Em Um Tempo Distante CAPITULO 4
“Horas passam os dias também mais a saudade de você não”
Voltei pro meu quarto e passei a pensar no Francisco, como seria minha vida agora? Sem amigos, tendo que refazer tudo mas à vida é assim temos que escolher, e eu tinha por obrigação ter de escolher vir pra cá era isso ou um futuro incerto. Já estava sentindo saudade da minha casa, da minha família, do Xico – risos - é difícil se separar assim de quem se ama.
Eu estava quase chorando em meu quarto quando o Fernando entrou no quarto de supetão me assustando, as vezes acho que ele é louco, ele entrou e pegou eu lá já afogando minhas tristezas.
Nando: O que houve pequeno? – ele desde esse dia passou a me chamar assim, na frente de qualquer um, segundo ele é por ele ser maior que eu e também porque eu sou mais sensível mesmo sendo muleque de sítio, imaginem, só porque eu choro em cenas de filme.
Eu: Nada, foram só saudades.
Nando: De que? Já ta com saudade de casa?
Eu: Sim, mais não é só de casa é de um amigo que ficou lá.
Nando: Um e qual o nome desse amigo?
Eu: Francisco, ele era o melhor dos melhores, vai ser difícil encontrar outro como ele aqui.
Nando: EU!!!
Eu: Como?? Você? Rsrsrsr – Ele tinha chances.
Nando: Sim eu, olha eu sou brincalhão – Começou a fazer cócegas em mim, e acabou caindo por cima de mim na cama – Sou forte, maior que você pra te defender, e também sou gostoso – Terminando essa fala e aproveitando que estava em cima de mim apertou e me beijou, não sei como me perdi na situação, só sei que me perdi em tudo. O Primeiro beijo que ele me deu me fez para de viver, esquecer o mundo, esquecer a vida.
Nando: Sou ou não melhor que seu amigo?
Eu: Fernando sai de perto de mim.
Nando: Como é?
Eu: Se você não sair de perto de mim eu saio de perto de você...
Ele levantou-se e saiu do quarto, deixando-me derramando lágrimas. Eu sentia como se tivesse traído o Francisco, me senti sujo, um garoto de programa, uma putinha. Eu tinha me deixado levar. Esse beijo, ou melhor, um beijo é diferente dos flertes que eu dava com o pai dele. Deitado tava e lá continuei até que me perdi nas horas quando o pai dele chegou e veio ao quarto falar comigo.
Rafael: Oi Felipe, ainda deitado muleque folgado?
Eu: Ué e que horas são?
Rafael: É quase 10 horas, eu cheguei cedo porque tava sem muito serviço. Já tomou seu café da manhã?
Eu: Não.
Rafael: Por que não?
EU: Sem fome tio.
Rafael: Tio?? – E fez cara de assustado.
Eu: Desculpa, não gostou? Eu não chamo mais.
Rafael: Não está tudo ótimo, só fiquei surpreso.
Dito isso, parecendo que era o dia do abraço, não sei se Por felicidade ele me abraçou. Eu senti aquele cheiro de homem, mas ignorei, e só abracei. Ele me soltou e me chamou pra tomar café eu fui tava com fome mesmo, passei pelo Nando nem dei as horas, e fui à cozinha com ele e tomamos nosso café e ele comeu de novo – risos – depois ele me chamou para conhecer a biblioteca dele, que também era um escritório, onde ele resolvia alguns projetos em casa.
Nossa nunca tinha visto tanto livro em uma única sala, era quase do tamanho da sala principal de casa dele um lugar calmo, com uma enorme janela que dava ao jardim e era tudo calmo, o ar ainda fresco entrava pela enorme janela balançando meu cabelo, eu já contei que eu sempre tive cabelo na altura dos olhos meio militar? Então, quanto estou em casa e na maioria das vezes ele esta bagunçado e o vento levou meu cabelo a cobrir meu olho, enquanto eu sentia a brisa, então veio Rafael em minha frente para tirar meu cabelo do meu olho, ele era muito lindo, tentou tirar mais eu não deixei.
Eu: Desculpa mais eu não posso.
Rafael: Porquê?
Eu: Você ainda me pergunta o por que? Licença. – Deixei ele lá e sai, ele era lindo, tava dando indireta mais não era o certo pra mim eu não queria trair minha tia, por mais que a tentação fosse muita.
A vida é assim, eu não podia trair minha tia, eu não iria. Depois dos fatos ocorridos neste dia, tanto o Rafael quanto o Fernando não vieram mais atrás de mim com segundas intenções, agíamos normalmente todos os dias. Assim passou-se um mês, as aulas começaram, eu sofri mais me adaptei, fiz umas breves amizades escolares, aquelas que todo mundo faz. Mas não era o suficiente, sentia um vazio e era a saudade.