Como Chamas 1x21: PALHAÇOS PODEM SER ASSUSTADORES!

Um conto erótico de Danny-13
Categoria: Homossexual
Contém 1691 palavras
Data: 15/06/2013 15:32:21

Como Chamas 1x21: PALHAÇOS PODEM SER ASSUSTADORES!

Me sentei na beirada da janela de meu quarto, observando o céu. Nunca tinha visto tantas estrelas juntas e uma lua tão bela e hipnotizante. Uma noite completamente romântica.

- Dan é claro que você vai. Combinamos que você me ajudaria na barraca de bichinhos, lembra? Berrou Marcie ao telefone.

- Mas...

- Não tem esse lance de mas. Esse é o nosso ultimo evento escolar antes do feriado e você vai!

Falar do feriado me deixou um pouco triste. Em poucos dias, teríamos um feriado prolongado de três dias, mas Marcie e eu sempre ficamos a semana toda sem ir a aula e viajávamos para algum lugar juntos. Bem, este feriado seria diferente. Eu estava realmente magoado e não arrastaria minha melhor amiga para o fundo do poço comigo. E Gregori havia sido incrivelmente legal comigo, então devia isso a ele.

- Posso conversar com você? Perguntou a voz de meu pai entrando no quarto.

- Preciso ir. Desliguei o telefone e me voltei para ele. Meu pai ainda estava usando o terno que usa para ir trabalhar.

- Bom, vou fazer um coquetel com uns amigos da empresa aqui em casa amanha e quero saber se você tem alguma coisa para fazer.

Esperei ele dizer que eu deveria desmarcar qualquer coisa que fosse ou brigar comigo para que eu ficasse, mas ele apenas ficou em silencio olhando o vazio.

- Talvez, porque? Quer que eu fique?

- Não é preciso. Pode ir aonde você ia, eu e sua mãe damos conta. A que horas volta? Ele perguntou. Na verdade ele queria dizer "não volte antes de meus amigos irem embora".

- Não precisa se preocupar comigo. Falei em virando de novo para a janela, meu rosto ardendo. Eu queria muito chorar agora.

Tudo bem, meus pais tinham vergonha de apresentar seu filho afeminado para os amigos. Eu não sabia se tinha raiva deles ou de mim mesmo. Mas uma vez, uma garota religiosa me disse que éramos feitos a imagem e semelhança de Deus, e eu me recuso a acreditar que ele havia me feito a imagem de algo que não fosse no mínimo bom. Por debaixo de tudo que sinto, escolho ou gosto, havia uma pessoa com sentimentos. Mas porque ninguém parecia ver isso?

Meu pai saiu do quarto sem se despedir. Ele estava me dizendo : eu e sua mãe vamos receber amigos e não quero você aqui. Do jeito dele, mas estava. Por mais que eu esteja acostumado, desta vez doeu mais que as outras. Talvez porque eu já estava magoado.

Eu não tinha lugar para ir. Nada de Felipe, Marcie estaria com Gregori. Jordan provavelmente estaria com a namorada e eu não iria incomodar John.

Estava sozinho. Por que não estou surpreso? Minha Família não me queria por perto porque eu era uma vergonha. Meus amigos estão ocupados e um deles quer apenas me usar como brinquedo sexual.

Pensando em mim, vejo que não me arrependo do que ouve com Felipe. A família daquele garoto venerava ele e Mike e eu daria tudo para ganhar pelo menos metade da atenção e apoio que eles tem dos pais.

Peguei meu celular para ver a imagem do panfleto que Marcie me enviou.

O carnaval da escola era um evento anual muito tradicional e bacana. Tinha varias barracas de brindes e jogos e todos se divertiam. Eu não estava exatamente no clima para festas, mas o que eu poderia fazer?

Na noite seguinte, sai da escola e fui direto para minha casa. Nos fundos da propriedade havia um quartinho onde ficava a empregada, mas ela se mudou para a própria casa e só vinha algumas vezes na semana. Eu quase nunca a via.

Dentro do quartinho havia um micro ondas, uma tv de 21 polegadas e uma cama, não tão boa quanto a minha mas dava para descansar.

Fiz pipoca de manteiga e me deitei, enquanto ouvia o som de bossa nova vindo de minha casa a frente.

Meu iPhone vibrou com uma mensagem de Felipe:

DAN, SEI QUE TODA TERCEIRA QUINTA DO MÊS SEU PAI FAZ UM COQUETEL E VOCÊ SAI. QUERO QUE SAIBA QUE PODE VIR PARA CÁ, NÃO PRECISA FALAR COMIGO, MAS VENHA, NÃO GOSTO DA IDÉIA DE VOCE NA RUA A ESSA HORA. MEUS PAIS ESTÃO AQUI TAMBÉM SÓ PRA VC SABER. PROMETO NÃO FAZER NADA.

Desliguei o telefone depois disso. Somente Marcie e Felipe sabiam como eu realmente me sentia com relação a meus pais. Mesmo assim não adiantaria e de jeito nenhum que eu iria para o mesmo lugar que os pais de Felipe. Sofrer sozinho é sempre a melhor opção. Talvez eu esteja transformando tudo isso em algo grande demais, mas eu não conseguia parar de pensar nisso.

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- Digam x! Exclamou a professora de ginastica ao bater uma foto minha, Marcie e Gregori. Estávamos na banca de bichinhos e minha hora havia terminado a vários minutos.

- Pronto, agora o casal vai assumir. Falei puxando Marcie para fora da tenda. Esperei ate que estivéssemos longe o bastante e disse:

- Best, não vamos viajar junto desta vez.

- Porque?

- Bom, esse é o seu primeiro namoro de verdade, acho que deve aproveitar isso.

Ela deu um gritinho e me abraçou, eu sabia que ela ficaria feliz com isso. Se ela estava bem, então eu também estava.

- Vou aproveitar e conhecer a família dele melhor. Agora vou voltar para a tenda, mas promete que vai ficar ate que eu saia para que possamos curtir o resto da noite juntos! Só nos dois!

Acenei que sim e ela beijou minha bochecha antes de voltar correndo para Gregori. Eu amava tanto aquela garota... Eu preciso de você. Eu gostaria de ter dito a ela, mas já bastava um de nos esta triste.

Dei meia volta e fui andar no meio do carnaval, barracas enfeitadas, algumas vendiam comida e bebida e outras brinquedos. Havia um palco improvisado para um show de marionetes ou coisa assim. Meus colegas de escola sorriam e acenavam, mas então vi algo que chamou minha atenção: Palhaços estavam em toda parte. Vários deles, muitos mesmo. Eu não estava sabendo sobre nada daquilo.

- Bacana. Disse Mike atras de mim.

- O que esta fazendo aqui?

Ele riu.

- Vim entregar o combinado.

- Você ainda não deu o dinheiro a eles?

Ele olhou em volta, abraçando a mochila com o meu dinheiro.

- Onde eles estão? Perguntei.

- Em toda parte. Ta vendo os palhaços?

Gelei na hora. Um palhaço usando uma marcara vermelha tinha ido a minha tenda varias vezes. Não dizia nada, nem comprava. Apenas ficava parado lá e depois sumia.

- Assustador, ne? Disse Marcie para mim quando ele sumiu pela ultima vez.

- Bom, marquei de entrega-los agora. Te vejo depois?

Mike deu uma olhada em volta e então se encolheu. Me virei para acompanhar o olhar dele e vi John. Acenei para ele e o garoto acenou de volta.

- Tenha cuidado. Falei quando ele se afastou. Fiquei parado no mesmo lugar, seguindo Mike com os olhos. Ele foi para a rua em frente o colégio, se eu passasse pelo estacionamento eu conseguiria ver se estaria tudo bem e também veria os rostos daqueles malditos.

Corri logo atras dele, e entrei no estacionamento, mas então alguém puxou meu braço com toda força.

- Meu irmão vai cuidar disto sozinho.

- Me solta Felipe agora.

Ele me olhou suplicante. Como se estivesse cansado e morrendo de saudades. Não o encarei de volta.

- Me esquece. Falei para ele.

- Dan, eu disse que não vou fazer isso.

- Fazer o que? Perguntou uma voz atras de nos. Era o pai dele. Com a mesma cara sinica e malvada de sempre.

- O que diabos você não vai fazer Felipe? Perguntou ele de novo.

Felipe ainda não havia soltado meu braço. Ele me olhou e eu pude ver o que ele iria fazer. Era como se dissesse isso é por você. Meu Deus, eu não podia deixar que isso acontecesse.

- Me solta seu retardado. Falei para ele e puxei meu braço com estupidez.

O pai de Felipe ainda olhava para ele, acho que com medo do que o filho pudesse dizer. Felipe me olhava confuso e de costas para o próprio pai. Então continuei.

- Seu filho é pior do que você. Falei, mas só depois entendi o erro que havia cometido.

- Como assim pior? Perguntou Felipe.

- Eu também disse umas poucas e boas pra esse viadinho. Falou o pai dele sentindo-se orgulhoso. Meu rosto ardeu de novo, mas lagrimas irritantes estava chegando.

- Quando foi isso? Perguntou Felipe me olhando.

- Isto importa? Agora você sabe que merda de frutinha teu amigo é.

Tudo bem, eu havia começado a cena, mas agora tudo tinha ido longe demais. As palavras não eram mais forçadas ou falsas e me machucavam de verdade. Fiz careta para o Felipe continuar. Eu queria dar o fora dali.

- Verdade pai. Este boiola acabo de me conta essa merda e ainda queria que eu ficasse com ele.

O pai dele riu. Eu estava quase chorando, mas não daria este gostinho a ele. Felipe falou em tom alto demais, fingindo estar alterado. Seria um péssimo ator.

- Eu nunca ficaria com ele. Ele falou.

Desta vez isso me atingiu de maneira profunda. Seu tom foi baixo e quase triste, determinado. Como se dissesse aquilo só para mim.

- Vão pro inferno. Falei e corri para fora do estacionamento. Meu pulmão ardia de tanto correr e soluçar, mas eu não iria parar. Quando me vi esgotado, peguei um ônibus e fui para casa. Meu celular vibrou. Uma mensagem de Marcie.

AMORÉ, GREGORI QUER ME MOSTRAR UMA COISA NA CASA DELE E ESTOU INDO, PODEMOS CONVERSAR DEPOIS NE? BJOS!

BELEZA, DIVIRTASSE. Respondi para ela.

Joguei o celular na cama e deitei por cima. Ouvir aquilo do Felipe não foi o pior, a cara dele estava tão triste e sincera que me destruiu. Ele me achava uma aberração. Talvez eu não devesse fazer tudo aquilo, mas agora já era tarde. O pai dele havia vencido e eu sabia.

Talvez eu devesse tê-lo deixado fazer o que queria, pra ver ate onde ira mas minha consciência iria me comer vivo depois. Foi melhor assim, quanto mais a ferida sangrar, mas rápido ela se cura... Certo?

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Comentários

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Estou ainda perplexo com tamanha covardia do Felipe nada no mundo seria motivo dele dizer essas coisas pro Dan

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