Saí do banheiro e não encontrava Denise em lugar nenhum... Resolvi ir embora. Não er muito longe da minha casa e mesmo sendo de madrugada resolvi ir a pé. Estava quase no fim do caminho, ainda trocando as pernas de bêbado, quando vi ele no chão, com a cabeça entre os joelhos, gritando alguma coisa que só ele entendia (ou não rsrs).
Não consegui me segurar e me aproximei. Toquei sem ombro e ele levantou sua cabeça. Senti muita pena dele quando vi seus olhos vermelhos de tanto chorar. Ele me puxou pra um abraço e eu me desequilibrei, caindo no chão com ele junto. Leonardo olhou no meu olho e começou a falar alto:
- Eu tentei cara. Eu ia te deixar em paz, mas num consegui.
- Calma. Para de chorar porra!
- Eu sei que você num quer nada comigo velho. Se for só putaria tá de boa, mas fica comigo.
- Leonardo, cala a boca que você tá falando merda.
- Então me bate Lucas, bate! Faz alguma coisa pra eu ficar com muita raiva de você e te esquecer logo.
Eu tava com muita pena dele. Segurei ele com força e conseguir levantar com ele. Fomos caminhando e ele ainda falando um monte de coisas que não entendia e outras tantas que não lembro. Decidi levar ele pra casa, já que num ia deixar ele na rua de madrugada naquele estado.
Quando chegamos na minha casa ele estava mais calmo e fazia menos barulho. Não sei porque minha mãe não foi ver o que tava acontecendo, felizmente. Subimos pro meu quarto e lá eu tirei sua roupa (sem segundas intenções) e ele ficou apenas de cueca, como eu (nós sempre dormimos assim, mesmo separados). Perguntei a ele se ele queria tomar um banho e ele só balançou a cabeça e eu entendi que era um não.
Ele rapidamente dormiu e eu dormi no colchão no chão com medo de como seria tudo quando a gente acordasse.
Quando eu abri meus olhos no outro dia, ele me olhava deitado na minha cama. Seu olhar era inexplicável e eu não sabia o que dizer. Ele começou:
- Lucas, primeiro eu quero agradecer...
- Não precisa Leonardo. Dormiu bem?
- Dormi sim e você? Te tirei da cama né?
- Relaxa, esse colchão é bem confortável. Vou tomar um banho e já volto.
- Sua mãe sabe que eu tô aqui, Lucas?
- Acho que não. E nem sei se vai saber porque ela foi pro trabalho já, com certeza.
Fui tomar banho e o deixei no quarto. Nossa, ele era lindo demais. Ficar olhando pra ele me lembrava de tudo que eu sentia por ele, mas eu não ia me humilhar pra ele, não mesmo. Estava disposto a ter uma conversa definitiva! Foi legal, aliás foi perfeito todas as vezes que ficamos (poucas neh rsrs), mas não era isso que eu queria. O que eu queria era ELE, mas não desse jeito. Quando estava me preparando pra sair do banheiro, Leonardo entrou:
- Foi mal, mas eu preciso mijar.
- Tá de boa, mas eu tô pelado né?
- Prefiro você assim.
Silêncio constrangedor. Eu fiquei hipnotizado no banheiro e ele lá mijando e me olhando, como que mantendo o encanto (que gay isso kkk). Quando ele acabou, ainda lavou as mãos e eu lá olhando que nem um idiota.
- Lucas, antes que você comece a falar eu vou ser direto. Tô apaixonado pra caramba por você, mas já saquei que você quer putaria. Você é novo e eu não tenho nada com isso. Por isso eu acho melhor...
- Peraí, quem disse que eu quero só putaria?
- Sua amiga Denise.
- Ela disse isso? Como?
- Ah, ela disse pra eu ficar longe de você uai. Eu fiquei e quando eu vi você tava pegando geral, aí eu entendi isso.
- Leonardo, você tá se justificando porra. Eu ouvi da sua boca você dizer que era só sexo naquele dia na sua casa.
Ele deu um sorriso leve e foi se aproximando. Eu ainda tava puto com essas desconexões de informação.
- Tava escutando conversa minha bebê? Isso é errado hein.
- Eu não tô brincando Leonardo. Você disse isso com todas as letras. E se for isso, fique a vontade, mas não comigo.
- Agora é sério Lucas. Eu vou dizer pra você o que eu nunca disse pra ninguém cara: eu te amo. É isso. Agora eu vou juntar minhas coisas e vou embora. O que você faz com essa informação é problema seu.
Se vestiu enquanto eu ficava pensando nisso tudo e foi embora.
