A História de Caio - Parte 22

Um conto erótico de Kahzim
Categoria: Homossexual
Contém 1471 palavras
Data: 15/07/2013 12:00:04
Última revisão: 14/08/2013 00:46:16
Assuntos: Homossexual, Gay, Romance

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A História de Caio, completa e revisada para leitura on line e download e contos inéditos no meu blog:

http://romancesecontosgays.blogspot.com.br/a-historia-de-caio-leitura-on-line-e.html

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Apesar de ser extremamente brincalhão, o Roney tem perfeita noção de realidade. Quando percebeu meu tom de voz, ficou automaticamente sério. Notei que ele empalideceu um pouco, como que preocupado com o que eu ia falar. Mas simplesmente afastou-se da porta e me convidou para entrar.

- Vamos pro meu quarto. Pode ficar a vontade se quiser.

- Não, prefiro conversar assim mesmo. - ele me disse para ficar a vontade porque às vezes também curto ficar na casa dele de cueca, é uma mania irremediável minha.

Caminhamos até seu quarto, que estava meio bagunçado, verifiquei que o computador estava ligado e vi uma janela de conversa com a Samia, gelei, teria ela falado alguma coisa para ele? Provavelmente não, do contrário ele teria me recebido com 4 pedras na mão e soltado os cachorros em cima de mim e não empalidecido. Nesse momento que realmente achei estranho ele ter ficado nervoso, estaria ele escondendo alguma coisa? Ou teria sido impressão da minha cabeça? Em todo caso, resolvi deixar os devaneios de lado e conversar diretamente, porque aquela situação estava me angustiando demais.

- Ro, cara. Você é meu amigo há um tempão. - comecei meio nervoso. - Te considero pra caramba, você sabe disso. Eu fiz uma coisa muito errada e vim te confessar e pedir desculpa.

Notei uma expressão enorme de surpresa na cara dele.

- Como assim, Caio?

- Eu encontrei o Yoh naquele diz que fui comprar a gramática sozinho. A gente conversou muito e acabamos nos beijando. Eu deixei meu desejo me guiar e a gente acabou dormindo junto. Eu nunca quis quebrar a promessa que te fiz, mas eu estou gostando dele. Eu queria mesmo que desse certo as coisas entre a gente e não sei o que fazer, porque eu te prometi te ajudar. Mas enfim, queria que você me entendesse, mas se não entender, eu te entendo, porque fiz uma coisa muito feia.

A cada frase que eu pronunciava a expressão dele ficava mais zangada. Quando por mim parei, ele apenas sentou na cama, me encarou friamente e disse:

- Caio. Você é um traíra filho da puta.

- Ro, não precisa ofender, eu estou querendo conversar civilizado.

- Civilizado é o meu cú. Seu viadinho. Sua bicha encubada. Você teve alguma civilidade quando chupou o cacete do Yoh? Aposto que você sentou na piroca dele com muita civilidade.

- Ro, você tá me ofendendo, porra. Não precisa disso. A gente é amigo. Vamos conversar direito.

- Não quero conversa nenhuma com um viado traidor como você. Sabe o que eu devia fazer, devia mostrar pra todo mundo a bicha louca que você é. Posando de machinho na escola, andando com a Samia para cima e para baixo, enquanto tem mais horas sentado em rola que urubu tem de voo. Eu sou o viado naquela porra de colégio e cadê os homens que eu pego? Enquanto o machinho jogador de basquete chupa rola e bebe gala até no vestiário.

- Ro, cara, eu não bebo gala de ninguém não. Puta que pariu, para com essa loucura. - Até hoje fico impressionado de não ter perdido as estribeiras e dado ao menos uns tapas nele. Mas meu complexo de culpa era muito maior que meu sangue quente, por isso me controlei.

- Eu paro Caio, paro com a loucura, mas primeiro devolve o homem que você me tomou. Volta no tempo e deixa ele em paz para eu ter alguma chance. Você pode fazer isso?

- Cara, você sabe que eu não posso. E outra, você não teria mesmo chance com o Yoh. Eu perguntei a ele isso antes de tentar algo.

- O que? Você ainda teve a cara de pau de dizer que eu estava afim dele? Como que cara eu vou sair na rua agora? Com que cara eu vou olhar pra cara dele?

- Com essa mesma cara feia que tu nasceu, pô. Roney, de boa, esse piti já deu cara. Você está perdendo sua razão já. E eu quando soube que você não tinha chance estava era sondando ele para te dar os toques.

- Vai dar toque na puta que te pariu, Caio. Você pega seus toques, sua viadagem encubada, seu dinheiro de merda e seu nome importante, enfia tudo no seu rabo e vai para a puta que te pariu. - Falou ele gritando, e eu comecei a tremer de raiva. Ele percebendo alivia um pouco a tensão, senta na cadeira do pc e diz com falsa brandura. - Agora, sai da minha casa e faz de conta que nunca me conheceu na vida. Passa por mim e faz de conta que eu sou um jegue, um cavalo, alguém que não merece nem receber bom dia.

- Beleza, vou fazer isso mesmo. - Falei calmamente e sai do quarto dele, respirando fundo para não voltar atrás e esganá-lo. Ele não devia ter falado da minha mãe daquele jeito.

O elevador pareceu demorar um século para chegar. Desci tão nervoso que não consegue sequer discar o número de um táxi. Qual não foi minha surpresa quando percebi que o Yoh estava com o carro parado em frente ao prédio, em pé do lado de fora me esperando.

- Acho que alguém precisa de carona.

Nem quis saber de alguém ia ver ou reparar, me joguei no braços dele como um menininho desamparado e chorei muito. Ele afagou meus cabelos e me fez entrar no carro. Lá dentro, enquanto ele dirigia até minha casa, eu contei a ele as coisas que o Roney havia falado. Pensei se não teria sido melhor esconder tudo dele, mas no fundo, o Yohan tinha razão, eu me sentia sem peso nas costas e paz de espírito era realmente uma coisa que não tinha preço.

- Olhe pelo lado positivo. - Falou ele me encarando quando estacionou defronte o meu prédio. - Pelo menos aquela não foi nossa última vez.

-Cachorro sem vergonha. - Respondi rindo enquanto dava um beijo na boca dele de despedida.

Pensei em ligar para a Samia quando cheguei em casa. O Marcos estava na sala quando cheguei e avisou que meu pai tinha viajado à França e que retornaria em 5 dias. Deitei na cama pensando em várias coisas ao mesmo tempo. Podia ter voltado para a casa do Yoh, mas pensei que era melhor não, e ele mesmo não teve essa ideia já que me deixou diretamente em casa. Estava anoitecendo e eu não tinha nada para fazer a noite. Foi então que me surgiu na mente a ideia perfeita para retaliar a entrega do apartamento da mamãe para o Carlos.

Chamei um táxi e me dirigi para uma mansão que ficava a uns 20 minutos de distância do apartamento. O terreno dela cobria quase metade de um quarteirão, em uma zona nobre da cidade. Aquela casa foi construída para o casamento do meu pai e da minha mãe, foi um presente de casamento para ela. Haviam três guaritas de segurança, uma em cada extremo e uma ao meio, onde era a entrada. O muro era todo de granito e devia ter uns 3 metros de altura, com plantão muito bem cultivadas plantadas em cima. Era tão bem cuidado por fora, que quem passava não imaginava que a família dona daquela casa não mais habitava ali. Tínhamos ido embora praticamente logo em seguida ao falecimento de mamãe, e meu pai mandou fechar a casa com tudo dentro, até os utensílios de cozinha e ela nunca mais havia sido aberta.

Passei anos sonhando em voltar àquele lugar. Voltar a habitar o lar da minha infância feliz, mas era impedido até mesmo de visitá-lo. O medo do meu pai sempre me impediu de tentar voltar lá, mas a raiva recente que ele havia me feito me fez superar aquele medo e a viagem dele à Europa foi realmente providencial. Pago o táxi e respiro fundo, eu não sou um membro nojentinho da high society, mas precisava encarnar um muito bem para entrar ali. Não era algo difícil quando eu cresci naquele meio, mas exigia uma boa dose de concentração. O táxi parou diante do portão e quando me identifiquei foi autorizada minha entrada. Desci do carro no pátio da mansão e fiquei lá em pé esperando o Osvaldo, que eu sabia que ainda era chefe da segurança do local.

- Caio. O que você faz aqui? - Indagou ele vindo ao meu encontro cercado de mais 2 seguranças.

Até onde eu me lembre essa é a casa da minha família Osvaldo. - Respondi secamente.

-Mas ninguém está autorizado a entrar.

Me virei para olhar a casa novamente e voltei-me para os três. Fiz a cara de playboy nojento mais autêntica que consegui e perguntei calmamente.

- Tudo bem. Mas me tirem apenas uma dúvida: exatamente qual de vocês está pretendendo me impedir de entrar?

Continua...

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Comentários

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Eu amo esse conto *-* Quero saber exatamente o que você vai fazer na mansão, isso que me mata, sempre fico ansioso pelo próximo capítulo, você realmente sabe prender o leitor. '-' Sobre o Roney, por mais que ele tenha exagerado, eu entendo o lado dele, é tenso passar por esse tipo de coisa...

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Cara, o Rô ainda vai se arrepender do que disse e será que vc conseguirá entrar?

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Eita que o bicho vai pegar. Sou teu fã cara. Seu conto é diferente do que é habitual aqui e isso chama mto minha atenção. Parabéns pela iniciativa e pela escrita impecável

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