Sangue Quente: Preparativos

Um conto erótico de V.
Categoria: Homossexual
Contém 1802 palavras
Data: 17/07/2013 20:02:17
Última revisão: 18/07/2013 19:17:11

Um mês depois...

- Rápido - Gritou Miah da porta do ginásio. Ao lado dela, o zelador do colégio Sr. Shelby, estava esperando.

Eu dei uma última olhada para as figuras distantes no campo de futebol, depois atravessei com relutância o asfalto para me juntar a Miah.

- Eu só queria dizer a Thomas aonde eu vou - disse. Depois de uma semana com Thomas, eu ainda sentia um arrepio só de pronunciar o nome dele. Esta semana, toda noite ele foi à minha casa, aparecendo na porta lá pelo pôr do sol, de mãos nos bolsos, usando sua jaqueta com a gola erguida. Depois, em geral nós íamos dar uma caminhada, ou ficávamos sentados na varanda, conversando.

- Ele pode viver sem você por uma noite - disse Maih com indiferença - Se você ficar falando com ele, nunca vai sair, e eu quero chegar em casa a tempo para pegar alguma coisa do jantar.

- Oi, sr Shelby - eu disse ao zelador, que ainda esperava paciente. Para a minha surpresa, ele fechou um olho numa piscadela solene. - Já estão todas as coisas aqui? - Olhou para o que eu tinha trago - Muito bem, agora, tratem de deixar a porta bem trancada, entenderam? Assim ninguém pode entrar.

Miah, preste a entrar, parou de repente.

- Tem certeza de que ninguém já está aí dentro mesmo? - disse ela preocupada.

Dei-lhe um empurrão.

- Rápido - Imitei com maldade - Quero chegar em casa a tempo para o jantar.

- Não há ninguém aí dentro - disse o sr. Shelby, a boca se retorcendo sob o bigode. - Mas gritem se quiserem alguma coisa. Eu vou ficar por perto.

A porta bateu atrás de nós com um som curiosamente definitivo.

- Ao trabalho - disse, colocando as coisas no chão.

Miah assentiu, olhando o salão vazio. Todo ano o Conselho de Alunos montava uma Casa Mal- Assombrada para levantar fundos. Eu era do comitê de decoração há dois anos, junto com Miah e outros alunos, mas era diferente de ser presidente. Eu tinha de tomar decisões que afetariam a todos e não podia usar o que fizera nos anos anteriores.

A Casa Mal-Assombrada em geral era montada em um depósito de madeira mas, com a crescente inquietude na cidade, ficou decidido que o ginásio da escola era mais seguro. Para mim, isso significava repensar toda a decoração, e com menos de três semanas até o Halloween.

- Aqui é sinistro - disse Miah em voz baixa. E havia alguma coisa perturbadora em estar num grande espaço fechado, pensei. Eu me vi baixando o tom de voz.

- Vamos medir primeiro - eu disse. Andamos pelo salão, os passos ecoando surdos. - Tudo bem - falei quando terminamos - Vamos tratar de trabalhar. - Eu tentei me livrar da intranquilidade, dizendo a mim mesmo que era ridículo se sentir seguro no ginásio da escola, com Miah do meu lado e todo um time de futebol treinando a menos de 200 metros de distância.

Nós nos sentamos na arquibancada com canetas e blocos na mão. Miah e eu consultamos os esboços de decoração dos anos anteriores, enquanto Miah mordia a caneta e olhava em volta pensativa.

- Bom aqui está o ginásio - falei, fazendo esboços rápidos no bloco. - E as pessoas terão de entrar aqui. Agora, podemos ter o Cadáver Sangrento na ponta... Aliás, quem vai ser o Cadáver Sangrento este ano?

- O treinador Lyman, eu acho. Ele fez um bom trabalho ano passado - Apontei meu esboço. - Tudo bem, vamos colocar uma divisória aqui e fazer a Câmara de Tortura Medieval. Eles vão sair direto dela e dar na Sala dos Mortos - Vivos...

- Acho que precisamos ter bruxas - Falou Miah de repente

- Ta mas por quê?

- Porque foram elas que inventaram o Halloween. É verdade. No inicio era um de seus dias sagrados, quando elas faziam fogueiras e entalhavam rostos em nabos para afastar os espíritos do mal. Eles acreditavam que este era o dia em que a fronteira entre os vivos e os mortos era a mais fina. E eles tinham medo, Nicco. Faziam sacrifícios humanos. Podemos sacrificar o treinador Lyman.

- Na verdade, não é uma ideia tão ruim - disse. - O Cadáver Sangrento pode ser um sacrifício. Sabe como é, em um altar de pedra, com uma faca e pocas de sangue em volta. E depois, quando você chegar bem perto, ele de repente se senta. - Eu precisava admitir, era uma ótima ideia.

Ficamos em silêncio por um tempo. Do vestiário masculino ao lado, nós podíamos ouvir o som da água correndo e portas de armário batendo e, por cima disso, gritos de vozes indistintas.

- O treino acabou - falou Miah - Deve estar escuro lá fora. - Corpos molhados... Vamos espiar?

- Miah?! - falei assustado - É melhor voltar ao nosso trabalho isso sim.

- ok... A gente podia... ter um cemitério...

- Melhor ficarmos com o que temos.. - Acrescentei com uma voz mais calma e voltei a me curvar sobre o bloco.

Mais uma vez não houve som algum, a não ser o raspar suave das canetas e o farfalhar de papéis.

- Beleza. - disse por fim. - A agora só precisamos medir as diferentes seções. Alguém vai ter que ir para ás das arquibancada... O que é isso agora?

As luzes do ginásio piscaram e caíram à metade de sua força.

- Ah não - falou Miah. Eu também não conseguia ler ou ver nada. - Deve haver alguma coisa errada com o gerador de emergência. -disse a garota - Vu chamar o sr. Shelby.

- Tá certo, eu espero aqui. - disse, abrindo a porta para ela e olhando-a seguir alguns passos pelo corredor. Quando ela começou a se misturar com o escuro, eu recuei para dentro e fechei a porta.

Bem, isso estava uma boa droga, como minha mãe costumava dizer. Eu me aproximei da caixa de papelão que eu tinha trago e comecei a empilhar as pastas e blocos ali dentro. Naquela luz, eu só podia vê-los como formas vagas Não havia som nenhum, exceto minha própria respiração e os ruídos que eu produzia. Eu estava sozinho na sala imensa e escura...

Alguém me observava.

Meu sexto sentido começou apitar. Alguém me observava, tentei buscar alguma coisa para me defender, mas nada estava no meu alcance. Algum ser estava atrás de mim no ginásio, olhando. Olhos no escuro. Me esforcei para tentar olhar no escuro, tentando não fazer movimentos bruscos. Mas não conseguia ver nada, não ouvia nada.

As arquibancadas estavam às escuras, formas ameaçadoras se estendendo para o nada. E na extremidade do salão havia simplesmente névoa cinza e indefinida. Uma neblina escura, pensei, e pôde sentir cada músculo agonizante de tensão enquanto tentava desesperadamente ouvir.

Alguma coisa se moveu nas sombras.

Meus músculos estavam preparados para a criatura. Achei por incrível que pareça uma adaga pequena o suficiente dentro da caixa. Eu vi a forma sair do escuro e vir em minha direção. Era quaso como se a própria escuridão tivesse ganhado vida e estivesse se fundindo enquanto eu olhava, tomando forma - uma forma humana, a forma de um jovem.

- Desculpe por ter assustado você.

A voz era agradável, com um leve sotaque que eu não consegui identificar. Não parecia lamentar nada.

- Não assustou. - falei

Era só um cara, um ex-aluno ou assistente do Sr. Shelby. só um garoto comum, com um sorrisinho, como se fosse divertido ver eu me desesperar.

Bom... Talvez não muito comum. Ele era extraordinariamente bonito. Seu rosto era pálido no crepúsculo artificial, mas eu podia ver que as feições eram bem definidas e quase perfeitas sob o emaranhado de cabelos preto. Aquelas maçãs do rosto eram o sonho de um escultor. E ele estava quase invisível, porque usava preto: botas pretas e macias, jeans preto com um rasgo no joelho esquerdo, suéter preto e jaqueta de couro preta.

- Como foi que você entrou? - perguntei - E o que está fazendo aqui? Não é para ninguém estar no ginásio.

- Entrei pela porta - disse ele. Sua voz era suave, refinada, mas ela ainda podia perceber um tom de diversão e achou isso desconcertante.

- Todas as portas estão trancadas.

- Estão mesmo?

- Deveriam estar. - falei fulminando-o com o olhar

- Está zangado - observou o garoto. - Eu pedi desculpas por deixá-lo com medo...

- Eu não tenho medo! - rebati. Me senti uma criança discutindo com um adulto. Isso me deixou ainda mais com raiva. - Só me surpreendi com você se movendo no escuro

- Coisas interessantes acontecem o escuro... Às vezes. - Ele ainda ria para mim; eu sabia, pelos olhos dele. Ele se aproximou um passo e eu pude ver que aqueles olhos não eram comuns, eram quase pretos, mas tinham uma luz estranha.

Percebi que o encarava. Por que as luzes ainda estavam apagadas? Eu preciso voltar pro trabalho, urgente. Eu só quero ir embora.

Mas o silêncio prolongado me deixou irritado. Ele ficava ali, parado e me encarando, sem se mexer.

- Ta atrás de alguém?

Ele ainda me fitavam aqueles olhos escuros fixos de um h=jeito que me deixava cada vez menos a vontade. Engoli em seco. Com os olhos nos meus lábios, ele murmurou:

- Ah, sim...

- Que foi? - meu corpo ardia.

- Eu procuro alguém, sim - repetiu ele.

Em um passo só, aproximou-se de mim de modo que nós estávamos separado apenas pelo canto de um banco.

Eu não conseguia respirar. Ele estava tão perto. Perto o bastante para sentir seu hálito. Eu não conseguia me desviar dele. Os olhos encheram minha visão enquanto ele se inclinava, tombando a cabeça para o meu. Eu senti os próprios olhos semicerrando, perdendo o foco. Senti a cabeça tombar para trás, os lábios se separarem.

NÃO! Bem a tempo, eu virei a cabeça e me afastei do desconhecido. Eu namoro o Thomas, eu sou apaixonado pelo Thomas e nunca vou trai-lo, fiquei repetindo pra mim mesmo.

Mas o inacreditável é que por pouco tempo eu me esquecera aquilo tudo, aqueles olhos tomaram a minha mente. Eu preciso de ar. Tenho que me afastar dele, e tem que ser agora!

- Vou sair agora - falei. - Se está procurando alguém, acho melhor procurar em outro lugar. -

Ele me olhava de uma maneira estranha, com uma expressão que eu não compreendia. Era um misto de irritação com fascinação.Me virei, indo em direção a porta. Depois de um longo minuto.

- Talvez eu já tenha encontrado... Nicco...

Quando me virei para encara-lo, o homem havia sumido.

Miah voltou algum tempo depois com o zelador. Algo tinha estragado os fios, mas ele já concertara e a luz voltou. Eu não consegui me concentrar em mais nada o resto da noite. Acredito que a garota tenha percebido isto, mas nada falou. Começamos com os preparativosOi gente, volteeei. Estou de férias \o/ \o/ \o/ para quem pensou que ficaria de recuperação, eu conseguiiii. Então... Como estão? Gostaram desse ep? Ta meio sem sal? Comenta ai... E tenho uma noticia ruim... Isso mesmo, pra quem adivinhou, a série ta acabando... MAAAASSS tem segunda temporada (espero que tenham gritado de alegria), ou seja, não percam os episódios finais de Sangue Quente!!!

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Comentários

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esse capítulo foi inspirado no primeiro livro do "Diários de um Vampiro" não foi?

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Medo desse ex aluno, ele vai ser um safado eu acho

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