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A História de Caio, completa e revisada para leitura on line e download e contos inéditos no meu blog:
http://romancesecontosgays.blogspot.com.br/a-historia-de-caio-leitura-on-line-e.html
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Não me lembro de ter tomado nenhum susto tão grande quanto esse, simplesmente parecia que o tempo havia parado. Aquilo simplesmente não era possível, a única possibilidade seria se alguém com o mesmo nome que eu estivesse fazendo os espancamentos. Não sei se foi o desespero do momento ou a conversa que havia acabado de ter com a Fi, mas assim que recuperei o celular e vi que não havia quebrado na queda, procurei minhas chamadas anteriores nervosamente e verifiquei um número desconhecido que havia me ligado no dia anterior e eu não havia atendido.
- Alô? - Ouvi uma voz de homem do outro lado.
- Ramon? É você?
- Sou eu. Caio?
- Sou eu sim Ramon, por favor cara, você ainda acredita que eu sou inocente?
- Acredito.
- Mesmo com o Roney dizendo em hipnose que ouviu me chamarem de chefe?
- Como?
- Ramon, por favor. O Roney disse hipnotizado pelo Yoh que ouviu me chamarem Chefe Caio enquanto estava capturado. Mas cara, eu juro que não fui eu. Não fui eu. Eu sei que fui grosso com você. Mas me ajuda. Eu não sei mais a quem pedir.
- Tudo bem. Está em casa você?
- Estou.
- Então faz assim, eu estou indo para aí. Não deixa ninguém ir para aí até eu chegar, está certo? Trate todo mundo como suspeito.
- Porque não posso receber ninguém e se você for o culpado?
- Se não confiar em mim isso não vai dar certo. Escuta, eu nem vou com a tua cara, te acho um péssimo partido para o meu irmão. Mas alguém está enganando o Yoh e eu vou esclarecer isso. É uma coisa pessoal minha. É pegar ou largar.
- Tudo bem. Pode vir. - Me rendi.
Enquanto o Ramon não chegava, fiquei o tempo todo nervoso pensando se teria feito a coisa certa. E se ele quisesse me incriminar e tivesse planejado aquilo tudo. Se ele não aprovava meu relacionamento com o irmão dele, pode ter arquitetado tudo para provocar nosso afastamento.
Quando ele chegou já estava recomposto, não estava desarrumado como quando me visitou ou quando o Dan o viu no hospital. Eu ainda estava à beira da piscina e estava anoitecendo.
- Boa noite. - Falou ele sentando-se.
- Boa. - Respondi. - Desculpa te chamar assim.
- Tudo bem. Climão estranho entre a gente hein?
Era verdade. O clima estava tão pesado entre a gente que poderia ser cortado com uma faca. Parecia uma energia sólida.
- Resolvi confiar em você. - Falei. - Você entende melhor dessas coisas que eu. Eu não sei o que fazer. To com medo do Yoh vir até aqui e me espancar. Ou de me denunciarem à polícia.
- O Yoh jamais encostaria um dedo em você. Ele te ama.
- Como você sabe?
- Ele me disse. E mesmo se não dissesse, está estampado no rosto dele. Ele está sofrendo muito por ter te perdido, e acho que esse sofrimento que está turvando a mente dele, porque eu não entendo porque ele insiste em te considerar culpado.
- Eu não culpo ele, tudo indica que fui eu.
- Quem segue o que tudo indica é quem tem a mente fraca. Uma pessoa mais inteligente le o que está nas entrelinhas.
- Lá vem você com frases difíceis iguais as dele. Saudade do Ramon que só falava para me ofender.
Ele riu alto.
- Continuo sem ir com a sua cara. Porque se você fosse inteligente estaria com o Yoh esse tempo todo e ele teria falado logo quem ele era.
- Se ele me ama, porque me deixou de mão beijada pro Dan?
- Acho que ele queria testar se o que você sentia por ele era capaz de resistir. Porque ele já me dizia que te amava e tinha medo de se dedicar e se decepcionar. Parece meio louco e sem sentido, mas você deve ter percebido que o Y não é exatamente uma pessoa normal.
- Nem você.
- Nem eu, mas você precisa de mim, boneca, então mantenha a língua atrás dos dentes senão eu vou embora e te deixo para os urubus.
Antes que eu pudesse responder com algo ofensivo, o meu celular toca de novo e quando vejo é o Yoh, atendo com o coração na mão. Ramon me faz um sinal para colocar no viva voz.
- Yoh? Yoh, acredita em mim. Não fui eu.
- Caio, eu vou te dar uma última chance de conversar diretamente. Você não pode ficar impune pelo que fez. - Ouvi um profundo tom de decepção na voz dele.
- Não posso fazer nada se não quer acreditar em mim. Se quiser me hipnotizar eu deixo.
- Sua chance já foi. Agora já tenho outras provas.
- O que quer que o Ron tenha dito não prova nada.
- Caio, vamos parar com isso. - Ele esbraveja e é a primeira vez que o vejo alterado daquela forma. - Eu não sou um palhaço. Você é uma completa decepção eu nunca devia ter te ajudado em nada, criei um monstro. Mas antes de qualquer coisa, preciso conversar olhando na sua cara.
O Ramon me faz um sinal para marcar algo as 21 horas.
- Venha aqui às 21 horas. Eu estarei esperando.
- Tudo bem. Até mais. - Desligou.
Ainda nervoso por ter ouvido a voz dele e principalmente pelas palavras agressivas, me volto para o Ramon:
- Você está maluco, tô com medo dele me matar às 21 horas.
- Eu já disse que o Yoh nunca te machucaria, você é lerdo para entender as coisas, brother. E não te preocupa, até as 21 horas nós já teremos desmascarado o verdadeiro espancador.
- Como?
- Bem, o primeiro passo é fazer um grave ferimento em você. - Falou tirando uma arma de dentro da roupa.
Continua …
P.S: Até amanhã pessoal.
Obrigado a Todos.
Ian, alahric@yahoo.com.br
