Emotion tempest
Capter 5- Un deseo de estrellas
Sky point
Continuei observando a luta de fora. De forma que o Zain lutava, qualquer interferência minha só atrapalharia, além de que submerso sou um completo inútil.
Estava a começar a ficar um pouco apreensivo. Já nem sabia a quanto tempo estavam naquilo.
O meu coração apertava a cada desvio e o sentimento de impotência deixava-me atordoado.
Uma voz que tanto amava veio tirar-me da minha tempestade de emoções bestas.
-SAIAM TODA A GENTE DAQUI!
Foi um dos tritões que estava por ai a volta que respondeu.
-E o que te vai acontecer a ti?
-TÊM QUE SAIR DAQUI PORQUE A CRIATURA ESTÁ TÃO ENFURECIDA QUE ESTA A ATACAR TUDO O QUE VÊ PELA FRENTE. SE NÃO SE FOREM EMBORA NÃO VOU PODER SAIR DAQUI TAMBÉM.
Nesse momento todos começaram a se afastar da luta e Deepsy me puxava contra a minha vontade.
-Se eu deixar que algo te aconteça quem vai estar em maus lençóis depois da Hidra sou eu.
-Tem de haver algo que possamos fazer para o ajudar.
-Já estamos fazendo.
De longe consegui vê-lo nadando rapidamente em direcção á superfície. A criatura perseguia-o enquanto seus longos pescoços se contorciam tentando agarra-lo.
Deepsy levou-me de volta para a casa deles onde ficamos em uma eterna espera.
Durante o tempo que esperamos passou pela minha cabeça todo o tipo de desgraça e a minha cabeça parecia que ia explodir.
O coração então nem se fala. É algo completamente indescritível a aflição de ver a pessoa que se ama a lutar com um a encarnação do perigo sem poder fazer nada.
-Vocês estão uns cacos de vidro.
Eu e Deepsy voltamos para trás e caímos em cima dele no meio daquela erupção de felicidade.
-É que nunca mais me faças uma coisa dessas! Queres matar-me de preocupação? Dizia a irmã enquanto examinava-o e apalpava-o da cabeça ao final da cauda.
Eu nem sabia o que fazia com tamanho contentamento.
-Fico feliz por ver a vossa felicidade mas há uma coisa acerca da qual preciso falar convosco.
-Isso pode esperar. Tens de comer e descansar porque só hoje já enganaste a morte mais do que Aquarion inteira durante a vida toda.
Fomos comer. Eu não tinha notado o quão faminto estava porque a preocupação tinha-me selado o estomago.
Depois disso todos fomos descansar. Já estava era um hábito ficar lá com eles portanto fomos logo sem pensar no assunto.
Quando ficava la dormia na biblioteca privada do Lir e ele no quarto dele. Sempre roubei-lhe beijos mas não acho que ele tome minhas intensões seriamente. Acho que ele só acha serem brincadeiras imaturas.
-Preciso falar contigo antes de ires dormir. Disse-lhe.
-Eu também precisava.
-Eu gosto de ti de verdade e queria saber se queres namorar comigo oficialmente.
-Claro. Ele disse como que depressa de mais e em um tom melodioso.
-Quer dizer que gostas de mim também?
-Quanto a ti não sei, mas não me deixo ser beijado por qualquer um. E mesmo que seja para ti, espero que isso mude de agora em diante.
Só consegui sorrir e beija-lo. Ele tinha-me mudado sem que eu mesmo percebesse. Ele fez praticamente um milagre. Desde a escola a minha atitude com as pessoas ele mudou tudo completamente. Até meu pai e Seraphim notaram a diferença. E tenho quase a certeza que se soubessem que isso aconteceria já me tinha mandado ir ter com ele mais cedo.
Fomos dormir. Ficamos na biblioteca dele ele dentro de água e eu fora, visto que ele se recompunha melhor submerso.
Ele adormeceu imediatamente o que é compreensível e eu fiquei apenas vendo-o dormir um sono calmo separados somente pela superfície da água que o parecia manter em um involucro de cristal. A sua expressão tranquilizava-se cada vez mais até se moldar em um sorriso. Fiquei vendo-o até que adormeci também.
Acordei não sei exactamente quanto tempo depois. Lir já tinha acordado e estava mergulhado em um mapa enquanto tomava notas.
-Como é que podes já estar a trabalhar?
-Tinha que registar todos os dados que descobrimos ultimamente e organizar um plano de ataque porque isto parece ser mais complicado que inicialmente pensamos.
Levantei-me e dei-lhe um beijo.
-Bom dia amor.
-Bom dia. Respondeu com um sorriso que me arrancou outro. Mas tenho coisas a revelar que não vai ser muito bom de se ouvir.
-O que pode ser tão mau?
-Temos alguém com um grande desejo por estrelas nas mãos.
-Como assim?
-Um monstro com tamanha ferocidade como aquela Hidra não iria atras de Aqua cores e muito menos de uma forma tão organizada. Isso significa que estamos a lidar com um caçador de estrelas e muito perigoso para domar uma criatura daquelas.
Sea Point
Da forma que vi o desenvolvimento do roubo dos Aqua cores seguia um padrão continuo sempre saltando um na sequência em que eles se encontravam.
Uma coisa que me deixou muito curioso foi mesmo a disposição deles no espaço do Olho de Tempest. Estavam incrivelmente organizados e dispostos periodicamente em duas espirais de dupla hélice contrárias e alguns na zona central que inclui o da casa do Aeron.
-Temos de vigiar o Aqua core do Jardim e ver se conseguimos seguir a criatura e encontrar o seu dono.
-Completamente fora de questão! Essa resposta surpreendeu-me.
-Porque tanta emoção?
-Não fazes ideia do que eu passei toda a vez que aquele bicho tentava te engolir.
-Mas o que queres que eu faça. Disse no meio de um sorriso e tentando conter a felicidade.
-Descobrirmos uma forma de dar cabo dele de uma vez por todas e só depois penso se te deixo aproximar dele outra vez.
-Tens alguma ideia de onde começar?
-Não! Mas tenho a certeza que não vou mudar de ideia.
-Ok, não vou discutir contigo, namorado. Vi a sua expressão ficar confusa e depois mudar para puro contentamento.
-Que bom, namorado. E ele pulou-me em cima.
Depois de muitos anos sendo rejeitado pela sociedade ele entrou na minha vida para me fazer não dar a mínima.
-No entanto enho uma ideia ele disse puxando-me para o seu colo.
-E o que seria.
-Amanhã vais comigo a escola e vamos ver se encontramos alguma pista no meio dos livros da biblioteca.
-Tu queres que eu vá contigo a uma escola repleta de anjos que ate agora não se mostraram gostar muito da minha raça?
-Ninguém vai tocar em ti e vou pessoalmente falar com o Director para autorizar o teu completo acesso a toda a instalação.
-A ideia não é má. Mas ainda estou um pouco com o pé atrás depois do episódio da Alondra. Completei mentalmente.
-Amanhã de manhã vamos juntos então.
-Não. Tens de falar com o director amanhã e vamos lá depois de estar tudo tratado e todos os alunos e funcionários estarem devidamente avisados da minha futura presença assim não teremos problemas.
-Esta bem. Concordou ele com cara de que tinha engolido um pepino do mar. Mas posso só pedir-te mais uma coisa?
-Sim. O que é?
-Canta para mim?
Eu ia-me rir mas acabei por cantar-lhe uma canção qualquer que me veio a cabeça na altura. Porque não satisfazer um pedido tão simples e puro vindo do meu namorado? E não me canso de pensar nisso. Ficamos juntinhos, eu ainda no colo dele.
-Poseidon?
-Humm?(...) Como é que descobriste isso? Perguntei olhando-o surpreso.
-A tua irmã me disse quando me contou sobre o Zain.
UUUU! O PASSARINHO JÁ SABE DE MIM! Oh cala-te.
-E o que tens a dizer sobre isso?
-Posso ficar a chamar-te Poseidon?
-Porque isso agora? Sempre me chamaste de Lir sem problema algum.
-É que o teu nome me dá um grande tesão. Ele disse isso enquanto mordiscava a base do meu peito. Senti as minhas bochechas queimarem e um calor em baixo do meu traseiro em um volume crescente.
-Porque não? Digo enquanto me derretia com os beijinhos que me subiam pelo pescoço passando atrás da minha orelha. Mas só quando estivermos sozinhos.
-Ok, pode ser… por agora. Disse ele enquanto metia a mão na base dos meus cabelos e me puxava para um beijo bem quente doce um pouco húmido. Tinha um gosto viciante que nunca tinha provado antes do nosso primeiro beijo. A verdadeira definição de delícia.
Suas mãos percorriam as minhas costas cada vez mais a sul e eu apalpava o seu peito forte e musculoso com uma mão e afagava seus cabelos loiros com a outra.
Ele se afastou um pouco e olhou-me com aqueles olhos azuis como o mar. Tinha-nos envolvido com as suas asa criando como uma esfera de penas a nossa volta. Adorava como as asas dele mudavam de um puro banco das pontas a um negro profundo antes de ligarem-se as suas costas.
-Eu agradeço do fundo do meu coração pela sua existência ou a minha não faria sentido nenhum.
Abracei-o com força a volta dos ombros. Nunca antes pensei que pudesse encontrar alguém que me fizesse sentir tão completo muito menos que fosse um anjo.
Ele ficou mais um pouco e depois foi-se embora tratar de tudo com o director da escola.
Voltou no dia seguinte informando-me que já estava tudo tratado. No dia em que se seguiu ele veio-me buscar bem cedo e voamos rumo a Plerion celestial Academy. Notei muita energia no ar. O clima no Olho de Tempest tem andado muito instável.
Chegando lá pus-me de pé.
-Tu vais assim? Perguntou-me ele intrigado. As tuas pernas não são segredo?
-Não são segredo nenhum além do mais não ia dar para ficares a me transportar no colo o dia inteiro na biblioteca porque tens aulas e por fim aguento melhor e mais tempo fora de água assim.
-Tudo bem. Mas vais-te vestir ou não vais a lado nenhum.
Foi nessa altura que se acumulou tanta vergonha dentro de mim que pensei que ia desmaiar. Com pressa tapei-me com as mãos enquanto procurava um local para me esconder. Sorte que no local onde estávamos não havia ninguém.
-Não é preciso vergonha. Eu também tenho um desses e estou habituado a ver os dos outros também portanto não é preciso vergonha amor. Dizia enquanto me abraçava por trás
-Podes não ter vergonha mas eu não estou habituado que me vejam nu!
-Oh deixa de ser tão acanhado. Não é a primeira vez que te vejo nu e tenho a certeza que não é a última.
-Como assim não é a primeira vez?
-Aquele dia na ilha e pensando nisso, nesse dia nem sequer deste ao trabalho de te importar quanto mais de te envergonhar.
-Nunca me lembro desse pequeno detalhe…
-Do que eu vi, não é tão pequeno assim mas se tu dizes.
-Arranja-me roupas, se faz favor! Disse-lhe quase me afogando em vergonha.
-Está bem, mas vamos ter de trabalhar nessa vergonha exagerada. De agora em diante só dormes comigo nu e sem cauda.
-Mas que furacões de imposição perversa é essa?
-É isso ou vais andar por ai peladão!
Eu tinha como dar a volta a situação, era só apelar pelo ciúme dele. Tenho a certeza que ele não ia deixar que ninguém me visse nu, mesmo assim resolvi ceder.
-Está bem, como queiras. Ele então tirou um par de calças que tinha na bolsa que deixava sempre em minha casa e entregou-me.
-Queres que eu te ensine a vestir? Disse com um sorriso safado.
-Não é preciso. Eu já te vi vestir várias vezes. Contra-ataquei com satisfação.
-Tens andado a me espiar? Perguntou corando.
-Agora estamos quites. E TU QUE PENSAVAS QUE ERAS O PERVERTIDO DA RELAÇÃO, PASSSARINHO. A ideia foi tua para começo de conversa! QUE ME DEU A IDEIA FOI O TEU, PERDÃO NOSSO SUBCONSCIENTE. MAS TES DE ADMITIR QUE AQUELA RABINHO É BEM APETITOSO PARQ QUEM QUE QUASE NUNCA USA AS PERNAS. Pois é. E o outro lado também…
-Tarado! Ele ficou vermelho!? Que fofo.
-Aceito isso de todos menos de ti.
-E toma. Veste isto também porque não quero ninguém se derretendo pelo teu abdómen d’aço.
-Achas mesmo? Disse-lhe enquanto tomava a túnica das mãos dele e passava as mãos pelas aberturas. Eles usavam túnicas muito curtas com aberturas atrás para as asas. Embora tenha visto o Aeron usa-las muito poucas vezes. Exibido, mas não vou admitir que adorava e ficava babando nos teus peitorais.
O QUE ACONTECEU COM VOCÊS OS DOI HOJE!? TOMARAM CHÁ DE PAU DE CABINDA É? Tu também não podes dizer nada vulcãozinho ambulante.
As roupas dele ficava-me um pouco largas mas não era assim tando. Ele encaminhou-me a biblioteca. Passamos pelas enormes portas de madeira e cheguei no paraíso. Aeron ensinou-me acerca do sistema de organização dos livros e teve de ir para as aulas. A sua apreensão era palpável na sua voz enquanto dava-me as instruções acerca do lugar. Os poucos anjos que encontramos pelo caminho olhavam curiosos e todos com surpresa. TAS A ANDAR COM PERNAS SEU RETARDADO! Ah! Tens razão. ES MUITO ESPERTO EM CERTAS ALTURAS E UM LINGUADO EM OUTRAS. Deitei-lhe a língua fora mentalmente.
Dentro da biblioteca não havia muita gente. Sentei-me em uma mesa com uma pilha de livros para ler e tentar encontrar alguma pista. As cadeiras eram interessantes, tinha somente um apoio para costas central muito fino. Estou em um local completamente pensado para anjos, quem diria que um dia isso aconteceria.
Reparei que a certa altura do dia a local apinhava-se de gente. No primeiro dia reparei que ficavam gente me observando através das prateleiras de livros. As pessoas sentavam-se todas em outras mesas localizadas entre as estantes dispostas ao longo de cada nível daquela gigantesca sala cilíndrica.
O único que se sentava em uma mesa na mesma zona que eu era um jovem anjo de cabelos castanhos e asas com leves tons de castanho e cinza. Deixando de lado os casuais olhares que ele me deitava por cima do livro que ele lia, aqueles olhos verdes estava sempre muito concentrados nas linhas do livro. Ele passava sempre muito tempo a ler. Chegava e saia sempre a mesma hora.
Sentia também vibrações hostis. Já estava a achar que demorava e começava a ficar preocupado com elas. Isso é que dá viver a vida no meio de rejeição, quando não se a tem, sentimo-nos até estranhos.
Aeron me vinha ver sempre e ficava o máximo que podia. Quando não tinha trabalhos ajudava-me com a pesquisa que não estava a avançar grande coisa naqueles dois dias que passei lá. E acabava sempre por ajuda-lo a fazer os seu trabalhos quando ele aparecia com algum.
Quanto ao rapaz lia sempre o mesmo livro e com uma expressão confusa estampada no rosto. Podia não o conhecer mas deu-me uma pena que resolvi ajudar. Levantei-me devagar e fui-me aproximando cautelosamente. O QUE RAIO PENSAS QUE ESTAS A FAZER!? VOLTA IMEDIATAMENTE PARA O TEU LUGAR. Cala-te cobardolas, não vês que ele está com problemas? NÃO INTERESSA. VISTE O QUE ACONTECEU COM AQUELA VIBORA ALADA DA ULTIMA VEZ. Deixa-te disso. Ajudar os outros não faz mal nenhum. EU AVISEI.
-Olá. Dirigi-me a ele.
-O oi. Respondeu timidamente.
-Alguma coisa nesse livro que te esteja a incomodar?
-Sim, é que não estou a conseguir entender esta parte de Aerodinâmica.
-Segundo o desenho e o primeiro parágrafo, o angulo de voo tem de ser ajustado segundo a direcção do vento de forma a diminuir o atrito e a energia gasta.
-Mas e quando o vento está contrário a direcção de voo?
-É mais fácil ainda. Inclinas as asas de forma que o vento bata por baixo e consegues planar.
-Wow, como é que sabes tanto se nem sequer tens asa?
-Digamos que sou muito observador…
-Obrigado pela ajuda. É muito simpático da tua parte. Disse ele com um notável embaraço enquanto desviava o olhar.
-Sou o Lir já agora.
-Prazer. Gorrion. Disse ele estendendo a mão com um sorriso.
Light Point
Olá pessoal, desculpa a demora. Estive acabado estes dias por causa de alergias. Morar no cinturão do Sahel e ter alergia ao pó é mau negócio. Mas é a vida. Estive também a pensar como continuar os acontecimentos visto que o último capítulo teve muitas emoções e está a caminhar em uma direcção que não tinha previsto inicialmente. Terei uma surpresa para os próximos posts. Espero que gostem.
E acho que a morte achou soberba o que escrevi sobre ela no ultimo post e resolveu se vingar. Quase cai da escada tropeçando num alguidar enquanto descia no escuro.
Muito obrigado a aqueles que comentam. É um prazer para uma pessoa que nunca escreveu conto algum receber tamanhos elogios. Não vou deixar de lado aqueles que lêem. Um abraço em especial a aqueles que fazem aparecer um 1 nos gráficos de leitura, consolam o meu coração.
O capítulo ficou muito maior que os outros. Espero que não se importem pois teve mesmo que ser.
Para os curiosos: Chá de pau de cabinda é um chá que se diz ser um afrodisíaco. Eu nunca experimentei, mas uma amiga minha já tomou e disse que que aumenta mesmo a temperatura.