Saímos da casa do Guilherme era mais ou menos seis e meia da manhã para uma viagem que duraria duas horas, tínhamos que chegar cedo, pois ele disse que sua avó materna que promoveria a ceia de natal sempre fazia pão de queijo e exigia a presença dos netos para comer, era uma tradição, sua avó materna pães de queijo e sua avó paterna Pamonha, no caminho foi me contando como funcionava sua família, e os primos como eram, e em quem ele confiava me contou alguns episódios de sua infância, alguns primos que ele já pegou que hoje em dia são casados, ou nem falam com ele, eu já estava ficando tão equilibrado que nem fiquei com ciúmes, na verdade fiquei, mais consegui agir naturalmente.
Ao menos o pai dele eu já conhecia, era um a menos a ter que conquistar, pois seu pai já tinha falado que gostava de mim, no contexto profissional no pessoal ainda não tínhamos sido apresentados, meu namoro com o Guilherme já tinha dois meses, era tempo suficiente pra ele ter contado a família que namorávamos, e quando chegávamos na cidade onde sua avó morava ele me disse que todos já sabiam do nosso namoro, menos os pais dele, eu fiquei preocupado, o pai dele poderia desaprovar nosso relacionamento por achar que eu era mais um alpinista social querendo ser sustentado pelo filho dele, então eu perguntei
– Como é seu relacionamento com seu pai?
– Ótimo, pra dizer a verdade é muito melhor do que com minha mãe, meu pai é a pessoa mais mente aberta que eu conheço ele sempre pergunta da minha vida, dos meus namoros, me da conselhos, quando arranjo um namorado ele dá nota dizendo o que achou, se gostou ou não é mais ou menos assim, já minha mãe é mais seria e austera não deixa de ser respeitosa comigo, apenas não tocamos no assunto homossexualidade...
– Que bom seu pai te tratar assim.
– Ele sempre soube às vezes ele brinca falando que tem uma filha mulher e me chama de menina do papai, levo na esportiva é a forma dele de brincar e eu prefiro ter um pai assim.
– Eu imaginava mesmo que ele fosse assim, eu apenas o conheço como profissional e ele já parece ser o cara mais de boa do mundo como pai então não poderia ser diferente.
Chegamos na propriedade da avó dele que na verdade era um haras de cavalos, um lugar lindo, todo verde muito belo mesmo, entramos eu peguei nossas malas e fomos recepcionados por uma tia dele que já sabia ate meu nome, nos acompanhou ao quarto onde colocamos as coisas e fomos a cozinha eu suava frio estava até tremendo, a cozinha cheia de gente, eu quase passei mal de tanta vergonha que eu fiquei a expressão vermelho de vergonha foi pouco para o que eu senti naquele momento, ele foi me apresentando um por um, todos foram cordiais comigo, acho que homossexualidade não é tabu naquela família, pois fora o Guilherme existem mais dois primos que são gays porém dos três o mais belo é o Guilherme e mais bem sucedido também, então eu senti uma invejinha dos outros dois, também os cumprimentei e finalmente fui apresentado a avó dele...
Uma senhora italiana de 1,50 de altura ficou muito baixa perto de mim, quando a cumprimentei ela me mandou abraça-la e beijar o rosto dela, pois ela não sabia cumprimentar apenas pegando na mão, eu fiz como ela mandou e quando me virei ela ainda deu uma apertada na minha bunda, fiquei muito sem graça queria ir embora de tanta vergonha, as primas dele ficaram me encarando e cochichando umas com as outras, fui apresentado aos pais dele, a mãe dele me cumprimentou com um sorriso e disse...
– Finalmente nos apresentou um rapaz que parece alguém de verdade, muito prazer meu jovem.
– O prazer é todo meu.
O pai dele me deu uma olhada e com um sorriso no rosto me deu um abraço e disse que quando o Guilherme perguntou de mim ele sabia que não era atoa, só não sabia que eu era gay, e brincou dizendo...
– Eu entendo porque vocês são gays meninos mulher dá trabalho demais e gasta muito dinheiro, eu já disse para Sirlene se um dia eu largar dela vou arranjar um homem pra mim chega de prejuízos na minha vida.
A mãe dele deu um sorriso e ficamos conversando um tempo, eu notei que a mãe do Guilherme não é seria na verdade ela é bem observadora, ela fica na dela prestando atenção em tudo e quando se sente a vontade ela brinca e é tão simpática quanto o marido, ela deve ter plásticas e silicone pois é toda durinha e firme e tem cinquenta anos, então é isso mesmo, me sentei próximo a eles e decidi que ficaria por ali, o Guilherme foi conversar com os primos e eu fiquei com seus pais, o pai dele ficou me perguntando sobre minha faculdade e empresa, e engrenamos em assuntos profissionais, os olhos da mãe dele brilharam quando eu disse que cursava engenharia civil, não tem jeito, por mais de boa que seja a família se for rica, eles querem que seus filhos se relacionem com quem tem futuro isso é um fato.
Eu fui bem sincero a mãe dele me perguntou sobre minha vida, minha família eu contei a verdade sobre tudo, sobre meus irmãos que fui criado por mãe solteira, estudei em escolas publicas minha vida inteira, e tudo mais, acho que com isso eu ganhei o respeito dela, pois ela me deu atenção a todo o tempo assim como a avó do Guilherme que começou a me chamar de Bello, segundo ela pra uma velha italiana é mais fácil dar apelidos que lembrar de nomes, me chamou pra comer os pães de queijo dela e tomar café, a única que não trocou muitas palavras comigo foi a irmã dele, na verdade ela até me tratou mal algumas vezes, a mãe dele notando a rispidez da filha me falou...
– Não se incomode com a Milena não Igor, ela foi trocada por um homem, depois de namorar cinco anos com um rapaz, ela a dispensou e ficou com um amigo dela, eu já disse a ela, que mulher enjoada por mais bela que seja esta predestinada a ficar sozinha.
E ela falou pra garota ouvir, ela deu uma olhada com aquela cara de merda, como se estivesse odiando estar ali e ficou pendurada no telefone, na verdade ela era antipática com todo mundo não apenas comigo, a única que ela tratava com cordialidade era a avó, o avô do Guilherme eu conheci apenas momentos antes do almoço, pois ele estava no campo com alguns peões trabalhando na ordenha, um senhor de setenta anos bem jovial pra idade dele, o Guilherme me apresentou a ele, e também foi muito simpático e ainda falou para os outros netos...
– Acho que se juntarmos todos os namorados que vocês já tiveram não da metade de rapaz aqui, e ainda por cima tem mãos grossas, sinal que já trabalhou no pesado, ou seja, é homem de verdade né meu filho?
– Com toda certeza senhor.
– Senhor não, pode me chamar de Vô Nico.
O nome dele era Nicolay um senhor muito gente fina, todo caipirão porem muito legal fiquei pensando nele e na velhinha dele na cama ele quase da minha altura e ela toda baixinha deveria ser bem engraçado, após o café da manhã fomos a área externa, onde o pessoal foi assar carne e os jovens foram alguns as piscinas e outros andar a cavalo eu fiquei na mesa com os homens da família tomando cerveja e conversando enquanto o Guilherme estava na piscina, tudo esta correndo tranquilamente, mais ainda estávamos no primeiro dia...
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