Amigos, segue ai o Cap04 fresquinho! Espero que gostem =D
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A festa não acabou depois dessa musica. Muito pelo contrário, ela apenas começou. Depois dessa musica, comecei a pensar.
Imergi num mundo de devaneios. Havia somente dois dias que eu estava em Brockeneck. E esses dois dias haviam sido perfeitos. As pessoas eram legais, a cidade era legal, a escola mais ainda. Por que eu não estava completamente feliz? Será que era devido a Jenny?
Meus pensamentos foram interrompidos por um estalar de dedos do Tom ao meu lado. Eu nem havia percebido, mas Jenny saiu para ir ao banheiro e o Tom estava me parabenizando por ter pegado Jenny. Pelo o que Tom havia me dito, ela não era das mais fáceis e já havia cortado metade da escola, inclusive ele.
Durante o show fiquei acompanhando John com seus cabelos vermelhos ruivos, atrapalhados, cantando ao palco. Mesmo cantando suas expressões eram serenas.
Jenny voltou e ficamos abraçadinhos, curtindo a festa. Depois, encontramos com Tracy e alguns amigos. Ficamos conversando, zuando, ou melhor, sendo zuados. Mas levamos tudo na esportiva.
Durante a festa, todas as vezes que eu olhei para John, ele já estava me olhando. Uma vez eu li em um livro que quando duas pessoas se encaram, a mais fraca sempre desvia o olhar primeiro. Fiquei abismado ao ver a força de John. Aquilo estava me deixando meio que sem graça...
Mas a pior de todas foi logo após um longo e caloroso beijo em Jenny. Olhei para John. Ele havia acabado de tocar uma musica desconhecida por mim. Seus olhos estavam com uma Por um instante sua expressão era raivosa. Em seguida, era uma expressão triste. No momento seguinte, um belo sorriso estava em seu rosto.
Era a primeira vez que eu via de fato seu sorriso. E pela primeira vez eu vi sua beleza. Como cada traço em seu rosto se encaixava perfeitamente. Seus olhos tranquilos, lábios finos, bochechas gostosas. Ao mesmo tempo que sua expressão era tranquila e serena, tinha cara de homem.
- Pausa de alguns minutos galera! Ninguém é de ferro! – John falou e algumas pessoas reclamaram.
Ele desceu do palco e veio até e mim e Jenny.
- Como esta hoje a música? – John perguntou para Jenny.
- Perfeita como sempre – Ela respondeu.
Ficamos um tempo conversando e percebi que John abraçava, tocava, trocava olhares sempre que podia com Jenny.
Será que era isso? Ele gostava dela e eu estava estragando seus rolos? Eu deveria averiguar, mas ali não era o momento certo.
Resolvi deixar os dois sozinhos e sai para “socializar”. Na verdade eu queria saber de Mark. Eu não havia o visto na festa de hoje. Procurei Tom e o encontrei os beijos e abraços com uma garota que eu ainda não havia visto.
Procurei algum outro membro do time, mas todos que eu perguntava ninguém sabia onde estava Mark. Comecei a me preocupar. Mas tudo melhorou quando eu o vi entrando pelo ginásio, com uma cara triste, porém com um sorriso no rosto.
Resolvi não perguntar o que era. Depois do modo como me tratou... Eu não o culpava, até o entendia. Se ele quisesse falar comigo, eu seria todo ouvidos.
Encontrei Tracy conversando com uma amigas que começaram a me chamar pela expressão inglesa referente a “garanhão”. Mal elas sabem que no Brasil existem piores que eu. John voltou ao palco e eles deram inicio a mais uma sessão de musicas. Dessa vez mais animadas. Isso resultou em quase todo mundo indo para a pista de dança. Encontrei Jenny lá, curiosamente.
Ficamos mais uma vez e começamos a dançar. Foi muito divertido. A turma daquela escola era muito animada e divertida. Eles ficavam zuando um ao outro e mesmo assim eram amigos.
Depois dançar e beber bastante, resolvi sentar para descansar.
Fiquei apenas sentado vendo aquele beleza sutil em John, fácil de passar despercebida. Me deixei levar pela visão, até que Tracy sentou-se ao meu lado.
- Olhando para John? Você não gosta da Jenny? – Dei um olhar de “por cima dos óculos” pra ele.
- Que bom que você tocou no assunto. John gosta da Jenny? – Perguntei. Tracy era a pessoa certa para saber esse tipo de coisa. Após uma risada, Tracy respondeu:
- É mais fácil ele gostar de você do que dela...
- John é gay? – Perguntei confuso. Não era pra Jenny que ele olhava. Era pra mim?
- Sim
- Não parece. Definitivamente não!
- Pois é! Até ele arranjar um namorado e assumir ninguém acreditava. No começo foi meio difícil pros pais dele, até pra ele... Mas você o conheceu. Sabe que ele é super gente boa! E cuidado, ele pode querer te pegar! – Tracy levantou, mas eu ainda disse:
- Eu sei me cuidar.
O tempo foi passando e John parou de cantar. Colocou uma musica eletrônica para tocar. Aos poucos todos foram embora. Devia ser quase 3 ou 4 da manhã. Sorte que era sexta.
Eu, Tom, Tracy e John voltamos apé para casa. John morava na mesma rua de Tom e ambos moravam perto da escola. Aliás, tudo era perto nessa cidade. E isso aumentava ainda mais a sua perfeição.
No sábado, fomos acordar somente depois da uma da tarde. A festa foi excelente, mas cansativa. Logo após que eu acordei, vi umas 1000 mensagens da Jenny no celular. Até de “Fofuxo”, sim, em português, eu fui chamado.
- Ela gostou mesmo de você em! – Tom comentou com uma voz de sono.
- É.. Pelo visto ela curte um estrangeiro. Se bem que outras culturas faz bem para saúde! – Rimos da minha colocação e voltamos a dormir.
Sábado eu e Tom ficamos em casa, ajudamos Fred e Paloma com os afazeres domésticos.
Domingo, John nos chamou para jogar War. Pelo visto era um costume deles jogar jogos de tabuleiro aos domingos.
Foi eu, Tom, Tracy, John, Mark e um outro amigos deles que eu não conhecia, chamado Peter.
Jogamos durante toda à tarde. Mark estava gato e feliz. John estava só gato. Por mais que ele risse e contasse piadas e brincasse, seus olhos transpareciam isso. Era claro como vidro.
Por fim e para minha alegria, eu ganhei. É claro, eu já jogava antes esse jogo e eu tinha uma boa estratégia devido aos jogos de computador. E também contem com um pouco de sorte nos dados.
Na hora de ir embora, nos despedimos e saímos. Mas antes de sair, eu voltei pois havia esquecido meu casaco. Peguei meu casaco e despedi de John mais uma vez. Ele, ante de eu sair, disse:
- Edgar, espera! – Parei e fiquei olhando, esperando resposta. Uma frase ficou presa na garganta dele. Mas ele disse apenas “Foi bom te conhecer” e entrou em casa.
O que será que ele queria me dizer? Eu acho que sabia a resposta.