-Eu te....- Quando Christopher ia completar a frase, Adelaide aparece na escada.
-O senhor já está melhor?- Perguntou bondosamente.
- Sim, sim.
-Então venham... O almoço está servido. - Adelaide desapareceu no andar debaixo.
Christopher sorriu sem graça e segurou na mão do ruivo.
- Vamos almoçarDepois do almoço Rafael não saiu mais de perto do marido, que a todo momento o abraçava e beijava.
No outro dia de manha o ruivo acordou, mais Christopher não estava ao seu lado. Rafa olhou para a janela e ficou pensativo ele queria conversar com alguém, o ruivo se arrumou e avisou a Adelaide que iria visitar sua prima Maite.
Rafael dispensou o motorista e foi andando, quando chegou na casa de sua prima foi recebido com um forte abraço. Maite logo o acompanhou para a sala passaram a manhã inteira conversando, almoçaram juntos, quando já estava se sentindo um pouco mais a vontade, o ruivo começou a contar o que estava sentindo em relação ao seu marido, para a prima que o escutava atentamente.
-Rafa, me desculpe, mas eu não te entendo. -Maite disse o cortando. -Há algumas semanas atrás você abominava seu marido. O odiava. Até tentou fugir dele! E agora você me diz que tudo mudou?
-Maite...-O ruivo sorriu. -Christopher está diferente. Antes eu só o conhecia como todos o conhecem, de forma superficial e enganosa. Eu sempre o tomei por um homem que na verdade ele não era. Eu nunca busquei saber o porquê dele ser do jeito que é... Só quando descobri a verdade é que o compreendi. E te digo que por baixo de toda a frieza, ferocidade e crueldade.. há um bom homem, porém com a alma machucada.
Maite soltou o ar, erguendo as sobrancelhas.
-Bom, se você diz... É porquê deve ser. Afinal você desvendou o passado dele, e ninguém melhor para conhecê-lo do que o esposo. Mas eu ainda acho quase impossível de acreditar que Christopher Uckermann, o homem mais temido e maldoso da cidade, é na verdade um homem generoso.
Rafa sorriu e tomou seu último gole de chá.
-Eu sei que parece difícil acreditar. Eu no seu lugar tampouco acreditaria... Mas agora que conheço o verdadeiro Christopher, posso lhe dizer que é exatamente assim. Bem, mas está na minha hora, Mai. Preciso ir pois hoje o jantar será mais cedo.
-Está bem.-A morena sorriu.
-Não precisa me acompanhar até a porta. -Rafa murmurou gentilmente.
Os dos se despediram, e Maite pediu que um criado acompanhasse Rafa.
O ruivo estava quase na porta, quando Alan apareceu, inclinado na parede e com um sorriso malicioso.
-Ora ora...não sabia que estava nos fazendo uma visita.
-Vim visitar Maite, não você. - Rafa respondeu.
Ele riu e se aproximou do ruivo.
-Pode ir. -Ele abanou a mão para o criado.
Rafa assentiu e o criado saiu. Depois o ruivo virou-se para Alan de queixo empinado.
-Porquê tanta grosseria, docinho?-Ele perguntou com um olhar irônico.
-Sem sarcasmo, por favor. Agora se me permite...- Rafa se adiantou para a porta, mas Alan o deteve.
-Porquê a pressa? Como anda o casamento com Ucker?
Rafa apertou os olhos e se afastou dele.
-Cada dia melhor, obrigado.
-Ora..-Ele sorriu. -Não me diga que o príncipe por fim se rendeu ao monstro?
-Não vou permitir que fale assim do meu marido. Christopher não é um monstro. É muito melhor do que você foi por todos estes anos, tenho certeza. -Rafa replicou, indignado.
Alan gargalhou com surpresa.
-Veja como o defende! Pelo que vejo se apaixonou por ele...
-Não apenas me apaixonei.. Eu o amo. -Rafa respondeu.
-Mas...-Ele pareceu confuso. -Como um rapaz tão jovem e bonito pode amar uma criatura tão frívola e isolada?
-Não acho que você entenderia. -Rafa sorriu. -Creio que amar não consta em seu vocabulário. Eu o amo sim. Amo o verdadeiro Christopher... Pelo que é realmente. E não o Christopher que todos veem.
-E como seria o verdadeiro Christopher? -Alan zombou. -Não se engane, rapaz. Eu o conheço há anos. Ucker não tem sentimentos, apenas ódio e maldade por dentro.
-Christopher passou por coisas na vida que você e os outros sequer sonham. Ele não é mau. É apenas um homem ferido. No fundo é generoso e possui sim sentimentos...-Rafa o olhou de cima a baixo. -Ao contrário de muitos homens que conheço.
Alan ergueu a sobrancelha com zombaria.
-Meu Deus... Realmente fico surpreso. Como pode uma beleza como você querer ficar presa à uma vida limitada ao lado de um homem como Uckermann? -Ele se aproximou.- Quando ao invés disto poderia aproveitar a vida de outras formas...-Ele pegou Rafa pela cintura.
-A melhor forma para mim, é ao lado dele. -Rafa frisou as palavras, soltando-se. -Agora preciso ir, não posso mais perder tempo.
Rafa caminhou até a porta. Depois se virou para trás mais uma vez.
-Tenho pena de Maite, por ter um marido como você. -Deu de ombros e saiu, deixando Alan chocado e irritado.
Rafa saiu andando pela rua distraído, quando sentiu uma pessoa abraçando seu corpo por traz e o arrastar para um beco. O ruivo arregalou os olhos e ai gritar, mas pessoa tampou sua boca com a mãoContinua...