Divergência Ato 1: Surpresas

Um conto erótico de Noct
Categoria: Homossexual
Contém 2336 palavras
Data: 21/07/2013 00:37:26

Divergência Ato 1: Surpresas— É pecado sonhar?

— Não, Capitu. Nunca foi.

— Então por que essa divindade nos dá golpes tão fortes de realidade e parte nossos sonhos?

— Divindade não destrói sonhos, Capitu. Somos nós que ficamos esperando, ao invés de fazer acontecer.”

Machado de Assis (Dom Casmurro

Algum de vocês já sentiu viver sua vida no automático, sem tomar noção do que está acontecendo ao seu redor. Bom assim era minha vida, uma vida medíocre, em que não haviam varias escolhas e sim somente uma, uma vida onde de um lado se tem um pai fanático por religião que troca a própria família pela igreja, e do outro uma mãe que tenta dividir sua jornada de trabalho com as responsabilidades de casa. Mas agora imaginem toda essa frustração misturada ao fato de eu ser uma adolescente de 18 anos, que acabou de sair de uma depressão, que tem medo das pessoas ao seu redor e estar medindo 1 metro e 75 cm pesando e estar pesando 82 Kg e ao olhar-se ao espelho odiava o que o mesmo refletia.

“Algumas Curiosidades de Gabriel”

1. Possui cabelos castanhos escuros e olhos castanhos

2. Não possui um bom relacionamento com o pai

3. Tem uma doença hormonal que lhe ocasionam um rosado nas bochechas

4. Detesta ser tratado como criança

Bom essa era a minha vida até alguns meses atrás, mas o destino resolveu me dar uma nova chance e essa chance apareceu em um tumultuado dia de janeiro onde uma simples ligação mudou totalmente minha vida.

“Senhor Gabriel Medeiros, aqui é FMRP a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, com enorme prazer estamos lhe informando que o senhor ganhou uma bolsa integral para o curso de fisioterapia.”

Minha garganta pela primeira vez em muitos anos secou, simplesmente era impossível acreditar naquela informação, fiz a prova para o concurso de bolsas só por fazer, na esperança que conseguisse uma faculdade bem longe desta pequena cidade do interior do estado de São Paulo.

“Senhor Gabriel?”

“S-Sim!!” – Exclamei assustado

“O senhor foi aceito.” – Repetiu afirmantemente aquelas palavras de esperança pela sua doce voz.

“A s-sim obrigado.”

“Dentro de dois dias estaremos entrando em contado com o senhor sobre a documentação necessária para sua inscrição ” – Disse ela – “Aqui consta também que o senhor solicitou a bolsa moradia, correto?”

“Isso mesmo.”

“Também estaremos lhe informando onde será feita a prova para a bolsa moradia. Tenha um bom dia.”

Minha mãe foi a primeira, a saber, de noticia o que lhe estampou um enorme sorriso no rosto. “Meu filho vai ser doutor!” Exclamava ela a todo o momento “Meu deus temos que avisar seu pai, e as suas avos, seus tios, o mundo tem que saber disso.” Não preciso nem dizer o final não é, em questão de minutos a família inteira ficou sabendo da minha grande façanha. Mas o ponto importante nessa historia não é a festa de comemoração mas sim eventos que procedem a essa festa. Fazia duas semanas que a matricula estava feita e uma semana a prova. Era uma tarde tranquila daquele calorento mês de janeiro, já passava do meio dia e eu estava na cama, tremendo frio, gemendo e morrendo de dor, minha mãe entrou rapidamente no meu quarto com a desculpa que agora eu estava virando vagabundo, que quando e estivesse na faculdade não teria essa mordomia toda e etc e etc, somente depois de 20 minutos de reclamação minha progenitora percebeu que sua cria não estava bem e rapidamente me levou ao hospital da cidade. Foi feito uma série de exames, e depois de uma hora foi dado o laudo, Dengue. Já devem imaginar que minha mãe fez aquele escândalo dizendo que o filho dele não podia morrer e aquelas coisas que mães fazem quando estão preocupadas. Enfim no final fiquei três semanas em observação o que me ocasionou a perda da primeira semana de aula na universidade, pelo menos essa doença havia me resultado em algo bom havia perdido cerca de 10 Kgs (Uhuuuul). Recuperando-me desse quadro infeccioso só precisei pegar minhas malas pedir a benção de minha mãe e de meu pai, o ultimo por sua vez lançou aquele sermão que dura quase meia hora dizendo que eu era menino direito de igreja e que eu deveria me manter fiel a deus e não me envolver com as drogas, bebidas e homossexuais.

Enfim havia me livrado daquela pequena cidade do interior e me direcionava a uma cidade grande. O trajeto de ônibus durava cerca de 5 horas, o que me garantiu terminar um dos meus livros favoritos “Dom Casmurro”. O mais interessante dessa obra é que todos se deixam afeiçoar pelo ponto de vista do personagem principal e martirizam a pobre Capitu, eu na verdade prefiro ver essa historia por uma outra perspectiva, a perspectiva da menina dos olhos de ressaca, da menina que amou bento até o final de sua vida. Na verdade talvez Gabriel Medeiros seja o único a conseguir entender Capitu, afinal éramos tão iguais, sonhávamos além, mas algo insistia em tirar o único bem que resta.

Perto de Taubaté minha leitura foi interrompida por um garoto menino de cabelos cor de fogo, se chamava Lúcio a criatura, embarcou como um torpedo no ônibus e dentre as 10 poltronas vagas escolheu logo a do meu lado.

Em todas as ultimas sofridas 2 horas o pestinha não me deixou em paz, perguntando coisas como “Quantos anos você tem? “Que Livro é esse? É legal ?” “Cara tem muito mato na beira da estrada!”.

Pode-se dizer que dei graças a deus quando ele desembarcou em Santos, finalmente poderia terminar as ultimas paginas daquela obra prima de Machado de Assis, mesmo essa ser a 5 vez que leio esse livro. O resto da viagem transcorreu rapidamente e quando o relógio marcou 18 horas da tarde lá se encontrava eu parado com aquela cara de idiota vislumbrando a rodoviária, era linda parecia que a pessoa que a construí trabalhou tão bem que tinha a intenção de fazer cada turista parar para deslumbrar seu trabalho. Poderia continuar a ver aquela obra de arte se não fosse um troglodita que usava ray-ban e boné se esbarrar em mim e me levar ao chão.

“Olha por onde anda tampinha.” – Esbravejou o homem .

Tampinha, TAMPINHA, sinceramente podia ser gordinho, criança, moleque mas tinha que ser TAMPINHA, não me basta aquele pestinha que me encheu o saco no ônibus, agora esse **** ** **** me paga.

“A culpa não é minha de certas pessoas serem cegas e acharem que são donas do mundo!” – Retruquei, chamando atenção de todos ao redor.

“Que foi que você disse o tampinha” – Bufou o gigante vindo em minha direção

“Isso mesmo que você escutou, ou agora além de ser cego é surdo” – Respondi com um sorriso cínico no rosto.

“Ora seu...”. Em menos de 2 segundo em estava sendo levantado do chão e a primeira coisa que me passou pela cabeça foi “To ferrado”, era obvio que o gigante ia me aplicar uma surra pela vergonha que estava fazendo passar.

O gigante começou a levantar o braço para disparar seu braço em minha cara, quando um som de toque de celular corta o silencio que havia se estabelecido entre nós, sem pensar o homem soltou meu colarinho fazendo a pessoa que vos fala cair de bundo no chão (doeu pra caralho), para vocês terem noção o cara pelo menos 2 metros de altura.

“Quié?” Perguntou o troglodita, durante alguns longos segundos a conversa que aquele homem estava tendo com aquela pessoa fez com que a sua cara amarrada piorasse para uma raiva de constante raiva “Já falei que não quero ninguém naquela porra de quarto, será que vocês não entendem o que eu falo, meu pai paga essa merda para que? Hein!”. A conversa se estendeu por mais alguns minutos terminado com o troglodita lançando um som gutural de sua garganta em sinal de reprovação. “Escuta aqui tampinha, tenho problemas maiores para resolver, mas isso não terminou, quando eu te encontrar de novo vou de dar o que merece, ninguém desafia Greggory Blackfield e sai limpo!”. E em poucos minutos aquela figura enorme simplesmente desapareceu. Provavelmente os santos que minha mãe anda rezando devem ter resolvido me ajudar.

Rapidamente lancei meu olhar ao relógio da rodoviária que marcava no exato momento 18:40, eu estava muito atrasado. Sai correndo que nem um louco carregando a minha mala e minha mochila o primeiro taxi que vi, dei ao motorista o endereço da universidade e em plena 18:55 havia conseguido chegar ao setor da secretaria do campus, entrei apressado e toquei um daqueles sinos que tem em recepção para avisar que havia pessoas no local, ninguém apareceu, toquei a segunda e ninguém de novo, comecei a tocar enlouquecidamente aquele sino não poderia perder a minha vaga, a diretoria foi bem clara no dia 23 de março eu deveria me apresentar a secretaria da campus sendo que a mesma fecha as 19 horas. Em meio aquela competição de tocar sinos, uma senhora de aparentemente seus 70 anos apareceu, e sua cara não é era das melhores.

“Sabe meu caro, esses sinos para recepção devem ser tocados no mínimo três vezes e não virar uma mini bateria de escola de samba!”- Esbravejou a velha senhora me lançando um olhar ameaçador – “Já são 19:00 horas a secretaria está fechada não posso fazer nada por você volte segunda-fei....”

“Espere um momento senhora, eu sou o aluno da bolsa integral que ficou doente, tive alguns problemas ao desembarcar na cidade, por favor, preciso saber onde fica o meu quarto.” – Respondi a velha senhora implorando por sua atenção. A mulher parou retirou uma das mãos que estava no bolso e a pós por baixo de seu queixo e fechou os olhos, parecia estar pensando, “Tudo bem meu caro, mas você está me devendo uma.”. Aa velha mulher voltou para a sala da recepção, ligou as luzes e abriu a porta para mim. “Entre!” – disse ela.

Entrei e me sentei em uma das poltronas onde a mulher me indicou. “Seu nome?” – perguntou.

“Gabriel Medeiros Reis” – Respondi a ela

“Gabriel, Gabriel, Gabriel, a achei!” – disse a mulher – “Senhor Gabriel Medeiros, houve um problemas durante o tempo que o senhor manteve-se internado.” – respondeu a mulher entrelaçando os dedos.

“Como assim?” – Perguntei.

“Bom durante o período de sua internação parece que a vaga do seu quarto foi preenchida não sobrando nenhuma vaga no alojamento estudantil.”

“O-Oque! Não pode ser eu havia confirmado que havia uma vaga para mim!” – respondi desolado.

“E de fato tem, só que é no alojamento dos atletas.” – Afirmou a mulher olhando para a minha cara de desaprovação. - “Creio que não vai haver problemas com isso, correto? ” – Ameaçou-me impaciente – “Caso não seja ao seu gosto podemos lhe providenciar a prova para uma das republicas da universidade, no entanto a mesma só poderá ser aplicada segunda feira ”.

Somente segunda-feira, mas que droga é essa, eles dão minha vaga para outra pessoa e agora eu vou ter que dividir um quarto com um atleta sem cérebro, jamais. Bom se for ver por outro lado não lugar para ficar e o dinheiro que tenho é para passar o mês, droga.

“Tudo bem, eu aceito.” – Disse relutantemente.

“Ótimo meu querido que bom que você aceitou.” – Disse a mulher se levantando, abrindo uma das gavetas de um enorme armário. “27, 27, 27 a aqui, aqui meu querido apartamento 27 do bloco dos atletas.” – Respondeu a mulher levando sua mão em direção a minha e na ultima hora a puxando para si “Mais uma coisa meu caro, você está me devendo uma e eu costumo cobrar aqueles que ficam me devendo uma”. – Disse a mulher.

“Sim, claro, farei qualquer coisa que a senhora quiser dona...” – perguntoi impacientemente.

“Cícera, pode me chamar de Cici é como todos me chamam!”.

“Muito obrigado Cici, estou te devendo uma!” – Respondeu Gabriel Pegando a chave das mãos da mulher. – “Boa noite para a senhora e desculpe o transtorno.” – Disse o menino pegando suas coisas e se dirigindo o rápido possível para o apartamento dos atletas.

“Não tem de que.” – Disse a mulher – “Ai, ai essa juventude de hoje é tão apressada na minha época a gente tinha mais tempo para tudo, mas espere ai apartamento 27?” – Disse a mulher olhando o quadro de alunos cuidadosamente até chegar ao ponto onde buscava. – “O meu deus mandei o menino para a cova do leão” – Exclamou a mulher preocupada.

Corri o mais rápido possível para aquele apartamento, estava louco para chegar naquele lugar tirar essa roupa e tomar um banho quente para relaxar, subi o segundo andar e fui verificando os apartamentos “21,23,26, ali o 27” – Exclamei ansioso – “Por favor que o meu parceiro de quarto não esteja ai, por favor, por favor!” – Repetia mentalmente.

Abri a porta e vi uma das imagens mais lindas do mundo foi o traseiro mais glorioso do sexo masculino que já tinha visto em minha vida. Estava preso ao que era evidentemente o corpo de um deus. Alto – 1,98 de altura e músculos. MUITO músculo! Ombros amplos, costas largas, quadris estreitos, coxas grossas... Mas aquele TRASEIRO! Oh, meu Deus! Era o traseiro mais perfeito que já tinha visto em minha vida. Ele permaneceu parado, braços levantados, secando seu cabelo com uma toalha e nada mais de pano que cobrisse qualquer coisa em seu corpo. E lá estava eu, babando em um dos traseiros mais bonitos que já vi preso aos órgãos sexuais masculinos mais bonito que já tenha visto. Ele finalmente girou ao redor e pude me privilegiar com aquele peitoral e gominhos fodasticamente definidos. Só que algo ali cheirava a perigo e quando o dono daquele corpo escultural abriu os olhos e me viu somente disse algumas palavras.

“Parece que hoje não é seu dia de sorte... tampinha” – Respondeu ele com um olhar malicioso.

To ferradoContinua....

E ai pessoal beleza esse é o meu mais novo conto Divergência, espero que gostem e comentem, muito obrigado ao crazy nerd e ao ru/ruanito pelos comentários na apresentação dos personagens.

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