu não aconselho Edgar, da ultima vez que brigou levou uma surra que tem marcas até hoje é melhor deixar o Lucas de lado ele faz artes marciais e é metido a bad boy é só ignorarmos que ele some...
– Não apanhei tanto assim não Deo, o cara é que parece uma muralha eu apanhei batendo nele, e não conta isso pra ninguém não que me queima, eles vão achar que não sirvo nem pra te defender...
Achei linda a preocupação dele em me defender, deu vontade de beijar ele, enfim... Ele me deu um beijo pra agradecer o presente e do jeito que eu tinha ensinado, aprende muito rápido meu rapaz, as coisas foram esquentando, ele se esfregando em mim, eu adorando logico, mais não queria transar naquele dia, simplesmente não estava afim então pra cortar o clima eu fui conversar com ele sobre a faculdade isso sempre brocha qualquer pessoa, perguntei sobre o professor Ferdinand ele me disse que o cara é muito gente boa, é um carrasco mais muito respeitoso e simpático e é gay também...
– Eu sei que ele é gay, somos meio que amigos.
– Como assim?
– Pode ficar sossegado ele sabe que sou comprometido e respeita muito isso então nada de ciúmes.
– Então nós somos comprometidos mesmo? Eu pensei que só eu via nossa relação assim mais ainda bem que pensa dessa forma também...
– Eu disse comprometido?
Era tarde demais, ele começou a se achar porque eu tinha falado de relacionamento, eu tentei desconversar mais não adiantou, ele já disse que compraria alianças e que mudaria o status no facebook, eu pedi pra ele maneirar porque as coisas não eram simples assim implicava muita coisa, e envolvia muita gente, quase brigamos ele disse que eu tinha vergonha dele mais um monte de coisas e blá, blá, blá... eu consegui leva-lo na conversa e não brigamos terminamos nossa noite em paz, ele foi pra casa dele dormir, e eu fui pra minha casa descansar minha cabeça e minha beleza, quando em deitei tinha um sms não lido apenas com um... Tenha uma boa noite no texto, eu não conhecia o numero, quando vi o cartão do Ferdinand era dele a mensagem... Logico que eu respondi e quando me deitei fiquei com a sensação de que o Ferdinand ainda seria alguém de muito peso na minha vidaPessoal meu e-mail e msn é dhioneduolosky@hotmail.com