Te vejo depois

Um conto erótico de Dmi
Categoria: Homossexual
Contém 1275 palavras
Data: 22/07/2013 01:13:29

Pois bem, se quiser ler uma minissérie tosca de adolescentes se masturbando volte ao menu principal do tema...

Oi. Meu nome é Dmi, sim esse é meu apelido. Nenhum pai retardado coloca um nome desses em uma criança. Com exceção do meu progenitor. A estória que vou contar (como diria meu ilustre amigo Guimarães Rosa) se passou em uma cidade. Em um determinado país subdesenvolvido conhecido por Brasil. Pouco importam os detalhes , não explicarei futilidades, de fútil já basta a vida do leitor. E aliás, vou ainda decidir se continuarei postando. Rotina me irrita, a rotina trouxe o bem mais precioso que já tive, porém também arrancou-o das minhas mãos com a mesma facilidade. Era uma vez..

Há muitos e muitos poucos meses atrás um garoto chamado Rafinha, nomezinho de skatista sujo, porém um garoto descontraído que pouco se importava com a vida. Quer dizer não se importava com nada, só com seu skate de merda. Certo, podemos desconsiderar essa minha arrogância. Um dia o Rafinha estava andando em seu skate e caiu de boca. Fraturou a perna direita e o rádio do braço esquerdo. Normal, afinal ele ja havia se ferrado um milhão de vezes e dali uns meses estaria na pista de novo. Detalhe, o moço era rico bonito e ruivo. E eu tenho tara por tudo que é ruivo. Desde porquinhos da índia até o Rony do Harry Potter. Ok, sem digressões.. Eu, um moço loiro que adora ser loiro e parece ter 45 anos de idade apesar dos 18, sempre fui o oposto do Rafinha. Nao sou gatissimo, nem tenho o maior pipiu do mundo, porém, sem querer me gabar sempre me sai bem em qualquer situação com letras, humanas nas veias meu rapaz. Quem não gosta de uma história bem contada? Já o Rafa, é diferente. Você percebeu que eu o chamei de Rafa, porque rafinha é zuado. O Rafa apesar d nao querer nada da vida é super inteligente e ainda se sente o macho comedor. Acho que ainda não chegamos no desabafo né? Mas a história é minha e foda-se você que não gostou. Então, em outubro de 2012 ocorreu algo ruim, meu irmão mais novo foi diagnosticado com câncer. Agora a história fica mais séria.

- Mamãe, por que essas manchas roxas estão aparecendo?

Tudo começou assim. Sem explicação, sem alarde. Muito de repente. Alguns exames alterados e Puft. Leucemia. Ficamos todos arrasados. Sem palavras pra descrever o que senti. Talvez raiva, ou raiva de mim mesmo por não poder fazer nada naquele momento.

- Olha dona Margarida e seu Carlos, o Fábio tem grandes chances de recuperar-se. Ele está fora de risco por enquanto e descobrimos com bastante antecedência graças aos check up anuais que eles sempre fazem.

- Mas doutor, não temos históricos de câncer na família, sempre cuidei muito bem da saúde dos meus filhos.

- Dona Margarida, devemos focar na recuperação dele e não nos motivos para umas doença genética.

- O Doutor estava certo. Não havia culpado. Mas seria mais fácil culpar alguém. Foi duro, passamos uns momentos sem dizer nada no carro. O Fábio tava encolhido no carro, parecia que tinha feito algo errado. Era muito para uma criança de 7 anos. Chegamos em casa, mas minha mãe continuou no carro, disse que havia perdido um dos brincos. Sai da garagem mas acabei voltando. Ela não estava bem. E eu também não estava. Queria ao menos compartilhar com ela essa amargura.

- Mãe, seus brincos estão no porta-luvas como sempre ficam,quer conversar?

- Sabe o que é filho?

Era demais para ela. Mas me contive, em prantos ela mal conseguia falar.

- Deus, por que meu filho?

- Mãe, Deus não pode entregar-nos um fardo que não podemos carregar. Nós vamos enfrentar isso juntos e venceremos. Para de chorar, o Fabinho tem que saber que ta tudo bem.

Abracei minha mãe que ainda soluçava, não dissemos mais nada, porque simplesmente já não era necessário. Uma paz inundou meu coração. Venceríamos aquela batalha!

Fui ao quarto do meu irmãozinho, e enquanto ele dormia segurei a mão dele. Nessa hora foi inevitável. Desmoronei, e eu que sempre fui durão me derreti ali, no tapete. Sem emitir nenhum som, soluçava e sentia no fundo do coração uma dor fina e aguda, um nó forte na garganta e uma vontade de correr, fugir, voar por aí e quando eu voltasse tudo estaria no lugar. Ela estaria brincando com seus bonecos, com sua capa favorita de batman tentando derrubar os móveis do quarto. Mas ali prometi que não choraria mais, que faria o possível pra vê-lo saudável de novo, e afinal os tratamentos para leucemia são vários e a chance de cura aumentada quando cedo descoberta a doença.

Então fui à cozinha, e lá vi os olhos vermelhos do meu pai. Somos bem parecidos, os olhos verdes e o cabelo loiro escorrido, mas o meu chegava nos ombros. Tínhamos um relacionamento distante, só falávamos sobre bobeiras de jornal. Ele nunca me perguntou de namoradas como faziam meus parentes, no fundo me conhecia mais que qualquer um. Dei alguns passos, pulei a bancada e o abracei também, como nunca antes tinha feito, não que me lembrasse. Meu pai era um homem muito maior que eu, tanto no porte físico quanto nas suas atitudes. Mas ali, ambos vulneráveis a um destino incerto. Logo os outros parentes souberam, mas pularemos essa parte mais triste. Muito drama né? Desculpe-me, mas o tema desse conto é desabafo pra você que não leu. To meio cansado agora. Nem sei se quero continuar. Não me preocupo com críticas, nem com os comentários. Pelo jeito vou ter que continuar porque você está curioso, aposto. Quer saber onde entra o tal de Rafinha. Relaxa que aquele vagal logo aparece.. e que vagal. Juro que nunca vi um garoto tão lindo. Sim, o mais lindo do mundo. Uns olhos azuis muito azuis, e eu gostava mesmo era do sorriso daquele garoto. Mesmo enfrentando tudo aquilo. Epa. Estou me adiantando né? Melhor explicar. Fábio fez baterias de exames e então vieram os primeiros resultados e internações. Hospitais de câncer não são o.melhor lugar do mundo. Mas é incrível a força de vontade daquelas crianças e suas famílias. Inspiração para qualquer um que ali quisesse aprender um pouquinho sobre a vida e seu valor. Incrivel como alguns ainda são capazes de tirar a própria. vida. Lá vou eu mudando de foco, pelo amor de Deus me avisa se eu fugir muito. Mas eu geralmente viajo nessas lembranças. Uma história interessante foi de um garotinho de 6 anos, o nome dele eu não lembro, mas ele sempre andava com um bloquinho de papel. Ali ele usava duas canetas; uma era verde e a outra preta. Fiquei no hall do setor infantil e ele, carequinha estava olhando pra mim fixamente.

- Oi, qual é o seu nome?

- Dmitri, tudo bem contigo?

- Tá tudo ótimo. Você também tá aqui pra virar um herói?

- Herói? Não entendi.

- É, todas as crianças que estão aqui estão sendo treinadas pra virarem herói. Mas é muito difícil. Alguns ñ conseguem.

Então ele pegou a caneta verde e marcou meu nome.

- A caneta verde é a dos novos heróis, a preta é dos que vão embora. Porque o treino é muito difícil.

Me lembro de andar pelo hospital meses depois e ver colado à porta de seu quarto com caneta verde uma folha com o nome dele. Ele consegui se tornar o herói, e nem todas as histórias tem que terminar tristes, inclusive a nossa.

Enquanto voltava para o quarto do meu irmão, descobri que ele tinha companhia, uma companhia ruiva, de olhos azuis que me irritou a primeira vista. O tal de Rafinha.

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Estou gostando, me interessei a cada palavra, escreva mais, e leia os meus contos, Abçs...10

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