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A História de Caio, completa e revisada para leitura on line e download e contos inéditos no meu blog:
http://romancesecontosgays.blogspot.com.br/a-historia-de-caio-leitura-on-line-e.html
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Que tipo de critérios devemos utilizar para definir se alguém é confiável ou não? E até que ponto devemos confiar em uma pessoa? Sabendo que o Dan havia procurado o Roney para ele ajudá-lo a ficar comigo, e que este ao invés de ajudar, chantageou o Dan para ele transar com ele, eu fiquei de orelhas bem em pé com aquele pedido de ajuda. Imaginei como as coisas não poderiam ter sido diferente se naquela dia o Roney tivesse me dito que o Dan era afim de mim? Teria mudado alguma coisa em relação ao Yoh, será que eu teria dormido com o Yoh naquela noite?
Enfim, nunca saberia as respostas para essa pergunta porque aquele que se dizia meu amigo, tentou pegar o cara que o procurou para confessar seu amor por mim, ao invés de me falar isso. Enquanto isso, este mesmo pretendo amigo ficou furioso comigo, e ainda fez minha melhor amiga se voltar contra mim, em virtude de uma birra idiota por um cara que nem afim dele era. Aquela criatura era de uma falta de respeito tão tremenda que eu deveria expulsá-lo de minha casa imediatamente e mandar lavar o chão por onde ele pisou com cloro e creolina. Mas no fundo, eu nunca poderia negar que era filho de minha mãe, eu jamais negaria ajuda a uma pessoa numa situação como a dele.
- Roney, cara. Vou te ajudar sim. - Comecei. - Mas tenho algumas condições, a primeira é que isso não significa que voltamos a reatar amizade. A segunda é que você confesse para a Samia que o Dan te procurou para pedir ajuda para se aproximar de mim e você o chantageou para fazer sexo em troca de ajudar. E a terceira é que se você chegar perto do meu namorado outra vez de qualquer forma, sou eu que vai te dar uma pisa que você nunca vai esquecer.
Não sei que estava com um olhar de maior surpresa, se a Samia ou o Roney.
- Ro, você fez isso mesmo? - Perguntou Samia admirada.
- Eu gostava do Daniel, quando ele me procurou dizendo que estava apaixonado pelo Caio eu não resisti, queria ao menos provar antes, mas eu ia ajudar ele, ia falar com o Caio, mas aconteceu todo aquele lance do Yoh.
- Basta. - Interrompi. - Não quero explicações suas, só queria que confessasse.
- Tudo bem. - Ele concordou estranhamente humilde. - Mas eu só queria pedir desculpas.
Sentei-me no sofá do lado do Dan e peguei na mão dele, não sabia exatamente o que fazer para ajudar o Roney.
- Cara, eu não sei como te ajudar. - Comecei. - Só acharia que você estava completamente seguro se você ficasse aqui uns tempos, indo para a escola de motorista e ficando numa casa vigiada.
- Eu não apostaria muito nisso. - Ouvi alguém falar atrás de mim e dei um pulo no sofá. Era o Yoh, acompanhado do seu irmãozinho intragável.
- Yoh? Como autorizaram sua entrada sem me avisarem? - Indaguei.
- Ninguém autorizou minha entrada. Só quis te mostrar que essa casa não é tão segura assim, se você for perguntas aos vigias eles provavelmente não saberão que alguém entrou. E vejo que isso foi providencial, pois você estava acabando de explicar ao seu amigo como ele estaria seguro aqui com você. A propósito, do que ele deveria estar seguro? - Explicou ele enquanto Ramon ria debochadamente atrás.
- Disso. - Entreguei a ele o bilhete. - Pensei que a coisa havia acabado mas parece que o Roney é a
próxima vítima. E a propósito, se vocês entrarem na minha casa outra vez sem permissão eu fuzilo os dois.
- Estou morrendo de medo, boneca. - Riu Ramon.
- Ramon, contenha-se. - Falou Yoh rispidamente, fazendo o sorriso fugir do rosto do irmão, que ficou completamente sério. - Caio, a intenção foi boa, você deve reconhecer, melhor a gente entrar do que coisa pior.
- Difícil imaginar coisa pior do que seu irmão. - Falei friamente.
- Desculpe se o Ramon foi inconveniente, ele também quis apenas ajudar. A visita dele foi tão ruim assim que você desistiu de entrar para a família? - Falou ele rindo e sentando-se no sofá ao lado da Samia.
- Yoh. - Advertiu Dan. - Cara, não seja um mal perdedor, ele aceitou namorar comigo, a gente está tendo um relacionamento sério.
- Você fez um favor ao Yohan, Daniel. - Alfinetou Ramon sentando-se. - O meu irmão é um gênio, você não é digno dele, bonequinha. - Completou me encarando diretamente me fazendo saltar do sofá.
- Yoh, retire seu irmão daqui, ou eu quebro a cara dele. - Esbravejei furioso.
- Ramon, por favor, me espere no carro. - Falou calmamente Yoh.
- Y, eu..
- Ramon! Carro! - Falou mais incisiva e pausadamente, e o chato apenas levantou e saiu, mas não sem antes piscar o olho para a Samia, que ficou toda cheia de si.
- Cruzes Yoh, você precisa controlar ele, viu. Ele me tira do sério. - Falei para aliviar o ambiente.
- Ele é jovem, tem muito a aprender. - Foi a resposta que ele deu. - Mas vamos voltar ao assunto principal, seu amigo não está de forma alguma seguro aqui com você.
- E o que você sugere. - Perguntou o Dan.
- Eu sugiro que eu mesmo cuide da segurança dele. Vou colocar pessoas vigiando ele em todos os locais e ele pode continuar com a vida dele normal sem nenhum tipo de risco.
- Que garantia eu tenho? - Perguntei. Durante toda a conversa o Roney e a Samia ficavam apenas ouvindo como duas crianças em meio a uma conversa de adultos.
- A garantia que eu posso dar como alguém que tem não só seguranças pagos mas pessoas de influência no submundo, uma segurança dada por mim é muito mais sólida que a que você ou até a polícia poderia dar.
- Eu confio no Yoh. - Interveio Roney.
- Ótimo. - Respondi. - Isso me tira um peso das costas.
- Eu vou indo. - Falou Yoh levantando-se. - Roney, o Ramon está lá fora, você poderia ir até ele para ele explicar como vai ser feita sua segurança? - Roney levantou-se e saiu apressado, então Yoh completou. - E Caio, pode me acompanhar até a porta? Quero falar uma coisa a sós.
Levantei e o segui até a porta, o Roney já havia sumido de vista. Quando chegamos na porta, ele me encara seriamente e fala.
- É essa sua escolha? Namorar o Dan?
- É sim. - Respondi. - É difícil te esquecer, mas é difícil engolir seu estilo de vida e o que você já fez.
- Tudo bem, vou respeitar isso. Mas quero perguntar só mais uma vez e se você me confirmar isso, acaba tudo entre nós de vez e nunca mais precisará se preocupar comigo: você quer que eu desista de você de vez?
Continua …