*CONTINUAÇÃO
Ela não tinha expressão, apenas as lagrimas rolavam dos seus olhos, me abraça forte, tão forte que senti um pouco de dor. “Diz que é mentira Fe, por favor.” Ele dizia em meio ao abraço, eu chorava, muito, tentava encontrar uma solução para algo que até então não tinha.
O Ivan não estava mais lá, melhor assim. Bruno me beija com muita vontade podendo aquele ser o nosso ultimo beijo, os lábios dele tocava o meu de uma forma que nunca fora tocada antes, suas mãos faziam com que meu corpo ficassem mais colado ao dele. Lagrimas que ainda escorriam eram secadas pelas nossas bocas, engolidas junto aos nossos beijos.
- Não me deixa Fe, por favor fica comigo.
- É tudo que eu mais quero Bruno, você é a única pessoa que me faz sentir bem.
Mais uma vez nos abraçamos, queria poder ficar ali até o fim dos meus dias, Ivan bate na porta.
- Felipe a luz do quarto dos seus pais está acesa.
Droga eles haviam acordado, se eles encontrassem o Bruno aqui nos estaríamos ferrados.
- Bruno você tem que ir embora. Digo com um aperto no coração.
- Eu não vou te deixar ir Felipe, não vou permitir isso.
- Bruno por favor, vai, se meu pai te ver aqui eu nem o que ele é capaz de fazer.
Ele me beija na frente do Ivan mesmo e me abraça. Ivan segura o braço dele e o leva para fora, sento no sofá, apoio minhas mãos na cabeça e choro mais ainda, logo o Ivan volta, passa a mão por meu cabelo tentando me conformar e pede para que eu entre. Dou-lhe um abraço apertado, percebo que ele fica sem graça.
- Obrigado Ivan, por tudo que você fez por mim hoje.
Ele apenas sorri.
Saio do quarto dele e volto para casa, ando pela casa da mesma forma que sai pisando em ovos. Entro no meu quarto que não podia considerar mais meu e me jogo na cama. Não conseguia chorar pois não tinha mais lagrimas, só me restava pensar nos momentos bons que tive nos últimos dias, em tudo que passei com o Bruno, foi ai que eu percebi que realmente ele era a única pessoa que me importava, nem da Clarisse eu senti tanta falta como dele, enfim consegui pegar no sono.
Acordo com Vera a empregada me chamando, com certeza já era hora de ir embora, levanto tomo um banho e coloco uma roupa qualquer, como disse antes me visto conforme o meu humor e ele não estava muito alegre hoje. Pego a mala no quarto e saio.
Minha mãe esperava no carro com a porta do carona aberta, não queria conversar nada com ela, abro a porta dos passageiros de trás e sento, ela me olha por cima dos ombros e fecha a porta.
No caminho até o aeroporto ela tentava falar alguma coisa comigo, tipo: “seu pai já pagou a escola que você vai estudar.” “Eu já falei com seu tio e pedi para limitar ao Maximo seus passeios.” Vi que seria um presidiário lá.
Estava odiando tudo aquilo, eu ia morar com um tio desconhecido, provavelmente solteirão e com um rebanho de gatos, estudaria numa escola onde falam uma língua que eu nem sei qual é.
Eu estava desejando que o carro virasse eu pudesse morrer antes de tudo isso acontecer, mas pra minha infelicidade não aconteceu, chegamos ao aeroporto, ela me dirige até o portão de embarque, a cada passo que eu dava uma lagrima caia do meu rosto, chegamos no portão, ela me entrega um dinheiro, nem lembro quanto era, pego e coloco no bolso de trás da calça, ao ver minha expressão sua fisionomia muda, ela me abraça e diz: “Eu te amo meu filho, isso vai ser melhor para você.”
Como ela pode dizer isso depois de tudo que ela fez comigo? Isso só me deixou com mais raiva dela. Ela se afasta e eu fico lá esperando a chamada, aquela moça da voz chata anuncia, quando estou me levantando ouço uma voz familiar chamar “Felipe”.
Meu coração palpita, olho para trás e vejo*CONTINUA