Que beijo suave e gostoso. Torci para ninguém ver. Não por medo do preconceito, mas sim para não estragar aquele perfeito momento.
Após o beijo John olhou nos meus olhos. Seus olhos transpareciam nervosismo e dúvida.
- Você... – Ele não precisou terminar a pergunta para eu saber o que ele iria perguntar.
- Sim.
- Mas e Jenny? – Seus olhos emitiam um brilho vivo. Era como se ele estivesse feliz.
- Bom, eu deveria manter algumas aparências. Mas você mexeu comigo que eu não consegui resistir... – “Exagerado, jogado aos seus pés! Eu sou mesmo exagerado”. Essa música veio a minha cabeça. Mas sim, eu havia decidido dar uma chance para John, igual eu havia feito para Rodrigo...
Dessa vez foi a vez de John me puxar para um beijo. Dessa vez foi mais intenso, com mais vontade. Foi ainda melhor que o primeiro.
Após eu dar esses dois beijos em John, percebi que o que eu sentia não era apenas uma simples atração que a gente sente pelas pessoas. Era mais, não chegava a amor, mas era quase isso.
- Sabe, você é o brasileiro mais gato que eu já vi... – Ele me disse...
- Isso por que você nunca viu meu primo...
- Gato?
- Demais...
Depois disso, o clima de tensão abaixou, restando apenas o amor no ar. Saímos para tomar um sorvete. Avisei para Tracy e Tom. Por sorte eles não quiseram ir.
O dia estava tranquilo, como sempre naquela cidade. Fazia um sol gostoso, um dia excelente. Não havia nenhuma nuvem no céu.
Fomos andando, falando sobre tudo e não dizendo nada. Chegamos à sorveteria e encontramos Mark sentado, sozinho. Quando nos viu, seguiu até nós.
- Edgar, John! Como vocês estão? – Seu tom de voz era animado.
- Muito bem – respondi.
- Magnífico! Olhe o dia. Como é possível estar mau hoje? – Era claro em sua voz, seu rosto e seu olhar que John estava mais feliz e animado.
- Aconteceu algo John? Não te vejo feliz assim desde... – Nesse momento John fechou a cara. Mark percebeu e continuou – Desde muito tempo...
- É.. As vezes coisas acontecem. Vamos tomar um sorvete?
- Não, não... Acabei de tomar um.
- E você Edgar? – Ele me olhou com olhos fuzilantes.
- Estou excelente hoje! E você? – Perguntei.
- Bem, sim! – Ele respondeu, despediu e saiu.
Sentamos para tomar um sorvete. Na verdade o sorvete era irrelevante. Só a companhia de John me alegrava.
Seus olhos castanhos, cabelos ruivos, bagunçados... Seus rosto expressava uma perfeição harmônica. Tudo se encaixava com extrema perfeição.
Após o nosso sorvete resolvemos ir para um local mais “reservado”. John se recusou a deixar eu pagar, mas aceitou minha promessa de que o próximo era por minha conta.
Fomos para sua casa andando, levamos 5 minutos. Do pouco tempo que eu fiquei na Califórnia, esses momentos foram os que John fora mais feliz.
Estávamos sozinhos em sua casa, creio eu que esse foi o motivo de sua larga insistência para eu ir lá. Fomos para seu quarto e lá ficamos conversando por um tempo mínimo.
O quarto de John era o mais legal que eu já havia visto. Haviam vários instrumentos musicais espalhados, desde um jogo de gaitas até um teclado.
- Você toca isso tudo? – Perguntei curioso.
- Sim. Pelo visto sou mais desocupado do que parece...
- É brilhante. E sexy, claro...
- Você que é... – Ele falou em um tom todo mimoso.
- Ok. Nós dois somos sexy, e não se fala mais nisso! – Ele riu e completou:
- Não. Eu nunca vou cansar de dizer o quanto você é gostoso – Dito isso, ele me beijou.
Mas uma vez senti aqueles lábios gostosos me beijando. Os beijos foram ficando mais intensos. Antes de eu perceber qualquer coisa, estávamos ambos deitado em sua cama. E uma coisa eu não posso negar, John tem pegada.
Ficamos lá nos pegando por um bom tempo. Até John parar e me perguntar:
- Você quer mesmo? – e eu responder:
- Sempre!
Nessa hora John tirou sua camisa. Antes eu nunca havia reparado no corpo de John. Perto de Tom e Mark, que possuíam corpos esculturais, ele não se destacava. Mas vendo-o ali, me amando em um quarto, sozinho, era perfeito.
Corpo magro, lisinho do jeito que eu gosto, apenas com o “caminho da felicidade”. A barra de sua cueca preta a mostra me deixou louco de tesão. Eu também tirei a camisa e nos pegamos mais uma vez, dessa vez mais intenso. Podíamos sentir nossas ereções nos abraços.
Comecei a explorar seu corpo com a língua. Ele gemia gostoso. Pedia sempre mais.
Mas quando eu ia abrir o zíper de sua calça, sua mãe chegou em casa.
- John! Cheguei!
Nos separamos como água se separa do óleo. Vestimos nossas camisetas e disfarçamos no quarto. Peguei uma gaita para brincar e John um violão.
A mãe de John entrou no quarto e se surpreendeu ao me ver. Começou a xingar John bela bagunça da casa, sujeira e todas essas preocupações de mãe.
Ela nos preparou um lanche enquanto eu ficava no quarto com John, conversando:
- Hoje foi por pouco! – Eu disse.
- Sim. Mas outro dia a gente continua, exatamente de onde parou.
- Claro que sim, meu amor!
Ficamos trocando caricias até a hora de eu ir embora.
Uma vez em casa, coloquei algumas musicas para tocar. Tom, já muito melhor, começou a curtir musica brasileira, por isso ficávamos discutindo elas.
Liguei para os meus pais, falei com alguns amigos no facebook.
Por fim, deitei para dormir, após o que tinha sido o dia mais perfeito da minha estadia no EUA.
Até agora.