Fiquei com cara de bobo observando o semblante de raiva da Samia. Eu não sabia o que falar. O que ela disse era verdade, mas era algo que eu nunca tinha parado para observar. Ela era uma garota linda, uma lorinha de corpo escultural, rosto bonito, das mais belas do colégio sem dúvida. Qualquer cara gostaria de namorar com ela. Mas todos pensavam que ela era minha namorada, então ninguém se chegava a ela. Meu destempero era conhecido no colégio. E ela mesma nunca procurava, alimentava a lenda de que tínhamos algo, deixava simplesmente a coisa rolar e assim ninguém desconfiava da minha sexualidade e passei o ensino médio até ali sem ser assediado por garotas desde então.
Porque nunca notei que aquilo fazia mal a ela? Como eu era egoísta e tapado. Ela era uma garota romântica e carente como qualquer outra, ela adoraria ter um namorado para chamar de amor, transar, dar pití, dentre outras coisas. Eu impedi ela de viver isso, sem falar que se não fosse pela presença dela junto a mim, meu pai já teria tido certeza da minha condição sexual a muito tempo. Ela era o escudo que escondia minha sexualidade das pessoas. E eu a havia decepcionado para além do que ela era capaz de suportar.
- Sa, me desculpa. Eu nunca tinha parado para pensar nisso. Por favor. - implorei enquanto ela sai porta a fora.
Ainda a segui de cueca até a sala, mas ela simplesmente entrou no elevador primeiro e partiu. A fi me viu de cueca na sala. Ainda bem que ela sabia que eu sempre ficava de cueca no meu quarto, mesmo com a Samia comigo, senão poderia ter achado que eu tentei fazer algo a força e a garota saiu correndo.
Voltei de cabeça baixa sem saber o que fazer. Eu sei que falhei com o Roney. Mas eu sinceramente não via chance nenhuma dele com o Yoh. Era um cara legal demais para se deixar passar e eu só tinha ficado com aqueles ativões encubados insuportáveis. Não conseguia resistir à tentação de tentar algo com um cara que curtia lance sério. Que me levava para dormir em casa, que falava coisas legais no meu ouvido. Era algo tão incrivelmente novo para mim que queria viver intensamente a situação. O mais chato de tudo era que eu costumava desabafar de tudo com a Samia e o Ro. Ela tinha acabado de sair furiosa da minha casa e ele se eu contasse tudo certamente me assassinaria a sangue frio. Resolvi desabafar com a única pessoa que achei que diria alguma coisa útil: o Yohan.
Ele disse que estava em casa tranquilo, que iria ao Bnb mas poderia só passar na minha casa e me levar para o ap dele para conversarmos. Topei na hora. Menos de meia hora e eu já estava banhado e arrumado entrando no carro dele. Eu mesmo tomei a iniciativa de dar um beijo na boca. Senti falta dele.
- Como está você? - Me perguntou em um tom que não deixou dúvidas de que não falava apenas genericamente, queria saber se eu estava recuperado.
- Praticamente bom.
Seguimos pelo caminho e ele ouvia Maria Bethânia. Era no Dvd do carro, lembro claramente que estava tocando a música oração ao tempo. Ele parecia já estar preparado para me aconselhar. Tempo, tempo, tempo, tempo, era bem o que eu precisava para resolver todos aqueles abacaxis que tomavam minha vida.
O Apartamento dele estava levemente diferente. Notei que ele não esperava visitas e estava com a mesa de jantar repleta de livros. Mal entramos e ele me agarrou e me beijou pra valer. Claro que correspondi, senti falta daquela pegada de homem dele.
- Sentiu saudades, hein? - provoquei.
- Impossível não sentir. - Respondeu enquanto mordia meu pescoço.
- Mas eu não vi aqui só pra você me agarrar. Quero conversar um lance sério.
- Hum, que medo. - Responde ele sorrindo. - Enquanto me puxava para sentar no sofá.
Ele sentou-se bem ao meu lado e me encarou sério.
- Pois bem. Pode falar. Sou todo ouvidos. - Falou apoiando os braços no sofá se jogando de costas deixando seu volume bem a mostra. Estava bem duro.
- Bem, é que. Eu estou com uns probleminhas com meus amigos. - Vi a rola dele pulsar no calção. - Quer saber, a gente fala disso depois.- Falei enquanto baixava o short dele e colocava o pênis para fora.
Era tão lindo e duro quando eu me lembrava. Enfiei tudo na boca. Nem eu sabia que estava com tanta saudade de fazer aquilo nele. Sentia suas veias pulsarem na minha boca e meu próprio pau já estava muito duro. Eu ainda estava dolorido, mas senti aquele fogo subindo, aquela vontade de ser preenchido.
- Yoh, eu preciso mesmo falar algo muito sério. Tô com um problemão. Mas me come antes que eu to louco de tesão em ti. - Falei tirando o pau da boca.
Ele levantou-se e foi até o quarto. Voltou com gel e camisinha. Me mandou tirar a roupa e tirei. Pensei que ele ia me levar para a cama mas ele me mandou ficar de quatro no sofá, olhando para a parede. Ele mordeu um pouco minha bunda e minhas costas mas notei que estava tão ansioso para meter quanto eu estava para dar, porque sem muita preliminar foi entrando em mim, provocando intensos gemidos de prazer e dor, pois ainda não tinha me recuperado da outra vez.
Ele segurou minhas ancas com firmeza e senti que ele ia enfiar pra valer. Coloquei as mãos na parede para sentir a pressão e a primeira estocada fez um barulho parecido com uma tapa na minha bunda, senti a cabeça do pau dele tão dentro de mim como nunca tinha sentido um pênis antes, senti uma pontada de dor.
- Vai com calma. - Pedi.
- Hoje não. - Respondeu com ar safado enquanto apertava ainda mais minha cintura e dava uma sequencias de incontáveis estocadas violentas que me fizeram berrar e morder o sofá.
- Ai, caralho, puta que pariu. - Berrava de desespero, mas no fundo adorando ser possuído com tanto vigor. - Tá acabando comigo, seu puto. Porra meu, tá me arrombando todo.
Aguentei aquela pressão por cerca de cinco minutos apenas e gozei. Notando que eu não aguentaria muito mais ele intensificou mais ainda e gozou logo depois. Despenquei no sofá com as pernas trêmulas. Ele apenas tirou a camisinha e deu um nó, foi ao banheiro e jogou, voltou para a sala, vestiu o calção e sentou-se do meu lado novamente para me ouvir.
- Podemos conversar agora? - Perguntou sorrindo.
- Deixa minha alma voltar pro corpo primeiro. - Respondi. - Eu não tinha me recuperado da outra ainda não viu seu safado. Você tá querendo me matar.
- Corrigindo. Você está querendo se matar. Você que provocou isso. - Respondeu sarcástico.
- Também fica exibindo o pau duro. - Falei me recompondo e me voltando para ele. - Talvez eu nem devesse ter feito isso, porque foi exatamente disso que vim falar.
- Hum, qual o problema?
- O Roney, meu amigo. Eu te disse que ele é afim de você. Ele tinha me pedido para não tentar nada com você e ajudar ele. Ao invés de cumprir minha promessa eu vim aqui e passei a noite transando contigo. Contei hoje para a Samia, e ela ficou muito brava comigo. Disse que eu fui traiçoeiro. E ainda passou na minha cara que deixa de namorar pra fingir que tem algo comigo para me proteger. Eu estou muito mal, e agora mais mal ainda porque eu não satisfeito com a outra noite, acabei de dar pra você de novo. Não que eu não tenha gostado. Foi ótimo, mas não sei o que fazer. Estou gostando dessa experiencia da gente, mas eu prometi ao meu amigo.
- Tudo bem, sejamos racionais. - Começou ele. - Em toda essa história você ainda não me disse o que afinal você deseja, isso sempre precisa ser levado em conta.
- Precisa dizer? - Perguntei encarando ele nos olhos. - Eu te quero.
- E desde quando você sabe que me quer?
- Desde que você me beijou no carro.
- Vou te dizer o que acho. Antes de tudo. Queria deixar claro que eu estou adorando também o que está rolando entre a gente. Mas como você está me pedindo um conselho, tentarei ser imparcial e falar o que é melhor para você e não o que é melhor para mim. E nessa situação a coisa é bem simples. Não fique chateado comigo, mas você precisa decidir se a sua palavra vale mais do que seus desejos.
Continua …