Um caminho sem volta - Parte 2

Um conto erótico de Fael Leafar
Categoria: Homossexual
Contém 2074 palavras
Data: 15/07/2013 21:57:46
Última revisão: 05/08/2013 21:31:11

Cheguei à cidade maravilhosa, e minha madrinha me aguardava na rodoviária. Me abraçou fortemente, e se mostrou muito feliz com a minha chegada. Durante o caminho da sua casa, contava os últimos acontecimentos na sua vida. O divórcio com o marido que aconteceu há dois anos, o casamento do filho mais velho e a rebeldia do filho mais novo. Eu escutava a tudo sem me sentir no direito de opinar em nada, pois fazia muito tempo que não tínhamos um contato tão próximo. Eles moravam numa casa ampla, confortável de dois pavimentos em um bairro nobre. Ela me pediu para colocar as coisas no quarto dos meninos, visto que lá tinha uma cama desocupada depois que o Mauricio se casou, e agora estava destinada para mim. Seria bom ficar com o Heitor no mesmo quarto, retomar a velha amizade de infância. Com ele seria muito mais fácil a minha adaptação, poderia me apresentar pessoas, me levar nos lugares. Ele não estava em casa, então entrei sem cerimonia no cômodo e deixei minhas coisas. Era um quarto grande, com duas camas de solteiro, uma em cada canto, uma escrivaninha com um computador, um armário bem espaçoso, e um banheiro. Me aproximei da janela e vi a piscina com um deck e uma churrasqueira no quintal da casa.

Já era noite, quando minha madrinha desistiu de esperar o Heitor chegar e pediu um jantar para gente. Comemos e estávamos conversando animadamente na sala, quando ouvi um barulho de porta se abrindo. O rapaz que entrou ali não era nada que eu esperava. Era um garoto, de mais ou menos 17 anos, mais baixo que eu, 1, 70m e era mais magro. Tinha cabelos castanhos, lisos que caiam sobre os olhos verdes. A pele branca contrastava com as roupas pretas, e o rosto tinha mais piercings do que poderia contar. Um na boca, um no nariz, um na sobrancelha, e vários nas orelhas, que também tinha um pequeno alargador preto. Me assustei com aquele visual gótico, mas abri um sorriso em sinal de receptividade. Ele me encarava sério, e depois de alguns minutos jogou o skate ao lado da porta e foi para cozinha, sem falar uma palavra sequer. Olhei para minha madrinha, que me devolveu um sorriso amarelo, visivelmente sem graça.

- Heitor, vem aqui cumprimentar o seu primo. – Ela o chamou. Ele saiu da cozinha e me olhou mais uma vez, com uma expressão que eu nem conseguiria explicar.

- Eu não tenho nada pra falar com ele. Já te falei que não quero esse moleque no meu quarto. Foi você que inventou essa palhaçada, agora se vira! – Ele disse com ódio no olhar.

- O que é isso Heitor??? Não foi essa a educação que eu te dei! Ele vai ficar no seu quarto sim senhor, e você vai trata-lo muito bem. Essa casa ainda é minha, e abaixa essa crista para falar comigo! – Minha madrinha disse se levantando e se impondo diante do filho.

Eu estava chocado com aquilo. Não esperava essa reação dele, e muito menos aquela discussão por minha causa. Na verdade, não me lembrava de ter me sentindo assim antes. Essa rejeição súbita e gratuita. Levantei também.

- Tia, não tem problema. Eu vou para outro lugar. O Heitor não tem que dividir o quarto dele se ele não quer. Eu só não quero causar problemas. – Eu disse tentando contornar aquela situação.

- De jeito nenhum! Você vai ficar aqui. Heitor, depois a gente vai conversar muito sério sobre isso, e você Thiago, não liga pro que esse menino faz não. A casa é minha, e quem manda aqui sou eu. – Ela disse fuzilando o filho com os olhos.

Ele retribui o olhar com a mesma intensidade de fúria e subiu as escadas. Minha madrinha sentou no sofá e segurou a cabeça com as mãos. Fiquei em pé, ainda paralisado demais para me mover. Estava tão surpreso com aquele comportamento, que não conseguia pensar no que fazer. Sentei ao seu lado e coloquei a mão no seu ombro. Ela me olhou e me deu um sorriso triste.

- Desculpa por isso Thiago. Tem sido difícil com o Heitor desde que eu e o pai dele nos separamos. Ele não aceitou bem esse divórcio, mesmo sabendo que eu não tinha outra alternativa. Revoltou-se com o mundo, e hoje está assim, esse menino insuportável. Eu não sei mais o que fazer com ele. – Ela me disse com pesar.

- Tudo bem tia, eu entendo, mas amanhã mesmo vou procurar uma pensão ou algo do tipo pra ficar. Não acho justo dividir um cômodo, uma casa com alguém que não me deseja aqui. Pode ficar tranquila, eu invento uma desculpa pros meus pais, e eles não vão saber de nada. – Eu disse tentando consola-la.

- Não. Não admito isso. Ele não tem esse direito. Você é meu afilhado e meu convidado. Ele está sendo egoísta e desagradável. Faz isso para me atingir, e eu não vou ceder às infantilidades dele. Você fica e ponto final. Isso dai passa, você vai ver. - Ela disse me abraçando em seguida.

Já estava ficando tarde, quando não tive mais alternativa a não ser me encaminhar ao quarto. Confesso que me faltava coragem para encará-lo depois daquela cena na sala. Bati na porta, mas não obtive resposta. Minha vontade era dar meia volta e sair dali o mais rápido possível, mas para onde? Não conhecia nada por ali, e já estava tarde demais. Além disso, provavelmente isso geraria outra discussão entre eles, e isso eu não queria. Respirei fundo e abri a porta. Ele estava sentando em frente ao computador com fones no ouvido. Virou-se e me olhou rapidamente, e voltou a sua atenção para o monitor a sua frente. Me aproximei um pouco, mas não muito para não causar algum atrito.

- Olha Heitor, você me desculpa cara. Eu não sabia que você não me queria aqui... Amanhã mesmo vou ver outro lugar para ficar. – Eu disse tentando apaziguar.

Ele não falou nada, nem ao menos se moveu. Fiquei ali em pé, parado, esperando alguma reação da parte dele, mas fui ignorado. Fui até a mala e peguei uma muda de roupa. O melhor que podia fazer agora era tomar um banho e dormir. Tomei uma chuveirada rápida pensando no que fazer. Me vesti, e deitei na cama fechando meus olhos, mas não adormecendo em seguida. Sabia que iria ser muito complicado continuar ali com aquele clima de hostilidade, mas também não tinha ideia para onde ir. Depois de algum tempo, o sono venceu as minhas dúvidas e finalmente adormeci.

No dia seguinte, minha tia me levou para faculdade e me explicou que durante aquela semana, era iria me levar e pegar até que eu me acostumasse com o caminho. Não conversamos mais sobre o que tinha acontecido na noite passada, e achei melhor não voltar naquele assunto para não aborrecê-la. Ao chegar em casa, tomei um banho e organizei o meu material, e continuei a leitura de um livro que tinha começado ainda na minha cidade. Estava distraído dentro da história quando o Heitor entrou no quarto. Mais uma vez ignorou a minha presença. Jogou a mochila no canto do quarto, e sentou-se na frente do computador. Colocou os fones de ouvidos e começou a jogar. Resolvi não falar nada também. Se ele estava querendo fingir que eu não estava ali, iria respeitar. Afinal, isso também não geraria atritos entre nós, e seria um problema a menos para minha madrinha.

A semana passou de forma tranquila. Já havia feito algumas amizades na faculdade, e estava adorando essa nova fase da minha vida. A única coisa que me incomodava, era o comportamento do Heitor em relação a mim. Ele me ignorava sem pudor algum, e nem sequer me dirigia à palavra. Mas depois de tanta falta de educação da parte dele, nem eu fazia questão que ele me falasse qualquer coisa. Já que não tinha outro lugar para ir por enquanto, era melhor manter distância um do outro. Na sexta feira, minha madrinha me avisou que teria que viajar a trabalho no final de semana, e por isso não poderia me pegar na faculdade naquele dia. Explicou diversas vezes o ônibus que deveria pegar, e eu a tranquilizei falando que ficaria tudo bem. Ao sair da faculdade, vi que estava caindo um temporal, e corri para pegar o ônibus, porém já estava encharcado quando entrei no mesmo. O ar condicionado do veiculo, gelava a minha roupa molhada, me fazendo congelar. Tremi de frio a viagem toda, e ao sair peguei mais chuva ainda. Cheguei em casa e corri para tomar um banho quente. Deitei na cama, me enrolei no edredom, e fui terminar de ler meu livro. Não me agradava o fato de eu ficar sozinho em casa com o Heitor, mas também não faria muita diferença. Ele não parava em casa, e como não nos falávamos, era como se eu estivesse sozinho, com ele ou sem ele.

No dia seguinte acordei morrendo de frio, e com uma dor de cabeça alucinante. Minha garganta queimava, e eu sequer conseguia engolir a saliva. Estava com sede, mas não tinha coragem para me levantar. Olhei para a cama ao lado, e vi o Heitor dormindo. Não iria pedir nada para aquele cara. Tentei me erguer, mas a dor de cabeça foi tanta que me deu enjoo. Deitei novamente. Era Sábado, e eu não precisava me preocupar com a faculdade. Fechei meus olhos novamente e voltei a dormir. Quando acordei, não saberia dizer que horas eram, mas ainda não tinha escurecido. Não havia sinal do Heitor no quarto, e eu me sentia ainda pior do que antes. Tremia de frio, mesmo estando todo coberto e minha cabeça latejava acompanhada da minha garganta. Não tinha comido nada desde o dia anterior, mas não sentia fome. Nem sede sentia mais. Sabia que devia ser uma gripe daquelas, mas não tinha forças para procurar um remédio para tomar. Queria tomar um banho, mas não podia nem pensar em me mexer muito. Fechei os olhos novamente, e me entreguei ao cansaço que sentia. Acordei no meio de um acesso de tosse que fez com que eu achasse que expeliria um pedaço do meu pulmão. Minha garganta pegava fogo, e eu já estava sem folego de tanto tossir. Olhei para o lado, e vi o Heitor sentado na cama olhando na minha direção.

...Continua

Ei ai galerinha,

Po, fiquei felizão com os comentários, com as palavras de incentivo, com o carinho. Tava com saudades do pessoal daqui, mas confesso que to sentindo falta de uma galera ai. Espero que vocês gostem da continuação. Como vocês já sabem, faço questão de responder todos os comentários, mas quem quiser trocar uma ideia, pode me mandar um e-mail: fael_1988@yahoo.com.br. O Skype ta temporareamente inativo porque lotou de uma tal forma que eu fiquei louco. Não dava pra dar atenção a todos como eu gostaria. Mas vou ver como resolvo isso.

Valeu galera, de coração.

Seguem as respostas:

Lord Sky: Po cara, valeu mesmo. Fico feliz que vc tenha gostado e espero te ver acompanhando por aqui. Vou cuidar com as “partes indesejáveis”, seja lá quais forem. Brigadão!

Rick***: Você eu sabia que não ia deixar de acompanhar ne? Valeu mesmo leke. Tamo junto nessa nova empreitada.

Lion:b: Valeu lekinho. Acho q posso contar com vc nesse novo conto ne?? <3

Ru/Ruanito: Que bom que vc achou interessante. Espero que goste da continuação. Valeu leke.

Geo Mateus: Valeu leke. Espero te ver aqui acompanhando e opinando no conto.

Amigah18: Opaa valeu gata!! Fico feliz tenha gostado e espero te ver sempre por aqui.

Babado Novo: Você é suspeito, me acompanha há um tempão nos contos. Valeu leke. Espero q vc goste desse tanto quanto vc gostou do ultimo.

Dalia_florzinha: Que bom que vc ficou feliz com o meu retorno e gostou da primeira parte. Tomara q goste tbm da continuação e volte sempre. Valeu gata!

O Recifense: O Recifense: Valeu brother, vc mora no meu coração, vc sabe! Vai ter q arrumar tempo pra acompanhar esse, faço questão. É noixxx.

$Léo$;): Opaaa fico felizão leke. Espero te ver sempre por aqui. Valeuuu!

Crystal *.*: Po, fiquei super contente com o seu comentário e acho que ate lembro de ti sim, o e-mail. Q bom q vc ta de volta, q comentou pq assim posso te conhecer. Valeu msm por acompanhar gata!

heyjully: Fico feliz q vc tenha gostado e agradeço pelo carinho. Valeu gata!!!

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Comentários

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Aff que carinha arrogante,coitado do Thiago ja foi rejeitado de cara,espero que mude com o tempo o comportamento do Heitor.O conto esta maravilhoso meu escritor lindo,parabéns,vc escreve divinamente.bjss

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olha quem voltou, seja bem vindo meu garoto!! saudades suas hem!! como sempre maravilhoso. 10

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"vc mora no meu coração" e vc mora no meu leke (rsrs). Mais uma vez arrasando nos detalhes e eu já tô imaginando onde esse atrito vai dar. Mas deixa eu correr pra ler a parte 3. A nota dessa é 10, pois não consigo dar 11. Continue com seu trabalho maravilhoso e lembre-se do que eu te falei tá?

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Aii fael, assim você vai matar o povo do coração. Já começou o suspenseee tão caracteristico seu. Preciso dizer que amei sua resposta? É incrivel esse carinho que você tem com os seus leitores, como você permite que nos sinta próximo a você. Ta maraaa, continua logo!!! 10

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Será que o Heitor vai se sensibilizar??? Espero que sim, mas vai ser dificil com essa rebeldia e arrogância do Heitor. Conta + :)

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caray mto baum.... n demora p postar . tow ancioso aq ja.. rsrs... nota 10.... ah i axo q o heitor vai ficar cm uma peninha do thiago ae sim vai começar a amizade i dps o romance.... flwww...

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Adorei o novo conto.

Esse heitor mudou bastante, sers que ele nao vai ajudar o thiago?

Continua logo.

Ate mais.

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Q boummm q vc postouuu. Tava ansiosooo! Kara da pra ver q vai pegar fogo a paradaaa! Ahh quero falar contigo no skype de novo ;( Continuaaa logo lindoooo!

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Tava sentindo saudade dos seus contos confesso meu vicio,kkkkk.esse Heitor parece meu primo (na arrogancia,kkk) é desses q pensa q peida cheiroso,kkkk.abração Rafa ou Fael vc decide o fim dessa historia.kkkk.

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ótimo, acompanhei seu conto anterior e acredito que este será tão bom quanto o outro

continua logo......

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Opaaaa oq passa na cabeça desse leke hein??? cara chato meu, mas to sentindo cheiro de romance no ar, como sempre sua escrita e perfeita fael, da pra perceber que tu e um cara mt cabeça (dura) kkkk otimo conto, esperando pela continuaçao hein rum s2 rsrsrsrs

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Fael, é claro que pode contar sempre com minha presença aqui. Cheguei no final do "Pedro e eu" mas esse vou acompanhar do começo ao fim. Agora vamos ao conto atual: fiquei intrigado do porquê o Heitor destratou o Thiago assim de cara. Mas acredito que logo logo vamos descobrir. Essa gripe pode unir vocês. Enfim, to gostando muito e continue postando todos os dias que vou ler todos os dias. Abração Faelzinho

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