Essa é uma fanfic que estou postando no Nya Fanfiction! Espero que deem dicas e que comentem.
Não me lembro ao certo, quando comecei a ser tratado tão friamente pelo meu irmão mais velho. Talvez desde meu nascimento, mas apenas agora percebi o quanto a sua frieza me afeta, pois sempre ansiei que algum dia ele fizesse seu papel de irmão mais velho, mas isto , infelizmente, nunca aconteceu de fato. Foram tentativas frustradas de fazer com que ele se abrisse comigo e tornássemos mais próximos um do outro. Tentativas estas, que sempre acabavam em um olhar frio ou inexpressivo direcionado à mim. Almejava que um dia pudéssemos ter este laço de irmandade que tanto sentia inveja de outros irmãos, apesar de ser surreal este desejo, queria de qualquer forma, sentir seu toque, sua presença, seus carinhos e a proteção de irmão.
Nossos pais estavam muito ocupados, tentando fazer uma fortuna para seus herdeiros, que nem notaram que seu filho mais novo estava confuso, triste e sem amor. Eles não tinham tempo para se preocupar com um filho adolescente que quase sempre era tratado com indiferença pelo seu irmão mais velho. Não era algo para se preocupar, talvez pelo simples fato de que, eles viviam viajando e não notaram o que estava acontecendo.
Mas, eu não iria desistir de ver aquela frieza em pessoa, sorrir e amar algum dia. Levantei para fazer a minha higiene pessoal e desci para tomar café, estava disposto a respirar profundamente e contar até 10 de trás para frente, se fosse necessário, para não deixar que a ansiedade me consumisse por inteiro. Era o primeiro dia de aula, e agora me sentia mais perto da liberdade, pois logo estaria completando 18 anos e entraria na faculdade.
Depois de fazer todo o ritual, parei no topo da escada e avistei Gustavo lendo o jornal do dia enquanto tomava café. Me aproximei normalmente e preparei o meu café da manhã sozinho, pois mesmo que Gustavo acordasse mais cedo, nunca fez questão de preparar nada para mim. Fiquei em silêncio por alguns minutos, tentando achar um jeito de puxar assunto com ele, mas mesmo assim, nada surgia de imediato em minha mente, e as que surgia eram descartadas por serem tão idiotas quanto as anteriores. Se eu continuasse escolhendo o que dizer, logo eu estaria atrasado para escola e ele para o serviço.
- Você poderia me levar para a escola hoje?
- Que eu saiba a sua escola não é tão longe daqui, você pode ir caminhando.
Ele era a única pessoa que eu conhecia, que enquanto respondia algo para uma pessoa, não olhava para ela e eu detestava isso nele. Achava irritante isso, como se ele pensasse que não valesse a pena olhar para mim.
- Fingir que se importa com seu irmão mais novo, seria bom para você mostrar que ainda é um pouco humano.
E assim saí de casa, com uma ira que consumia todo o meu corpo, toda vez que pensava em Gustavo e sua mania de querer que eu nunca ficasse perto dele. Acho que se ele pudesse, ele nem deixaria eu respirar o mesmo ar que ele.
Na escola, foi uma chatice como sempre e eu querendo voltar logo para casa. Mas uns amigos meus chamaram para ir ao cinema e depois sair para jantarmos. Depois que a aula havia acabado, fomos os quatro para o cinema, escolhemos um filme de ação, compramos pipoca e entramos dentro da sala. O filme era longo, cerca de 2 horas de filme, não achei um dos melhores filmes que tinha visto na minha vida, mas valeu o dinheiro gasto.
Ficamos andando no shopping e compramos algumas coisas, até que vi uma camisa pólo azul escuro, pensei em Gustavo usando- a, e ela delineando seus músculos e seu peitoral. Entrei na loja e comprei, pensando em dar à ele naquela noite. Já era umas 19:45 e jantamos lá no shopping mesmo, mesmo ficando a tarde toda fora, sabia que ninguém se preocuparia comigo, principalmente Gustavo que apenas se importava com seu trabalho e nada mais que isso. Me despedi dos meus amigos e fui caminhando para minha casa. Cheguei no portão e notei que havia um carro estacionado na frente da nossa casa, pensei que talvez fosse um dos vizinhos.
Peguei minha chave e tentei abrir a porta, mas não conseguia, pois Gustavo, provavelmente havia deixado a chave dele na porta, contornei a casa e entrei pela cozinha. Subi para o meu quarto para tomar um banho e relaxar para depois entregar o presente para o meu irmão. Depois que já tinha me trocado, fui em direção ao quarto dele carregando o presente e enquanto chegava mais perto, mais gemidos e barulhos ouvia vindo do quarto dele.
Parei em frente da porta e os sons era cada vez mais audíveis. Não sabia se voltava para o meu quarto ou se tentava abrir a porta, depois de dois longo minutos em frente ao quarto do meu irmão, decidi voltar para o meu quarto e esperar que ele saísse do dele para saber o que estava acontecendo. Fiquei sentado em minha cama, tentando reproduzir o momento em que eu lhe entregaria o presente, tentando imaginar sua reação pelo presente. Era muito incerto para mim sua reação, pois ora ele poderia aceitar friamente ou ora poderia não aceitar e ainda dizer coisas para me ofender.
Depois de tanto pensar e não chegar em nenhum pensamento concreto, desci para a sala para assistir televisão, logo depois ouço a voz de uma mulher atrás de mim e quando me viro vejo uma cena deplorável, uma mulher com a camisa do meu irmão que apenas tampava parte de suas coxas, enquanto meu irmão a abraçava por trás.
Comecei a passar mal, meus pés e meus olhos paralisaram e mesmo querendo sair dali, fechar meus olhos para não ver aquela cena e fugir dela. Meus membros continuaram me traindo e me forçando a ver aquela cena que tanto machucava meu coração.
Eu queria gritar, mas minha garganta se fechou, eu queria chorar, mas minhas lágrimas não surgiram, eu queria fugir, mas meus pés não se moviam.
Olhando para meu irmão e vê-lo sorrir pela primeira vez, me fez me sentir tão impotente, pois não fui EU quem o fiz sorrir, mas sim uma estranha.