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A História de Caio, completa e revisada para leitura on line e download e contos inéditos no meu blog:
http://romancesecontosgays.blogspot.com.br/a-historia-de-caio-leitura-on-line-e.html
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Confesso que fiquei surpreso por ele falar aquilo tão diretamente. Dizer que eu não tinha palavra era uma coisa muito ofensiva. Acho que foi a forma como o Daniel parecia confiar tanto nele para dar conselhos que me fez pedir conselho também. Apesar da chateação, resolvi responder cautelosamente.
- Como assim Yoh, você está querendo dizer que eu devo tentar ajudar ele a ficar contigo? Você esta afim dele por acaso?
- Recordo que acabei de dizer que ia falar o que era melhor para você e não para mim. Além do mais, você apoiar ou não ele para ficar comigo para mim não faz muita diferença, porque não sinto nenhuma atração por ele. A questão aqui é procurar superar a angústia que você está sentindo. A palavra faz parte da honra de uma pessoa. É a força de nossa palavra que nos faz pessoas confiáveis ou não. Uma pessoa que não cumpre nem mesmo a palavra dada a seu melhor amigo, não é digno da confiança de ninguém.
- Poxa Yoh, parece que você está é querendo se livrar de mim. - Respondi furioso. - Se for o caso não precisa ficar me ofendendo, basta falar que eu me afasto.
- Calma Caio, não quero que você se afaste de mim. Só quero que você fique em paz consigo mesmo. Não estou falando que para se sentir em paz você deve desistir de mim ou tentar fazer o Roney ficar comigo, seria até insano pedir isso de você considerando que está havendo algo entre a gente. Estou apenas dizendo que você não deveria faltar com a sua palavra com o amigo, para que não se sinta uma pessoa ruim, como está acontecendo agora. No caso, o correto seria você ter sido sincero com ele e dito que tinha interesse em mim também e pedido a compreensão dele. Se ele não aceitasse, seria infantilidade dele, e ele se tornaria o errado da história. Como você aceitou a imposição dele e não cumpriu, o errado se torna você. Entende?
- Mais ou menos. - Respondi emburrado. Confesso que estava achando que o Yohan tinha me enganado e era como os outros, estava apenas usando a situação para me jogar fora.
- Você fez algo que manchou sua imagem, manchou sua reputação e afetou sua honra. Para se sentir em paz com você mesmo, com seus valores, você precisa tomar uma atitude corretiva. Precisa virar o jogo de forma a corrigir o que você fez e passar a bola para o Roney, deixando nas mãos dele a decisão se aceita sua posição ou não.
- Entendi. - E realmente tinha entendido finalmente ele. - Você quer que eu assuma tudo para ele, e peça perdão é isso?
- Algo assim. - Respondeu ele sorrindo condescendentemente.
- Mas como isso vai me tornar o certo da história? Ele pode não me perdoar, vou continuar sendo o vilão.
- Errado. Quem não perdoa sempre está errado.
- Porque?
- Porque somos todos humanos e erramos todos os dias. Estamos aqui para nos tornar pessoas melhores. O rancor é como uma pedra amarrada no nosso calcanhar, nos impede de alçar voos mais altos. Você larga sua culpa e seu rancor de lado e decide voar. Se o Roney resolve manter essas pedras amarradas a ele, então ele é o errado.
- Entendi. - Respondi assimilando o argumento. - De qualquer forma, eu preciso falar a ele mesmo. A Samia está mais chateada ainda por eu estar enganando. Se fosse ele me enganando eu ficaria furioso, mas como sou eu enganando, fico achando que estou certo e ele é o incompreensível. Sou um otário né?
- Não. Você é apenas humano. Como eu, como o Roney, como a Samia e como outros 7 bilhões de malucos que caminham sobre o mundo todo dia cometendo erros dos mais diversos tipos.
- Você parece um padre falando. - Falei rindo. - Qual sua religião, posso saber?
- Claro que pode. Eu sou espírita. E você?
- Que legal, minha mãe era umbandista. Meu pai não deixava levar eu e meus irmãos. Então eles deixaram para quando crescêssemos escolhermos nossa religião. Mas eu estudei em colégio religioso católico, então como eu fazia muitas perguntas, minha mãe me ensinou muito sobre mundo espiritual, guias de luz e coisas assim. Mas confesso que me afastei de tudo. Sou praticamente sem religião. Mas legal o espiritismo. Então você acredita em reencarnação também não é?
- Sim.
- E astrologia?
- Isso não tem a ver com espiritismo. - Responde rindo. - As pessoas confundem.
- Minha mãe adorava astrologia. Também adoro. Eu sou escorpiano. Tem tudo a ver comigo. Qual o seu signo?
- Taurino?
- Quer saber se a gente combina ou não? Eu sei dizer.
- Acho que depois daquela noite louca de sexo essa pergunta perdeu o sentindo. - Zombou ele.
- Bobo. - Critiquei. - Deixa para lá. Você é um cético. Taurino é materialista, mas deixa estar que eu sei todos os truques para te conquistar.
- Pago pra ver. - Respondeu ele enquanto se inclinava e me beijava a boca. - E aí, tomou uma decisão?
- Sim, me leva lá no Roney, de lá vou para casa sozinho.
Em cinco minutos estávamos já no carro dele novamente indo em direção à casa do Roney, eu estava estranhamente sereno levando em conta os momentos de tensão que me esperariam. Torci para a Zelma estar em casa, assim o Roney ia se conter mais se fosse dar pití e principalmente, não tentaria tirar a minha vida.
- Yoh, o Daniel desabafou com você afinal? Perguntei subitamente lembrando uma dúvida que me tomou pela manhã.
- Não, liguei para ele mas ele disse que eu ficasse de boa, que era uma nóia dele que passar o dia se divertindo com a gente resolveu, acho que ele só precisava espairecer.
- Entendo, vocês se conhecem a quanto tempo?
- Desde que eu tinha 11 e o Daniel 8 anos.
- Que legal, não sabia que eram amigos de infância.
- Pois é, aturo aquele mala há exatos 10 anos.
Enquanto ele falava isso chegamos ao destino.
- Caio, posso pedir uma coisa? - Indagou ele.
- Claro, e pode me chamar de Ca, já estou te chamando de Yoh e até o Daniel de Dan, já.
- Ok. - Respondeu ele rindo. - É porque você vai ter uma conversa muito importante com o Roney e temo que a partir dela você possa até desistir de mim.
- Poxa Yoh, acho que não é para tanto...
- Mas eu temo. - Me interrompeu ele. - E se for o caso, não poderei fazer nada, porque não vou querer separar você de seus amigos. Então, faz uma coisa por mim?
- Claro, o que?
- Me chupa bem gostoso, de uma forma que eu vá gravar na memória para sempre? - Falou ele enquanto sacava do short o pau já duríssimo.
Não podia recusar, e pensando bem, ele tinha até razão. Não sabia que resultado teria aquela conversa com o Roney, ele podia até me atirar da janela. Então eu peguei aquela rola e chupei com gosto. Como se fosse a última coisa que eu faria em vida. Mamei longamente da cabeça ao tronco, chupei tanto o saco dele que ficou todo babado. Fiz o trabalho tão bem feito que ele jorrou na minha boca sem se masturbar uma vez sequer. Levantei a cabeça e encarei ele bem fundo com a gala dele na boca e bebi de forma que ele percebesse o momento exato em que seu esperma me desceu pela garganta. E naquele momento percebi que aquela era mesmo uma coisa que eu adorava fazer.
- Foi bom? - Indaguei.
- Foi inesquecível. - Respondeu ele enquanto eu descia do carro e pedia ao porteiro para me anunciar no apartamento onde Roney morava.
Subi pelo elevador do prédio do Roney e entendi um pouco como se sente um boi caminhando para o matadouro.
- Esteja em casa Zelma. Esteja em casa Zelma. Esteja em casa Zelma. - Repeti baixinho no elevador, ainda bem que não havia ninguém para ouvir.
Cheguei diante do apartamento dele, que ficava no 6º andar e bati na porta. Em questão de segundos ele abre a porta.
- Bicha? O que a senhora faz aqui?
- Desculpa vir sem avisar. Tua mãe está?
- Não, fazendo plantão.
- Ro, posso entrar? Tenho algo muito sério para falar com você.
Continua …