*CONTINUAÇÃO
Esqueci do mundo, esqueci de mim, esqueci de tudo, estava fora de mim, não sabia o que estava fazendo e nem porque o fazia, saio do meu transe quando Rafael me empurra, “Está louco garoto?” ele dizia num to de fúria, eu corei de vergonha, procurava algum onde pudesse enfiar minha cara, mas não encontrava, pronto chorei, podem me achar um bobão agora, saio as pressas do quarto, no corredor ainda escuro por conta das janelas não terem sido abertas eu me consolava, pensava na besteira que acabara de tentar fazer, me sentia um ridículo, de onde criaria coragem pra falar com ele novamente, olhar pra ele novamente, merda, merda, agora minha cabeça doía, escorrego pela parede e sento-me no chão de madeira, eu sentia um vazio por dentro, não, não era fome, era um vazio de amor, eu sentia falta do meu amor – Parece que eu só tenho isso pra falar no conto – agora minhas mãos suavam não sei porque. O tempo passou mais rápido do que eu imaginava e quando meu dou conta Rafael esta parado em minha frente me olhando sério, enxugo uma lagrima que ainda caia, levanto-me e quando tento dizer algo sou surpreendido por um beijo.
Ele tocou seus lábios nos meus e ficou parado sem fazer movimento algum, ele com os olhos fechados, os meus mais abertos que nunca, por um instante pensei que fosse loucura ou imaginação minha, mais não ele estava ali. Agora uma de suas mãos apertava meu braço, ele afasta seus lábios alguns centímetros, olha nos meus olhos e desce as escadas.
Fico parado em meio ao corredor vazio, agora estava confuso, entro no quarto deito na cama dele e desato a chorar. Porque ele estava fazendo isso comigo? Eu já estava sofrendo tanto ele vem e faz isso, chorei muito tanto que pensei que minhas lagrimas iriam secar. Seus cheiro estava no travesseiro, um cheiro não tão forte nem fraco, agradável. A porta abre, meu coração acelera, percorro o quarto com meus olhos até que a encontro e ele estava parado lá sem esboçar nenhuma reação o que me deixava mais furioso ainda pois não sabia o que ele queria realmente.
Lanço ou tento lançar um olhar de fúria pra ele, largo o travesseiro na cama e me dirijo a porta na intenção de sair do quarto só que ele segura meu braço impedindo a minha saída.
- Por favor Rafael me solta.
- Felipe espera, eu quero te pedir desculpas pelo que aconteceu, foi por impulso me perdoa.
- Tudo bem Rafael, agora me solta por favor.
Ele solta meu braço, desço as escadas e sento-me no sofá.
- Está com fome Felipe? A esposa do meu tio pergunta, seria mais engraçado se vocês pudessem ouvir o sotaque ridículo dela.
- Não obrigado, estou sem fome.
- Quando saírem pra escola passe na papelaria e compre seus cadernos, o Rafael te mostra onde fica, eu estou de saída.
- Tudo bem, obrigado.
Já estava impaciente quando Rafael desce as escadas, “Vamos” ele diz num tom seco, levanto e saímos. Como foi visto antes a escola não era muito longe, uma três quadras depois da casa dele então iríamos a pé mesmo, no caminho passamos numa livraria, comprei meu materiais. No caminho ele não dizia, não puxava assunto, quando nos aproximamos do colégio duas meninas muito bonitas vem em direção.
- Ai meu Deus, dois Rafael? Será que eu estou ficando louca. Uma delas dizia.
Como assim dois Rafael? Nos nem somos parecidos, a não ser pela cor, os olhos claros, o tamanho, o jeito do cabelo. SIM éramos parecidos, mas não era tanto assim, ele abraça elas duas e em seguida me apresenta.
- Esse aqui é meu primo Felipe, ele vai passar um tempo aqui em minha casa. Essas são Kelly e Bianca Felipe.
- Oi Felipe. Elas dizem num coro com voz daquelas meninas assanhadas.
- Oi meninas. Digo mostrando timidez.
Conversamos mais algumas coisas na intenção de nos conhecermos melhor pelo menos teria alguns amigos nessa escola, entramos no colégio. As salas eram divididas sempre em grupos de quatro cadeiras, sentamos nos quatro, um garoto entra na sala e fica parado frente a minha mesa, ele era um pouco mais baixo que eu, moreno com os cabelos espetados, bonito, não tanto mas era bonito. Depois de muito tempo me olhando ele diz.
- Da pra sair da minha cadeira.
Porra fiquei morto de vergonha, e ele não falou nem um pouco baixo foi alto muito alto. Já estava levantando quando Rafael segura meu braço. “Fica ai.” Ele diz num tom autoritário.
- Rafael não, talvez seja melhor eu levantar.
- Fica sentado nessa cadeira ai.
Ele levanta segura no braço do garoto e leva ele pra fora da sala, vou atrás, eles estavam num lugar mais afastado das pessoas, fico atrás de uma mureta na tentativa de escutar o que eles falavam, talvez fosse melhor eu ter ficado na sala pois não gostei nada do que escutei ali.
- Quem é aquele cara Rafael? O garoto perguntava.
- Ele é meu primo Iago, ta morando lá em casa.
- De novo voce com essa historia de primo Rafael, eu to cansado disso, até meu lugar voce deu a ele.
- Iago é o primeiro dia dele aqui, por favor não cria confusão.
- Me diz como voce reagiria se toda vez eu chegasse na escola ou fosse visto com um menino diferente dizendo que era meu parente?
- esse seu ciúmes da passando dos limites Iago, desse jeito acho melhor a gente terminar.
Paralisado, morto, em estado de choque, era assim que eu me encontrava naquele momento
...
*CONTINUA