Caros leitores! Prometo que o próximo capitulo será maior.
Eu tinha sair dali para o meu próprio bem, mesmo com dificuldade, levantei-me, peguei o presente e coloquei em cima da mesa do centro e me retirei do recinto sem dizer uma palavra.
Andei horas e horas pelas ruas, pensando em como contornar aquela situação e como administrar meus desejos de afeto que ansiava receber de meu irmão. Apesar do ocorrido, de uma forma ou de outra, eu entendia a posição do meu irmão, ele era um homem muito bonito, tinha desejos e não tinha que dar satisfações de sua vida sexual para um pivete igual a mim. Eu representava apenas um encosto em sua vida, o qual ele não poderia desfazer-se por causa dos laços sanguíneos e pela consideração que tinha de nossos pais. Se eu realmente o amasse, deveria parar de cobrar tanto dele o amor que nunca recebi, pois se depois de 17 anos de convivência ele ainda não me amava então nunca me amaria. A realidade era dura e difícil de aceitar, mas era o que tinha que ser feito - deixá-lo ir seria a melhor forma de acabar com todo aquele amor unilateral. Eu precisava parar se ser a sombra e o seguidor do meu irmão para ter uma vida que não girasse apenas em torno dele. Sabia que algum dia ele se casaria, teria filhos e sairia de casa e não viveria mais comigo.
Voltei para casa mais calmo e vi que o carro continuava no mesmo lugar de antes, o que significava que a ESTRANHA ainda estava com ele. Respirei fundo como sempre vazia quando estava irritado ou nervoso e adentrei. Passei pela sala e o presente ainda continuava em cima do mesmo lugar que havia deixado, peguei-o e levei até meu quarto para pensar no que faria com aquele presente que tão carinhosamente escolhi para Gustavo.
Mesmo sendo uma pessoa extremamente calma e zen, eu diria que naquela manhã de Terça- Feira eu estava um tanto quanto '' virado no jiraya'', além de não ter conseguido dormir a noite inteira, a ESTRANHA ainda estava presente em nossa casa. Desci para a cozinha como se nada tivesse acontecido, preparei meu café da manhã como sempre fazia e comi em silêncio . Quando estava prestes a dar a segunda mordida em meu pão a estranha se pronunciou, querendo se apresentar e fazer um interrogatório sobre mim, coisa que ela não consegui, pois fui curto e direto.
- Meu nome é Alessandra e qual é o seu? Não sabia que o Gu tinha um irmão. - disse estendendo a mão para mim enquanto olhava para Gustavo por não ter contado da minha existência para ela.
- Não tenho interesse em conhecer as mulheres quem meu irmão dorme e isso inclui você. Podemos compartilhar o mesmo sangue, mas não significa que nos damos tão bem quanto você pensa, e eu acho que eu não precisava dizer isto para você, já que nem mesmo sobre a minha existência ele te disse.
Eu disse calmo e tranquilo, como se aquilo eu já tivesse recitado várias e várias vezes. Aquelas palavras mostraram com clareza que eu não me importava com ele e com quem ele dormia.
Depois de ter sido tão claro quanto a luz em meu discurso, me retirei da cozinha e fui para a escola. Pelo menos algo naquele dia nublado aconteceu de bom para mim, conheci Melissa. Ela era a diversão em pessoa, fazia sucesso entre os meninos por ser sempre brincalhona e muito amável com todos e de ser uma menina de atitude. Eu já a conhecia mas nunca tinha tido a oportunidade de conversar com ela e felizmente naquele dia o destino conspirou para tal encontro. Na verdade Melissa estava vindo em minha direção com uma coca na mão, quando do nada ela escorregou e derrubou toda a coca em mim. Percebi o desespero em seu olhar, e logo ela começou a pedir perdão repetidamente, como se fizesse aquilo a mancha de Coca - Cola desapareceria da minha roupa.
- Olha para o estrago que eu fiz. Eu compro outro uniforme para você se for necessário.
Dizia desesperada e sacudindo a cabeça em forma de negação.
- Não foi nada! Eu tenho outro uniforme em casa e eu estava mesmo a fim de comprar outro uniforme.
- Como eu posso ser tão desastrada? Não era como se tivesse uma casca de banana no chão pra isto acontecer.
- Isso pode acontecer com qualquer pessoa, não é sua culpa.
Fui para diretoria e pedi permissão para ir para casa, pois não poderia continuar com aquela camiseta toda manchada. A diretora me deu permissão para me ausentar nas próximas aulas pois até eu ir e depois voltar já estaria acabando a última aula.
Estava prestes a sair da escola quando sinto uma mão puxando de leve o meu ombro, era Melissa toda ofegante e empolgada, deveria ter corrido ao meu encontro.
- Hoje às 21:00 horas vai ter uma festa em casa, sinta-se convidado e desculpa mais uma vez pela camiseta- disse me entregando um papel com o endereço de sua casa e voltando em direção à sua sala.
Voltei para casa, joguei fora a camiseta e fui tomar banho. Enquanto estava no banho, lembrei-me do presente e qual seria o destino que daria a ele. Jogar fora eu não poderia, pois assim seria dinheiro jogado fora, então simplesmente escondi ele em um fundo falso do meu guarda- roupas, onde havia também um diário que escondia ali.
Deu 20:00 horas, sai de casa e fui para o endereço que Melissa havia me fornecido. A festa estava muito lotada e apenas algumas pessoas que eu conhecia de vista estavam lá, resumindo, eu não era amigo de ninguém ali. Avistei Melissa de longe e logo ela me notou a minha presença e veio em minha direção.
- Acho que cheguei na hora.
- Bem na hora. Vem, vamos dançar.
Não deu tempo para responder um não, pois Melissa agarrou a minha mão e levou em direção onde todos estavam dançando. No primeiro momento, eu não sabia o que fazer, se ficava parado igual a um idiota ou dançava como um idiota. De uma forma ou de outra eu iria parecer um idiota, então era melhor aproveitar a música. Dancei até minha barriga começar a doer e isto não foi tão difícil de acontecer já que eu não tinha resistência nenhuma. Depois de 2 horas de festa, achei melhor ir para casa, pois no dia seguinte teria aula. Me despedi de Melissa que não ficou muito feliz com a minha saída da festa, mas concordou quando eu disse que no dia seguinte teria aula.
Virei na esquina da minha casa e percebi de longe que a luz do meu quarto estava acesa o que eu achei muito estranho já que eu me lembrava de ter apagado quando saí de casa.
Entrei em casa e fui devagar em direção ao meu quarto, coloquei minha mão na maçaneta e abri devagar até enxergar a total bagunça que estava o meu quarto, enquanto Gustavo estava sentado na cama, curvado e com as mãos cruzadas atrás da nuca enquanto olhava para o nada.
- Mas o que foi que aconteceu aqui?