Gente, gostaria muito de agradecer a todo os que estão lendo e comentando no conto.
Carol havia me perguntado como eu havia ficado interessando em Sam o loiro sem vergonha que conheci em Stanford, com o qual eu dividi o quarto durante os anos de faculdade e depois decidi dividir com ele o restante da minha vida, que espero ser bem longa. Tantas coisas vieram em minha mente que não soube ao certo por onde começar. Quando eu ia começar a falar fez que eu ficasse calado.
- Faça flexões! – ela falava.
- O que? – questionava sem entender ao certo.
- Apenas faça o que eu mandei. – falava enquanto me lançava um olhar gélido.
Pouco tempo depois apareceu um homem grande, cerca de 1.85 de altura, cabelo raspado, olhos castanhos e com uma cara de poucos amigos, era o Sargento Mestre (MSG) Thompson.
- Ora, ora, o que temos aqui... – ele falava enquanto olhava para nós.
- Miller, você tem que se esforçar mais... até a minha avó faz isso melhor do que você. – ela falava colocando os pés em minhas costas forçando mais o exercício, ao passo que não dava atenção a Thompson.
- Montez, eu estou falando com você. – Thompson elevava mais o tom de voz.
Carol da forma como estava, simplesmente se vira e diz para que eu continue o exercício e que caso não veja o meu sangue no chão quando voltasse eu descobriria o real significado da palavra dor.
- Montez, o que faz aqui com este soldado, por acaso é o seu novo brinquedinho? – perguntava Thompson.
- Desculpe senhor, mas a minha vida pessoal não é de sua alçada. – ela respeitava a hierarquia.
- Pois bem, acho que a 1SG Potter não gostará muito ao saber o que você anda fazendo, Carolina. – ele falava cheio de veneno.
- Senhor, não acho necessário que reporte a 1SG este assusto. – ela falava séria.
- Por que? Esta com medo do que ela poderá fazer a este soldado. Você sabe que Potter é bem rígida no que se refere a disciplina de seus subordinados. - seus olhos brilhavam.
- Peço que não o faça. – Ela não havia mudado em nada, dava a corda para que seus desafetos se enforcassem.
- E... o que você fará por mim em troca? – sua voz era carregada de malícia.
Eu não aguentava ver aquilo, aquele idiota querendo se aproveitar da minha amiga, mesmo ele sendo meu superior isto não era certo. Não era. Eu me levantei e fui pra cima dele.
- Pare soldado. – Carol falava.
Eu obedeci e ela simplesmente lançou um olhar mais gélido ainda para Thompson.
- Thompson, por acaso você não esqueceu do que nós passamos quando chegamos aqui, esqueceu? – ela olhava pra ele séria – eu posso estar um posto abaixo, mas lhe garanto que será por muito pouco tempo. Ao passo que se o senhor cometer mais um deslize que seja será rebaixado a Sargento, eu creio que não será interessante arrumar uma briga agora. Se o senhor e Miller brigarem, o que acontecerá? Miller será dispensado, e o senhor apenas rebaixado e passará a seguir as minhas ordens. Não, acho que não, se eu informar que antes disso o senhor estava me assediando, então creio que o senhor receberia um repreensão maior, sendo rebaixado ao passo que Miller continuaria. E qualquer atitude que o senhor tomasse seria considerada uma espécie de retaliação, o que faria o ser desacreditado por seus próprios homens, e levando em consideração que nosso superior direto é a 1SG Potter... – era incrível a forma como ela articulava tudo isso. Thompson não falou nada apenas se retirou.
- Nossa Ca.. – ela me olhava de forma séria – Montez...
- Como disse, aprendi a lidar com este tipo de gente... é necessário quando se esta na minha posição. E Miller, nunca mais levante o dedo contra um oficial superior, estamos entendidos? – ela falava séria.
- Mas, ele..
- Estamos entendidos? – ela me olhava de forma mais séria ainda.
- Sim senhora. – Fui obrigado a concordar.
- E, a propósito obrigada por tentar me defender, mas disso cuido eu. – fez uma pausa e passou a olhar-me com tristeza – Creio que nossa conversa terá que ficar para outra ocasião.
Quando voltei para o alojamento os meus companheiros tinham uma série de perguntas a me fazer, as primeiras se referiam a onde eu estava, e porque tinha faltado aos treinamentos da parte da tarde. Tentei desconversar, não me havia sido pedido sigilo acerca deste treinamento diferenciado, mas como Montez não o informou a Thompson para que nos deixasse em paz decidi, por bem, não contar nada.
Depois de um tempo no alojamento fui em direção ao refeitório com meus companheiros O’Donnel, Stanford e Wilians, estava quase no horário do jantar, ao que nos deparamos com Potter.
- Sentido soldados. – Ela informava.
- Sim Senhor. – Respondíamos.
- O’Donnel, Stanford, Wilians dispensados, Miller venha comigo. – ordenava, meus companheiros me olhavam como se não entendessem nada, ao passo que eu mesma não entendia.
- Algum problema senhor? – eu questionava.
- Miller, só fale quando lhe for questionado algo, estamos entendidos? – ela respondia com rispidez, já sei onde Carol aprendeu a tratar seus subordinados.
- Desculpe senhor, não voltará a se repetir.
- Miller, Thompson me enviou um relatório informando que você estava em uma clareira com Montez, eu o repreendi, pois vocês estão sob minha responsabilidade, sendo assim qualquer coisa que acontecer deverá ser reportada primeiramente a mim, estamos entendidos?
- Sim senhor.
- Como havia informado você agora fará um programa diferenciado, mas vendo a questão que se instaurou com Thompson creio que será melhor intensificarmos o seu treinamento depois do programa comum. – ela apenas informava.
- Depois do programa comum, isso quer dizer? – eu questionava, não poderia ser isso, fiz uma cara de espanto.
- Não gosto de pessoas com esta cara em minhas equipes, e é isso mesmo que você esta pensando, depois que este treinamento acabar o seu verdadeiro treinamento começará.
- ah... mas... – eu não sabia o que dizer.
- Ahhh, dizem que tenho este problema, eu não faço ofertas eu ordeno que as pessoas cumpram aquilo que eu designo, então Miller, aceita a minha oferta? Se tudo ocorrer bem eu serei promovida para Segundo Tenente (2LT) em breve, e creio que ser um de meus homens será muito interessante para você, principalmente sendo filho de quem é.
Eu deveria dizer sim, eu deveria dizer não, tomar um outro caminho, voltar dizer que eu deveria voltar pra casa, eu necessitava disso, a estas horas Taylor já poderia ter levado Sam par cama. “Calma Timmy, calma o Sam não é nenhum... é ele, está em uma situação indefesa por conta de mim, ele pode cometer esta burrada, ai meu Deus o que eu faço.” Nesta hora eu lembrei do por que eu estar passando por tudo isto, era pelo meu pai, por mim e também por Sam, com a renda de um oficial eu poderia tentar conseguir algumas coisas pra ele também.
- Senhora, em termos objetivos, eu ganharia mais alguma coisa neste seu programa, sem ser apenas maiores responsabilidades.
- Aumento das gratificações em 25%.
- Senhora, eu poderia começar este treinamento diferenciado concomitante a este treinamento, eu acordo mais cedo, durmo mais tarde, fico direto. – eu propunha.
- Um homem esgotado não rende o que eu necessito...
- Então, dê-me pelo menos uma semana de descanso em minha cidade. – eu pedia, teria uma semana pra reconquistar o meu loiro.
- Miller, pensa que isto é alguma espécie de barganha? É muito simples, ou aceita minha oferta, ou não. Sem meios termos.
Mais uma vez eu tinha uma escolha, e mais uma vez eu não sabia o que fazer, com a presença de Taylor rondando o meu amado grande parte das minhas certezas se esvaiam como castelos de areia feitos na praia, no qual as ondas do mar são capazes de destruir deixando apenas um pequeno rastro de areia, mas que depois de outra, ou outra onda nem mais o rastro existe, apenas a devastação que cada vez mais ficava evidente em meu coração. Mas eu já havia feito uma escolha, eu não posso mais voltar atrás em minha decisão, eu simplesmente queria, queria muito poder deixar isso passar este treinamento, esta “promoção”, mas não seria possível, eu estaria ofendendo a memória de meu pai e também aos sacrifícios que foram feitos em seu nome, ou melhor, o sacrifício que eu infringe a mim mesmo em seu nome e acabei envolvendo o Sam nisso. Quem sabe não seria melhor assim? Deixar que o loiro que iluminou minha vida siga seu caminho e possa ser feliz com outra pessoa, embora com isso eu seja condenado à tristeza. Mas o que seria de mim sem ele? Eu abriria mão dele assim, tão fácil? Não, não poderia desistir sem ao menos lutar, eu vou lutar por ele, eu não vou deixá-lo se esvair de minhas mãos de forma tão simples. Mas, efetivamente, qual vai ser a minha resposta?
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Como é se apaixonar? Se apaixonar de novo, ou pela primeira vez por alguém altamente improvável? Como é perceber que você quer ficar próximo a ela todos os dias e de formas que até então você não achava possível querer uma pessoa como ela daquele jeito, como é possível você percorrer um caminho que lhe conduz a quem você realmente quer, quando você mesmo não sabe que a quer.
São muitos questionamentos, muitas indagações, mas vou ao começo, eu não fui sempre apaixonado pelo Sam, um cara legal que dividia o quarto comigo durante nossa estadia em Stanford, ele me era, de certa maneira indiferente. Não sua presença, pois eu gostava dele, nos dávamos super bem, mas ele, enquanto homem a mim era indiferente até que um dia as coisas começaram a mudar.
- Tim, como estão as coisas, o Clarkson já se conformou? – Isa perguntava.
- hauhauhuahuh, sim, acho que ele esta se dando bem com seu colega de quarto, e também ele não implica mais com o Samuel. – eu respondia alegre, não gostei nenhum pouco do clima chato que havia se instaurado logo quando Clarkson e eu havíamos vindo a Stanford.
- Ain... – eu não a deixo terminar e logo beijo sua boca.
- Ohhh Isa, vamos deixar de falar deles... – dava-lhe outro beijo – e aproveitar este momento.
- E o que você tem em mente, safado? – indagava com um sorriso malicioso.
- Nada que você não vá gostar. – respondi com o meu sorriso mais safado.
Agora, quando penso, como estaria minha vida se não fosse esta proposta, como este simples ato, simples fato pode mudar tantas coisas. Eu não iria me agarrar com a Isa no meio do Campus, mas até que seria uma boa, então, como o Samuel estaria em aula eu faltaria a minha e aproveitaria o dormitório vazio. Seria um plano brilhante e praticamente a prova de falhas, mas, mesmo sem saber éramos muito parecidos, infeliz ou felizmente ele teve a mesma ideia. Resultado, quando Isa e eu abrimos a porta do quarto Clarkson e Samuel estavam apenas de cuecas se beijando, isso mesmo, beijando o meu colega de quarto e o meu amigo de infância eram gays e eu não sabia.
O Samuel apertava a cintura de Clarkson fazendo com que este ficasse mais próximo dele, enquanto este começava a perder a força nas pernas e virar o pescoço.
- QUE PORRA É ESSA? – eu gritava, ao que eles pararam e me olharam com um tanto de vergonha, será que foi pelo ato que estavam prestes a cometer, ou por que eu os havia flagrado? – Eu não acredito que vocês são viados...
- Você tem algum problema com isso? – questionava Samuel.
- Claro, este era um quarto de respeito...
- Como assim?
- Não é idiota, você é capaz de entender, era um quarto de macho...
- Meu Deus... em primeiro lugar este quarto é... como você disse mesmo: de respeito, eu só vim aqui com o meu namorado...
- Namorado?!
- Exatamente, eu não sou nenhuma espécie de bicha louca que trás qualquer um pra onde eu vivo, e mesmo que fosse estaria no meu direito, a final este quarto também é meu. Você faz o que quiser da sua vida e eu faço com a minha, a única coisa que eu poderia ter que me desculpar é por não ter colocado uma meia na porta, mas isso você releva, não é. A final você me fez passar uma noite MARAVILHOSA no corredor por ter esquecido de retirar a meia. – ele falava sem ao menos parar.
- Ok, ok, contanto que você não venha... – eu respondia.
- Timothy, não! – Isa interpelava.
- Não, Isabella deixa o senhor serviço militar, vou sair daqui e me enfiar direto em um quartel e morrer lá falar o que ele quer: contanto que eu não vá... – Sam intimava.
- Acho que isso não é necessário Samuel. – falava Clarkson enquanto recolhia as suas roupas.
- Pois eu discordo, acho estritamente necessário, vamos, fale logo. – ele falava não tirando os olhos dos meus, ele tinha um olhar penetrante, seria um ótimo advogado, mas eu não seria intimidado por um viado.
- Contanto que você não dê em cima de mim, ou tente me agarrar, por mim, tranquilo? – eu respondi mesmo.
- Senhor Miller –falava visivelmente mais irritado, mas não iria se deixar intimidar, no momento não ainda não sabia, mas eu amo ver como os olhos dele brilham nessas ocasiões. – só por algum acaso eu já tentei alguma coisa com o senhor?
- Não. – falava mantendo um tom de voz.
- Pois então, por que cargas d’água eu iria tentar agora? Sei que é uma fantasia hétera que nós gays queremos converter todos, mas advinha só uma coisinha, meu caro, você não faz o meu tipo. – ele falava um pouco alterado.
- Ok, ok, não quis ofender. – eu não gostaria de uma discussão mas alongada. – Mas se tu não tá atrás de converter as pessoas para o lado rosa choque da força, como o Clarkson... – questionava.
- isto é um assunto seu e dele. – Sam falava como se estivesse recobrando a paciência. – Desculpa Isabella, mas vocês poderiam nos dar licença.
Clarkson já tinha acabado de vestir a calça, ou melhor, já estava pronto para sair quando viu que o namorado havia pedido para que nos retirássemos, deu pra ver que este ficou surpreso. Na época eu não pensei muito acerca disso, mas o meu amigo era um covarde, ele deixou que Sam me encarasse sozinho e não se meteu em nenhum momento, tentou colocar panos quentes na situação. Sei que Sam e eu temos quase a mesma altura, mas, mesmo assim, ele deveria ter tentado defendê-lo.
O tempo foi passando e, se antes a minha relação com o meu colega de quarto era uma maravilha depois que descobri sua diversidade foi um verdadeiro inferno. Não sei dizer, mas algo nele me incomodava de ma maneira muito forte. Não sei se seus cabelos cor de trigo, seus olhos, o perfume que ele usava que era em um tom amadeirado. E o problema era com ele, eu tinha outros amigos, alguns até também diferentes, mas ele era uma coisa ridícula. Uma vez eu acabava de sair do banho e as vezes gosto de ficar sem a camisa, nisto ele chega.
- Boa noite – ele falava.
-Boa noite. – Nisso conversamos um pouco, até que percebi que estava sem a camisa e comecei a coloca-la.
- O que significa isso? – ele indagava incrédulo.
- Nada, simplesmente estou colocando a minha camisa.
- Por acaso acha que eu não vou poder resistir e... e vou te atacar?
- Não, não, mas se fizesse isso não seria nenhuma surpresa. – Ao que pensava ele vai explodir em Tá legal cara, eu... eu simplesmente desisto. DESISTO! – ele se exaltava enquanto seus olhos brilhavam ainda mais, gente como era bom implicar com ele.
Nas duas, três semanas que se passaram eu desenvolvi a fina arte de implicar com ele, o ruim é que não era apenas quando estávamos sozinhos, mas em quase todos os ambientes eu acabava soltando algum tipo de piada, ou colocação que se referisse a ele e a Clarkson. O nosso quarto virou um campo de guerra, pois aquele loiro não levava desaforos pra casa. E quanto mais brigávamos, mais seus olhos brilhavam, sei que era de raiva, mas brilhavam.
- Tim, realmente eu não sabia que você tinha tantos problemas com os gays. – falava Isabella enquanto caminhávamos pelo Campus.
- Eu não tenho problemas, apenas... apenas... – eu tentava responder.
- Deixa eu adivinhar, apenas não quer que eles se aproximem? – ela respondia de forma irônica. – meu bem, um dos seus melhores amigos é gay...
- Eu não sei, acho que o Clarkson só tá querendo pegar...
- Se ele esta namorando com o Owen. – ela deixava as coisas bem claras.
- Namorando? Homens... homens não namoram com homens. – Se teve uma coisa que eu aprendi com meu pai era acerca do que se esperava de um homem.
- Aiiii, e depois diz que não tem problemas com ele. – falava um pouco exaltada– eu olhava alguma coisa ao longe.
- Tim, estou falando com você.
- TIMMM.
- Olha esta pouca vergonha, depois pede respeito, aquele desgraçado! – falava apontando para Sam que estava conversando de forma descontraída com um rapaz que eu não sabia quem era.
Aquela cena me deixou, acho que enojado, comecei a sentir um embrulho no estômago, minha boca começou a ficar seca e minhas mãos começaram a tremer, como ele poderia estar fazendo isso, no meio do Campus, rindo com este cara? Ele é namorado do meu amigo, como pode fazer isto?
- Tim, deixa isso não é nada. – Isa dizia.
- Nada? Nada? Como assim? Você esta vendo a mesma coisa que eu, não está? – falava mais exaltado.
- Se você diz dois caras numa mesa conversando e rindo juntos, sim estou. – ela também se exaltava – pare de querer ver coisas onde elas não existem.
- E você pare de querer colocar panos quentes nesta situação. O cara é meu colega de quarto e namorado do Clarkson, ele não pode fazer uma coisa dessas... – respondia com muita raiva, principalmente agora que Samuel sorria ainda mais, na certa meu amigo estaria recebendo uma grande galhada.
- Tim, não. Tim, não! – gritava Isa enquanto eu ia até onde Samuel e o cara estavam.
Quando Samuel me viu fechou logo a cara, com certeza era por que eu o havia flagrado com seu amante, por que outro motivo seria?
- Bonito, heim senhor Owen, posso saber o que esta fazendo com este cara? – indagava com raiva.
- Sabe que isso não é da sua conta. – ele respondia seco.
- Calma gente não precisa brigar assim por minha causa. – o rapaz falava.
- Ninguém aqui esta brigando. – respondia ainda sério.
- Sam, você havia me dito que o seu novo namorado é bonito, mas você se superou. – ele dizia o rapaz – Sou Peter Mc’Queen, sou um antigo amigo antigo deste cara aqui, e você deve ser o Clarkson não é?
- Não precisa dar nenhuma satisfação pra este cara, ele não é NADA meu Peter. – Sam interpolava seco.
- Não? Este não é o seu... – Mc’Queen falava como se não entendesse. – Se este não é o seu namorado quem é?... Isso... isso...
Eu fiquei visivelmente contrafeito com aquilo, eu esperava descobrir um tórrido caso, que Samuel não prestava, alguma coisa que justificasse a raiva que eu senti ao vê-los juntos, não que fosse um encontro entre amigos que não se viam há muito tempo. Eu estava frustrado e muito envergonhado com toda aquela situação, como eu iria encará-lo agora? E Isabella que ficou acompanhando o meu papelão ao longe, na certa me daria uma lição de moral. Será que isso se deve ao fato de eu já estar tão acostumado a implicar com o cara que agora vejo coisas onde elas não existem?
- Desculpem... é que eu.. eu... pensei... – falava envergonhado.
- O seu problema é exatamente este você não pensa, você faz as burradas sem ao menos pensar nas consequências, idiota. Enquanto você fizer suas burradas comigo é uma coisa, mas pensar em meter os meus amigos nisso... ahhh meu rapaz aí são outros quinhentos. – ele começava a falar sem parar.
- Tá certo, já pedi desculpas.
- Eu ainda não entendi, ele não é o seu namorado, mas então quem é ele? – Peter questionava.
- Meu colega de quarto e um amigo do... – Sam começou a responder
- Melhor amigo... – eu interrompi.
- E melhor amigo do meu namorado.
- Ohhh, Sam, dá um desconto vai. – Peter falava rindo.
- Desconto?! – Sam falava alterado.
- Dianaaaaaaa – Peter ecoava, depois descobri que Diana era a prima de um ex-namorado de Samantha com a qual o Sam fez uma cena parecida.
- Tá legal, tá bom. Mas Timothy, por favor me deixa em paz. Cara, vai viver a sua vida e eu vivo a minha da forma como eu quiser– não respondi nada apenas saí.
A poucos metros dali Isa estava a postos, pronta para me dar uma série de sermões, sobre a forma que eu tinha agido, o papelão que havia feito e o fato de que eu devo pesar, pensar nas consequências dos meus atos, mas uma coisa que nós não entendemos é o porquê que eu agi daquele jeito. Se eu não gosto do Samuel seria bem mais simples ter ligado pro Clarkson e ajudado no flagra, mas não, aquela cena havia me atingido, eu não admiti na hora, mas eu queria uma briga, eu queria sangue, o sangue de Peter na minha mão para que ele aprendesse a não encostar no Samuel. E o mais engraçado de tudo isso é que, até então eu nunca fui uma pessoa a qual você chamasse de violenta, mas não dizem que mexer com um amigo é o mesmo que mexer com a gente? Erik era muito frouxo, em uma situação como aquela, creio que ele não tomaria nenhuma atitude imediata, então eu havia feito o certo, defendido o meu amigo, ao menos era assim que eu pensava, ou melhor queria pensar na época.
- Espero que tenha aprendido a lição. – Isa dizia.
- Aprendi, não vou mais duvidar de você, amor. – falava enquanto a imitava e a beijava, entramos no quarto e eu coloquei uma meia na porta.
Depois que Isa saiu eu fiquei no quarto lendo, depois de tudo aquilo lembrei que também tinha prova a qual eu não entendia muito. Algum tempo depois Samuel chega, ele simplesmente ignora a minha presença vai ao banheiro, toma seu banho e saí sem me dirigir a palavra.
- Samuel. – eu falava.
-... – Ele simplesmente levantou os olhos e ficou esperando pelo que eu ia dizer.
- Desculpa, desculpa mesmo. Eu não tenho sido um bom companheiro de quarto, e nem amigo, mas entenda a minha situação eu tinha dois amigos heteros e eles viram gays, o que as pessoas iriam pensar...
- O que o Clarkson e eu fazemos é apenas da nossa conta, - ele falava e pensava um pouco. – Mas, por esta suas duas atitudes você esta desculpado.
- Duas? – eu questionava.
- Primeiro, você esta pedindo desculpas. Segundo, você não colocou uma camisa assim que eu cheguei, ou teceu qualquer comentário maldoso. – ele começou a rir – Agora pode dizer o que você quer. Eu sou um filho de Hera.
- Filho de Hera?
- Resumindo, eu sei quando querem me enganar, você não esta tentando, mas eu sei que você quer mais alguma coisa além das minhas desculpas.
- Me ajuda com estes termos aqui. – eu falava sem jeito.
Ele passou um bom tempo de sua noite me ajudando, explicou-me diversos termos que eu não havia entendido direito, com uma didática melhor do que muitos professores, no final eu não sabia como agradecer e simplesmente lhe dei um abraço apertado de obrigado. Imaginem dois homens de cerca de 1.80 se abraçando. Percebi que ela não esperava esta atitude de minha parte, mas eu o fiz, o abracei bem forte, senti o cheiro de seu cabelo entrar em minhas narinas.
- Bom, vejo que você realmente evoluiu, mas creio que esta na hora de me soltar. – ele falava rindo.
- Ok, desculpa, ehhh, acho que eu exagerei, mas obrigado, obrigado mesmo. – eu falava, depois disto fomos dormir.
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Eu pesei mais uma vez todas as minhas atitudes, pesei o preço pelo qual estava pagando e fazendo os outros pagarem também. Será que a felicidade de Sam estava mesmo comigo, ou eu simplesmente fui uma pedra em seu sapato? Se não fosse por mim talvez ele ainda estivesse com o Clarkson... mas, acho que não o meu ex-amigo era muito apagado e nunca conseguiria se relacionar com alguém tão forte e genioso quanto o MEU NAMORADO, ou melhor ele não é meu namorado, é meu marido, minha vida só preciso que ele sempre se lembre disto. Neste momento penso em fazer algo que deveria ter feito há muito tempo e fui até minha grande amiga pedir ajuda.
- Montez, por favor, me ajuda... eu... eu não sei se eu posso ou não aceitar a proposta da Potter.
- Isso é por conta....
- Isso mesmo, eu preciso saber quais são as minhas reais chances... se eu devo voltar logo, ou... ou...
- Como?!
- Eu vou reaver aquilo que eu mais amo.
- E onde eu entro nesta história?
- Eu preciso ligar pra el..a, e preciso que você garanta que ninguém nos escutará.
- huhuhauhauah não acredito aahuahuahua eu agora virei o que? Alcoviteira, dama de companhia g... – ela para de falar antes de terminar.
- Você poderia fazer isso por mim? – perguntei enquanto fazia minha melhor cara de gato do Sherek.
- E o que eu teria que fazer?
- Ligar pra ele, se a Sam me atender ela não vai passar a ligação, tenho certeza.
- Mas, porque não liga pro celular.
- Não sei, se ele ver um número desconhecido desta região, pode não querer atender, então, vai me ajudar? – eu perguntava cheio de esperança.
- Ahhhh, tá legal, mas se alguma coisa der errado...
- Você não sabe nada acerca disso.
Fomos até o telefone e eu fiz a guarda enquanto ela discava.
- Alô, é da casa dos Owens?... Sim, sim eu gostaria de falar com o Samuel... quem gostaria?... ahhh, é que já faz tanto tempo que não nos vemos que eu gostaria de fazer uma surpresa. Ele está melhor?.... é eu soube, mas aquele namorado é muito safado, como pode fazer um negócio desses... O que? Ele saiu com o Taylor, entendo.
Eu ficava só escutando esta conversa na última parte senti que meu coração havia diminuído, que meu faltava algo em meu peito, comecei a sentir uma enorme dor.
- É mentira tá legal, foram ver se ele tá. – Carol falava.
- Safada, você... você...
- Quem garante que ele a esta altura já na- – Ela para de repente – alô, Sam, aqui é a Carol, sou amiga de um grande amigo seu e ele me pediu pra ligar. – ela falava isso me passando o telefone.
- Amigo, que amigo? – ele falava e era engraçado como só em ouvir a sua voz eu já me sentia revigorado.
- Eu. – respondi.
- Que brincadeira é essa? – sua voz era um pouco exaltada. – vo... você passa este tempo to...
- Eu vou te recompensar por tudo, eu prometo, só me espera tá legal. EU TE AMO...
- Vo...você não me ama, se me amasse estaria aqui comigo e não sabe lá deus onde? E essa mulher que tá com você quem é? É o seu álibi por acaso. – ele falava chorando.
- Não chora, eu vou... eu vou estar ai com você logo logo, só peço um pouco mais de paciên- ele desliga o telefone.
Se ele ainda era capaz de chorar por mim quer dizer que não me esqueceu, sendo assim eu não posso aceitar, não posso ir pra este treinamento especial e correr o risco de perdê-lo mais uma vez. Eu já havia saído de sua vida eu não permitiria ser expurgado dela tão facilmente.
Continua.
Oliveira Dan: Eu tenho várias coisas preparadas para a Montez, algumas que serão legais e outras nem tanto. Se virão coisas ruins não sei, não vou revelar os meus plots, mas o que posso adiantar é que desde que vi os Miseráveis me apaixonei por Bring Him Home e em algum momento da trama esta música aparecerá. Isso, claro se eu não mudar de ideia até lá, mas eu amo essa música.
afonsotico: Obrigado, mas quem narrou o capítulo passado foi o Timmy. E estarei trabalhando no Taylor, ele virou uma personagem querida.
juniormoreno: Obrigado. Realmente muitas coisas ainda vão acontecer.
Iky e Neto Lins: Saudades de vocês.
Até a próxima.