A História de Caio – Parte 19

Um conto erótico de Kahzim
Categoria: Homossexual
Contém 1221 palavras
Data: 14/07/2013 17:16:15
Última revisão: 07/09/2015 22:32:29
Assuntos: Gay, Homossexual, Romance

Porque meu fim-de-semana tinha que acabar daquela forma? Tinha sido tão maravilhoso até aquele momento. Não sei de onde tirei forças para não reagir. Sabia que aquela provocação era mais para ter uma desculpa para me agredir. Resolvi não fornecer tal desculpas. Juntando toda a força de vontade de que fui capaz, simplesmente abri a porta do quarto e me tranquei rapidamente. Ele passou pela porta dando um soco, enquanto eu me jogava na cama e chorava de raiva dele e do meu pai. Eles já haviam aprontado comigo coisas suficientes, não importam se eram família, não importava mais nada, meu sangue escorpiano clamava por uma vingança exemplar.

Meu choro abafado contra os travesseiros foi interrompido por uma súbita ligação. Era Samia.

- O que você fez o fim de semana inteiro Caio? - Perguntou ela do outro lado da linha. Me chamar pelo meu nome assim não era um bom sinal. Ela estava visivelmente chateada.

- Eu estava com uma pessoa, Sa. - Expliquei. - Desculpa. Amanha te conto tudo, vem comigo aqui para casa depois da aula, só nós dois, depois conto tudo pro Roney, ok?

- Tudo bem, mas não to gostando desse convite Ca.

- Amanha te explico tudo direito. Por favor Sa, preciso desligar, meu pai arrombou o ap da minha mãe e fez chaves novas para o meu irmão. O ap agora é dele.

- Isso não é bom para você não? Vai se livrar de um mala sem alça.

- É bem complicado Sa. As chaves sempre ficaram comigo e só eu ia lá. Tudo está como ela deixou, os móveis dela, a decoração. Eu sempre quis ir morar lá quando fizesse 18 anos ou algo assim e agora não sei o que meu irmão vai fazer. Capaz dele mandar quebrar tudo e reformar.

- Poxa, Ca, que foda. - E a casa de vocês, onde vocês todos moravam juntos, você nunca pensou em ir para lá não?

- Podia até ir Sa, mas meu pai fechou tudo lá quando minha mãe faleceu, ninguém entra lá, até a coleção de quadros permanece toda na parede. Tem quadros raríssimos que podem ter sido comidos por cupim ou algo assim. Não sei onde ele está com a cabeça de não querer preservar a memória dela, mas queria salvar ao menos o ap.

- Certo bebê, desculpa te perturbar. Vou deixar você descansar essa cabecinha. Tomara que pelo menos a noite tenha sido ótima. Tomava que você esteja sem poder nem andar de tanto sexo para compensar essa merda.

- Quase isso, Sa. - Respondi rindo. - Boa noite gatona. Obrigado por se importar comigo.

- De nada Ca, te amo. Tchau.

- Também te amo, Gostosa. Tchau. - Falei desligando.

Acordei pela manhã moído. Praguejando novamente o Carlos porque em virtude da chateação que ele me fez, não comprei a pomada. Pelo menos não estava mais ardendo tanto, mas ainda sentia uma dorzinha fina. Tomei café rapidamente e a Fi disse que o Marcos não me levaria ao Colégio. Que bosta, se soubesse antes teria chamado um Táxi, agora teria que ir de ônibus e corria o risco de chegar muito atrasado.

Corri pelas ruas até a parada de ônibus. Eu sabia que aquilo era coisa do meu pai para me humilhar. Não via humilhação nenhuma em andar de ônibus, não herdei as imbecilidades da família dele. O velho teria que caprichar mais se quisesse me atingir. E se eu fosse ele, sinceramente, tentaria era me agradar de várias formas, ele já estava sujo comigo o suficiente pelo lance do apartamento, e eu ainda estava determinado a fazê-lo se arrepender amargamente por aquilo.

O ônibus estava super lotado. Desci todo amarrotado na frente do colégio faltando menos de 5 minutos para começar a primeira aula. Entrei correndo na sala com o professor organizando equipamento de projeção para a aula. A Samia e o Roney tinham marcado lugar para mim, Daniel tinha sentado mais atrás e não olhou para mim quando me sentei.

Mandei beijinho soprado pra Samia e o Roney e prestei atenção na aula. Era uma apresentação sobre conflitos que já haviam ocorrido envolvendo Ceará. Desde a guerra dos bárbaros, passando pela confederação do equador, sedição de Juazeiro e até a história do Sítio Caldeirão, que eu não conhecia até aquela aula, que era um sítio deixado pelo Pe. Cícero para romeiros carentes onde foi organizado um esquema parecido com o de Canudos, em escala menor e que após a morte do Pe. Cícero foi brutalmente esmagada por influência da elite econômica e religiosa da região. Anotei fascinado um apontamento para pesquisar isso mais tarde. História me dá muito tesão, só não me dá mais tesão que homem, porque homem é uma coisa gostosa demais e me faz gozar.

As aulas passaram voando e eu sinceramente só tive cabeça naquele dia para a primeira aula de história. As imagens do sítio caldeirão e de seu fundador, o Beato José Lourenço foram obliteradas de minha mente quando Samia colou em mim após a aula para conversarmos. Chamei um táxi para a gente e logo chegamos em casa. Almoçamos na cozinha sem tocar no assunto. Quando entramos no quarto ela se jogou na minha cama, eu fiquei só de cueca e deitei no colo dela. Sabia que aquela conversa exigiria muita atenção, então comecei cauteloso:

- Sa, preciso confessar uma coisa.

- Então confessa olhando no meu olho. - Disse ela dando um tapinho no ombro para eu ficar de frente para ela na cama. Ao que obedeci.

- Sa, eu dormi com o Yoh, estou gostando dele. - No instante que olhei ela nos olhos percebi que qualquer tentativa de tergiversar sobre aquele ponto não seria bem sucedida.

- Eu já estava desconfiando Ca, porque você fez isso? - Perguntou ela com reprovação.

- Você sabe que achei ele legal desde o começo. Ele tem tudo a ver comigo, é inteligente, a gente conversa horas sobre várias coisas. O Roney não conseguiria conversar meia hora com ele. E eu perguntei se o Roney tinha chances antes de investir. Ele deixou claro que não Sa.

- Olha Caio, eu sei que você tem muitos problemas. Falta de sexo não costuma ser um. Sempre tem algum cara atrás de você querendo te comer.

- Sa. - Falei repreendendo. - Eu não sou só um pedaço de carne, não curto ter caras atras de mim querendo me traçar não. Eu quero é um lance sério com um cara legal, e tive uma chance de algo assim com o Yoh, qual o problema?

- O problema é que você prometeu a seu amigo que não tentaria nada, e mais, prometeu que ajudaria ele a ficar com o cara. Vai dizer que não tem nenhum arrependimento de prometer ajudar um amigo a conseguir um cara e dar para o cara na primeira oportunidade?

- Sa, não precisa me humilhar assim. Você nem sabe se eu não estou sentindo algo de verdade pelo Yoh. E claro que pensei muito, muito e muito sobre o Roney, mas olha, você acha certo eu sacrificar minha vida sentimental por um amigo? Jogar minhas chances de namoro todas fora em prol de ajudar alguém?

- Venho fazendo isso por você desde o primeiro ano Caio. - Falou ela levantando abruptamente e pegando sua mochila. - Jogando fora toda chance de namoro que tenho para te proteger de seu pai, de seu irmão e de todo mundo que você tem terror que saiba que você é gay. E quer saber, POR NADA.

Continua...

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Comentários

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Amigo é pra sempre. Vc devia ter sido mais sincero com o Roney. Ele ia sofrer, mas ia entender.

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ela ta certa vc prometeu ajudar o roney

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Credo, você deve ter jogado cupim na cruz! Que barra. O certo seria ajudar o Roney já que prometeu, aí se o Yoh dispensá - lo você tentava algo. Acho uma conversa calma com seu pai poderia resolver e não responde - lo de forma "agressiva" .Não entendi muito bem o piti dela, pelo que entendi ela não namorava pra mostrar as pessoas que vocês dois "namoram"?? Não encontrei o capitulo 18, posta ele de novo! Abraços!!

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Infelizmente ela tem um pouco de razão... Amizades abaladas! Como sempre, perfeito. Continua logo. 10

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Mais uma amiga que te trai?

Também curto história.

Seu irmão é uma merda ,sabia.

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