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A História de Caio, completa e revisada para leitura on line e download e contos inéditos no meu blog:
http://romancesecontosgays.blogspot.com.br/a-historia-de-caio-leitura-on-line-e.html
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Ele perguntou tentando usar o máximo de frieza, mas eu vi em seus olhos um clamor, pedindo pra eu dizer não, que não desistisse de mim, que ainda poderia me conquistar. Não poderia dizer que tinha esquecido o Yoh, ele era um cara fantástico demais, marcante demais para se esquecer do dia para a noite.
Mas eu também gostava do Dan e jamais poderia ter os dois. Eu tinha feito minha opção, quando senti que se não agisse perderia o Dan para sempre, notei que não suportaria perdê-lo e tinha consciência que o preço que pagaria para não perdê-lo era perder o Yohan de vez. Quando fiz aquela intimação ao Dan na casa do Roney, eu sabia que significava uma escolha definitiva por ele. Mas isso não tornava de forma alguma mais fácil dar aquela resposta que o Yoh me pedia, foram muitas noites indo dormir pensando nele, nunca iria esquecer como me sentia protegido quando estava aninhado nos braços dele. Aquela segurança inabalável que me contagiava até nos piores momentos:
“ - Tenha cuidado Yoh. Ele é perigoso. - Eu também sou. “
Aquele sentimento fundia-se com a enorme insegurança que senti naquela noite em Curitiba, mas descobri a verdade sobre ele e desconfiei que ele andasse mandando espancar pessoas por minha causa. E para coroar tudo, ainda me surgia esse irmão insuportável dele. Eu poderia ficar o ano todo revendo o passado como um filme, mas a resposta findaria sendo a mesma.
- Desistir ou não é uma opção sua Yoh. Mas eu estou certo e plenamente seguro de que quero ficar com o Dan.
- Vou considerar isso um sim. Não precisa se preocupar de melindres de minha parte. Eu desafiei ele a conquistar você e perdi. Sou maduro o suficiente para reconhecer minha derrota. Só desejo felicidade para vocês. Mas eu ainda vou descobrir quem está fazendo esses espancamentos. Você soube que seu irmão acordou do coma?
- Não.
- Foi hoje a tarde. Caio, você ainda é meu principal suspeito. Se for você que está fazendo isso, podia me responder agora e a gente acabava com esse suspense chato.
- Yoh, você também ainda é o meu principal suspeito. - Respondi rindo.
- Então porque você deixou o seu amigo aos meus cuidados?
- Ele não é meu amigo. E eu não me importo tanto assim que ele seja cuidado. Te cuida. - Respondi voltando pra dentro.
- Você também. - Respondeu ele indo embora a passos lentos.
O Dan estava com uma cara enorme de ciumes, quando voltei para a sala, mas eu não dei muita bola, depois no quarto eu acalmaria meu leãozinho. A Samia levantou-se para se despedir e agradeceu pela minha compaixão pelo Roney. Ela disse que ficou surpresa com a confissão dele. E disse que achou o Ramon lindo. Eu também achava ele lindo, era impossível não reconhecer a beleza dele, mas aquela ar de limão azedo zerava qualquer admiração pela estética do seu rosto que eu pudesse vir a ter.
Não fazia duas horas que eu estive a sós com o Dan, mas já ansiava por ficar com ele novamente no quarto. Nos deitamos e resolvi chupar ele para quebrar a tensão que houve antes das visitas chegarem e a que foi gerada pelas próprias visitas. Essa é uma dica que salva muitos relacionamentos. Quando seu homem está tenso, nada como dar uma chupada bem caprichada nele para eliminar as tensões, se ele gozar na sua boca, melhor ainda. Ele esquece todos os estresses e fica uma seda. Já vi alguns relacionamentos, principalmente héteros, irem para o ralo apenas por falta de umas boas chupadas.
Mas naquela vez o Dan não chegou a gozar na minha boca porque o celular dele tocou, era a Liana. Ele trocou algumas palavras com ela e falou que ia dormir na minha casa. Após ela falar algo que não sei o que foi, ele interrompe o fantástico oral que eu estava fazendo nele e me entrega o telefone.
- Ela quer falar contigo. - Falou.
- Caio? - Ouvi do outro lado.
- Oi, Liana. Estou roubando o Dan aos poucos, daqui a pouco ele nem pisa em casa.
- Caio, eu to preocupada. Ele está tão feliz, tão realizado. Você gosta dele mesmo?
- Claro que sim, eu decidi viver meu sentimento por ele. Desculpa se demorei e desculpa se fiz ele sofrer, a partir de agora, vou fazer do Dan o cara mais feliz desse planeta.
- Era só isso que eu queria ouvir. Você é um ótimo genro, boa noite.
- Boa noite, sogrinha.
Não sei porque, mas eu não sentia tanta convicção quando falava aquelas coisas, mas o Dan era mesmo adorável eu sei que me envolveria completamente por ele, devido a dedicação que ele tinha para comigo. Era questão de tempo até eu ser dele de corpo, alma e coração. Pelo menos era o que eu esperava, tinha medo da imprevisibilidade do Yoh, de suas práticas perigosas. Eu cansei da vida apimentada com ele e queria viajar no algodão doce do Dan, e ele estava conseguindo me distrair maravilhosamente bem.
Acordei no dia seguinte determinado a voltar a prestar atenção nas aulas. O Carlos tinha acordado do coma, o Yohan estava usando sei lá quais recursos do submundo para proteger o Roney e o Dan estava de boa comigo. Eu devia respirar aliviado e me dedicar aos estudos que o meio do ano estava chegando e o vestibular logo chegaria de supetão. Seria um desastre ser pego de calças curtas em uma situação destas. Sem contar que minha saída do time de basquete deveria aumentar ainda mais meu tempo de dedicação às matérias e elevar, consequentemente, minhas chances nas provas do vestibular.
Decidi ir aquela tarde na empresa, porque também fazia um tempo que não pisava por lá e ainda não tinha sequer analisado os relatórios que os diretores da administradora de imóveis tinham ficado de preparar para mim. Cheguei por volta das 14h00min e notei que vários olhares se voltaram para mim curioso, deve ter corrido por toda parte a notícia da minha discussão com o meu pai.
Haviam dois dos três diretores presentes, o Roberto que era o chefe geral e o Reginaldo, que cuidava da parte de vendas, ambos se apresentaram e mostraram um balanço geral de seus setores. Podia dizer que as coisas iam muito bem, pela minha poupa experiência, mesmo assim peguei os relatórios para entregar posteriormente à Auxiliadora, queria uma análise de um especialista isento, bem mastigada numa linguagem que eu conseguisse entender e tinha certeza de que ela saberia providenciar isso. Acho que se eu quisesse comprar um escravo malaio a Auxiliadora saberia onde procurar, nunca conheci alguém com tanta desenvoltura para resolver problemas das mais diversas ordens.
Estava me preparando para ir quando a secretaria do meu pai abre a porta da minha sala, surpreendendo não só a mim como os meus dois diretores.
- Caio, com licença.
- Tudo bem. Pode falar.
- O Dr. Carlos acabou de chegar, soube que você está aqui e pede sua presença urgente na sala dele.
Continua ….