Romance Proibido - Capítulo 01
O Aluno Novo.
Mais um dia se dá inicio e já ouço minha mãe gritar por trás da porta de meu quarto, para que eu acorde. O que quase de imediato, desejei ser só um sonho, para poder voltar a dormir. Desejava muito dormir mais um pouco. Afinal, havia ficado até 3 horas da madrugada, assistindo séries com um amigo no Skype.
- Acorda Lucas, você irá se atrasar para a escola. - Grita minha mãe enquanto bate na porta.
Droga! Começo a acordar e só então me lembro que hoje será meu primeiro dia de aula. Detesto escola, e torço que esse ano passe muito rápido, afinal é meu último. Logo estarei livre daquele inferno. Estudo na mesma escola desde sempre. Não aguento mais ver muita gente dali. Pelo menos tenho alguns poucos amigos, que fazem valer a pena acordar cedo e enfrentar aquilo.
- Tudo bem, mãe. Já estou levantando. - respondi.
- Eu avisei para não ficar acordado até tarde. - disse ela.
Sabia que ela tinha razão, quando me avisou. Mas ignorei, pois adoro conversar com o Bruno, um amigo que fiz no Skype e conversei durante toda a férias. Ele me faz sentir bem, é o único em quem posso confiar para contar meus segredos, mesmo que não o conheça fora da internet. Mas nossas semelhanças são muitas, além de que adoro quando flerta comigo. Ele sabe sobre eu ser gay, é o único. Não sei como agiriam meus amigos da escola se soubessem, e só de pensar na ideia, me apavoro.
Levantei em um impulso de minha cama, pois sabia que se permanece ali por mais alguns minutos, fecharia os olhos e quase que inevitavelmente dormiria novamente. Me sentia como um zumbi, mas sabia que não havia escolha, minha mãe logo estaria batendo em minha porta novamente. Então seria melhor, me apressar para chegar antes de iniciar a aula, para que desse tempo de saber em que turma irei ficar. Desejava mais que tudo, ter meus amigos na mesma turma que eu. Não sou muito bom em me enturmar.
Vesti minha melhor roupa, assim como quase todos fazem no primeiro dia de escola, afim de causar boa impressão aos novos alunos, o que não costumam ser muitos. Olhei no espelho de meu guarda roupa e estava bonito, desejei poder tomar um banho para ajudar a tirar a sensação de zumbi. Mas não tinha muito tempo, agradeci a mim mesmo por ter tomado durante a madrugada antes de ir dormir. Sou moreno, 1,75cm de altura, cabelos e olhos de cor castanho escuro, magro com 65kg, diferente da maioria dos outros garotos de minha idade, tenho um rosto super limpo, sem presença alguma de espinhas ou cravos. Posso dizer que sou considerado atraente.
Muitas meninas tentam me paquerar na escola. Mas sempre dou um jeito de enrolar, pois não sei se me sentiria confortável em ficar com uma. Meus amigos muitas vezes, comentaram sobre nunca terem me visto com uma, mas sempre tentava mudar de assunto. Afinal, ainda não sinto que posso contar sobre minha sexualidade.
Peguei minha mochila, que estava guardada dentro do guarda roupa. E sai correndo, afim de pegar o ônibus antes que passasse e eu tivesse que ir andando. A escola não era distante, mas por não ter dormido muito, não queria andar.
Agradeci por ter conseguido, afinal menos de 2 minutos após ter chegado na parada, o ônibus passou. Me sentei num banco perto da janela, e em um pouco mais de 10 minutos o ônibus chega até o parada em frente a minha escola. Tinha muitas alunos ainda entrando. Fiquei contente em saber que não era o único que estava a chegar quase encima da hora.
Adentrei a escola e fui em busca do quadro onde estaria as informações sobre as turmas. Vi uma grande concentração de alunos próximo a uma parede,e logo imaginei que ficaria ali. Fui até o local, esperei os que estavam na frente irem saindo, para dar espaço. E quando consegui, procurei pelas turmas do 3º ano. Procurei por meu nome, estava na 302. Olhei os nomes de meus colegas, já rezando que pelo menos um de meus amigos estivesse na mesma turma que eu. Mas foi inútil, estava sozinho. Fiquei atordoado, não podia acreditar que meu último ano, teria que ficar numa turma em que não conhecia ninguém.
Sai dali, e fui em direção ao pátio, para ver se encontro meus amigos. Afinal ainda não havia tocado o sinal, para entrar para as salas. Acredito, que deve ser por ser primeiro dia, e atrasariam um pouco. Logo, foi em vão que me arrumei correndo.
Circulei pelo pátio, mas não os encontrei. Pensei em ver na sala da turma em que eles ficaram, pois por sorte eles ficaram juntos. Só eu que fiquei separado, o que me fazia ser mais azarado ainda. Mas antes de entrar no prédio, o sinal toca e decido ir até a minha sala.
A primeira parte da aula se deu apenas com as apresentações, e professores falando sobre as regras e forma de avaliação da escola. Assim como costuma ser na primeira aula do ano. Até que não demorou muito para o sinal tocar anunciando o intervalo.
Levantei rapidamente, para poder encontrar meus amigos. Retornei ao pátio e fui no cantinho em que sempre costumávamos ficar. E lá estava, Rafaela e Pedro. E Leandro, também estava indo em direção aos outros.
- Lucas, Leandro! - Gritava Rafaela, contente.
Cheguei até eles, e abracei Rafaela. Não nos vimos durante as férias. E somos muito ligados.
- Saudades de você. Nem pra ir me visitar, fiquei as férias toda em casa. - disse.
- Ah, também fiquei com saudades. Mas eu viajei, e voltei só na quinta. Estava na casa dos meus avós. - Respondeu ela.
Leandro, já havia chegado até nós. E Rafaela, o abraçou. Cumprimentei Pedro com um aperto de mão. E logo após o Leandro.
- Não acredito que fui o único, que ficou separado. - falei, demonstrando todo meu desânimo.
- Também não acredito, muita sacanagem. Mas tenho certeza que você irá fazer novos amigos e se enturmar. - Disse Rafaela.
- Tenta falar com a Rosangela, e pede que ela o coloque em nossa turma. - Sugestiona o Pedro.
- Vou tentar semana que vem. Essa semana, aposto que se for falar com ela, não vai dar em nada. Pois estará cheia de coisas para fazer e pessoas pra atender. - Respondi.
- Enfim, tenho uma coisa pra falar contigo, Lucas. E dessa vez, você não escapa. - Disse Rafaela.
- O quê? - perguntei.
- Tem uma gata, linda mesmo. Uma colega nossa, chamada Bianca. E soubemos que ela estava super afim de você ano passado, e parece que ainda tem uma queda por você. E ela irá fazer uma festa na sexta a noite, e para ela nos convidar nós prometemos que lhe levaria também e você conversaria com ela. - Disse Rafaela rindo.
- Você o quê? - Perguntei, já querendo bater nela.
- Dessa vez não, Lucas. Ela é muito gata, você tem que ver. É aquela - diz Pedro apontando uma garota loira, realmente muito bonita - você tem que pegar. A não ser, que você não curta mulher. Porque dai lhe arrumo o Patrick - brincou.
Sabia que Pedro estava brincando, mas congelei. Não queria que eles percebessem o que escondo.
- Tudo bem. Eu vou e converso com ela, e vemos no que dá. - Disse, já me arrependendo.
- Aê, garoto! - Fala Leandro.
Não posso acreditar. Além de esconder sobre minha sexualidade, terei que fingir, para que não descubram. Esse ano será péssimo. Queria ser igual ao Patrick, único gay assumido da escola. Ele é a pessoa mais amada e odiada da escola, por sua personalidade super extravagante. Ele é alvo de muitas piadas, mas uma boa parte das garotas o adoram. O admiro por sua coragem, e sempre estar feliz, mesmo com os comentários.
O restante da semana passou rapidamente, tentei me focar nas aulas. Já que não tinha meus amigos comigo. E em casa, estudava um pouco, mas em maior parte do tempo me distraia jogando jogos online e assistindo seriados.
A sexta feira chegou e já estava preocupado e nervoso desde momento em que acordei. Já é noite e logo, Rafaela vai vir me pegar em casa para me levar até a casa da Bianca. Estava na sala esperando enquanto assistia iCarly na televisão. Quando ouço buzinadas, é Bianca. Me despeço dos meus pais. E saio, e vou em direção ao carro. Quem irá nos levar, é seu irmão mais velho, Rafael. Seus pais realmente gostavam de nomes parecidos.
A viagem foi rápida, quando chegamos podíamos já ver vários garotas e garotas no jardim que tinha em frente a sua casa. A casa de Bianca fica em um bairro nobre, e é muito bonita. Eu e Rafaela, descemos do carro e entramos na festa. Em busca do Pedro e Leandro. Conseguimos os avistar num canto, bebendo cervejas e conversando. Mas antes que pudéssemos chegar até eles, Rafaela me para e fala:
- Não, não. Você tem uma coisa a fazer. - Enquanto fala ela fixa seu olhar para um canto, e quando eu olho avisto Bianca sorrindo para mim.
- Ok, eu vou lá. - disse.
- Ótimo. - Diz ela, animada.
Vou em direção a Bianca e Rafaela a de Pedro e Leandro. Meu nervosismo era quase que aparente. Mas torcia, para que Bianca não percebesse. Cheguei até próxima a ela. E ela vem me cumprimentar com um beijo no rosto. Ela está sorridente, parece feliz por me ver. Não podia negar que ela era muito bonita e simpática.
- Que bom que você veio. - disse ela.
- Sim... Obrigado por me convidar. - disse.
- Obrigado digo eu. Por ter vindo. Estou muito contente. - responde ela.
Ficamos ali durante um tempo conversando sobre vários assuntos. Até que a conversa estava fluindo. Mas conseguia ver meus amigos toda hora me encarando de onde estavam, afim de saber se eu ficaria com a Bianca. Quero muito, que eles não pensem mais na possibilidade de eu ser gay. Então decidi que naquele noite, beijaria a Bianca na frente deles. Bebi bastante vodka com energético, para conseguir ter coragem para agir. Esperei um momento em que todos meus amigos estivessem olhando, e num impulso disse:
- Bianca, sei que você me convidou por um motivo. Então... posso te beijar? - disse.
- Claro. - Diz ela com um grande sorriso.
Então, aproximo mais dela, e levo meu rosto até o seu. E a beijo.
O beijo durou quase um minuto. Cheguei a pensar que não foi tão ruim, quanto pensei que seria. Até mesmo me perguntei se poderia levar uma vida hétero. Naquela noite Bianca, não desgrudou de mim. Quem antes duvidava sobre minha sexualidade, teria agora outra ideia, com todos aqueles beijos em público.
No dia seguinte, acordei arrependido do que tinha feito. Pois devido a bebida, só agora me lembrava do que havíamos conversado. Estava apavorado. Eu e Bianca, estávamos namorando. Não acredito, que fiz um pedido por impulso também. Não era necessário namorar com ela, só os beijos já passariam as mensagens que eu queria passar para meus amigos, mas tinha feito essa grande burrada.
No domingo, conversei com o Bruno por Skype. Ele não acreditou no que eu fiz, na verdade ficou chateado e com ciumes. Mas já estava feito. Tinha que pensar em uma forma, de terminar com a Bianca, mesmo que recém havíamos começado a namorar. Dormi aquela noite, pensativo.
No dia seguinte, cheguei na escola determinado a conversar com Bianca, e esclarecer que não estávamos namorando. Que apenas ficamos, e tinha proposto por um impulso por conta de toda aquela bebida. Mas quando cheguei o sinal tocou quase que de imediato, então só poderia falar com ela no intervalo. Me dirigi até a sala. O professor de português não demorou para chegar. E estava acompanhado de um garoto loiro.
O garoto era lindo, era um pouco mais alto que eu. Tinha olhos verdes e uma boca carnuda muito linda, parecia de propagandas da Avon ou Natura. Seu porte físico, era ótimo. Era bem mais encorpado do que eu, deveria praticar algum esporte. Seu sorriso era hipnotizante, não consegui parar de o olhar. Nunca tinha visto um garoto tão lindo, sem ser em TV ou internet.
- Turma, esse é o Daniel. É aluno novo e ficará nessa turma. Escolha uma classe Daniel. - disse o professor.
Daniel se sentou em uma mesa vaga próxima a minha no final da sala. Meus olhos o acompanhavam, e percebi que ele ou qualquer um poderia notar o quanto o observava. Então virei para a frente e decidi que iria me concentrar na aula. Mas foi inútil, me via de minuto em minuto olhando para trás. Nunca havia desejado tanto alguém, sem ser um ator ou cantor, mas agora lá estava um garoto super lindo a alguns metros de mim. Minha mente, já imaginava e fantasiava coisas eróticas com meu novo colega. Tentava impedir em vão, com medo de que alguém percebesse minha ereção. O sinal toca para o intervalo e por sorte, já não estava mais excitado e poderia levantar sem me preocupar que alguém notasse o volume em minha calça. E só então, me lembro do que deveria falar com a Bianca.
Segui em direção ao pátio, em busca dela. Mas não a vi. Vejo meus amigos e vou até eles.
- Uau, namorando a Bianca é? Se deu bem, cara. - disse Leandro.
- Não lhe disse, que valia a pena investir nela? - disse Pedro.
- Só acho que foi muito rápido esse namoro. Você só ficaram uma vez. - disse Rafaela.
- Mas como vocês sabem que estamos namorando? Não lembro de ter comentado com vocês na festa. - disse tentando me lembrar.
- Não precisou, a própria Bianca já espalhou pra escola inteira. Mas você devia ter me falado no carro, enquanto voltávamos. Sou sua melhor amiga, poxa! - disse Rafaela.
- Desculpa, é que... - sou interrompido por alguém que pula em minhas costas abraçando. Me viro e é Bianca. E ao seu lado está o lindo do Daniel, o que me tira toda atenção. Ele é igual a um imã para meus olhos. Mas dou um jeito de desviar o olhar, com medo dele ou Bianca perceber.
- Oi namorado lindo. - Diz Bianca, me dando um breve selinho.
Ela se afasta, voltando a ficar do lado do Daniel. Que agora olha diretamente a mim, o que faz minhas pernas tremerem.
- Lucas, deixa eu lhe apresentar. Esse é meu irmão, Daniel. Ele vai estudar aqui na escola esse anoÉ isso aí! Esse é o primeiro capítulo dessa série de contos. Espero que tenham gostado *-*
Comentem, falando do que gostaram ou não. Afinal comentários, incentivam e ajudam a melhorar.
Além de que são por eles, que posso saber se vale a pena continuar escrevendo a série.
Enfim... Desde já agradeço por ter lido! :D
Até o próximo ^o^
