A cada arranjo que recebia minha curiosidade aumentava. Tentei saber quem enviava os arranjos junta a floricultura, mas nem eles sabiam, os pedidos eram feitos por telefone e pagos com depósito. Procurava não dar tanta importância, pois mesmo que a pessoa se revelasse, não estava pronto para me envolver com ninguém.
Durante esses dias também virou costume meus encontros desastrosos com o Carlos, era inevitável já que nossos filhos estudavam na mesma escola e para piorar eram colegas de classe. Aquele cara parecia ter prazer em me irritar, todas as manhãs meu carro era fechado por ele. Bati boca várias vezes, mas ele nunca retrucava, só ficava com um sorriso debochado no rosto que só fazia minha raiva aumentar.
Era uma sexta-feira a noite. Eu estava na agência e já passa das 11h, tive muito serviço aquele dia. O João ia passar o final de semana com os avós, o que me permitiu ficar até mais tarde no trabalho. Já não tinha ninguém no prédio, somente os seguranças. Enquanto lia os relatórios passei a observar uma foto minha e do Antônio que havia em cima da mesa. Ali uma tristeza profunda invadiu meu coração.
Eu – Meu amor! Como sinto sua falta. Por que você me deixou? Preciso tanto de você aqui do meu lado.
Chorei bastante aquela noite. Depois que me acalmei fui embora, já não tinha cabeça para trabalhar. Em casa fui direto para cama, com a mesma roupa eu deitei e dormi. Na manhã seguinte fui acordado pelo som da campainha. Tive uma bela surpresa ao abrir a porta, era mais um arranjo de flores. Achei estranho recebe-las no sábado, mais estranho ainda em minha casa. Não pude negar que fiquei feliz com o presente, elas eram simplesmente lindas. Tratei logo de procurar o cartão e lê-lo.
“Sei que passou por uma perda muito grande, não quero forçá-lo a nada. Só quero pedir uma chance de tentar te fazer feliz de novo. Aceita jantar comigo esta noite?”
Fiquei muito surpreso ao ler aquilo, finalmente iria conhecer aquele que me fazia tantas juras de amor. A primeira reação que tive foi ligar para o Leandro.
Eu – Leandro!
Leandro – Oi Nando! Aconteceu alguma coisa?
Eu – Aconteceu, preciso que venha aqui em casa.
Leandro – Ainda é 8h da manhã de sábado.
Eu – Preciso muito de sua ajuda.
Leandro – Está bem, logo chego aí.
Leandro havia se tornado um grande amigo. Não tínhamos nada além de uma amizade muito bonita. Ele era a pessoa que mais me incentivava a voltar a me relacionar. Minutos depois ele chegou em casa e trouxe a Ester, que ficou brincando no quarto do João, já que ele estava na casa dos avós.
Leandro – Me diga o que é tão importante para me acordar tão cedo no sábado.
Eu – Olha!
Entreguei o bilhete.
Leandro – Finalmente vamos conhecer quem te manda estas flores, não aguento mais de curiosidade, até a Letícia está curiosa.
Eu – Não sei se vou.
Leandro – Como assim?
Eu – Estou nervoso. Parece que estou traindo o Antônio.
Leandro – Já conversamos sobre isso, está mais que na hora de começar a viver. Passou-se um ano desde que Antônio morreu, tem que seguir em frente.
Eu – Eu sei...eu sei, mas estou travado.
Leandro – Você não vai casar, vai somente conhecer alguém.
Conversamos mais um pouco. Quando ele finalmente conseguiu me acalmar foi embora. Estava decidido que iria a este encontro, mas com um receio muito grande. O dia passou mais devagar possível, olhava o relógio constantemente.
Finalmente a tão esperada hora havia chegado. Me vesti de forma simples, mas com elegância. Fui de táxi até restaurante, pois estava muito nervoso para dirigir. O lugar era lindo, havia uma fonte no meio do salão que dava um charme ao ambiente. Na porta o metre me levou até a mesa que estava reservada em meu nome. Sentei e pedi uma taça de vinho. Estava me sentindo um adolescente de novo, com borboletas na barriga. Eu estava uns 15 minutos adiantado, não suporto atrasar e muito menos que se atrasem, odeio esperar. Os minutos foram passando e o nervosismo diminuindo, no lugar crescia a decepção. A cada instante eu tinha a certeza que havia levado um “bolo”. Após 40 minutos de espera resolvi ir embora, não estava chorando, mas estava muito triste. Me levantei para sair quando fui surpreendido por alguém.
Pessoa – Boa noite!
Virei pensando ser a pessoa que esperava, mas não. Era o Carlos parado atrás de mim.
Eu – Se soubesse que esse lugar era tão mal frequentado não teria vindo aqui.
Carlos – Você é sempre assim tão educado ou é só comigo?
Eu – Só com você. Agora me dá licença que não estou bom pra papo.
Já não bastava o fora que havia levado, ainda tinha que aguentar as gracinhas daquele imbecil. Quando passei por ele para sair, ele segurou meu braço.
Carlos – Já vai embora?
Olhei para sua mão que segurava meu braço com espanto.
Eu – Já! Agora solta o meu braço.
Por incrível que pareça ela não tinha aquele sorriso debochado no rosto, ele estava calmo, demonstrou certa decepção ao me ver sair. Sai em disparada sem olhar para trás, estava decepcionado, sabia que não devia ter ido aquele encontro. Tudo que não precisava a altura do campeonato era ser rejeitado. Dentro do táxi não consegui me segurar, novamente estava chorando. Pedi ao taxista que me levasse até a casa de Leandro, precisava muito conversar com alguém. Quando cheguei fui recebido por Letícia, sem cerimonia pulei em seus braços e ali continuei a chorar.
Letícia – Nando! O que aconteceu? Por que este choro?
Eu – Era tudo uma brincadeira.
Letícia – Espera um pouco, vou chamar o Leandro para conversarmos.
Ela me deixou na sala e foi chamar o Leandro. Quando ele viu meu estado ficou muito assustado.
Leandro – O que foi meu amigo?
Eu – Não passou de uma brincadeira Leandro, uma brincadeira de mal gosto.
Leandro – Como assim? Me conta o que aconteceu.
Eu – Fiquei esperando lá que nem um idiota.
Leandro – Não apareceu ninguém?
Letícia - Oh Leandro. Você acha que se tivesse aparecido alguém ele estaria deste jeito.
Neste momento eu estava deitado com a cabeça no colo de Letícia enquanto ele acariciava meus cabelos.
Eu – Não! Só o idiota do Carlos.
Leandro arregalou o olho.
Leandro – O Carlos apareceu lá?
Eu – Sim! Aquele homem irritante.
Percebi que ele e Letícia se olhavam de modo estranho.
Leandro – Vocês não chegaram a conversar?
Eu – Por que eu deveria? Você sabe que não suporto aquele homem.
Mais uma vez eles trocaram olhares suspeitos.
Eu – O que vocês tanto se olham?
Leandro – Nada!
Letícia – Fala logo Leandro. Não tá vendo o estado dele.
Eu – Falar o que?
Leandro ficou nervoso e começou a gaguejar.
Leandro – É..é que...eu meio que sei quem é a pessoa que está mandando as flores.
Eu – Como assim? Não acredito que você sabia e não me contou. Me fala quem é o desgraçado que está brincando com os meus sentimentos.
Ele ficou em silêncio.
Letícia – Fala Leandro.
Leandro – Nando! Você não levou um fora hoje. Pessoa que está mandado as flores é o Carlos.
Eu – O que?
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Oi meus queridos amigos! Vou fazer um pequeno desabafo:
Estou sozinho a 25 anos. Será que existe algo de errado comigo? Eu tenho dois olhos, uma boca, um nariz, tenho todos as partes do corpo no lugar. Todos os dias olho no espelho na tentativa de encontra alguma coisa de errado no meu corpo. Não sou a pessoa mais linda do mundo, mas tenho meus encantos. Essa solidão machuca tanto, ultimamente cada vez mais. Como eu queria ser amado, ser desejado por alguém, ter alguém para fazer e receber carícias. Sou uma pessoa romântica, gosto de expressar meus sentimentos. Alguns amigos me criticam por isso, eles dizem que tenho que ser mais racional ao invés de emocional, mas não consigo, sou assim. Escrever os contos tem sido uma terapia para mim, é uma forma por para fora todo sentimento que tem dentro de mim. Já compartilhei aqui que os contos nasceram na sua maioria enquanto ando de ônibus. Não se explicar, só sei que acontece. Fico me imaginando no meio das tramas amorosas e que no final sou feliz para sempre, mas infelizmente quando termino volto para realidade. Um dos meus sonhos é ver o nascer do sol com a pessoa amada ao lado. Quem sabe um dia isso aconteça, espero que sim. Caros amigos! Me desculpem pelo desabafo, mas eu precisava disso. Não digo que estou melhor, só mais aliviado. Não se preocupem que não estou em depressão e nem vou cometer suicídio. Só estou um pouco triste, logo vai passar.
Quero agradecer o carinho de todos. Vocês conquistaram meu coração.
martse, Sanoj, Lucas M., Caio R., hyan, rah, Ru/Ruanito, Bruno Del Vecchio...seus lindos. Quero agradecer o carinho de vocês. Bjos e abçs:)
(Al) - Pois meu querido, infelizmente passei por isso, mas já passou. Um bjão meu fofo!
marquinhoo - Fico feliz que esteja gostando dos meus contos. Infelizmente não tenho muita criatividade para fazer contos extensos. Bjos
DW-SEX - Meu caro! Tenho você como um grande amigo que fiz aqui na casa. Muito obrigado pelas palavras de conforto. Bjão amigo:)
Yld - Obrigado meu querido pelo carinho. Bjos
Preciso da ajuda dos pessoal de Belo Horizonte. Semana que vem vou passar alguns dias lá e gostaria de sugestões do que fazer e visitar na cidade.
Hoje estou um pouco anos 80 pra música: http://www.youtube.com/watch?v=9EHAo6rEuas