COMO TUDO COMEÇOU, NEM PERCEBI
PARTE 19
Quando Kadu me chamou de Fêh, tudo o que eu queria era sabe porque? Só o Rafa me chamava de Fêh e isso quando estávamos só. Mas o Kadu me chamar de Fêh? Eu fiquei esperando uma resposta...
Kadu- Eu o ajudei a escolher. Ele mandou escrever algo no Verso, e disse 'É um presente, Fêh vai adorar, um dia eu te apresento', e saímos da loja, eu sempre quis saber quem era Fêh, que ele tanto me falava, só não imaginaria que era você.
Nessa hora eu não sabia o que dizer, não sabia como reagir, o mais sensato era sair dali o mais rápido possível não era? Mas não, continuei lá o encarando, na verdade eu tava meio que em transe, não conseguia me mexer apenas o encarava.
Nós ficamos nos encarando um bom tempo, e então ele quebrou o silêncio.
Kadu- Eu vi como você ficou ontem, quando eu falei a respeito da mensagem do Rafa, A forma como você fala dele, como o seu humor muda quando estamos falando dele, A forma como você me respondeu ao te chamar de Fêh foi tão natural, sendo que ninguém te chama assim, só de Lipe...
Eu estava tipo em choque, não sabia o que falar, eu só o escutava o encarando, e ele lá falando, de como tava na cara, como ele não percebeu,e por fim ele faz uma pergunta, sendo que era mais uma afirmação para ele mesmo...
Kadu- Você é o Fêh da mensagem...?
Isso meio que me tira do transe, lágrimas escorrem do meu rosto, eu não o respondo, dou-lhe as costas e entro no hotel, Não queria criar uma discussão ali, e vou para o meu quarto e me tranco. Escuto batidas mas não abro e fico pensando de como ia ser dali pra frente, como o encararia, nunca fui de fugir de nada, não entendia o por que da minha reação, e fiquei pensando lá até adormecer.
Sou despertado com um selo na boca, era o Pedro, ele tinha essa mania. Eu estava fragilizado, e não o tirei de cima de mim como sempre faço, ele interpretou como sinal verde e começou a me beijar aos pouco eu fui cedendo. Mas escutamos a porta se abrindo nos separamos, e ele foi para o banheiro e eu continuei deitado.
Era a Sara agradeci tanto por ela ter viajado conosco, entrou perguntando se eu já tinha almoçado, no qual eu falei que não estava com fome, sendo que no fundo eu não queria era encarar o Kadu.
No entanto resolvi descer com ela, se eu ficasse ia ser foda me esquivar do Pedro, Ele é um Grande Pedaço de Mau caminho, e eu ia acabar me arrependendo depois. Eu tava confuso, eu sempre dispensava o Pedro, e agora do nada eu quase que cedia, e não entendia por que eu fugi do Kadu, por que a opinião dele me deixava nervoso, eu nunca me preocupei com a opinião dos outros quando se tratava de mim e do Rafa...
Era como se a rejeição dele, pudesse me machucar, Eu nunca vou esquecer aquele olhar que para mim era um mistério, não sabia identificar, se era nojo, espanto, surpresa, raiva. Só sabia que me corroía por dentro. Mas ficar com o Pedro, no estado que eu estava, naquele quarto de hotel, só nós dois, ah não ia prestar. Seria mais facil encarar o Kadu.
Ao chegar no restaurante do hotel, fomos ao encontro de Kadu e Iago, eles estavam rindo, provavelmente de alguma piado de Iago, ele era o humorista da turma de piadas sem graça, que acabamos achando graça.
Quando nos viram pararam de ri e Kadu ficou me olhando sério, Eu estava meio que pra baixo e Iago perguntou.
Iago- ta tudo bem contigo Lipe? senta aqui ao seu lado.
Eu apenas consenti com a cabeça afirmando que sim e sentei, Sara sentou ao lado de Kadu. Logo em seguida Pedro chegou com um sorriso estampado no rosto e sentou ao meu lado...
O Iago perguntou o que houve para ele tá com aquele sorriso no rosto, no qual ele responde.
Pedro- E tô feliz por estarmos juntos, E com esperança de que nesse ano vindouro vai ser de muitas conquistas e o primeiro passo já foi dado...
O almoço se seguia tranquilo, e Iago sempre querendo saber se estava mesmo tudo bem comigo, no qual eu respondia com um sorriso forçado. Ficamos conversando planejando um roteiro para a noite, quando do nada o Kadu diz.
Kadu- Fêh me passa o sal...
Eu o encaro, meio que incerto, pois desde o episódio na piscina que ele não falava comigo, e quando resolve falar me chama de Fêh, eu meio que me irritei. Só o Rafa tinha o direito de me chamar de Fêh. Mas mesmo assim eu pego o sal e entrego para ele. O Iago olha para o Kadu desconfiado, que ao receber o saleiro da minha mão agradece com um pequeno sorriso nos lábios.
Aquele sorriso podia significar tanta coisa, a aceitação do fato de eu ser gay, ou o fato de eu ter namorado o irmão dele, ou que não importava que estava tudo como antes, ou, ou, ou, tinha tantos ou que naquele momento eu retribui o sorriso e tínhamos colocado uma pedra naquele assunto por enquanto...
E naquela noite fomos a uma festa, eu procurava não ficar só com Pedro, eu ainda não tava pronto para um relacionamento.
No domingo aproveitamos o máximo o sol na praia, brincamos na areia, nadamos, jogamos, e a noite outra festa.
Na segunda acordamos tarde já era 31, demos uma volta, e quando chegou a noite fomos para a praia...
Na passagem de ano demos um abraço apertado desejando um feliz 2008, e ficamos olhando a queima de fogos. Sara estava abraçada com Pedro e Iago, e Kadu estava um pouco a frente deles e eu estava sentado na areia logo atrás do Iago. E ao olhar para cima para ver a queima, fiquei olhando o rosto dele. E tive aquela sensação, quando eu o vi pela primeira vez ao chegar na Escola, e o vê-lo, quando nossos olhares se uniam um na direção do outro, e siguravamos por um momento, era mágico, até eu ou ele desviar olhar.
Naquele momento eu passei a me questionar por tá me sentindo assim, por está o admirando como naquela época de escola. Se eu não tava confundindo a amizade que estávamos construindo através de uma perda...
CONTINUA...