Eu – Ok! Já que não tem outro jeito, você pode ficar.
Carlos – Você não sabe como sua generosidade me comove.
Agora sim, o Carlos debochado deu as caras. Me limitei a dar um sorriso bem sem graça e debochado também para ele.
Eu – Eu vou até a copa pra ver se tem alguma lanterna ou vela, meu celular não vai durar muito.
Ele simplesmente deu com os ombros. Como aquele homem me irritava, mas dadas as circunstâncias não deixei isso me afetasse. Fui em direção à copa, mas estava muito escuro, só a luz do celular não estava resolvendo. Quando cheguei ao armário à bateria do celular acabou, praguejei céus e terra por isso. Vasculhei cada gaveta torcendo para achar uma lanterna ou até mesmo uma vela. Finalmente achei uma lanterna escondida na última gaveta que procurei ¬_¬ . Enquanto procurava como ligar aquela coisa, sinto uma mão no meu ombro. Nem preciso dizer que quase desencarnei tamanho o susto que levei.
Eu – Qual o seu problema Carlos? Que me matar do coração seu infeliz.
Carlos – Que medroso você, só vim beber água. Achou a lanterna?
Eu – Achei, mas não consigo ligar.
Carlos – Me dá que eu ligo.
Eu – Eu sei ligar uma lanterna.
Carlos – Não está parecendo, me dá isso aqui.
Pensem na cena deprimente, dois marmanjos brigando por uma lanterna no meio da escuridão. Ele finalmente conseguiu tomar a lanterna da minha mão e rapidamente ligou.
Eu – Olha só ele sabe ligar uma lanterna.
Carlos – Ao contrário de você.
Eu – Vamos para de brincadeira e voltar para o meu escritório, mas antes vou levar algo para comermos.
Peguei algumas bolachas e refrigerantes com a ajuda do Carlos. Já na minha sala eu sentei na minha mesa e ele no sofá. Comemos em completo silêncio, eu estava torcendo que a luz voltasse logo. Depois de alguns longos minutos ele quebrou o silêncio.
Carlos – Me perdoa?
De início não entendi direito, mas depois caiu a ficha. Tentei me fazer de desentendido.
Eu – Eu não sei do que está falando.
Carlos – Vamos fazer uma trégua. Você sabe muito bem do que estou falando, das flores, do jantar, de tudo. Nunca foi minha intenção magoar você.
Eu – Então qual era sua intenção?
Carlos fez uma pausa como se estivesse tomando coragem para dizer.
Carlos – Eu...eu...
Eu – Fala logo Carlos.
Carlos – Eu te amo, que droga Fernando não dá para perceber que eu te amo.
Ouvir aquilo de alguém depois de tanto tempo foi no mínimo estranho. Confesso que tinha tanta raiva do Carlos, que só conseguia enxergar um único motivo para ele fazer aquilo comigo, me humilhar.
Carlos – Você não pode acreditar, mas é verdade. Desde que te vi a primeira vez, um sentimento surgiu dentro de mim, não era amor, era algo que nem eu podia explicar. Com o passar dos dias você não saia da minha cabeça, li várias reportagens sobre você na internet.
Eu – Eu não sei o que dizer.
Carlos – Não precisa dizer nada. Você não sabe o esforço que estou fazendo para me declarar. O medo de ser rejeitado me impedia de chegar a você, além do mais nosso primeiro encontro foi desastroso.
Eu continuei em silêncio.
Carlos – Não espero que você caia nos meus braços, sei que você ainda não superou a perda do Antônio, mas eu precisava colocar isso pra fora. Não se preocupe que não vou tentar mais nada com você, já percebi que não quer nada comigo.
Eu – Carlos! Confesso que estou surpreso com tudo isso, fico até lisonjeado. O problema não é só com você, eu ainda não estou pronto para um novo relacionamento, o Antônio faz uma falta enorme.
Carlos – Entendo.
As horas foram passando e nós engatamos uma conversa bem agradável, Carlos se mostrou uma pessoa muito divertida. Nem percebi quando sentei ao seu lado no sofá, ele me fez rir como há muito tempo não ria.
Na manhã seguinte, sinto alguém me cutucar. Ao abrir os olhos vi que era o Eduardo, ele me olhava com espanto.
Eduardo – Bom dia Fernando!
Eu – Bom dia!
Eduardo – Você pode me explicar o que está acontecendo aqui?
Eu – A luz foi embora ontem e eu acabei ficando preso aqui.
Eduardo – Até aí tudo bem. Agora me diz porquê o Carlos está dormindo abraçado com você?
Quando Edu disso isso que me toquei que estava deitado no sofá com o Carlos me abraçando por trás. Me assustei e dei um salto para fora do sofá. Com isso Carlos acordou.
Carlos – Me deixem dormir.
Eduardo estava se contendo para não rir.
Eu – Levanta Carlos, já é de manhã.
Ele sentou no sofá e se espreguiçou. Seu cabelo estava charmosamente bagunçado e seu rosto amanhecido era muito atraente. Afastei tais pensamentos e me voltei ao Eduardo.
Eu – Não aconteceu nada ontem aqui, nós estávamos conversando e acho que caímos no sono.
Eduardo – Eu não disse nada, só achei um pouco estranho.
Eduardo saiu e nos deixou sozinho.
Carlos – Me desculpe pelo incomodo, nem percebi quando peguei no sono ontem.
Eu – Não tem problema, estávamos cansados demais.
Carlos – Acho que já vou. Foi um prazer conhecer você melhor.
Eu – Também gostei de te conhecer, agora posso dizer que não te odeio mais.
Disse em meio ao um riso bem tímido.
Carlos – Bom saber, quem sabe podemos marcar alguma coisa?
Eu – Olha Carlos, não estou pronto para um relacionamento e...
Carlos – Não vou insistir mais Fernando, estou te convidando como amigo.
Fiquei bem sem graça com aquilo.
Eu – Se for assim tudo bem, eu aceito.
Damo-nos as mãos e ele foi embora. Aquela noite aprendi uma coisa, não julgar antes de conhecer. Fiz um julgamento precipitado do Carlos, devido ao incidente com o carro. Ali perdi a oportunidade de ter conhecido antes uma pessoa muito agradável.
Eu estava com muito sono ainda, informei a Anita de que iria para casa e não voltaria mais naquele dia. Procurei evitar o Edu para não sofre um interrogatório. Em casa, fui direto tomar um banho para relaxar. Durante o banho me peguei pensando na noite anterior. Foi tudo tão agradável e divertido, sem falar em acordar nos braços dele, me senti tão bem. Após o banho, deitei e dormi.
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Boa noite caros amigos! Não me contive e postei mais uma parte...kkkkk. Já vou informar que este conto irá até a décima parte, sei que muitos não vou gostar, mas acho que se eu fizer maior vou acabar me perdendo. Para recompensar, vou postar a segunda temporada do meu primeiro conto.
Vamos aos agradecimentos:
diiegoh' - Muito obrigado pelo carinho. Bjos
Fael Leafar - Fiquei muito feliz com sua volta mano. Obrigado por prestigiar meu conto. Pode contar comigo sempre, tamo junto! Abraços amigo.
grimm - Senti sua falta. Muito obrigado pelo carinho. Bjos
Ru/Ruanito - Fiquei bem feliz em conversar com eles, são todos muito queridos. Quem saiu perdendo foi o carinha de BH, perdeu a oportunidade de ter uma ótima pessoa. Não fique triste que logo vai apareceu outro. Fica bem amigo! Se tiver skype me passa pra conversarmos. Bjos
Amante de Séries - Pois é, perder alguém que se ama dever ser horrível e difícil de superar. Acho compreensível o comportamento do Fernando, creio que a partir do momento que se entregar a um novo amor, ele pense em estar traindo o Antônio. Muito obrigado pelo carinho. Bjos
Yld - Meu querido. Sou um romântico irremediável, acho que é por que li muitos romances na época de escola...kkkkk. Ainda vai rolar algumas confusões entre esses dois. Muito obrigado pelo carinho. Bjos
FabioStatz - Muito obrigado pelo carinho. Bjos
agatha1986 - Também estou feliz em ter voltado, senti falta de ler os comentários do pessoal. Muito obrigado pelo carinho. Bjos
hyan - Muito obrigado pelo carinho. Bjos
Dr. Romântico - Meu caro amigo, você como sempre acertou. É bem esse sentimento que coloquei em Fernando para justificar essa resistência. Medo de se apegar novamente e ser deixado novamente. Bjos e abçs amigo!
Lucas M. - Muito obrigado pelo carinho. Bjos
Bom meus amigo, por hoje é só
A música de hoje é extremamente romântica. Creio que só os mais velhos vão lembrar dela...kkkkkk. Prometo que no próximo a música vai ser mais agitada...kkkkkkk.
Bryan Adams - (Everything I Do) I Do It For You
http://www.youtube.com/watch?v=ZGoWtY_h4xo
Bjos e abçs a todos:)