Maurício:
Eu tenho 28 anos,um filho de 12 anos e ainda assim,senti minhas pernas tremerem e meu coração disparar ,subir até minha garganta assim que vi Breno.
Não sei exatamente o que significa a expressão em seu rosto,pois ele ficou branco e com os olhos saltados.
-O que você está fazendo aqui?
Foi o que ele perguntou com uma voz forte,mas ainda suave.Eu queria abraçá-lo e contar tudo que tinha acontecido.Ter de volta tudo que foi meu...
Mas eu sabia que seria difícil pois tinhamos nossas vidas e eu ainda com um filho pequeno.
-Podemos entrar?
Breno olhou para mim e meu filho desconfiado,mas abriu pasagem.O apartamento de Breno não é muito grande,mas aconchegante.Uma tv enorme,diversos filmes e vários jogos.
-Esse aqui é meu filho Flávio.
Flávio sorriu e Breno fez algo parecido com um comprimento.Nos olhava como fossemos alienigenas.
-Breno,eu sei que isso é estranho,mas eu preciso de ajuda.
-Pai,vamos ficar aqui?
-Ficar?!
-Quietinho Flávio!Vai assistir tv!
Meu filho sentou-se no sofá e começou a assistir desenho.Breno e olhou furioso e me chamou para a varanda enorme do seu apartamento.Foi nos primeiros raios fracos de Sol que pude reparar em seu corpo.Ele estava de regata e um short velhos,onde aquela bunda parecia que tinha um cartaz escrito ''Coma o quanto puder".
-O que você está fazendo na minha casa EM LONDRES??
-Eu consegui um trabalho por aqui.Eu preciso de um lugar pra ficar e o meu filho achou seu endereço na internet.
-E quem disse que eu quero você aqui?!E cadê a mãe desse moleque?!
-Eu não tenho condições de pagar um hotel ou coisa parecida!A mãe dele é a Amada.Ela morreu quando o Flávio fez um ano.
Breno bufou cansado,debruçou-se na varanda,passou a mão no cabelo e olhou o horizonte.Eu não acredito que ainda poderia gostar tanto de alguém.Se eu contasse que eu fiz pra já até aqui...até você.Arrastando até meu filho em uma rede de mentiras.
-Mauricio,porque eu?
-Em um outro país,outra cultura e ainda com um filho pequeno.Quando eu descobri que você morava por aqui,foi minha primeira opção.
-Olha,eu tenho que pensar.Vocês podem ficar aqui até amanhã.Do Brasil até aqui eu sei que é cansativo.
-Valeu.
Coloquei a mão no braço do Breno e ele desviou.Entramos e fui até meu filho que já tinha desmaiado no sofá.O peguei no colo e Breno me chamou para o corredor até o quarto de hóspedes.Coloquei Flávio na cama e peguei nossas coisas no chão da sala e as coloquei no chão do quarto.Breno trouxe toalhas e cobertas para que ficassemos a vontade.
Ele saiu e eu fechei a porta.Troquei de camisa e deitei do lado de Flávio.
-Pai?
-O que foi?
-Esse é mesmo o Breno?
-É sim.O que você achou?
-Ainda não sei.Ele parece legal.
-Você se lembra das regras,né?
-Pode deixar pai.
-Agora vê se dorme.
Dormi igual uma pedra,acordei e deixei Flávio dormindo.Fui até a sala e vi Breno sentado no sofá com os fones mexendo no laptop.Eu queria abraça-lo...eu...eu...eu quero o que é meu de volta.
-Oi Mauricício.Boa tarde.
-Que horas são ?
-5 horas da tarde de domingo.
-Uau!O Flávio só deve acordar daqui a uma duas horas.Você se importa se eu cozinhar?
-Fica a vontade,só não sei se você vai achar alguma coisa pra comer aí.Eu almoço fora e geralmente não janto.
Fui até a cozinha e achei apenas um pacote de suco,dois pacotes de miojo e um tomate.Liguei o fogão,joguei o miojo e cortei tomate.Juntei tudo e fiquei muito orgulhoso do meu improviso.Chamei Breno umas duas vezes até ele me olhar e simplesmente da um sorrisinho e voltar ao loaptot.Eu queria a atenção dele,que olhasse pra mim.Já esperava um certo gelo por parte dele,mas se já me deixou ficar então eu tinha que ter calma.
-Você trabalha com com o quê?
-Eu sou designer de video games.
-É mesmo você fazia um curso com um carinha que eu odiava...qual era o nome dele?
-João Vitor.Tivemos um lance quando viemos pra cá,mas foi rapido.Ele é casado com um jogador de futebol americano.
-Então vocês tiveram alguma coisa...
Breno parou de digitar e olhou pra mim visivelmente irritado.
-Até onde eu lembro,eu estava solteiro.Foi uma coisa rapida e superficial.Você pode estar na minha casa mas é bom estabelecermos limites desde já.
O clima ficou pesado,até Flávio aparecer bocejando.Pegou um prato jantou elogiando meu macarrão.A campainha tocou,Breno se levantou e foi atender,na mesma hora reconheci a voz na porta.
-Mauricio...quem diria...
Jéssica sorria com um ar incrédulo.Mas logo se focou em Flávio.
-E ainda trouxe o garoto?!
-Pai,quem é?
-Sua madrinha.
Jéssica e Flávio começaram a conversar,rir e resolvi não me importar.Breno ficou lá sentado com os fones ignorando todos nós.Já estava tarde,então mandei Flávio escovar os dentes.Peguei o prato dele e comecei a lavar,Jessica se aproximou e ficou me encarando com seu sorrisinho.Jéssica havia crescido como todos nós e parecia ter tido um vida incrivel.
-O que quer Jéss?
-Eu iria perguntar,a mesma coisa.Apesar de ser meio óbvio.
Jéssica apontou com a cabeça Breno,que continuava digitando concentrado e completamente desligado do mundo em sua volta.
-O que me deixa entrigada é essa história muito suspeita de empreguinho e viagemzinha pra Londres.A ultima vez que eu vi você aquele moleque tinha um ano e estavamos no enterro.E se me lembro bem,você disse pra que nenhum de nós te procurasse.
Suspirei,sequei os pratos e Jéssica me virou para olha-la.
-Escuta bem!Quando ele veio pra cá,parecia um zumbi que só sabia ussurrar o seu nome.Ele cresceu e superou.Não faça nenhuma besteira...de novo.
Jéssica me deu um leve empurrão ,foi até o banheiro e se despediu de Flávio.Deu um cutucão na cabeça de Breno e marcaram de almoçar no dia seguinte.Assim que ela bateu a porta,sente do lado de Breno e lhe ofereci um prato quentinho do meu macarrão.
-Não precisa.Acabando aqui eu vou sair.
-Onde...você vai?
-Em um pub gay bem legal.Vê se acho algo interessante.
-Você...quer compania?
-Sim,mas não a sua.
Flávio voltou pra sala prontinho pra dormir.O coloquei na cama,conversamos um pouco e ele acabou dormindo.Quando voltei pra sala Breno já tinha saido.Algum idiota de sorte o teria a noite inteiraCeninhas eróticas no próximos conto!
Fiquem atentos!;)
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