Emotion tempest
Capter 2- Un jardim en el mar.
Sea point
Ele estava a morrer afogado. Agarrei-o por instinto e beijei-o tando devolver-lhe o ar mas debaixo de agua não ia adiantar muito. Sem interromper a única fonte de ar que lhe restava nadei para cima com tanta violência que acabamos por irromper a superfície do oceano. Isso aconteceu porque não tinha a mínima noção da profundidade que estávamos, mas veio mesmo a calhar, enquanto estávamos no ar toquei no seu peito com a palma da mão e puxei a água para fora através do seu nariz e boca. Não fomos muito alto pois as asas molhadas dele tinham-no deixado ainda mais pesado. Apanhai-o de novo antes que caísse no mar e ainda continuava inconsciente mesmo depois de ter removido a água. Sem sequer pensar outra vez voltei a tentar dar-lhe ar. Enquanto os meus lábios estavam colados nos dele soprando o máximo possível de ar para os seus pulmões sinto os seus braços passarem a minha volta e segurarem-me com o desespero de alguém que achava que ia morrer. Afastei-me imediatamente, não conseguido me distanciar pois ele continuava a me segurar como se a vida dele dependesse disso, o que não deixava de ser realidade. Fiquei alguns segundos olhando para ele que ofegava enquanto reparava na força e firmeza que ele me segurava, sem perder a delicadeza. MESMO QUAZE MORTO ESSE CANÀRIO TEM PEGADA NÉ? Afastei esse pensamento louco da minha cabeça e resolvi falar com ele.
-Diz-me uma coisa: como é que começaste a afogar?
-Simplesmente fui atrás de ti e de repente a minha garganta e o meu nariz começaram a doer e a minha visão a ficar negra.
-Tens noção que vocês que vivem fora do mar respiram ar e que dentro de água sem as medidas apropriadas morrem afogados. Disse para ele com o nível máximo de ironia para provocar.
-Humm. Nem por isso. Nunca tinha vindo ca abaixo e os banhos que eu tomo nunca permitiram tal acontecimento.
Foi a gota d’água. Não esperava que ele fosse responde e muito menos uma resposta daquelas. Eu fiquei completamente aturdido e pensando se tinha mesmo acabado de ouvir aquilo. Devo ter ficado com uma expressão facial de um peixe balão acabado de se esvaziar porque ele começou a rir descontroladamente entre pequenos ataques de tose.
-Apetece-me afogar-te de novo mas desta vez com as minhas duas mãos á volta do teu pescoço.
-Porque tanta hostilidade?
-Porque essa sua lendária ignorância com a qual nunca pensei que cruzaria em toda a minha humilde existência simplesmente merece.
Vendo a sua cara de intriga resolvi deixar isso de lado para prosseguirmos com os nossos objectivos. Por sorte tinha comigo as algas de oxigénio concentrado que permitiam que se ficasse uma quantidade tempo bem razoável sem precisar de ar, gentileza da minha irmã para caso fosse preciso.
Como me esqueci desse detalhe? Muito fácil: vivi a minha vida inteira sem me preocupar em respirar ar ou filtrar oxigénio na água logo é normal que me esqueça que passarinhos não respiram em baixo de água.
Dei-lhe as algas, disse-lhe para as e ele comeu sem mesmo perguntar o que era.
-Não fazia mal perguntares o que era antes de comeres ou pelo menos dar-me tempo de explicar.
-Não é preciso, confio em ti. Respondeu sem a menor inibição.
Senti o meu peito palpitar. HUMMM, TAS A COMEÇAR A GOSTAR DO PASSARINHO!? ÉS ALGUM PEIXE VEADO POR ACASO? Cala o raio dessa boca. Pensei que achasses que isso fosse só delírios de uma velha sereia. DIGAMOS QUE ACABO POR SEMPRE POR TER DE OUVIR QUELQUER COISA. De qualquer forma não pensava que tivesses um sentido de humor do tamanho de um electrão. TEMOS O MESMO SENTIDO DE HUMOR, POIS NÃO DEIXO DE SER TU. Mesmo assim nunca falaste comigo. ISSO É PORQUE NUNCA PARASTE PARA ME OUVIR. E ESTOU A COMEÇAR A FICAR ABORRECIDO COM ISTO. NÃO ME DEIXAS SAIR A DEMASIADO TEMPO. Não sou eu que tem o controlo das coisas aqui normalmente simplesmente tomas o comando e pronto.
-Oi oi! Adormeceste? Perguntou Aeron chegando mais perto de mim e arrancando-me dos meus pensamentos.
Vi a sua face demasiado perto e senti a minha queimar. Afastei-me de novo e respondi-lhe desviando o olhar para baixo:
-Vamos continuar o nosso trabalho. Vou levar-te junto de mim hoje porque tendo em conto o episódio de antes não deves saber nadar. Aconselho-te a não falares.
-Como queira. Beijas muito bem já agora. Sussurrou ele na minha orelha direita que tava virada para ele.
Soltei-me dele quase entrando em combustão espontânea de tanta vergonha e mergulhei puxando-o pela mão.
Sky point
Não sabia onde estava com a cabeça desde que conheci o Lir. Até já armei esta cena para que ele me beijasse, o que correu muito bem, mas nunca na minha vida me imaginei querendo beijar outro homem muito menos armando uma arapuca para o conseguir. A parte mais preocupante de tudo: gostei, não me arrependo e comecei imediatamente a maquinar uma forma de repetir o acto. O doce gosto dele em contraste com salgado oceânico era uma maravilha e os lábios suaves e quentes mesmo estando dentro de água eram enlouquecedores. Ele tinha uma inocência admirável e ficava uma fofura envergonhado.
Já íamos bem fundo e a velocidade cruzeiro. Tudo bem que os tritões são fortes e especialistas em nadar mas mesmo assim ele parecia-me uma excepção um tanto avassaladora. Ele puxa um considerável peso morto para baixo sem esforço algum, enquanto nadava com movimentos graciosos e precisos fazendo as espirais da sua cauda brilhar ao reflectir os raios de luz. O seu cabelo comprido ondulava sua volta e eu vinha atrás sendo puxado pela mão. Dobrei as minhas asas para que oferecesse o mínimo possível de resistência enquanto nadávamos. Ficava cada vez mais escuro mas despois começou de novo a clarear com um brilho de um azul muito claro. Então entramos em um jardim muito peculiar. Havia peixes de todas a formas e cores possíveis. O mesmo acontecia com as algas e corais. Cada vez o brilho ficava mais forte até que chegamos a aquela bola de luz cor azul claro. Dela emanava uma corrente fresca mas mesmo assim mais quente que a faixa que acabamos de atravessar.
Lir se aproximou delicadamente dela. O seu cabelo comprido esvoaçava a sua volta podendo muito hipnotizar alguém. Enquanto a pequena estrela azul dava a sua pele morena um brilho de porcelana.
Ele observou-a por alguns instantes e depois afastou-se com a mesma delicadeza de antes. Foi então que senti um puxão na minha perna. Alguém me puxava para baixo. Vi a expressão na cara de Lir mudar de serenidade para pura fúria ele lançou-se á mão do tritão que me puxava que me largou assim que sentiu o contacto.
-Além da tua existência maligna ainda trazes forasteiros alados para perto dos bens mais preciosos do nosso reino!
Disse o tritão ríspido.
-Estou a cumprir uma missão delegada pela família real. Isto também não me agrada portanto ignora-me que vou fazer o mesmo contigo. Respondeu-lhe Lir com uma frieza ainda maior.
-Não. Nós vamos dar um jeito nisto e é hoje! Depois relatamos o acontecido a família real e é só passar isso que dizes fazer para outro. Não vais fazer falta e todos vão ficar mais felizes.
-É mesmo, peixes demónio não agradam a ninguém. Disse outro. Começaram a nos cercar de todos os lados.
-Vamos disse Lir segurando-me pelas axilas e começando a nadar a máxima velocidade.
Olhei para os outros e vi que eles desapareceram de vista em um piscar de olhos. Nem tiveram tempo de pensar em iniciar uma perseguição. Ele nadou por algum tempo só olhando em frente. Passamos por uma zona onde a profundidade era muito baixa e depois voltamos a mergulhar mais fundo. Entramos através de uma abertura na rocha e depois de passarmos por tuneis bem largos saímos para uma pequena piscina que ficavam em uma camara com ar. Tinha livros em sulcos na rocha e era bem iluminada. A água dava-nos pela cintura e estávamos sentados no fundo da pequena piscina.
-Uau! Que lugar é este!?
-E a minha casa. Espero que gostes. Respondeu ele com uma expressão um pouco triste.
-O que foi aquilo mais cedo?
-Eu não sou muito popular por aqui.
-Isso aconteceu porque foste delegado esta missão?
-Não. Quem me dera que fosse tão simples assim. Disse ele com um meio sorriso embebido em tristeza. Eu não detectei nada de estranho com o Aqua core. Os átomos estão a fundir-se normalmente e não há turbulências no fluxo de energia e água.
-Tirando fora a parte que não intendi, queres dizer que o Aqua core esta completamente normal? Respondi a sua pergunta não insistindo mais no assunto anterior. Ele é realmente inteligente, não faço ideia de como consegui convence-lo com aquela desculpa tão parva mais cedo.
-Olá disse timidamente uma sereia morena de cabelos claros ao irromper a superfície perto da entrada.
-Essa é a minha irmã Deepsy. Este é o novo companheiro de fuga, Aeron.
-Prazer em te conhecer. Respondeu-me delicadamente a irmã dele. Ela é tão fofa. Conversamos a tarde inteira enquanto esperávamos a bolhas abaixarem. Os irmãos conversaram muito inteligentemente sobre os Aqua cores e eu assistia e perguntava sobre qualquer dúvida que tivesse. Lá acabei por descobrir que as Aqua cores eram o mesmo que o sol mas só que em vez de fundirem hidrogénio em hélio de depois libertarem luz, fundiam substâncias muito mais pesadas e libertavam água. Não me perguntem como isso era possível.
-Então é por isso que as cataratas de Aera nunca secam.
-Exacto. A razão da existência deles é completamente desconhecida mas eles existem e dependemos completamente deles. Pouco depois ele levou-me até ao lugar onde tínhamos mergulhado e ele secou-me com o poder dele e voei de volta para casa. Continuamos o trabalho de vigia por aproximadamente mais um mês, observando Aqua cores em fontes de ilhas baixas. Evitando o máximo ir a lugares onde podíamos ser atacados outra vez. Continuei a conversar com a irmã dele as vezes e ele ensinou-me muita coisa que aprendia nos livros que tinha. Comecei até a sentir-me mais inteligente.
-Acho que devias vir conhecer a minha casa também. O que achas?
Ele olhou-me com um grande ar intrigado e um tanto intimidado.
Light point
Olá, obrigado a aqueles que lêem este conto. A partir do próximo capítulo as coisas vão começar a esquentar com o aparecimento de novos personagens e novas revelações sobre aqueles que já conhecemos.