Eu- Queremos um dica de por onde começar.
Jhone Waltty- Ele foi jogado no reciclado sem querer, deve estar lá.
Rafa- O quê?! Vamos ter que procurar no lixo?
Eu-No lixo não, no reciclado.
Rafa- Se conseguirmos encontrar esse manual você promete nos ajudar?
Jhone Waltty- Não preciso prometer, vocês tem a minha palavra.
Eu- Vai com calma, isso está muito estranho. Para que você quer esse manual?
Jhone Waltty- É basicamente um livro dos Jhones com todos o maiores segredos, esse é sobre a força física, são 8 livros, cada um te ajuda a desenvolver cada habilidade, toda vez que alguém descobre um nova técnica ou algum segredo novo é colocado em algum desses livros, eu preciso deles, cansei de ser um Jhone, quero acabar com essa sociedade.
Rafa- Tipo, é legal, massa ser um Jhone, por que iria querer isso?
Jhone Waltty- Você que pensa que é bom ser um Jhone, pra me tornar um tive que matar meus pais, eu precise provar que não iria me ligar a sentimentos, seu amiguinho teve sorte de ter que matar apenas um cachorro, antes as coisas eram bem pior, o tipo de justiça deles é completamente diferente, eu cansei disso, cansei de ver tantas coisas erradas.
Peguei a faca, comecei a cortar a corda, Rafa me retrucava por isso.
Rafa- O que está fazendo? A primeira oportunidade que ele tiver vai nos ferrar.
Eu- Eu sei, mas ele é o único que pode nos ajudar.
Jhone Waltty- Me respondam você agora. Por que querem o corpo do Jhonny Faangy?
Eu- Não é da sua conta.
Rafa- É porque ele era nosso amigo, é importante para nós, não vamos deixar que fiquem brincando com o corpo dele feito boneca.
Jhone Waltty- Acho meio difícil vocês conseguirem pegar o corpo de volta, é um verdadeiro premio.
Eu- Chega de papo, aonde vamos?
Jhone Waltty- Vocês vão para casa, está muito tarde, depois de amanhã nós vamos procurar o manual.
Eu- Não, nós vamos agora, quanto antes encontrarmos essa porcaria melhor.
Rafa- Ele tem razão, não sabemos o que podem estar fazendo com o Doug, vamos logo atrás desse livro.
Jhone Waltty- Eu dou as cartas aqui, querem encontrar o corpo dele ou não?
Ficamos em silêncio.
Jhone Waltty- Ótimo, foi o que pensei, agora vão logo.
Eu- Antes de ir-mos, tenho um favor pra pedir, lá na Estrada das Areis, tem um de vocês morto, um outro Jhone estava armado, a arma caiu no chão e disparou no André, ajuda a limpar nossa barra.
Jhone Waltty- Que droga, a regra é clara, É PROIBIDO USAR ARMAS DE FOGO.
Rafa- Valeu, vamos indo então.
Voltamos para a minha casa, Rafa ficou um pouco conversando comigo por mais meia hora e foi para casa.
Rafa- O que vai fazer depois que encontrar o corpo do Doug?
Eu- Vamos enterrar ele em algum lugar decente.
Rafa- Não me referia ao corpo, me referia ao Erick, o que vai ser depois disso? Tipo, vai tentar se ficar com ele.
Eu- Eu não sei, tenho medo de me aproximar e ele morrer também, parece até que estou amaldiçoado.
Rafa- Eu estive pensando, é melhor parar com isso tudo, estamos ferrando com todo mundo.
Eu- Do que está falando? Se esqueceu do Douglas?
Rafa- Claro que não, eu gostava dele tanto quanto você gosta, mas pensa bem. O Doug iria querer arriscar seus amigos, família, as pessoas importantes para ele em uma busca se muita importância?
Eu- Se fosse eu no lugar dele, tenho certeza que sim.
Rafa- Então você não o conhecia como eu, ele iria nisso sozinho, faria tudo escondido e se não tivesse escolha, ele iria deixar tudo para trás pelo bem de todos.
Eu- Tudo bem, vá, eu não preciso de você, posso fazer isso sozinho.
Rafa- Você está me entendendo errado, jamais deixaria você sozinho nessa, eu só não quero envolver mais ninguém nisso, se vamos fazer isso, temos que ser discretos, nada de contar para os outros.
Eu- Tem razão, daqui pra frente vamos ser só nós dois.
Não consegui dormir direito naquela noite, fiquei pensando em tudo que estava acontecendo, olhava para o teto e mil coisas passavam em minha mente e sempre terminavam no Erick.
Eu- Afinal, quem é você Erick?
Doug- Sou eu meu amor, por favor me traga de volta.
Aquela voz na minha cabeça, era a voz do Douglas, o tempo todo falava comigo, acho que no fundo eu não acreditava em sua morte. Estava resolvido, eu ficaria de olho no Erick até chegar o dia de procurar o livro.
Acordei, fiz o que tinha que fazer durante o dia, cheguei em casa depois do trabalho e fui direto tomar um banho. Eu escutava a voz do Douglas sussurrando, chamava por mim, costumo deixar minha tristeza escorrerem com a água do chuveiro.
Eu- Douglas! Douglas volta pra mim, eu preciso de você.
É imprecionante o amor, quando se ama alguém, quando se ama mesmo e você a perde, nunca mais consegue ser feliz. Douglas havia morrido e parte de mim também, nunca mais fui o mesmo, era triste sim, as pessoas superaram, eu não. Terminei de me arrumar e fui para a academia. Cheguei junto com o Erick, estava só ele, a namorada não foi malhar naquele dia.
Eu- Opaa!! E ae? Tudo beleza?
Erick- Oi.
O que foi isso? Eu comprimento ele e tudo que diz é "oi"? Não foi um oi de quem estava bravo, chateado ou coisa parecida, foi só um oi.
Doug- Que tal conversar com ele com um pouco mais de educação?
Erick- Está tudo bem com você?
Eu- Estou ótimo.
Mentira, nem um pouco, mas pra que eu iria dizer como eu realmente estava me sentindo para um estranho?
Erick- Que susto ontem não acha?
Eu- Sim, senhor, eu tive um grande susto.
Ele fez uma cara de espantado para mim. Me olhou de ladinho, fez sinal com a cabeça "não".
Doug- Ai que vergonha, dá para você agir como uma pessoa normal? Não precisa usar esses termos, só não chame ele de "Cara", "Fera", "Mano", esse tipo de coisa.
Erick- Posso te fazer uma pergunta?
Eu- Já fez uma.
Erick- Então, posso fazer outra pergunta?
Eu- Claro vai em frente, não precisa nem pedir.
Erick- Por que você é tão esquisito?
Eu- Eu sou esquisito?
Erick- Não esquisito, digamos então, diferente. Você fala de um jeito, depois de outro, ontem teve aquele lance estranho com aquele cara que me abraçou, eu não jogo nesse time, nada contra, eu só achei muito estranho, ele parecia me conhecer.
Eu- É bobeira dele, você é parecido com um amigo nosso.
Malhamos mais um pouco, eu ajudava ele e ele me ajudava a erguer os pesos.
Eu- Você briga bem?
Erick- Não sei, não me lembro de já ter brigado muito.
Eu- Então como deu conta deles?
Erick- Não faço a menor ideia, senti uma leve dor na cabeça, me veio umas imagens de brigas de alguns filmes de ação, fiz o que me vinha na cabeça, deis alguns socos e eles correram.
Eu- Ficaram com medo?
Erick- Acho que sim - deu uma leve risada - pelo jeito que correram.
Eu- Tá afim de fazer um lanche depois que terminarmos aqui?
Erick- Pode ser, vou tomar um banho rapidex e nós vamos.
Tomamos nosso banhos, saímos da academia, ele tinha ido de moto, em alguns momentos ele me fazia acreditar que era o Douglas, em outro ele parecia não ser, o Douglas não sabia andar de moto.
Erick- Vamos na minha moto, depois te trago aqui pra levar o carro.
Eu- Tudo bem. Posso pilotar a moto? Você parece ser muito novo, tenho medo de me arriscar.
Erick- Você tem sorte, não costumo fazer isso.
Subi na moto, Erick subiu na garupa, me apertou, acho que ficou com medo.
Eu- Tudo bem aí?
Erick- Sim, vai de vagar por favor.
Eu- Não se preocupe, se fosse o Rafa aqui aí sim era perigo.
Erick- O Rafa é aquele cara de ontem que me abraço?
Eu- Sim.
Erick- É bom saber, assim não me arrisco sair com ele. Ele tem quantos anos?
Will- 23 mas parece ter 16 haha!!
Erick- Calma aee!!
Eu- O que foi?
Erick- Déjà vu. Vai pode ir.
Eu também tive um déjà vu, aquele papo de quando subimos na moto, era parecido com o da primeira vez que Douglas e eu andamos de moto.
Eu- Gosta de McDonald's?
Erick- Claro, tem o melhor dos lanches.
Eu- Que bom, vamos em Blumenau então, lá tem, aqui não.
Fomos no shopping pra comer, eu queria levar ele nos mesmo lugares aonde levei o Douglas, sentar aonde sentamos, fazer o que sempre fizemos lá. Compramos uma porção de bata frita com bacon e dois Milk Shakes.
Eu- Vai querer um Milk Shake de quê?
Erick- Não ria, parece ser meio gay mas quero de morango.
Por que aquilo não me surpreendeu?
Doug- São poucos sabores de Milk Shake, e são 7 bilhões de pessoas no mundo, queria o quê? Que só eu gostasse de Milk Shake de morango?
Erick- Quanto deu lá?
Eu- Nem esquenta, tá pago.
Erick- Não, é seio cara, quanto deu a minha parte?
Eu- Deixa isso quieto, eu te chamei pra sair e pode me chamar de William ou Will.
Conversamos sobre vários assuntos, meus sonhos, os dele, seu passa tempo favorito, ficamos nos conhecendo. Era um tremendo blá, blá, blá. Enquanto ele falava, comia, eu ficava olhando seu traços, eram iguais ao do Douglas, os dentes, tudo.
Erick- Pare com isso por favor!!
Eu- Parar com o quê?
Erick- De ficar me olhando desse jeito, eu não consigo comer.
Eu- Tudo bem eu paro. - pausa- Pretende ficar muito tempo na cidade?
Erick- Nem sei, meus tios logo querem ir para São Paulo, nem gostam que eu fique saindo para não fazer amizades e depois ter que me mudar. Chega de falar de mim, me fale um pouco sobre você.
Eu- Tudo bem, manda.
Erick- A família, ela é grande?
Eu- Não sei, acho que é um pouco, talvez por causa dos meus primos, eles fazem a maior bagunça. Tenho uma irmã e um irmão por parte de pai, minha mãe é médica aqui em Blumenau, meu pai um militar que quase nem vejo e nem faço questão de ver. Já morei São Paulo, antes eu até queria voltar para, agora isso nem me passa pela minha cabeça, fiquei muito ligado nas pessoas daqui.
Erick- Meu único amigo até agora é você.
Eu- Somos amigos?
Erick- Acho que sim, somos?
Eu- Por mim eu sou.
Erick- Por mim também.
Por um bom tempo fiquei só olhando pra ele, ele também me olhava, bem nos olhos.
Eu- O que foi?
Erick- Nada não, deixa pra lá.
Eu- Fala vai, pode falar.
Erick- É que tem alguma coisa em seus olhos, eu não sei. Cara o que eu estou falando? Isso é muito gay.
Eu- Eu não achei, é muito interessante esse lance de coisas telepateticas.
Erick- Hahaha!! Telepática. Vamos mudar de assunto. Curte uma balada?
Eu- De boa.
Erick- Que tipo de músicas.
Eu- Eu sou bem tipo, epilético, gosto de tudo.
Erick- Aahh sim, epilético você é mesmo, eu por outro lado, sou eclético.
Eu- Tá certo, mas pra dançar aí sim eu sou bem epilético.
Erick- Deve dançar feitO uma aranha em um prato quente...
Cabou por hoje, mas amanhã é de certeza, TO DE VOLTA.