Uma garrafa de champanhe foi estourada dentro do quarto de Abel.
- Vamos comemorar! - Felipe gritou com a garrafa no alto.
- Não vi o vídeo ainda, cadê?
- Prepare-se para o melhor filme pornô de sua vida. - Felipe ligou a televisão.
O vídeo começou. A câmera foi posicionada em um bom ângulo, portanto captou todo o ato.
- Já vi. Desliga! - ordenou Abel que disfarçava a excitação.
- Gostou, né, safadinho? Guardei muito mais para você... Que tal abaixar essa calça? - Felipe sussurrava no ouvido de Abel enquanto pegava no seu pau.
- Para com isso! - Abel deu um empurrão em Felipe.
- Onde está a sua palavra? Vai mijar pra trás igual mulher, Abel?
- Não. Eu só não quero agora. Volta mais tarde, tá? Vou te dar o que eu prometi.
- Assim é que se fala. Como é que você vai usar esse vídeo contra o besta do Cauê?
- Na festa de apresentação do grupo. O pastor Marco Feliciano é parente do pastor daqui e vai estar presente. Não vejo a hora de humilhar o Cauê na frente de todos! Será inesquecível.
- Com certeza será. Bom, tenho que ir. - Felipe tirou o dvd do aparelho e quebrou.
- O que você está fazendo?
- Tenho outras cópias que só vou entregar quando você me der o que prometeu. Até logo mais à noite. Tchauzinho!
***
- Bom dia, Joaquim! - Cauê chegou no trabalho sorridente.
- Bom dia. - respondeu Joaquim com tristeza.
- Tudo bem com você?
- Sim.
- Como passou a noite?
- Bem.
- Já tomou o remédio?
- Não.
- Vou pegar um copo de água pra você.
- Qual é a sua, hein? - Joaquim estourou.
- Como assim, Joaquim? Por que tanto estresse?
- O que você quer de mim?
- Nada. Só quero ajudar.
- Mas eu não quero e nem preciso da sua ajuda. Vê se me esquece.
- Por que você está me tratando assim? O que eu fiz? Espera, vamos conversar!
- Conversar sobre o quê? Ah, já sei! Você quer falar o quanto foi boa a sua primeira vez com o Felipe? Não precisa porque, infelizmente, eu vi. Segue o teu caminho, Cauê, porque eu cansei de implorar pelo seu perdão. - Joaquim pegou algumas malas e saiu.
- Aonde você vai? - Cauê estava aflito.
- Pra bem longe de você.
***
O professor Bruque levou Joaquim para um quarto que ficava do lado de fora da sua casa:
- Eu limpei tudinho. Não é muito confortável, mas espero que goste.
- Você está brincando? É ótimo. Eu nem tenho como agradecer, professor. Aliás, eu tenho sim. - disse Joaquim tirando a camisa.
- Não, de jeito nenhum. Você é meu convidado e não vou aceitar sexo como pagamento.
- Mas eu saí do meu emprego. Não tenho como pagar.
- Joaquim, quando eu me assumi, eu tinha a mesma idade que você e ninguém para me ajudar. Sei o que você está passando por isso não vou te deixar sozinho.
- Obrigado. - Joaquim estava emocionado - E pensar que eu saí de casa só para mostrar para o Cauê o quanto eu o amo, mas ele não está nem aí.
- Acredito que ele ainda goste de você, só que ainda está machucado.
- Pra mim já chega. Tudo o que eu sentia pelo Cauê morreu.
***
- Ok, rapazes, sentem-se! - Abel ordenou aos travestis que já estavam se vestindo como homens de novo.
- Ué, onde estão as meninas? - Cauê perguntou.
- Eu te disse que conseguiria. Agora eles se vestem e se comportam como homens. Sou demais.
- Está tudo errado aqui. Elas gostam de ser o que são.
- Elas não, eles! Eu estou apenas ajudando. Vão todos me agradecer. Você é quem deveria mudar o seu jeitinho, não é, virgenzinha?
- Tá insinuando o quê?
- Nada. Vamos começar? Ok, garotos, quero que me contem como foram os encontros de vocês. Quem começa?
- Eu! - Bernardo que se chamava Beyoncé levantou a mão.
- Quem você levou?
- Uma amiga. Levei ela a uma boate que tinha uns go-go boys... Maravilhosos!
- Você levou a sua amiga numa boate gay? Era pra você pegar ela! - gritou Abel.
- Mas a gente não ficou lá. Aí levei ela pra um beco escuro e perguntei...
- Perguntou o quê? - interessou-se Abel.
- Perguntei quem tinha feito aquele cabelo dela. Gente, estava um horror. Eu disse pra...
- Chega! Não quero ouvir mais nada. Eu trouxe essas revistas para vocês. - Abel entregou uma pra cada.
- Mas isso aqui é revista pornô? Pode isso na igreja? - perguntou Cauê.
- Quero que batam punheta três vezes ao dia olhando para essas fotos.
- Aí o meu pipi vai esfolar! - reclamou Bruno, a antiga Britney.
- Vocês tem que gostar disso! Mulher, entenderam? - Abel apontava para eles.
- Mas eu gosto. Gosto tanto de mulheres que eu até queria ser uma. - lamentou Ricardo, antiga Rihanna.
- Mas que porra! Eu não consigo fazer isso, caralho! Ser homem é uma merda. Quero chupar um pau. - desabafou Maurício, antiga Madonna.
- Para de falar esses palavrões sujos, seu mal educado. - repreendeu Adenor, antiga Adele.
- Como dizia Hebe Camargo, eu não falo palavrão, falo as coisas do jeito elas são! - defendeu-se Maurício.
- Quem disse isso foi a Dercy Gonçalves, bicha burra! - corrigiu Kaíke, antiga Katy.
- Burra é você! Pensa que eu não sei que você está aqui só pra dar o cu pro Abel-gostosão? - acusou Maurício.
- Cala essa boca! Quer que eu conte o que você fez essa semana? Saiu com um homem. - denunciou Kaíke.
Todos se assustaram.
- Olha aqui, cuida da sua vida! - Maurício apontava o dedo para o rosto de Kaíke.
- Abaixa esse dedo, ou eu mordo ele!
- Morde! Morde pra você ver! Vou arrancar sua língua, puta fofoqueira!
Kaíke mordeu o dedo de Maurício e os dois saíram na pancada.
***
Joaquim começou a arrumar o novo quarto. Organizava as suas coisas com o som alto. Quando percebeu, Soraia estava em pé na porta lhe olhando:
- Oi, filho!
- Mãe? - Joaquim abraçou-a.
- Como você está?
- Bem, que bom que veio me ver.
- Seu pai não pode saber, ainda está muito magoado.
- Magoado pelo quê? Eu fui sincero.
- Eu sei, mas você tem que concordar que foi uma surpresa para nós dois. Não imaginávamos que você gosta de garotos.
- Não gosto de garotos, mãe. Gosto do Cauê. Somente ele. Mas ele não me quer.
- Por quê? Ele não é gay?
- Ele é, mas ainda está com muita raiva de mim pelo o que eu fiz. Machuquei muito ele.
- Se ele não te ama é porque é um idiota.
- Não, eu é quem sou. Mas agora eu desisti de verdade. Vou seguir a minha vida e dedicar o meu amor só à Janaína. Ela, sim, merece.
- Estou muito orgulhosa de você. Mostrou que tem força enfrentando o seu pai. Meu garotinho cresceu e está tomando suas próprias decisões! Aqui, toma! É pra você. - Soraia entregou um pacote para Joaquim.
- Dinheiro, mãe? Não posso aceitar.
- Pode, sim. Por enquanto você não pode voltar pra casa, então não quero que te falte nada.
- Ah, mãe, obrigado.
- Escuta, independente das suas escolhas, eu vou estar do seu lado, vou continuar sendo a sua mãe. Eu te amo e nada vai mudar ou diminuir isso.
Os dois se abraçaram.
***
- Janaína, uma correspondência para você. - Margarete entregou um envelope para a irmã.
- Deixa eu ver, deve ser conta. - Janaína pegou o envelope.
Ao abrir deparou-se com a seguinte mensagem feita com recortes de revista:
"EU SEI O QUE VOCÊ FEZ COM O ABEL NO BANHEIRO".
- Tudo bem, Jana? Você está pálida. - observou Margarete.
- Tudo. Está tudo bem. É só uma conta que eu já paguei. - disse amassando a folha e fogando no lixo.
***
Joaquim estava terminando de arrumar a mesa quando bateram em sua porta. Abriu:
- Oi, meu amor! - disse para Janaína que estava linda.
- Oi, que saudade! - ela o beijou.
- Entra, eu preparei um jantar perfeito para nós dois.
- Joaquim, não me leva a mal, mas podemos pular o jantar e ir para a sobremesa? - ela tirava a roupa.
- Como quiser!
Joaquim agarrou ela tirando sua roupa e comprimindo-a contra a parede.
Alisava sua cintura, pernas, até que chegou na buceta.
Começou a lamber enquanto Janaína gritava de prazer:
- Ai! Hummmm! Oh! Oh! Oh!
- Tá gostoso?
- Muito.
- Então faz em mim, agora. - Joaquim tirou a calça, já estava sem cueca.
Janaína agarrou o seu pau chupando-o.
- Ah... Vai, minha gatinha. Assim que se faz. Você é bem habilidosa. Ow!
- Delícia! Coloca no meio dos meus peitos, vem! - Janaína tirou o sutiã e deitou na cama.
Joaquim colocou o pau entre os seus seios numa espanhola quente:
- Aaaaaah! Oh! Oh! Oh! Oh! Oh! - Joaquim gemia.
Joaquim colocou dois dedos na buceta de Janaína:
- É só pra alargar e não doer tanto, tá, amor?
- Sim! Ai, me penetra logo.
Joaquim colocou o pau que entrou todo de uma vez e Janaína nem reclamou.
- Ué, Jana. Por que você está tão tranquila? Não é virgem?
- Sou, amor. Tá doendo, mas eu estou aguentando. Vem, me beija.
Joaquim beijou ela e fechou os olhos. Quando abriu, viu o roste de Cauê que dizia:
- Eu te amo!
- Eu também te amo.
Beijou novamente fechando os olhos e quando abriu viu que era apenas Janaína.
- Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Ah! Gostosa!
- Aaaaaai! Vai, mete! Mete! Mete! Ahhhhhhhhhhhh! Aw! Aw!
- Você é bem fogosa! Ow! Ow! Ow! Ow! Ow!
- E você é um gostoso! Uh! Uh! Uh! Uh! Uh! Huuuummmm...
Joaquim apertava os seios de Janaína fazendo ela urrar de tanto tesão.
Depois de muito transarem, adormeceram os dois.
Pouco depois Janaína acordou e levantou-se para ir em bora. Vestiu a sua roupa, beijou Joaquim, mas, enquanto saía, algo lhe chamou a atenção.
Uma revista toda recortada que estava em cima da mesa.
***
Felipe chegou com uma bolsa no quarto de Abel:
- Boa noite!
- Boa noite! - Abel estava com uma camisa vermelha de botão toda aberta mostrando seu peitoral e tanquinho.
- Hum, já está preparado?
- Sempre. Trouxe meu vídeo?
- Tá num pendrive dentro da bolsa. Vamos começar? - disse Felipe jogando a bolsa pra um lado e tirando a camisa.
- Antes um drink. - estendeu um copo cheio de uísque para Felipe.
- Prefiro água.
- Espera que eu vou pegar.
Abel saiu e quando voltou, Felipe já estava no segundo copo de uísque.
- Ué, mas nem me esperou.
- Me acompanha? Vamos brindar à nossa vitória!
- À nossa vitória! - disse Abel ao brindarem.
- Essa noite promete.
- E como.