Já dentro do carro ele me encarou e disse:
Bernardo – Você ficou triste por que eu te empurrei não foi?
Eu – Não (Falei olhando pra frente)
Bernardo – Olha pra mim por favor. Desculpa. Eu fiquei nervoso vendo aquelas pessoas olhando pra mim de forma estranha.
Eu – Tá tudo bem Bernardo.
Bernardo – Viu! Você nunca me chama de Bernardo.
Eu – Tá bom. Eu fiquei um pouco chateado.
Bernardo – Me perdoa. É que eu nunca fiquei com um cara antes e tenho medo da reação dos meus amigos, da minha família...
Eu – Tudo bem Bê. Eu entendo. Na verdade eu também tenho medo da reação das pessoas. As únicas pessoas que sabem que eu sou gay são a Ari, o Igor, você e minha mãe.
Bernardo – E como foi quando você contou pra ela?
Eu - De início ela ficou brava, mas depois levou numa boa. Disse que só queria me ver feliz. Não importava o sexo da outra pessoa.
Bernardo – Espero que meus pais sejam tão compreensivos quanto a sua mãe.
Eu – Você vai falar pra eles?
Bernardo – Um diaEm frente à minha casa.
Bernardo – Pronto. Tá entregue.
Eu – Valeu pela carona. (Disse e o beijei)
Bernardo – Se eu ganhar um beijo tão gostoso cada vez que te trouxer. Vou vim te deixar todos os dias.
Eu – kkkkkk... bestão. Agora deixa eu ir, que ainda tenho uma exercícios da faculdade pra fazer.
Bernardo – Tudo bem, Te vejo mais tarde na academia?
Eu - Claro que sim.
Nos beijamos novamente e eu saio do carroQuando chego na academia Bê já está malhando. Ele me vê e dá um de seus sorrisos maravilhosos.
Eu – Chegou a muito tempo?
Bernardo – Faz uns 15 minutos.
Eu – Eu vou pra esteira me aquecer, depois venho aqui treinar com você.
Bernardo – Ok! Vou ficar esperando.
Então fui pra esteira. Quando começo a correr Caio aparece ao meu lado e fala:
Caio – Gatinho, Você por aqui?
Eu – Oi Caio. Nem sabia que você malhava aqui.
Caio – É por que eu vinha a noite.
Olho pelo espelho e vejo Bernardo nos olhando com raiva. Ele levanta e vai para o lado oposto da academia.
Eu – Caio desculpa, mas agora eu tenho que ir falar com o Bê.
Caio – O manezão malha aqui também?
Eu – Sim e não chama ele assim.
Caio – Tudo bem. Mas me diz você não quer sair comigo um dia desses?
Eu – Caio, eu... (Ele me interrompe)
Caio – Não precisa responder agora. Pensa bem. Depois a gente conversa.
Ele saiu e eu foi atrás do Bê.
Eu – Bê? Cê tá bem?
Bernardo – Cadê o idiota?
Eu – Ele foi fazer os exercícios dele. Deixa ele pra lá.
Bernardo – Por mim, nunca mais nem falamos sequer no nome dele.
Não falei do convite que o Caio me fez pra não deixa-lo mais aborrecido.
Continuamos a malhar e Caio não veio mas nos incomodar.
Continua